A Punição da Bela

A Punição da Bela Anne Rice




Resenhas - A Punição da Bela


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Lucas559 19/03/2024

A psique além da carne
Confesso que a única coisa que me fez continuar a trilogia da Bela Adormecida de Anne Rice foi a curiosidade de ver para onde a história ia, pois o primeiro livro não me entregou muita coisa do que esperava em questão de narrativa, e devo dizer que ainda bem que sou muito curioso.
A evolução do segundo livro em relação ao primeiro é absurda. Nesse livro não temos grandes narrativas também, porém temos desenvolvimentos psicológicos de Bela e Tristan e alguns plot twists interessantes na trama.
O livro conta com capítulos narrados por Tristan em primeira pessoa e devo dizer que são meus favoritos. Eu literalmente ficava muito feliz quando via que o capítulo que estava iniciando tinha a perspectiva de Tristan, pois eram capítulos muito mais interessantes que os destinados a Bela. Digo isso pois a mente de Tristan, explorada nos capítulos, é muito intrigante e questionadora, o que transformava a narrativa num romance psicológico erótico muito mais interessante que o sexo e a dor pela disciplina e submissão que tínhamos em abundância no primeiro livro.
Nós também somos introduzidos aos pensamentos de Bela de forma mais robusta nesse livro e isso nos dá mais complexidade aos protagonistas, num sentido de motivações e anseios a partir das situações em que eles são submetidos, e também nos proporciona uma forma de nos identificarmos melhor com os personagens na história.
No geral foi uma leitura muito prazerosa e interessante que me fez comprar o terceiro livro da saga para acompanhar o desfecho de Bela e Tristan.
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Ana Carolina 09/11/2023

Que BAGUNCINHA GOSTOSA esse livro, ahahahaha

Dá até pra relevar os incômodos com consentimento que o primeiro livro me deixou. Aqui a Anne Rice deu uma mudada nisso, tá tudo consensual, então dá para embarcar na diversão sem maiores reservas mentais.
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Noemy 30/07/2022

Li a trilogia uns 9 anos atrás... nojo e trauma
sem comentários!! ... Sério... não leiam! ... eu fui com expectativas diferente e ganhei trauma kkkkk
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Karola 14/07/2022

Anne Rice e o mundo BDSM! Maravilhosa
E quando eu achava que a saga não podia ser mais pesada, a Anne lança A Punição da Bela hahaha
Meu Deus!
Quanta criatividade em torturas e o quanto a Bela se mostrou mais aberta e se jogando de cabeça em todas as situações.
É nítido o quanto ela ama tudo isso que acontece com ela. Ela pode choramingar, pode reclamar, mas é quase como quando dissemos ?para senão eu vou gozar? na hora do sexo, mas queremos dizer exatamente o oposto.
Ela aprende sobre ela mesmo, sobre os outros, ela encanta por onde passa e todos se jogam para tê-la por perto.
Que loucura de livro!!! Que loucura
Mas se você leu o primeiro, e está lendo o segundo, quer dizer que ou tem a mente muito aberta, ou esta morrendo de curiosidade pra entender o que se passa na mente da Bela por ela curtir tanto essas torturas que fazem com ela.
Lurene 31/08/2023minha estante
Poucos entendem esse mundo BDSM. isto é para poucos?.




VâniaAkira 29/06/2022

chocada
achei que o primeiro livro tivesse sido tudo e digo que nesse me chocou de todas as formas possiveis, Anne tem uma escrita que envolve você a um ponto que ate mesmo não se sabe o que mais esta fazendo, e isso é perigoso, no meu ponto, por que cheguei a passar pano pelo o que aconteceu com bela no primeiro livro... e aqui so vejo alguem deconbrindo tudo o que se pode fazer pra que alguém tenha desejos despertados apenas em um simples olhar ou ate mesmo em so pensar em ser punido ... esse universo é surreal e ao mesmo tempo incrivel e o que mais bate na minha cabeça é como a escritora conseguiu ?? como ???
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MomoDark 23/05/2020

