Clio0 25/09/2023
Os 15 Minutos de Fama de Warhol e as Assinaturas de Dali foram as precursoras da proposta de Frédéric Martel... tudo é arte e arte é comercíavel.
Em quase quinhentas páginas, o autor expõe sistematicamente a forma como a propaganda ideológica é vendida em garrafas e coca-cola e a bunda brasileira se propaga em cadeias televisivas.
Diferente de algumas teorias clássicas, esse livro argumenta que a a produção cultural torna-se de massa, ao invés de surgir para tal. Assim, tudo o que temos de tipicamente seja-lá-qual-for-sua-nacionalidade é observado, analisado, transformado e finalmente ofertado para o mercado mundial.
O exemplo mais interessante é realmente a já famosa novela brasileira que encanta pessoas de diferentes culturas por ser, na maioria dos casos, "exótica" ou generalizante. Logo, tudo que é interessante localmente ou formado na atualidade tem que ser cuidadosamente adaptado ou será um mau-propagador/não-comerciável.
Por que Escrava Isaura fez mais sucesso internacionalmente do que a aclamada Que Rei Sou Eu? Porque é uma tem sua fantasia facilmente assimilada por seu contexto histórico enquanto a outra exigia um profundo conhecimento da política brasileira da década de oitenta.
É um texto rico e delicioso, porém é uma proposta acadêmica e o autor escorrega frequentemente em sua apresentação para o público leigo. Leia com cuidado.