Fim de Caso

Fim de Caso Graham Greene




Resenhas - Fim de Caso


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Regis 15/11/2022

Essa história é tudo, menos uma história de indiferença!!!
Maurice Bendrix inicia o livro com ódio, diz odiar a todos até a si mesmo. Mas será que é ódio o que realmente sente.
Ele odeia Sarah, a amante que o deixou, odeia Henry o marido e acima de tudo odeia a Deus.
É uma história de traição, aceitação, amor, ódio, e ao que parece mesmo que relutante, é uma história de fé.

"A fé se entranhou em mim como uma doença. Do mesmo modo como me apaixonei. Nunca amara antes como o amo e nunca antes acreditei em nada como agora. Tenho certeza."

O amor, o ciúme, a perda a fé tudo isso é tangível durante a leitura, mas o ódio é mais forte e mais presente e as vezes se confunde com todo o resto. Tornando tudo isso em qualquer coisa, menos indiferença.

Bendrix odeia e ama na mesma proporção é tanto que seu ódio e seu amor se confundem e se mesclam tornando tudo profundo e vivo. A linha entre o ódio e o amor é muito tênue.
O autor consegue descrever com tanta precisão todos os sentimentos que acabamos imersos em todos eles e profundamente envolvidos com tudo que os protagonistas passam.

Esse é um livro que mexeu comigo quando o li da primeira vez e tornou a me envolver agora. A escrita do autor é maravilhosa e me fez viver a história. Parece que estou assistindo a um Noir a espreita em um beco frio e escuro presenciando o desenrolar da história com detetives, traição, amor, ódio e morte.
Assisti ao filme também: e é maravilhoso.

Recomendo essa leitura para um dia de frio.
Alex 16/11/2022minha estante
Apesar de flertar com a fé, é muito mais uma história humana, demasiadamente humana. Cheia de egoísmos, ciúmes, raiva e desencontros. Gostei, pq efetivamente as emoções são muito bem descritas e vc entra no fluxo do personagem. Mas a história em si não me pegou.


HenryClerval 16/11/2022minha estante
Eu adoro esse livro e o filme. Tem um pouco da vibe do Paciente Inglês que a gente adora. Ótima resenha, minha linda!


Regis 17/11/2022minha estante
Sim, é uma história humana, de busca por algum sentido na vida em meio ao caos da guerra e um cotidiano sufocante. E a fé continua sendo uma experiência totalmente humana, e um refúgio seguro para o medo da perda definitiva.
Que pena que a história não te pegou, Alex. Eu gosto desse tipo de história que desnuda a humanidade falhas de personagens comuns.


Regis 17/11/2022minha estante
Obrigada, Leandro.
Esse tipo de história faz parte dos dias frios com você, o Rodrigo e Ney. ?




Claire Scorzi 04/07/2010

Fim de um caso, ou o começo de outro
É melhor o ódio do que a indiferença. Através dessa novela tocante, de intensidade emocional que dói frequentemente, essa parece ser a idéia: odeie. Mas não seja indiferente. Quem sabe, a partir do ódio, alguma coisa possa nascer.
Maurice Bendrix odeia a amante que o deixou. Odeia o marido da mesma. Odeia a si mesmo, coisa que sua ex-amante, Sarah, tambem sabe.
Mas será verdade que Bendrix a odeia? A leitura dessas páginas faz pensar no quanto maltratamos aqueles que amamos: estão presos na mesma teia conosco; machucá-los nos machuca, e quando nos machucamos, eles sofrem porque nos amam...
Mero amor humano. Mas é tudo que conhecemos. Ainda assim, especula Bendrix, esse amor traz algo de divino porque, não obstante sua fragilidade, sua maldade, sua incompreensibilidade, ainda se trata de amor.
O escritor C.S. Lewis escreveu: "O Inferno é o único lugar onde podemos estar a salvo dos perigos do amor."
Bendrix não disputa o amor de Sarah com o marido: crê estar disputando-o com Deus, Esse Desconhecido no qual não acredita, mas a quem passou a odiar. Contudo, como se odeia alguém em quem não acreditamos? É preciso começar de algum lugar. Bendrix pede ao Desconhecido: Deixe-me sozinho. É ódio, é cansaço, mas não é indiferença. Odeie. Porque é melhor o ódio do que a indiferença. Quem sabe, a partir do ódio, alguma outra coisa possa nascer.
Lela Tiemi 09/07/2010minha estante
Já assisti ao filme baseado na obra, achei mtooo bonito. O livro está na minha estante, infelizmente, há algum tempo, esperando por mim...