Dentro do castelo o número de escravos é grande, o que faz com que os senhores tenham várias possibilidades mesmo tendo um favorito. Mas na vila, os senhores tem a possibilidade do leilão para adquirir seus príncipes e princesas, isso faz com que o relacionamento de submissão e dominação não seja só fruto da luxúria, mas também para alguns serviços.
Com a nova forma de tratamento, Bela e Tristan se entregam. Cada um de uma forma, Bela com sua paixão pelo ato da punição e Tristan se apaixona pelo seu senhor, mostrando duas novas formas de submissão.
O segundo livro da série se caracteriza mais pelos pensamentos e sentimentos dos personagens com relação a entrega física e psicológica da submissão, eles são movidos pela curiosidade e o desejo de mais, de novos conhecimentos e situações.
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Aline 28/03/2020

Ainda tô tentando me acostumar com tanto espancamento e violência sexual. Nunca li literatura erótica e não sei se é assim mesmo. O pano de fundo da história me agrada bastante, mas meu deeeeuus pra que bater tanto no povo Anne Rice?
Lurene 31/08/2023minha estante
BDSM amore




miny 30/08/2016

livro ótimo!
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Junior Padilha 19/05/2015

É muito chatinho, cansativo.
Perdi totalmente o interesse em ler os outros.
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Luciano Luíz 01/08/2014

ANNE RICE é a autora dos clássicos ENTREVISTA COM O VAMPIRO, O VAMPIRO LESTAT, A RAINHA DOS CONDENADOS e mais uma penca de livros da chamada, CRÔNICAS VAMPIRESCAS, além de outras tantas criaturas, como lobisomens, anjos, e até Jesus Cristo.
No entanto, na década de 1980, ela usando de um pseudônimo, lançou uma trilogia pornográfica (as editoras chamam de erótica, mas em verdade é pornografia). O livro não tem palavras fortes (que chamamos comumente de palavrões. Porém a descrição das cenas mostra com facilidade que é algo puramente pornográfico. E por isso, nessa resenha eu destaquei o que seriam os palavrões dessa trilogia...).
Eu vi alguns comentários de leitoras que disseram que chegaram a página 40 ou mesmo 90 do primeiro livro e depois desistiram.
Mas por quê?!

OS DESEJOS DA BELA ADORMECIDA 1983)

A escritora resolveu fazer a sua versão do clássico da Bela Adormecida. Ela obviamente está dormindo, linda, loura com seu imaculado vestido... Aí o príncipe aparece, fode com ela de tudo quanto é jeito. E só depois de gozar e tirar o cabaço da Bela, lhe dá o beijo que a faz despertar. Depois disso, ela descobre que por ter sido salva da maldição deve ser uma escrava sexual no reino vizinho. Deve andar sempre nua, de quatro, com os braços atrás do pescoço, comer em tigelas como um animal e ficar a vontade para ser usada por qualquer pessoa.
No caminho, ela é humilhada, no castelo é humilhada, participa de jogos humilhantes, etc. e tal.
O livro, para quem nunca leu algo similar, é forte, violento,
e claro, pornografia pura. O enredo nada tem de interessante, aqui o que conta, são as posições sexuais...
Bela conhece o príncipe Alex, outro escravo, e com ele resolve se enturmar...
Curiosamente, apenas príncipes e princesas passam por isso. Então deve ter muitos no universo desse livro. Pois do que tem de gente
sendo massacrada com atos de sexo impressiona.
As palavras mais pesadas do livro são: pênis, ânus, vagina, sexo, desejo...

