Igreja: Carisma e Poder

Igreja: Carisma e Poder Leonardo Boff




Resenhas - Igreja: Carisma e Poder


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Rangel 15/12/2009

A revolução interna necessária na Igreja Católica
A obra “Igreja, Carisma e Poder” de Leonardo Boff, publicado pela Editora Record, no ano de 2005, Rio de Janeiro, de 472 p., teoriza a aplicação da teologia da libertação dentro da própria Igreja Católica, a fim de mostrar que a libertação não vale apenas para a sociedade, mas também para a Igreja em suas relações internas. O papel da Igreja é anunciar a libertação na sociedade e se comprometer com os pobres, oprimidos e desfavorecidos, para que eles se organizem e busquem a sua própria libertação na sociedade. Mas, para que a Igreja exerça esse seu papel, ela precisa ver seus próprios assuntos internos que problematizam questões de ordem de opressão, como o que acontece com as mulheres que não têm acesso ao sacerdócio de Cristo dentro da estrutura eclesiástica, a infantilização dos leigos, que coloca a maior parte do Povo de Deus (a Igreja constituída por pessoas comuns) como segundo plano da formação doutrinária e posicionamento da Igreja enquanto instituição, o desrespeito aos direitos humanos que ocorrem dentro da Igreja que cerceia a liberdade de expressão, opinião e informação dentro da Igreja, que não oportuniza aos membros inferiores da hierarquia do clero se posicionar de forma diferente do que expressou o alto clero nos documentos eclesiásticos, e que não abre margem de debate e questionamento doutrinário sobre a questão da moral familiar, o divórcio, o uso de contraceptivos e a homossexualidade. O genial teólogo Boff aborda todas as problemáticas na sua obra como ensaios de uma eclesiologia militante. Divide a obra em treze partes. Na primeira parte, aborda as práticas pastorais e modelos de Igreja que são de: totalidade (local de presença de Deus), mãe e mestra (conforme o antigo pacto colonial) e salvação sacramental (a modernização eclesiástica necessária), que confronta com o princípio bíblico eclesial de ser presença do Reino de Deus no mundo como um grande povo reunido em nome do Cristo, filho de Deus. Daí, Leonardo propõe a emergência de a Igreja assumir o novo modelo a partir dos pobres, com o compromisso de libertação política e religiosa, que nasce da fé do povo, a fim de superar desafios históricos de opressão, exploração, falta de formação e educação libertadora adequada a grande massa popular, como um apelo à Igreja universal (católica) a se reestruturar nesse sentido. Na segunda parte, as práticas teológicas e incidências pastorais são apresentadas de que a teologia doutrinária católica veio de várias tendências teológicas, com o decorrer da história que se estabeleceu através de consensos cardinalícios, que se auto proclamam detentores da verdade divina absoluta e incontestável. Os inimigos apontados para a teologia católica são os hereges (destoantes da fé), quando se prende a uma doutrina fechada sagrada nos mistérios e nada inserida na realidade das pessoas. Aponta-se então a teologia da iniciação à experiência cristã, que vigora a riqueza da tradição bíblica, de uma verdade pessoal, não assume o caráter institucional eclesiológico na dinâmica da conversão e nem o social. E como terceira tendência, aponta a Igreja Católica Hierárquica que se torna a detentora da fé absoluta de Deus em seus mistérios, a qual sistematiza a salvação universal para os detentores do sacerdócio promover ao resto do Povo de Deus e por isso coloca o sacramento, como único meio de salvação. Abre-se a possibilidade do ecumenismo e diálogo inter-religioso, mas coloca os ateus como ferrenhos inimigos ideológicos da fé católica. A teologia antropológica transcendental aborda o homem pela visão judaico-cristã, que compreende melhor a relação divino-humana, mas que não se abre a questões históricas das sociedades humanas nas suas categorizações, portanto, não dialética. E a teologia