Alex 16/11/2022

Ciúmes e ódio
Este é um romance carregado de sentimentos. Mas ao contrário do usual, da pieguice, do melodrama, das borboletas esvoaçantes e do final feliz, o autor nos leva por uma história de ciúmes, ódio, posse, prisão psicológica, dependência, vício, entre outros.

A história gira entre Maurice Bendrix, um escritor de pouco renome, que escreve um livro por ano, que em determinado momento conhece Sarah Miles, uma mulher casada.

Os dois se apaixonam e todo o desenrolar acontecerá em torno deles. Enquanto chamam aquilo de amor, um olhar mais acurado enxergará possessão, ciúmes, egoísmo, carências, um cativeiro criado pelo próprio desejo. Cativeiro que desgasta e leva a consequências nefastas.

Em diversos momentos o autor mistura uma vírgula de misticismo cristão/católico. Ele cita a noite escura, sem conexão com ascese; ele problematiza um enterro, mas não faz nenhuma ligação doutrinária; ele sugere milagres, que não geram conversão alguma. Para mim, estes trechos são os piores, pareceu-me artifício barato, do próprio Bendrix, pra tentar criar uma motivação a mais, numa história que já é simples. Afinal toda tragédia romântica é uma história das frágeis teias humanas.

O livro é muito bem escrito, como eu disse, foge do usual. Greene, utiliza o fluxo de consciência para te colocar dentro do sofrimento psicológico dos personagens. E faz isso com maestria.

Mas não espere uma história edificante, não há uma moral intrínseca, ou um amor libertador. É a história dos cativeiros que uma paixão desenfreada pode criar.
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otxjunior 30/08/2022

Fim de Caso, Graham Greene
É como eu gosto meus triângulos amorosos intensos, com Deus em uma das pontas. História introspectiva e complexa, mas de rápida leitura, sobre obsessão e fé. Sobre a arte da escrita também, por um mestre do ofício. Para ler de joelhos.
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Cdmm 22/09/2021

Amor humano, amor divino.
Através de um caso de amor e seus desencontros o autor reflete sobre o amor terreno, carnal, material e o amor divino, etéreo, e fé. A adaptação para o cinema também é boa, mas o livro é bem mais profundo.
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Emme, o Fernando 14/05/2018

...
É difícil imaginar sobre o que realmente trata esse livro. Eu, assim como muitas pessoas, me senti atraído por ele devido ao fim de uma relação, achando que fosse apenas o fim de um caso de amor.

Mas depois de lê-lo acho que se trata menos de um relação com o outro e mais de uma relação com com uma entidade metafísica.

E aí eu entendi porque pessoas que creem em Deus e seguem uma religião (principalmente cristã) gostam desse livro.

Eu não gostei tanto não. A escrita não me pareceu tão habilidosa e ficou uma sensação de "um dia você vai acreditar em Deus".... quase como aquelas pessoas idiotas que dizem que, quando um avião está a cair, não existem ateus....

Não me tocou....
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Juliano Rosa 18/11/2023

Sobre o amor e fé (resenha em cinco pontos)
1. A adaptação de Neil Jordan para as telonas é espetacular, mas a tendência de normalidade (literatura>cinema) se confirma aqui. O egocentrismo de Maurice e a generosidade ingênua e dócil de Sarah são mergulhados em diferentes camadas. Mesmo o apagado e simplório Henry permite-nos alguma empatia (coisa improvável no filme). Os desencontros (e desentendimentos deles originados) entre os personagens, por sua vez, refletem o tom melancólico do "e tudo poderia ser diferente se...".

2. Opondo-me a muitos comentários, não achei nem de longe algum tom catequista na obra. Pelo contrário: são longos os trechos de divagações antirreligiosas e manifestação de ódio ao Deus cristão.

3. A forma que o texto trabalha a moral, a moral religiosa, o amor, os compromissos conjugais, a fé... É delicada e ao mesmo tempo contundente. A rigor, ateus e religiosos podem sair frustrados da leitura, caso esperem que o conjunto final da obra aponte conformidade absoluta com suas crenças.