A PUNIÇÃO DA BELA (1984)

Os rituais de selvageria sexual continuam na vila próxima ao castelo. Ali os escravos são alugados para os aldeões que tem condições de arcar as despesas.
Em leilões eles são humilhados ainda mais do que no castelo.
Servem como todo tipo de mercadoria.
Inclusive como cavalos, puxando carroças e arados no campo.
Ficam expostos do lado de fora das casas do comércio, com falos enterrados em suas cavidas íntimas do mesmo jeito que também fazem no castelo.
A vila é um lugar onde os príncipes e princesas adquirem uma certa... disciplina.
São fodidos de todas as formas...
Esse segundo livro é narrado em terceira pessoa para Bela e primeira pessoa para outro personagem (Tristan)... O volume um é em terceira...
As palavras mais fortes aqui são: boceta (aparece só uma vez), pau e cu (que aparecem só umas duas vezes)...

A LIBERTAÇÃO DA BELA (1985)

Aqui conhecemos o cara que deu a ideia de escravização sexual a rainha. Os escravos não podem ser feridos de maneira que corram risco de vida. O que vale é o prazer da carne.
No palácio do sultão, Bela continua sua narrativa em terceira pessoa.
Mais uma vez outro personagem é em primeira (Laurent).
Bem bacana isso.
Aqui o livro que já estava meio enjoado de tanta foda, tem algumas novidades, como os escravos tendo domínio.
Aí depois acontece outras reviravoltas e o enredo tem altos e baixos.
Se bem que enredo mesmo aqui, quase não existe. Quando algum personagem fala se sua história, é igual a todos os outros...
Chega a ser idiota...
Palavras mais fortes: as de sempre e agora tem tesão e transar...

Em resumo, essa trilogia é pornografia.
Só tem sexo e muita, mas muita humilhação que vai fazer leitores sem qualquer conhecimento desse tipo de livro ficarem com ódio de muitos personagens e pena extrema de Bela e seus amigos.
Tem sexo gay (o que mais acontece), hétero (em segundo lugar) e lésbico (o que menos tem).
Portanto, se você for preconceituoso ou preconceituosa, fique distante dessa trilogia...
O que é engraçado, é que nenhuma mulher engravida, ninguém pega doença sexual (já que todo mundo trepa com todo mundo) e claro, tem mais príncipes e princesas do que plebeus...
Os livros são bacanas, divertidos, e depois vão perdendo o sabor. Não por tentar procurar alguma estória ali, mas pelo fato de que as cenas de sexo quase não mudam mais.
Porém, assim mesmo é uma leitura diferente.
Assusta no início quem nunca leu nada disso.
Mas se os leitores e leitoras sobreviverem, é bem provável que vão até o final do volume 3.

Nota: 10 (pelo sexo gratuito e a humilhação)

site: https://www.facebook.com/pages/L-L-Santos/254579094626804
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Carla Martins 01/07/2014

Vai acostumando
Mais em: http://leituramaisqueobrigatoria.blogspot.com.br/

Juro que não sei se eu é que fui me acostumando com a pegada pra lá de barra pesada do livro ou se a história foi ficando realmente melhor, mas o que importa é que no segundo livro dessa trilogia eu não thanks God fiquei me sentindo mal, nem enojada e, pelo contrário, super gostei da história, ficando bem curiosa para começar o livro final ao terminar este.

No primeiro livro (resenha aqui), a história começa com o básico despertar de Bela e sua transformação em escrava sexual. As situações degradantes, violentes e humilhantes ao extremo não são para os fracos e li muita gente dizendo que parou o livro no meio. Eu teimosa and curiosa que sou faço de tudo para nunca abandonar um livro no meio, então segui firme e forte e não me arrependi! Apesar de não ter sido uma trilogia 100% agradável, valeu a experiência para saber que minha cabeça aberta tem limites. HAHAHAHA (momento ri alto).