escatológica, como quinta tendência, é a dos sinais dos tempos, que se fundamenta no documento conciliar Vaticano II, a Gaudium et Spes, que abre uma reflexão teológica nos campos de atuação pastoral da fé no mundo, com elemento social e histórico a ser considerado, a fim de promover uma mudança histórica mas sem compreensão da realidade, quando não oferece respostas a questões consideradas “profanas”. E há, também a teologia do cativeiro e da libertação, como última tendência pós-Concílio Vaticano II, que parte da questão da indignação ética da realidade da pobreza dos filhos de Deus (boa parte do povo latino-americano e do mundo), que vivem em condições que não são consideradas de dignidade humana e que, por isso, a Igreja deve se posicionar a favor daqueles que precisam dela para ser uma voz profética e denunciadora das injustiças sociais, uma vez que incorpora a realidade para sua proposta de dimensão de fé e construção do Reino de Deus no meio das comunidades e na sociedade como um todo, mas se só preocupar com isso, pode-se esquecer a questão da conversão pessoal e da busca da perfeição da vida cristã. Exige-se aí da fé a dimensão política do cristão e da Igreja, que deve promover uma libertação integral do ser humano em Deus. Na terceira parte, Boff expõe que a Igreja precisa se posicionar na luta pela Justiça e pelo direito dos pobres, como urgência social e como recuperação significativa por parte da Igreja enquanto Cristã (caritativa, solidária e transformadora), como compromisso de se promover justiça nos bens e na vida da Igreja enquanto comunidade. A luta pela justiça precisa se basear na política enquanto politização autêntica do cristão batizado, a fim de ser Igreja Missionária. Contudo, a hierarquia da Igreja reduz o leigo, como parte integrante da Igreja com um compromisso secular, assim como o religioso nas suas atribuições, o que divide a Igreja em dois extremos: o clero e os religiosos de um lado e o povo de Deus que não são o clero e os religiosos, denominados, leigos. Na quarta parte, a questão da violação dos direitos humanos dentro da própria Igreja que polemiza de forma contrária a questão das liberdades de tanto os países democráticos e da própria Organização das Nações Unidas, que defendem enfaticamente seus princípios de liberdade em todos os níveis e sentidos. Há uma denúncia do poder decisório unilateral e centralizador dentro da própria Igreja, que muitas vezes entra em conflito com a consciência e a dignidade da pessoa humana. A escolha dos dirigentes é sempre feita de forma imposta pelos ocupantes de altos cargos da hierarquia da Igreja, como se os leigos fossem marginais ou incapazes de escolherem quem pode os dirigir. Muitas vezes, o clero não considera que dentro do mundo leigo há pessoas qualificadas, bem formadas intelectualmente, excelentes profissionais que poderiam auxiliar a Igreja no seu posicionamento e estruturação nas suas atividades. Impõe-se o celibato como legitimidade moral para o exercício do sacerdócio, como se fosse condição para sacramentalizar atos e capacidade homilética na retórica da fé e catequização cristã católica. E se os sacerdotes contrariarem o posicionamento doutrinário oficial da alta hierarquia recebem punições de não exercerem seus ofícios e não se posicionarem o que pensam conforme suas consciências. Fora a questão do machismo que a Igreja só considera o homem varão ter acesso ao sacerdócio e reduz a mulher como não permitida a ordem do sacerdócio, o que contradiz o documento conciliar Gaudium et Spes (GS 29/289) que proíbe qualquer discriminação contrária ao plano de Deus. Fora a repressão dos hierarcas de comando sobre religiosos e padres, sobre assuntos religiosos em meios de comunicação social, sob pena de submeter a quem fizer ao contrário, processo doutrinário, com ameaça de deposição, além de preenchimento de formulários e relatórios antes de proferir suas opiniões como se fosse um interrogatório judicial. O autoritarismo dos bispos