A virgem que não conhecia Picasso

A virgem que não conhecia Picasso Rodrigo Rosp




Resenhas - A virgem que não conhecia Picasso


4 encontrados | exibindo 1 a 4


Ju Dacoregio 15/04/2009

Satisfaz, mas não chega lá
Na contracapa somos informados de que é um livro sem objetivos eróticos. Devo discordar. A virgem que não conhecia Picasso (Não Editora, 2007), livro de contos de Rodrigo Rosp tem toques sutis de sensualidade, mas é também repleto de erotismo escancarado. E o erotismo não está só nas palavras usadas para nomear pensamentos, ações e sensações dos personagens. Lendo os contos de Rodrigo Rosp descobre-se que um bocejo feminino pode ser algo extremamente sensual aos olhos cheios de desejo.
Os elementos de qualquer história escrita para excitar estão lá: palavras que não se costumam dizer em voz alta na sala de jantar, “estupros” consentidos, meninas ingênuas e virgens, mulheres fogosas e liberais, prostitutas, a vendedora de sex-shop que testa produtos com o cliente, submissão, sexo no banheiro do avião e homens, muitos homens e muito tarados, nos melhores e piores sentidos.
Mas ao mesmo tempo em que usa os elementos básicos do erótico e o palavreado indispensável para excitar o leitor, o autor de A virgem que não conhecia Picasso consegue passear entre o romantismo e o descaramento, o cômico e o trágico. Relatos de amor, ódio, ciúme, encontros e decepções se fazem presentes e figuram ao lado do excitante, do tesão nu e cru. Exatamente como na vida real. Um dos contos mostra que uma mentira masculina descarada usada para “traçar” uma desconhecida pode virar realidade e gerar muito mais que uma rapidinha.
Os contos não são de todo fantasiosos, mas não chegam a ser de um realismo óbvio. Algumas histórias envolvem situações e sentimentos que acontecem na sua vida, na minha e na do seu vizinho, outras já beiram o bizarro; mas mesmo o bizarro dos contos de Rosp habita nossas fantasias.
A única ressalva que tenho a fazer é quanto ao desfecho de alguns contos. Parece-me que na ânsia de criar finais surpreendentes o autor acabou errando a mão. Os finais surpreendem sim, mas uma surpresa um tanto quanto decepcionante. Rosp não cai no lugar comum, mas fica longe do brilhantismo, com exceção do conto “Ayres”, sobre um homem e uma mulher que se conhecem prestes a embarcarem no mesmo vôo. O resto dos contos mantem um bom nível durante toda a narrativa, prende a atenção, desperta a curiosidade, mas não satisfaz no final. Mais ou menos como uma ótima transa em que fica faltando “apenas” o orgasmo.
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Jung Angel 01/07/2012

Minha Opinião sobre "A virgem que não conhecia Picasso"
Ao mesmo tempo em que o Autor usa os elementos básicos do erótico e o palavreado indispensável para excitar o leitor, o autor consegue passear entre o romantismo e o trágico, o amor e o ódio! Ciúme, encontros e decepções se fazem presentes. Exatamente como na vida real. Um dos contos mostra que uma mentira masculina descarada usada para “Traçar” ou "Pegar" uma desconhecida pode virar realidade e gerar muito mais que uma rapidinha.

1º conto: A Virgem que não Conhecia Picasso- Um homem sedutor que adorava seduzir e enlouquecer as mulheres com suas qualidades e atuações, acaba por se apaixonar por Suzy,perdendo a vontade de Seduzir e de ter noites de "prazer" com suas belas vitimas.

2º conto: Em tempos de Guerra- Achei bem confuso este conto tive que reler novamente ele! Um dos menores contos em que fala de um "Estrupo" de uma forma bem diferente!

3º conto: A Grande Prova- Pra saber se ele realmente ama Simone resolveu fazer a prova da digamos "fidelidade", só que acaba descobrindo que seu alvo também estava a fazer o mesmo que ele, e o conto acaba de uma forma tragica!

4º conto: Algemas e Promesas- Primeiro conto que não envolve o termo "A força", gostei bastante do conto, teve um fim engraçado até!

5º conto: Uma Puta Chamada Esperança-Um conto engraçado e comum toque de erotismo!

6º conto: Ordinária- Um conto bem erotico tentando não ser erotico que fala do facinio, onde esperar de mais de algo nunca é tudo o que pensavamos!

7º conto: O Nome dela é Marie- Ele a amava ela também, ele deseja sua morte ela espera uma atitude!

8º conto: Diabo No Corpo- Arrepiante, medonho sedutor e com um pouco de graça!Imagine você como diz no livro "Traçar" o Capeta? MEDO ;)

9º conto: Predestinada- Posso estar errada mas considerei o conto um pouco machista novamente neste conto volta a tematica "estrupo"

10º conto: O Patético Fim de Silmara Luciana-Ao ler este conto eu lembrei por um breve momento do livro "O Doce veneno do Escorpião". Um conto que remete ao prazer carnal, onde a mulher vende seu corpo por prazer proprio ou por financeiro!