Na continuação, como o título diz, a Bela sofre uma punição severa por ter se envolvido com um outro escravo sexual, chamado Tristan. O castigo é o mais temido por todos: eles são enviados à Vila e leiloados para servirem a senhores cruéis e ainda mais rígidos que na corte. E quando a gente pensa que já leu de tudo, a vila é atacada e alguns escravos, entre eles Bela, são levados para o reino de um sultão, onde vivem novas e surreais experiências. O livro é erótico e, mais do que isso, exótico, mas a gente se acostuma. :)
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Anna CMS 27/12/2013

A TRILOGIA BELA ADORMECIDA DE ANNE RICE
Imagine uma pequena coqueteleira de prata nas mãos de um hábil bartender. Nela, ele adiciona três elementos para uma surpreendente e explosiva mistura. Um – a essência verdadeira da BDSM. Dois – as bíblicas Sodoma e Gomorra. E o terceiro, mas não menos importante – o surrealismo cômico e psicodélico dos filmes históricos de Fellini da década de 70, tratando-se, no entanto da Idade Média.
Pois essa mistura existe e foi Anne Rice, sob o pseudônimo de A. N. Roquelaure, o genial bartender responsável por este coquetel, capaz de agradar a tantos paladares.
Trata-se de uma trilogia composta pelas obras Os desejos da Bela Adormecida, A punição da Bela Adormecida e A libertação da Bela Adormecida; que apesar de separadas – uma vez que o termo trilogia sempre parece mais elegante – são muito mais partes integrantes, volumes separados de uma narrativa concisa e que poderia facilmente ser unificada. E a prova disso é que a segunda parte, em seu início, possui um resumo dos fatos narrados no primeiro e o terceiro livro, possui os dois primeiros também sintetizados em seu começo.
Em Os desejos da Bela Adormecida, Rice utiliza um conhecido conto de fadas para localizar e contextualizar sua história em dezenove capítulos, e a encantadora lenda amplamente conhecida por crianças do mundo todo, em que uma belíssima princesa – e todo seu reino – sofrem uma maldição de dormir profunda e eternamente após ela espetar seu dedinho no fuso de uma roca de fiar, até que um valoroso príncipe a despertasse com um doce beijo de amor verdadeiro; transforma-se na aventura BDSM da princesa Bela.
Assim, ao invés do inocente beijo de amor verdadeiro temos um príncipe herdeiro que a desperta rasgando-lhe as roupas e a inocência da virgindade e declarando-se seu senhor. E ao invés de levá-la ao seu reino para desposá-la e “viverem felizes para sempre”, ele a transforma em escrava sexual no palácio de sua mãe, a Rainha Eleanor, onde muitos príncipes e princesas de vários reinos são oferecidos como tributos à poderosa rainha a fim de tornarem-se escravos por um tempo pré-determinado e acordado, tendo como objetivo o burilamento pela disciplina e pelo sofrimento, que os faria mais fortes e valorosos, antes de retornarem aos compromissos de seus reinos.
Entretanto, as tormentas da jovem princesa Bela começam antes mesmo dela chegar ao reino de seu príncipe salvador e primeiro dominador, e a narrativa em terceira pessoa torna-se surpreendentemente vicária e pessoal, quando a autora convida o leitor a acompanhar a jornada de transformação na psique da princesa.
Ela inicia neste primeiro livro com o medo do desconhecido, a repulsa, o ultraje e indignação com a humilhação imposta à Bela em seu terrível treinamento de Bondage e Disciplina. Custa ao leitor compreender no que tanta exposição e punição injustificada podem tornar alguém melhor e mais valoroso.
Uma vez no palácio da rainha, a curiosidade da princesa conduz à trama envolvente, e outros personagens e situações unem-se a história, enriquecendo este mundo de sensualidade e violação irracionais. Lá ela conhece, se encanta e deseja o jovem e belo príncipe-escravo Alexi, que logo se revela num complicado triângulo amoroso com Bela e o príncipe herdeiro – que curiosamente é o único que não recebe um nome próprio da autora. E, depois passa pelo teste da inusitada Senda dos Arreios, na qual deve provar seu valor de escrava à cruel e fria rainha.
A partir deste episódio a princesa começa a mostrar traços de uma conformada humilhação ou uma angustiada resignação, e a diferença sutil entre o conformar-se e o resignar-se acenam como cerne da primeira efetiva transformação psíquica de Bela.
Estes dois termos, embora possam parecer sinonímicos em primeira análise teórica, guardam entre si uma tênue diferença prática. Conformado seria aquele escravo que aceita seu destino e desígnios de seus senhores, mas em seu íntimo esconde uma rebeldia latente e inata, ao passo que o escravo resignado é aquele que aceitando seu destino e desígnios de seus senhores, encontra prazer íntimo em agradá-los.