chega a ser abusivo, que impõe rebaixamento quem se pronuncie contra as opiniões deles. A Sagrada Congregação para Doutrina da Fé (antigo Santo Ofício e Santa Inquisição) é a instituição atual da Igreja Católica que impõe o que é de acordo com a doutrina ou não do pensamento dos bispos e cardeais do mundo todo, a qual pode abrir um processo sem que o acusado saiba do que se trata quando é denunciado e pior, não tem direito a uma defesa ampla e nem ao advogado. Tudo é feito em segredo para que o acusado depois saiba da sua condenação sem o direito de resposta – o que é um contra-senso quem defende os direitos humanos perante as demais organizações internacionais e países. O sistema da Igreja é autoritário, em que o poder constituído é do Papa, Bispo e Padre, excluindo os leigos e os religiosos e que não necessitam do reconhecimento livre e espontâneo dos súditos. Em outras palavras, é a instituição da submissão, em que os fiéis crêem que Deus deu o poder ao clero hierárquico dizer a eles o que é a fé, a teologia, a disciplina, a catequese e a estrutura eclesial. Tal autoridade veio da estrutura feudal e romana com costumes, títulos, expressões e símbolos de poder que não foram superados na história, chegando até hoje. O portador de poder é instituído de forma piramidal, personalizada, vitalícia, legal (de acordo com sua vontade para ser lei dentro do sacramento e princípio da ordem), divina (de acordo com a vontade de Deus), intocável e inquestionável. Essa estrutura de poder foi tão profunda que está arraigada até os dias de hoje. Assim, viola-se os direitos humanos de participar, de produzir simbolicamente e de se expressar livremente o sagrado, e faz da organização hierárquica eclesial um meio de submissão. A quinta parte postula sobre o poder e a instituição na Igreja, se eles podem se converter, de acordo com o Evangelho e as declarações do Concílio Vaticano II, com urgência, pois a adaptação da Igreja com a realidade do mundo é necessária para se fazer uma auto-crítica de suas limitações e erros para seguir o sentido evangélico da autoridade, como projeto de libertação de todos os seres humanos a fim de se concretizar, justiça, paz, perdão e amor. Há necessidade de uma eclesiogênese: da velha Igreja nascer uma nova Igreja com verdadeira autenticidade cristã. A sexta parte menciona sobre o Catolicismo Romano, sua estrutura, sanidade e patologias. Os protestantes forçaram a Igreja Católica a rever sua doutrina e seu posicionamento ideológico da fé. O dogma se tornou necessário de forma que a tradição se tornou imprescindível para explanar as verdades da fé, com os sacramentos como meios indispensáveis para a salvação. A Igreja se tornou reacionária e contra a modernidade com o decorrer da história. A presença dogmática da teologia católica se colocou contra o Jesus histórico posicionado pelos exegetas bíblicos, que afirmam que a Igreja se tornou instituição fora das cogitações do próprio Cristo. O catolicismo se posicionou como a Igreja de Cristo, detentora da raiz do Evangelho. Em outras palavras, o catolicismo se tornou a mediação de Cristo no Evangelho como força estrutural organizada, com identidade diferenciada das Igrejas Cristãs protestantes. O catolicismo primitivo foi abandonado em alguns conceitos e outros permaneceu de modo doutrinário representativo dogmático, o que caracterizou o romanismo canônico dentro da Igreja. E assim surgiu as patologias do catolicismo romano que foram: a absolutização e a aculturação da fé, a negação da consciência humana perante a doutrina católica e a dilaceração da dialética no meio católico. Diante de tal identidade, o catolicismo precisou rever seus conceitos baseados na religiosidade popular dos povos, que são vários com elementos africanos, ibéricos, indígenas e modernos, a fim de inculturar e não aculturar. A sétima parte menciona em favor do sincretismo como produção da catolicidade do catolicismo, pois resgata o cristianismo e catolicismo primitivo que foram