Janinha 15/04/2014Ainda bem que meu exemplar foi baratinho...Nunca havia lido nada no Augusto Cury, e a premissa do livro tinha me agradado.
Logo que iniciei a leitura, vieram também as decepções...
Todos os acontecimentos do livro, exceto as chatíssimas aulas de história de Júlio Verne, são sucintos. O autor não lhes dá a devida importância, optando por focar apenas nas intermináveis aulas.
Durante o decorrer da história, percebe-se claramente que os personagens dividem-se em dois grupos bem clichês: o grupo bonzinho, comandado por Verne, onde se encaixam a sua boa esposa Katherine e seus alunos inteligentes-questionadores, e o grupo dos malvados, onde se enquadram o ex de Katherine (muito clichê!), o reitor da universidade e o restante dos professores. Esse aspecto incomodou-me profundamente, pois o que fica, é a impressão de que Júlio Verne é a personificação do bem, que precisa superar todos obstáculos criados pelo grupo malvado! Bem assim mesmo, parece coisa de sessão da tarde!
Outro fator que me incomodou profundamente, são as expressões infantis e bobas utilizadas pelo autor, como "nos tempos de Hitler" ou "nos tempos do nazismo". O livro está repleto de reflexões, muitas delas bem interessantes, porém, ao carregarem uma expressão boba dessas ao final, para mim, perdem todo o sentido literário. Fiquei muito incomodada, mesmo!
Para mim, Júlio Verne não é um bom professor, pois não é imparcial. Comenta muito sobre o extermínio Judeu e como Hitler era abominável por idealizar isso, mas não explora outras atrocidades comandadas por Hitler e muito menos atos políticos considerados bons e inteligentes. Os questionamentos dos alunos são completamente inverossímeis. Floreados ao extremo, nenhum aluno questionaria seu professor desta forma. Para mim, ficou a impressão de que primeiro, foi escrita a resposta, para depois escrever a pergunta. Artificial demais.
Enfim, para mim, o que salvou o livro foi o encontro com Kurt, e só. Talvez, se o final fosse apresentado bem antes, sem toda a lenga lenga retirada de bibliografias que qualquer um pode ter em casa, poderia ter um resultado muito melhor, afinal, o fim do livro deixa uma grande possibilidade em aberto.
Qualquer entendedor da ascensão e queda do nazismo vai ver furos na história, como a morte de Heydrich.
Enfim, não gostei. Talvez por conhecer praticamente todos aspectos explorados pelo livro, a leitura para mim, se tornou muito maçante. Não abandonei a leitura, pois não costumo ter esta prática, mas certamente, não comprarei a continuação. Resta-me agradecer por ter comprado o exemplar bem baratinho...