Vivian de Paulo 25/11/2012Anjo da Escuridão - Shidney Sheldon e Tilly Bagshawe (RESENHA)Meu primeiro autor - depois das “Sabrinas”, “Amandas”, “Biancas” e afins – foi Sidney Sheldon. Eu o conheci através da minha mãe que sempre pegava emprestado alguns livros quando voltara a trabalhar e estudar. Eu tinha 10-11 anos quando li o meu primeiro livro dele chamado “A Corrida pela Herança” que é um livro infanto-juvenil da sua vasta coleção. Me apaixonei perdidamente e, apartir de então, queria ler todos os livros dele que me aparecessem pela frente. Eu demorei a ter computador e internet em casa, então dependia da minha mãe para descobrir e conseguir os livros dele, até ter contato com sebos e mergulhar no universo literário de um modo em geral.
Fiquei muito triste com sua morte em 2007 e foi no dia de sua morte que descobri que ele fazia aniversário no mesmo dia que eu – 11/02 – (*.*). Enfim, de lá para cá vinha me sentindo orfã dele, até entrar numa livraria e dar de cara com “Anjo da escuridão” de SIDNEY SHELDON. Oi? (...) Mas em letras miúdas estava o nome daquela que haveria de desenterrar e/ou ressuscitar Shidney Sheldon, meu ídolo – Tilly Bagshawe. ( Sim, ela já tinha escrito “A Senhora do jogo” que é uma continuação do “Reverso da Medalha” e “Depois da escuridão”, e eu só tomei conhecimento disso recentemente. Pasmen, mas eu estava fechada na bolha chamada “estudo e trabalho”).
Comecei a ler o livro com um certo receio. Afinal não foi escrito integralmente por Sidney Sheldon, e se leva o nome dele é por que é uma de suas obras inacabadas que a Tilly Bagshawe terminou, então fiquei com medo de me decepcionar. Uma diferença que notei entre Sidney e Tilly foi a detecção de um pouco de floreamento e um toque mais romântico em certas partes no livro. Sidney, sempre foi um autor sem muitos rodeios, mais focado em ações do que em sentimentos. Mas o roteiro do livro não deixou a desejar. Eu pensei ter desvendado o mistério logo de cara, por mim, no desenrolar da estória não precisava todos os assassinatos para descobrir quem era o verdadeiro assassino. Mas, o mais surpreendente estava no Epilogo do livro. Não! Não adianta você começar a ler o livro, ter uma idéia de quem estaria por trás dos assassinatos e correr para ler o Epílogo só por que eu disse que a grande surpresa está lá. Você não irá intender nada se fizer isso. A autora foi muito esperta, nessa questão.
Enfim...
Vamos a estória.
Tudo se inicia com o assassinato de um velho milionário amante, colecionador e negociador de artes (Andrew Jakes). Andrew Jakes tem seu corpo mutilado, presencia o estupro da sua esposa durante o crime, logo após é degolado e seu corpo amarrado ao da sua esposa até que alguém os encontre. É claro, tem sempre alguém que chama a polícia! Após a chegada da policia, a esposa é levada para um centro de cuidados médicos, após ter alta, doa toda sua fortuna para instituição de caridade e some no mundo. Sim, esse é só o primeiro de uma série de assassinatos do mesmo formato (todas as esposas são mais jovens que o homem, são estupradas e tem seu corpo amarrado junto ao marido morto na cena do crime, dias após a morte do marido doam suas fortunas para instituições de caridade - muitas delas em prol de crianças carentes - e desaparecem no mundo). Esses assassinatos ocorrem em países diferentes (o que é uma caracteristica dos livros de Sidney Sheldon), e onde há um assassino internacional, há também investigação pela Interpol.
Nosso grande detetive da vez é Danny McGuire. (Um cara que eu chamaria para tomar uma cerveja numa sexta-feira a tarde. Parece ser gente fina!). Ele é o policial que chega na cena do crime do primeiro assassinato. Mas como a viúva toma um chá de sumiço, sua investigação vai por água abaixo e ele não consegue descobrir quem é o assassino. Eis que os anos passam e ele vai trabalhar na Interpol. E um belo dia surge em seu escritório um rapaz chamado Matt Daley (filho bastardo de Andrew Jakes) que quer fazer um documentário sobre o assassinato do pai. Mas porque ele vai procurar logo Danny, que não queria nem ouvir falar mais desse caso? (leia o livro que vocês entenderão o porque dele não querer tocar no assunto) Sim, claro, porque ele foi o policial responsável pela investigação do assassinato do seu pai na época, mas também porque ocorreu um novo assassinato idêntico ao do seu pai, do qual Danny, agora na Interpol, ainda não tinha conhecimento. E assim se iniciam as investigações reais em busca do assassino.
A escolha dos homens pelo criminoso segue a mesma premissa: são homens milionários que abandonaram suas antigas famílias e filhos e nunca mais voltou a procurá-los, tornando os filhos, meio que, "orfãos" de pai. Será que o assassino tinha a intenção de vingar essas crianças/filhos? Mas, e as esposas? O que será que aconteceu com elas? Porque envolve-las na cena do crime?? Por que todas elas tomam as mesmas atitudes de doar suas fortunas para instituições que ajudam crianças e desaparecem?
Matt Daley foi o personagem que mais me irritou durante a leitura do livro. Parece ser um rapaz muito fraco, no sentido de se deixar levar. (Muitas vezes me deu vontade de chacoalhar seus ombros e gritar “ Meu filho, acordaaa pra vida!”) Ele é a prova viva que o amor além de cego, é surdo. E ele acaba, de um jeito ou de outro, por fazer parte do ciclo vicioso do qual o autor/autora nos apresenta. E cá entre nós: Uma mulher consegue deixar um homem tão louco assim??
Enfim, eu gostei do livro, me surpreendeu bastante, principalmente com o Epílogo. Não gostei do caminho que Matt escolheu para ele no final do livro, mas eu gostaria muito de saber como foi a vida dele depois dessa escolha. Tenho certeza que se entendesse um pouco de psicologia e psiquiatria conseguiria talvez entender o porque de alguns comportamentos dos personagens.
Não adentrei demais na estória do livro por medo de soltar spoiler. Mas você viu quantas perguntas o autor te faz fazer?
Agora, se você leu e quiser comentar, fique a vontade. =D
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