sincréticos para evangelizar gregos, romanos e asiáticos, a fim de constituir novas expressões religiosas. Fazer-se identidade na pluralidade é o melhor caminho, a fim de resgatar a religião que é maior do que a doutrina. A práxis da fé tem que possuir a tolerância, o diálogo e a compreensão do diferente, a fim de haver uma pedagogia de crescimento e maturidade. Na oitava parte, aborda-se as características da Igreja numa sociedade de classes, a fim de restabelecer o modo de produção da sociedade no campo religioso-eclesiástico, a fim de evitar uma função conservadora e dominante de estratégia hegemônica de uma classe ou uma cultura sobre a outra. O modo participativo, fraterno e simétrico na produção religiosa de símbolos se faz pela direção da justiça na Igreja de bases. Monopolizar a doutrina e a liturgia destoa e fica fora da realidade de tantos povos que têm suas culturas e modos de pensar. A Igreja precisa ser revolucionária na estratégia da libertação dos povos que são submetidos ao modo de produção capitalista, no sentido de mudar a lógica do livre mercado, que o ser humano deve ser mais valorizado que o dinheiro e as propriedades. Resgatar comunidades de base como os primeiros cristãos é romper o monopólio do poder social e religioso na inauguração da Igreja na sociedade, a fim de gerar relações equânimes. As comunidades eclesiais de base são exemplos de conscientizar o povo em transformar a realidade que vive, os quais são sujeitos da história, que proporcionam uns aos outros, dignidade humana e que personalizam práticas libertárias das classes dominantes. O leigo se torna portador da sacralidade, participante do poder sagrado enquanto serviço, que faz do poder uma função eclesial ministerial e não um privilégio. A ação pastoral da Igreja deve ter um valor político de reconstituir a sociedade civil, a fim de a práxis comunitária e solidária uma nova forma de convívio social em contraposição à sociedade burguesa. Por isso, que a Igreja deve ser libertadora, sacramentalizadora de libertações concretas, prolongadora da tradição dos Atos dos Apóstolos dos primeiros cristãos, comungante com a Grande Igreja (a teia das comunidades eclesiais de base em ligação universal), construtora da unidade e concretizadora da catolicidade da participação de todos com direitos assegurados em comunhão real com a sociedade, apostólica em testemunhar e ser responsável pela comunidade e realizadora da santidade nas decisões comunitárias em prol do Evangelho. A nova parte aborda a Comunidade Eclesial de Base, como o mínimo do mínimo do encontro povo oprimido e crente, que partilha a Palavra de Deus e o Evangelho na vida, a fim de se posicionar socialmente e politicamente ações e visão de fé como fruto de reflexão e compromisso de realizar uma caminhada comunitária e que celebra a fé cristã. A décima parte menciona as eclesiologias subjacentes das comunidades eclesiais de base que são: a Igreja que nasce da fé do povo que faz uma crítica ao sistema e à realidade, busca valores e soluções para os problemas da realidade cotidiana numa reflexão baseada na fé e vivência de ser Igreja e com uma práxis de diálogo e engajamento na defesa dos direitos e interesses das próprias comunidades. É a capacidade de ser Igreja Comunitária nos serviços sem hierarquia e profética como instrumento de libertação. A décima primeira parte questiona a respeito da justificação da distinção da Igreja Docente e Igreja Discente, a que fala e a que escuta – pois todos os membros deveriam ser aprendizes e mestres, a fim de haver troca de saberes, sem dominação, com franca crítica mútua, no sentido manter um espírito relacional horizontal e não hierárquico-vertical. A décima segunda parte propõe uma visão alternativa, a da Igreja Sacramento do Espírito Santo, em que a Igreja deve seguir o modelo carismático, que o Espírito Santo de Deus e de Cristo seja a energia do aprofundamento da fé para se vivenciar a Igreja-Comunidade, que se baseia no modelo do