Veneella 01/07/2012Mais em http://www.bookpetit.comResenha: http://www.bookpetit.com/2012/06/stolen-carta-ao-meu-sequestrador-lucy.html
"Síndrome de Estocolmo (...)Caracteriza-se pela identificação da vítima com seu sequestrador. Trata-se de uma estratégia inconsciente de sobrevivência, uma tentativa de conquistar a simpatia do sequestrador, por medo de retaliação e/ou violência.(...)" (extraído do início do livro)
Você seria capaz de amar alguém que lhe roubou o mundo? Amigos, família... forçada a deixar tudo para trás. É possível se apaixonar por alguém assim? Mesmo que ele tenha olhos gentis? Mesmo que ele não te bata, ameace ou torture? Mesmo que ele apenas queira ser amado, e que você o entenda de alguma forma?
Gemma passa vários dias junto à seu captor no meio de um grande deserto australiano. Não há por onde escapar, e por todos os lados há apenas a imensidão arenosa. Mas ainda assim ela não desiste, e passa seu tempo elaborando planos e procurando por maneiras de fugir. Durante esse convívio, ela pode conhecer as facetas de seu sequestrador - tanto ruins quanto boas.
Ty é uma pessoa perturbada por sua infância e seu passado, mas ainda assim uma pessoa gentil, selvagem. Após observar Gemma por muito tempo, ele percebe que precisa dela e a rapta, levando-a para um local isolado onde ambos podem ser livres. Viver apenas da natureza, em contato e respeito com ela. Ele é um "vilão" muito bem construído, o que eu adoro, despertando sentimentos estranhos e contraditórios. Alguém que, se não fosse pelos traumas e complicações, seria talvez até mais que apaixonante, e faria você torcer por ele.
Como o título sugere, o livro é escrito em forma de carta para Ty, com Gemma contando à ele tudo o que passaram pela visão dela. Pela forma como é escrito, a diagramação não se dá em capítulos, mas com pequenos asteriscos dividindo alguns momentos e evitando que a leitura se torne cansativa. O que de fato não ocorreu. A leitura transcorreu rápida e sem problemas - devorei em dois dias.
Ao final eu estava tão confusa sobre meus sentimentos quanto Gemma, o que só prova a habilidade da autora de nos fazer imergir na trama e atingir seu propósito. Ou será que sou propícia a desenvolver Síndrome de Estocolmo em situações assim? De toda forma, foi uma leitura envolvente, deixando sentimentos conflitantes que provavelmente vão habitar minha cabeça por um tempo.
Quanto ao trabalho da editora, houve apenas dois erros simples ao longo do livro, como um nome não traduzido. Porém o acabamento do mesmo ficou impecável e muito bonito.