4. A paixão de Maurice é densa, tensa, louca, devastadora - tão intensa quanto o desejo de não amar. Sua transição para o aparente oposto (o ódio) só serve para reafirmar seu amor tresloucado.

5. A narrativa em cinco partes, e uma delas feita por Sarah em primeira pessoa, é perfeita. Personagens figurantes tornam-se marcantes, como o "racionalista" Smythe e o detetive Parkis. Há sempre uma expectativa sinistra do que há por vir. Enfim, recomendo a leitura.
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Carlos 16/10/2010

Ótimo romance autobiográfico de Graham Greene.
Li este livro em três dias, tal a forma como a trama e seus personagens me prenderam.

Todos os que já viveram fins de caso, acredito eu, se identificarão com o escritor que tem seu relacionamento amoroso abruptamente interrompido durante a Segunda Guerra.

Passados dois anos do término de seu caso, um encontro casual com o marido de sua ex amante, reaviva toda a tormenta em que aquela mulher tão especial envolveu sua vida.

Mais um livro que nos auxiliar a compreender melhor a natureza humana.

Vale lembrar que esse romance é autobiográfico e baseia-se num relacionamento que houve entre Graham Greene e a americacana Catherine Waltson. O escritor vivenciou na pele todas as inquietações do personagem.

Gostei muito e pretendo alugar um dia o dvd da versão do livro para o cinema, dirigida por Neil Jordan e que levou Julianne Moore, no papel de Sarah Miles (a amante), a ser indicada ao Oscar.
Daniel 17/01/2013minha estante
O filme também é extraordinário. Tem algumas diferenças do livro, mas foi uma ótima adaptação.




Ci 20/09/2023

Muito bom
Adorei a estória de Maurice Bendrix e Sarah Miles, que amigos e vizinhos, e com o tempo viraram amantes, em plena 2? guerra mundial. Bendrix é um escritor de romances que não alcançou a fama e Sarah é a esposa dr um funcionário público inglês, Henry. Com a desculpa de construir um personagem que é funcionário público, Bendrix se aproxima de Sarah, o que os levaram com o tempo, a de apaixonarem e começarem um caso, sem a menor desconfiança do marido dela.
A fé, até então inexistente de Sarah, foi o que causou o fim do romance dos dois, o livro aborda essa questão, acreditar em Deus e estar refém das obrigações que isso acarreta, ou não acreditar e achar que se tem o controle de tudo na vida.
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Pseudokane3 28/11/2010

'Ipsis literis' de mim mesmo:
Glupt!
Impossível ficar inane diante deste livro arrebatador...
Mas, como disseram aí embaixo, o filem do Neil Jordan consegue ser melhor e o ritmo cai um pouco no quartel final. Mas nada que injustifique minha empolgação:

"Arrebatado que fui – e que serei sempre – pelo amor a (mais de) um ser humano e pelo vigor da Glória Eterna e Infinita de Deus, comprei duas boas edições de bolso do livro magno de Graham Greene, na última noite de quinta-feira. Os únicos dois volumes disponíveis na loja em que eu estivera, mas que teriam que ser meus! Depois que eu paguei por um dos volumes, os funcionários da loja disseram que não seria possível encontrar o segundo, visto que “os clientes retiram os livros de seus locais apropriados” e que a busca tornar-se-ia infinda por causa disto. Mas eu precisava comprar o livro naquela noite! Eu precisava que ele estivesse nas mãos de um rapaz que não somente perturba (positivamente) meus sentidos como me re-encaminha em direção a Deus, a um Deus que pode não existir, mas que eu acredito como fogo, que queima e me restitui a mais dolorosa das pazes. Um Deus que me faz usar a palavra PAZ no plural, como eu nunca pensei que fosse possível. Um Deus que é amor supremo e superior a qualquer coisa que ele porventura tenha criado, “à Sua imagem e semelhança”. "O Deus", como diria a Clarice Lispector, e “eu preciso que o Deus venha”!