O que comprova esta dualidade na obra é o doce e angustiante encontro ilícito entre Bela e Alexi, no qual o príncipe-escravo faz uma longa, e por que não reconhecer, enfastiante narrativa em primeira pessoa, contando à Bela sua história como escravo. Contudo, a longa narrativa é necessária para deixar explícito ao leitor que Alexi é o símbolo da conformação com a escravidão e Bela é o símbolo da resignação.
E é com esta primeira mudança na psique da princesa que termina o primeiro livro. Ela, em que sua curiosidade e encantamento por outro lindo príncipe-escravo, – o príncipe Tristan – busca por vontade própria, a pior de todas as degradações para os escravos do castelo: ser vendida no leilão da Vila.
O modo de vida medieval europeu, bem como as roupas – ou a humilhação da ausência delas –, as pessoas e os costumes da época são descritos pela autora de forma tão simples e trivial, que fica muito fácil ao leitor passar do ambiente da corte para rudeza da burguesia e dos vassalos na Vila, cujo mais humilde serviçal ainda estaria em situação hierárquica superior aos infelizes príncipes e princesas escravizados, e o leitor naturalmente se vê no segundo livro, quase como se ele não fosse uma obra a parte, e sim um seguimento, uma continuação do desfecho no primeiro, pois a narrativa é retomada exatamente do mesmo ponto.
Entretanto, em A punição da Bela Adormecida ela conhece novos e ricos personagens. O primeiro e mais importante é o próprio príncipe Tristan, que ao contrário do que o leitor pode imaginar, não desaparece da trama ao ser vendido para outro senhor, diferente da princesa Bela. Tristan ganha seus próprios capítulos de narrativa em primeira pessoa, que contrastam da narrativa em terceira pessoa onisciente do ponto de vista deBela.
Apesar de A punição da Bela Adormecida entitular a obra de vinte e oito capítulos, a princesa parece não encontrar punição em nenhum deles.
Se no primeiro livro, a princesa resigna-se com sua situação de escrava e brinquedo sexual da corte, treinando e desenvolvendo Bondage e Disciplina; no segundo, ela depara-se com o desafio inicial de tornar-se uma escrava rebelde – no qual as reflexões de Tristan traçam um importante paralelo –, mas descobre os irresistíveis prazeres lascivos no sofrimento dos duros castigos da Vila.
Bela é comprada pela dona de uma estalagem, a implacável Senhora Lockley, e descobre no seu mais importante hóspede, o viril e maduro Capitão da Guarda, o dominador sensual que fará dela uma submissa de fato.
O inominável príncipe-herdeiro, com sua inexperiente paixonite jovem e pueril, estava esquecido. O doce e terno príncipe Alexi, com seu lírico arroubo de amor por ela e pela rainha ao mesmo tempo, também estava definitivamente arquivado na memória da princesa.
No primeiro encontro a sós com o Capitão, Bela o reconhece como seu mestre e senhor, submetendo-se subserviente a todas as suas ordens, às quais obedece alegremente; encontrando prazer inclusive nas suas chibatadas e nas punições de sua verdadeira senhora, a dona da estalagem – com quem também troca prazeres e recebe castigos.
É este segundo livro que aproxima a trilogia das pecaminosas cidades de Sodoma e Gomorra descritas no Antigo Testamento. A devassidão cruel e desavergonhada com que os escravos são tratados, e com a qual se comprazem, remete o leitor a essa interpretação medieval. E em mera pesquisa, é possível encontrar o motivo de a autora ter escolhido especificamente este conto de fadas – de A Bela Adormecida – para adaptar sua história; pois o termo “Sodoma e Gomorra” aplicam-se por extensão às cinco cidades-estado do Vale de Sidim, no Mar Morto, das quais uma delas chama-se Bela.
Neste detalhe reside o genial simbolismo de Rice. Nossa protagonista encontra ali, na rude luxúria da Vila, sua verdadeira face de submissa e seu gosto pelo sadomasoquismo.
Ela já não se sente mais tão desconfortável pela nudez permanente, fica clara sua impressão de normalidade frente ao cotidiano da Vila, como se fizesse parte dele; citando inclusive, uma breve e frívola referência ao termo e conceito de reencarnação.
Bela é violada, sodomizada, possuída e castigada de muitas formas por seus senhores – o capitão e a dona da estalagem. Oferecida como prêmio aos soldados, para que a possuíssem e a usassem ao seu bel prazer, perante toda a estalagem lotada de clientela à noite.
Porém, ela nunca se sentiu mais livre.
O que soa quase como uma piada, um trocadilho cômico e paradoxal ao título da obra. Ou seja, onde está a punição?...
É claro que ainda há o medo pela incerteza e pelo abandono da servidão, mas o castigo deixa de ter o tom ultrajante para ela e o leitor se depara menos indignado com ele e mais atraído pela sensualidade das diversas situações eróticas descritas pela autora.
