Lost Girls

Lost Girls Alan Moore




Resenhas - Lost Girls: Livro 3


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Nara 02/01/2016

"Era a coisa mais obscena que eu já fizera, e era o que eu queria. A coisa mais obscena."
Alan Moore é um tipo de lenda das HQs. Apesar de conhecer obras derivadas da obra dele, como o filme “V de vingança”, nunca antes havia entrado em contato com uma obra original do autor. Na verdade, o que me fez ter “Lost Girls” na lista dos meus desejados desde tanto tempo não foi o renomado nome do autor, mas a premissa da história. Uma obra erótica envolvendo três das maiores heroínas dos contos de fadas modernos, Alice, Wendy e Dorothy, recontado suas estórias sob uma perspectiva de erotismo me chamou muita atenção. Isso me fez querer essas HQs por muito tempo até conseguir obter uma delas, o volume 3 “O grande e terrível” esse com referência a Dortohy e a Oz, meu conto de fadas moderno preferido, que bom, não é?
Bem, não tive a oportunidade de ler os volumes anteriores, mas “O grande e terrível” pode ser acompanhado sem nenhum problema. Conhecemos a premissa, essas três mulheres, Dorothy, Wendy e Alice, encontram-se em um hotel na Áustria esperando o ataque dos nazistas e enquanto o hotel esvazia-se e a hora de partir não chega, elas contam os desfechos de suas estórias pregressas ao mesmo tempo que se entregam a novas orgias sexuais.
O erotismo é soberbo durante toda a obra e sentimos e percebemos muitas referências a Sade, onde certos personagens como o Monsieur Rougeiur, o pervertido dono do hotel e autor de estórias eróticas imensamente imorais lembram muito os personagens de Sade, ou até ele próprio.Acompanhamos o desfecho das estórias de Alice, Wendy e Dorothy e as alegorias feitas entre o conto de fadas e a realidade vivida por essas meninas: Alice, abusada por uma parente lésbica e usuária de ópio, Wendy e o desejo pelo pedófilo capitão gancho e Dorothy e o pai incestuoso, o grande “Oz”. As descobertas sexuais das mesmas, apesar do pano de fundo distorcido em que acontecem, são contadas como uma viagem de autodescobrimento e ao final, a sensação de que essas meninas venceram e tornaram-se mulheres bem resolvidas e apaixonadas é muito grande.
A príncipio não gostei muito do traço de Melinda, esposa de Moore, mas fui me acostumando e passei a achar as ilustrações belíssimas, todas elas extremamente eróticas misturando realidade e sonho, como nos contos de fada. O final, quando surge um personagem inesperado, me fez perceber que preciso ler as primeiras duas HQs para entender a obra como um todo. Continuarei a procurá-las.

"Aqui dentro, vamos nos aquecer, como manda o figurino. Vamos fazer amor enquanto esperamos aquela coisa que é muito Grande. Que é muito Terrível" Cáp. 21. P.08
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