Cristo encarnado e ressuscitado e que se abra ao Espírito Santo para realizar o Reino de Deus Pai, uma realidade de paz, justiça e amor. A décima terceira parte, por fim, propõe e conclui a estruturação alternativa da Igreja que deveria se pautar no carisma, como princípio da organização: os carismas dos fiéis todos são importantes teologicamente falando para aprofundar e celebrar a fé. Todos pertencem ao povo e reino de Deus – o poder sagrado sacerdotal é de todos. O Espírito de Deus é gratuidade a cada um, um dom dentro da organização da comunidade-Igreja, realidade viva na comunhão de todos, em que não há privilégios e funções mais importantes – todos são essenciais. Os talentos humanos são valorizados e os de direção são considerados hierárquicos, mas não com poder de sentido profano monárquico, feudal de auto-sacralização. A diaconia (prestadores de serviço) e a oiknomia (direção da casa) seriam equivalentes. O Presbiterato (os padres) é um órgão assistente da organização e o Papado, o líder religioso mundial da Igreja universal que incentiva e expressa a comunhão de todas as Igrejas-Comunidades entre si. Depois, na obra, têm os apêndices sobre o processo doutrinário “Igreja: Carisma e Poder”, que tem a carta do Cardeal Joseph Ratzinger que caracteriza o livro do Leonardo Boff como a utopia revolucionária proposta pela Igreja alheia a ela e que há termos no livros jocosos, polêmicos, difamatórios e impróprios para um teólogo, e fora que considera a utilização de uma teologia (da libertação) pelo teólogo fora do contexto doutrinário da Igreja, e considera incoveniente a proposta de modelo eclesiológico sobre a questão meios de produção religiosa, o que é estranho tal princípio à teologia (doutrinária). Ratzinger (hoje Papa Bento XVI) reafirma que a constituição da Igreja enquanto instituição é divina e hierárquica e que existe um ministério hierárquico exclusivo ao sacramento da Ordem – e que a eclesiologia militante é considerada para a Congregação da Doutrina da Fé como intolerante e incompreensiva à Igreja institucional e que o socialismo utópico não pode ser identificado com o Evangelho. No documento 2 do apêndice, Leonardo Boff esclarece as preocupações da Congregação para a Doutrina da Fé sobre o livro “Igreja: Carisma e Poder”, que contextualiza seu livro para os desafios social e eclesial da própria Igreja Católica, de acordo com os documentos oficiais do Magistério eclesiástico (Santa Sé, CELAM, CNBB), bem como se baseia em teólogos renomados sobre suas posições em relação ao livro que escreveu e que a crítica feita a institucionalidade da Igreja é de caráter profético no sentido de se fazer necessidade de reestruturá-la. A proposta do livro não é revolucionária como se entende pela Congregação, mas sim evangélica, o que se pode compreender uma revolução quando as mazelas do mundo forem superadas. A Igreja de Cristo subsiste na Igreja Católica e nas demais igrejas cristãs, no sentido de a própria Igreja se converter nas suas mediações imperfeitas, diante do que é Jesus para todos. E o princípio protestante há também no catolicismo, enquanto expressão dogmática de que todo sistema é aberto nas experiências legítimas de fé. Não se deve ser rígido nas formulações sobre fé e sim, encarnar culturas da fé. O que muda não é a fé cristã, mas muda as expressões culturais da fé, que devem ser compreensíveis a todos. Recorre-se a GS 44/340 de que “adaptar o Evangelho, enquanto possível, à capacidade de todos... deve permanecer como a lei de toda a evangelização” e que não houve destituição epistemológica do socialismo utópico com a identificação do Evangelho. Enfim, a teologia é uma realidade da fé que passa e que pensar e viver a Igreja enquanto comunidade é seguir Jesus na força do seu Espírito. No documento 3 do apêndice, há a notificação da Congregação Doutrina da Fé do livro a Leonardo Boff, a qual expõe que o referido livro põe em perigo a sã doutrina da fé. No documento 4 do apêndice, há o comentário