Tristan, no entanto, faz o contraponto. Seu sofrimento na Vila é extremamente superior a princípio, e o escravo é furtivamente dividido pelos seus senhores, dois irmãos da mais rica burguesia da Vila: Nicolas e Julia. Numa pequena e discreta competição inicial entre eles pelo amor de Tristan, este acaba se entregando aos carinhos de seu senhor numa tórrida paixão homossexual, apesar do fascínio carnal com a princesa Bela.
Quando tudo parecia encontrar seu curso natural para estes intrigantes personagens, uma surpreendente reviravolta acontece, e alguns dos valiosos e lindos escravos da rainha são seqüestrados da Vila e levados a força para um longínquo sultanato árabe.
Assim Bela termina o segundo livro presa numa gaiola dourada no porão de um navio, angustiada não só pelo seu terrível e incógnito destino, mas também pela certeza de que apesar de ter passado por tantos senhores, ainda não havia encontrado o amor, de fato.
É neste contexto que surge um novo príncipe à história.
O príncipe Laurent era um dos escravos seqüestrados e compartilhava com Bela, Tristan e outros o degredo para as novas terras. Ele era um escravo fugitivo da rainha que acabara de ser capturado, quando os salteadores atacaram a Vila, e sua original beleza, alma intrépida e corpo viril e descomunal logo chamam a atenção da selvagem princesinha.
Dá-se início desta forma, o terceiro livro desta trilogia: A libertação da Bela Adormecida.
Com vinte e três capítulos que se revezam entre a narrativa, ainda em terceira pessoa onisciente do ponto de vista da princesa Bela, e a narrativa em primeira pessoa agora do príncipe Laurent.
Dos três livros, talvez este seja o menos envolvente. Não pelas aventuras dos escravos em terras árabes, ou pela suntuosidade das descrições detalhadas do palácio do sultão e seus rituais. Aparentemente, o problema esteja no contraste causado pela leitura dos três seguidamente.
A narrativa de Laurent é tão marcante e extensa quanto à de Bela e somente no final o leitor compreende a importância dele na história. Assim, enquanto Laurent passa de escravo submisso a poderoso dominador, num tempestuoso e passional triângulo com Tristan e Lexius – o mordomo do sultão e responsável pelos escravos –; Bela torna-se de bom grado o brinquedinho sexual das mulheres do harém do sultão, tendo uma importante voyeuse como expectadora: a misteriosa sultana Inanna.
É entre esta pungente personagem e a princesa Bela que se dá o ponto alto de todo o livro. Neste encontro romântico a princesinha ensina à sofrida sultana as diferentes formas de prazeres carnais, que lhe têm sido cruelmente negadas.
A fugaz relação entre Inanna e Bela, a despeito de seu caráter lésbico, parece ser a parte de toda a trilogia capaz de agradar aos olhares feministas mais radicais, que tomados de revolta, possam se esquecer que esta história num todo, apesar de atemporal em muitos aspectos, se passa na distante Idade Média; muito antes das geniais reflexões de Simone de Beauvoir. E, além disso, deixa uma marca indelével no coração e na psique de nossa doce princesa protagonista, que logo depois dela é levada à força novamente, de volta para a Europa.
Ainda marcada por Inanna, Bela logo se entrega aos cuidados de seu senhor e mestre, o Capitão da Guarda, que visivelmente apaixonado lidera a sua missão de “salvamento”. Porém, quando este não estava por perto, e na escuridão do porão do navio, Bela também se rendia aos encantos do brutal e atraente Laurent, que vivia sua própria crise de identidade, sem saber se preferia ser submisso ou dominador dos belos e fortes Tristan e Lexius, ao mesmo tempo em que lutava por não amá-los profundamente, e descrevia o sofrimento de Tristan com seu destino.
Bela, no entanto, não queria ser salva. Assim como todos os outros resgatados.
E nisto, consiste mais uma vez a grande piada da autora com o título da obra, pois em seu suposto cativeiro a princesa Bela era absolutamente livre e plena de sua sexualidade, mesmo quando apanhava por caprichosa punição. E, apesar disso, uma vez que o navio aporta em águas européias, ela se vê imediatamente liberta pela rainha Eleanor, e exortada a retornar ao reino de seu pai com riquezas e vestes refinadas e virginais.
Desesperada, Bela tenta se rebelar contra esta verdadeira prisão, mas sendo inútil lutar, despede-se de um arrasado Laurent, que julgado pela rainha, é levado junto com Tristan aos estábulos da Vila, numa punição renovadora para ambos.
Entretanto, Anne Rice conduz sua empolgante história para um doce, bem-aventurado e divertido clímax, levando o leitor a descobrir o desfecho de seus apaixonantes personagens principais, com um toque de emoção e agradável surpresa.
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Cristalie 14/10/2013