11º conto: As Cores de Carla- Outro conto que remete ao prazer carnal, onde a mulher vende seu corpo por prazer proprio ou por financeiro!

12º conto: O Mestre Chinês- Menor conto do Livro, a sabedoria e a sedução com um misto de graça.

13º conto: Ayres-Mentiras, Sedução, Amor e Premonição de mentira que se realisou! Para mim um dos melhores contos do Livro!

14º conto: Bocejo Felino- A mulher não importa a beleza tem a sensualidade em si sempre, simples gestões são mais sensuais que grandes desvaneios! Achei esse conto muito louco no final!

15º conto: O Lobo- Esse conto é a velha histórinha "Não confie em ninguem" Existe sempre um lobo mal a espreita!

"Shania era loira e linda. O olhar ingênuo enganava os desavisados, mas ela gostava de provocar. Saia curta, coxas ao vento - atraindo olhares de bons e maus de uma só vez. Havia um desejo de ser vista, amada e admirada. Seus seios comunicavam isso claramente, expondo-se através da blusa, chamando por liberdade diante da repressão que lhes era imposta. Shania era assim: a tentação, o limite da pureza.

Dênis era um predador. Um pecador. Um pistoleiro em duelo ao entardecer - mostrava amor e ira, um exagero de emoções bombeava seu sangue. Ele olhava para Shania com devoção e respeito, porém faminto feito animal. Lançava arpões através de olhares bélicos. Ela sorria, impulsiva. Porém, às vezes, não reagia, e aqueles mamilos enormes permaneciam mudos, enquanto o sorriso desaparecia por detrás do relevo dos lábios. Dênis sabia: Shania não era anjo nem demônio.

Naquela noite, somente os dois ficaram no escritório. Dênis abordou Shania sem pudor, olhos nos olhos, e apalpou suas coxas. Ela sentiu-se atraída e abriu..."

A virgem que não conhecia Picasso tem toques sutis de sensualidade, e ao mesmo tempo é repleto de erotismo. Onde o erotismo não está só nas palavras usadas para nomear pensamentos, ações e sensações.

Ao ler os conto tanto nós mulheres quanto os Homens, descobrimos que apenas um simples bocejo feminino pode ser algo extremamente sensual aos olhos cheios de desejo.


P.s: O Livro "A Virgem que Não Conhecia Picasso" eu ganhei de cortesia da NÃO EDITORA! Quero agradecer ao Gustavo que me enviou o Livro para resenha, Muito obrigada Adorei o Livro!

O livro é pequeno, um dos motivos que me fez adorar ele, pois ele é digamos "Delicado". A Capa e a contracapa são linda, em cada novo conto/capitulo contém uma imagem de uma mulher no estilo Pin Up eu amei achei lindo a abertura do conto com as imagens!

A diagramação ésta ótima, folha amarelinha, letras não é tão pequena, não sei dizer o tipo de folha mas achei elas bem diferente por serem bem mais grossinhas que as normais. Adorei o Livro gente!


Acompanhe as resenhas/críticas completas no blog "Lendo com a Angel". Se puder siga e comente que ficarei muito feliz por sua companhia!

site: https://lendocomaangel.blogspot.com/
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Camila.Marques 04/01/2024

Definitivamente não é sobre sexo, apenas.
Por já conhecer o estilo do autor através de uma obra posterior (Inverossímil) não me surpreenderam as cenas com descrições de sexo, pois Rodrigo Rosp trata de infinitas coisas em seus textos, claro que mescladas a descrições um tanto picantes, talvez. O que se tem nesta obra é a pura exposição da psique humana. Devo frisar aqui que não podemos confiar no narrador, que ora vem em primeira, ora em terceira pessoas, pois obviamente trata-se de homens (tomemos Dom Casmurro de exemplo). Sabe aquela expressão “quem conta um conto, aumenta um ponto”? Pois é.
É exatamente disso que se tratam alguns dos contos contidos na obra. Quando digo alguns, me refiro aos que mantem um olhar fixo em tamanhos, grossuras, potências, bem forçado, papo típico de bar no qual uma trupe de homens contam vantagens entre uma dose ou outra de Uísque. Como em toda coletânea de contos, acredito eu que seja difícil o leitor gostar de todos, como foi o meu caso. Alguns foram um pouco “brochantes” - para manter um pouco dentro do tema rsrsrs. Mas outros me deixaram aos risos, alternando até mesmo com um pouco de desconforto.
São ao todo 15 contos, e o que achei mais interessante na obra, além do uso de pin-ups como arte dos capítulos, foi a lista ao final com a cronologia dos contos, pois assim conseguimos sentir certa evolução na escrita do autor. Para mim, os que mais gostei foram os contos As cores de Carla e Ayres (esse, em especial, me fez rir horrores). Se me perguntarem se recomendo a leitura, minha resposta será imediata: sim, porém, leia com um certo distanciamento pois assim a percepção será outra.
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