crítico e confutação dos pontos de notificação da referida congregação por Leonardo Boff, o qual menciona sua pena de ficar em “silêncio obsequioso” da sua cátedra teologia, da Revista Eclesiástica Brasileira e de não publicar na Editora Vozes. Boff expressa sua fé na esperança dos cristãos que procuram sua libertação integral pelo Evangelho e que a missão da Igreja é integral no mundo. No documento 5 do apêndice, Leonardo Boff faz um balanço crítico após vinte anos do processo doutrinário do seu livro “Igreja: Carisma e Poder” no Vaticano e expõe a questão da teologia da libertação em relação a Santa Sé, o propósito das CEBs como Igreja Militante e que a Igreja Católica não é a única Igreja de Cristo e que é possível ser cristão e revolucionário ao mesmo tempo, sob o compromisso da fé em boa consciência. No documento 6 do apêndice, Boff deixa uma carta aos companheiros e companheiras de caminhada de que prefere a fé que supere o medo e na esperança de um futuro por uma sociedade baseada na prática de Jesus e entusiasmo no Espírito, a fim de a Igreja ser popular, libertadora e ecumênica. A organização da obra é magnífica, consistente e lógica, com um padrão sistemático formidável e com um assunto polêmico sobre a estrutura institucional da Igreja Católica, que rendeu ao autor um processo doutrinário no Vaticano, por causa de suas idéias revolucionárias para reestruturar a Igreja baseada no carisma e não no poder mundano e profano que existe pela hierarquia que se auto considera divina. Há fatos históricos apresentados como exemplificações genéricas e específicas para um público-alvo acadêmico teológico, filosófico, religioso e militantes de pastorais, ONGs, associações, CEBs e estudiosos da teologia da libertação. Existem muitas citações que corroboram com o pensamento do autor, que utiliza uma linguagem acadêmica formal, que envolve e se adequa ao leitor visado, com elucidações e proposições claras. O autor conclui excelentemente sobre como poderia ser a Igreja Católica: baseada nas comunidades eclesiais de base (CEBs). As conclusões são fortes, convincentes, memoráveis, com didatismo acadêmico extraordinário e estilo instigante. A bibliografia é eficaz e o autor, como doutor em teologia e filosofia, merece a honra de ser considerado um profeta do tempo atual que teve a coragem e a ousadia de denunciar as patologias internas da própria Igreja Católica que precisam ser curadas para ela se tornar uma Igreja Militante e Popular, de acordo com a fé do Povo de Deus.
Sandra 22/05/2011minha estante
Rangel,
Parabéns,você fez um ótimo resumo do livro e exposição da sua opinião completamente a favor do autor. Pensei não encontrar esta postura já que no curso de teologia a maioria repugna o autor. Li somente até a página 100. Ainda não tenho embasamento para discussões aprofundadas, porém sinto que em vários momentos a Igreja tomou as posturas e decisões que melhor lhe couberam, e não raras vezes, reconheceu seus erros e lamentou-os. Jamais podemos esquecer que Cristo a fundou, mas ela é composta de homens falíveis. Sandra


Rangel 10/08/2011minha estante
Obrigado, Sandra, pelo seu comentário. Este livro de Leonardo Boff é muito bom e intrigante. Eu recomendo!




Fenix.Pires 09/09/2018

Uma Crítica
O movimento católico sempre foi marcado por sua intransigência ante às críticas, tanto interna quanto externas. O doutor Leonardo Boff perpetra uma crítica amorosa, construtiva, bem construída, dentro de uma hermenêutica histórica e crítica no vies dialético, apontando problemas e soluções ante as transformações seculares.

Eis um texto recomendado para os que desejavam analisar a igreja sob um ponto de vista de alguém que ama a igreja é sempre deseja o seu melhor.
Tiago.Andrade 29/04/2019minha estante
https://www.youtube.com/watch?v=D3bgyw0nRFA
basta assistir esse vídeo e sua continuação pra esclarecer qualquer cristão que esse livro está a serviço do capeta.




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