Como gosto de terminar o que começo, continuei a trilogia…
Continua o universo non-sense onde todos os escravos sentem paixão por submissão, mesmo tendo sido levados àquela situação sem opção, e ficam o tempo todo excitados, porém sempre chorando. A Bela por exemplo, quando lembra de sua vida anterior, se sente entediada e gosta muito mais de estar ali sob abusos diários e é fascinada por ser dominada e não sabe mais se deve obedecer ou desobedecer pra sofrer mais.
… O livro sempre diz que ir para a vila é algo terrível, mas ninguem explica o porquê. Bela num acesso de loucura faz por onde ser leiloada para as pessoas da vila, propositalmente! Ela talvez ache que precisa ser domada, que não é submissa o suficiente, e pensa que sofrendo essa punição, talvez aprenda.
O engraçado é que existe uma regra que diz que os escravos não podem ser cortados, queimados ou feridos, mas pelo nível das punições é impossivel que não se firam. Eu acho que eles têm pele de rinoceronte... Além de que são estuprados frequentemente e nunca contraem doenças ou engravidam.
A escrita continua sendo nível amador... Uma hora a narração é em primeira pessoa, outra é em terceira pessoa e isso confunde. Os acontecimentos do livro inteiro duram apenas 3 dias (!) e somente no final do livro algo diferente acontece, além de surra após surra.
O único proveito que pode ser tirado desse livro é a atmosfera BDSM, pra quem gosta, mas a qualidade do livro é péssima.
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