Consumindo o livro como se consumisse a água benta que escorreu do batismo erótico do ser amado, percebi que as diferenças entre o seu conteúdo metalinguisticamente literário e a versão fílmica que tantas vezes eu revi são mui significativas, mas eu não estou autorizado aqui a narrar. Não posso revelar nenhum detalhe deste romance sublime, sob pena de estragar o arrebatamento inevitável que advém de suas revelações pungentes – e, neste caso, bem que eu poderia ter escrito “revelações” com letra maiúscula inicial, para se assemelhar mais ao poder admoestador do livro bíblico do Apocalipse. É uma trama que surpreende, que arrebata, que mostra-nos o amor de uma forma tão intensa que, até mesmo assumida e perpetuamente apaixonado como eu me confesso, tendi a me sentir descrente! Tanto é que, ao invés de escrever a sua resenha após o término da leitura, resolvi adiantar-me e enfrentar a tentação. Faltam ainda 30 páginas da edição que possuo diante de meus olhos agora, mas já tenho a plena e reiterada certeza de que não posso revelar detalhes sobre ele. É um livro sobre a Descoberta, a maior descoberta que possamos fazer em vida, a Descoberta!"

WPC>
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ReiFi 19/01/2011

fim de caso - Graham Greene
Terminei.

“Quando comecei a escrever, disse que esta era uma historia de ódio, mas não estou certo disto. Talvez meu ódio seja realmente tão deficiente quanto meu amor. Acabei de levantar dos olhos do que escrevia e vi meu próprio rosto no espelho ao lado da escrivaninha, e pensei: será que o ódio realmente se parece com isso”? (p.71)

O inglês Henry Graham Greene conta no romance fim de caso (1951) uma história sem muitos atrativos, que segura o leitor devido à sua elegante e enxuta forma de escrever. No livro, o novelista Maurice Bendrix passeia despreocupado pelas ruas de Londres, quando, coincidentemente, depara-se com o marido de sua ex-amante, Henry Miles, e dali resolvem sentar-se num pequeno bar para conversar (a título de informação: Maurice e Sarah, esposa de Miles, tiveram um ardente caso, até que, sem nenhum motivo aparente, Sarah terminou tudo entre ambos).

Desse inesperado encontro, Maurice reacende a sua antiga obsessão por Sarah; que ganha proporções alarmantes principalmente quando Henry lhe conta sobre as suas suspeitas quanto a fidelidade de Sarah. Assim, nutrindo tanto o ódio quanto o amor pela ex-amante é que Bendrix dá início a uma investigação para desvendar a identidade do suposto novo “affair”, como também para entender os porquês do abrupto rompimento do romance.

Na minha humilde opinião o livro aqui comentado tem dois grandes problemas:...

Para saber mais acesse http://catalisecritica.wordpress.com/2011/01/08/fim-de-caso-graham-greene/
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Franco 29/07/2017

Curto e subjetivo
É uma narrativa simples e rápida, daí um livro fácil de ser lido.

Sua aposta não está em acontecimentos, grandes reviravoltas, em fatos objetivos. Ao contrário, todas as páginas são dedicadas à narrativa em primeira pessoa de um personagem amargurado e apaixonado (o que nos faz pensar, talvez, que amargura e paixão sejam muito mais íntimas do que pensamos).

Assim, o livro pode decepcionar um pouco já aí: quem não curte linhas e linhas dissertativas sobre o sentir, vai achar um pouco chato.

Por outro lado, quem curte um personagem ruim, amargo, perto de uma síntese (e que não sabe-se se será uma boa ou uma ainda pior consequência), tá aí um bom livro.

Tirando algumas frases um tanto forçadas, como que retiradas duma novela mexicana, a escrita é limpa e sincera. E por isso é também inevitável certa identificação com o protagonista (mesmo que custemos a admitir que também temos o potencial para o ódio e a raiva contra aquilo que amamos).

No fim, vale a leitura, mas é preciso estar numa certa vibe para realmente se impressionar com o livro (tipo ter tido uma frustração amorosa há pouco tempo rsrs).
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MarcusASBarr 01/08/2020

Tormentos da paixão
Nada confunde mais que uma grande paixão... ainda mais quando ela estabelece um triângulo amoroso. Esta é a densa história de amor e ódio de um homem por uma mulher. Adaptado para o cinema, "Fim de Caso" tem como pano de fundo um assunto que jamais se esgotará na humanidade, além de mergulhar de cabeça nas questões da fé.
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