Fabio Shiva 31/01/2015
humano, demasiado humano
Há muito tempo queria ler esse livro, principal obra de espionagem de um autor que aprendi a admirar em outros gêneros, através de clássicos como “É um Campo de Batalha” e “Um Caso Liquidado” e “O Décimo Homem”. Graham Greene é um autor sutil, que estrutura o simbolismo de sua história com muita elegância e leveza: um típico cavalheiro inglês.
Em “O Fator Humano”, essas qualidades são utilizadas com maestria para compor uma história envolvente, de muitas nuances. É um thriller diferente, onde a ação fica em segundo plano justamente para realçar o tema que o autor quer desenvolver: o fator humano, as relações e emoções humanas em um cenário que parece expurgar toda humanidade possível. Pode ser uma comparação um tanto esdrúxula, mas “O Fator Humano” me lembrou um pouco o carisma da série “The Walking Dead”. No primeiro caso o pano de fundo é a espionagem durante os anos da Guerra Fria, no segundo é o Apocalipse Zumbi em um futuro próximo. Mas em ambos o que atrai irresistivelmente é o lado “humano, demasiado humano” da história.
É curioso, quando lemos um autor com muita atenção, sentimos como se conhecêssemos um pouco de sua personalidade. É como se estivéssemos entabulando um diálogo muito rico com o autor a cada livro dele que lemos. E eu descubro com muita alegria que a cada vez gosto mais de conversar com Mr. Graham Greene!
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