SahRosa 29/05/2013
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Composto de quatro contos e quinze poemas, além de curiosidades, O Anjo Poeta traz ao leitor uma experiência com anjos totalmente diferentes dos padrões atuais. Os anjos de Eddy Khaos não são bonzinhos e protetores, mas sim os bravos guerreiros de Deus, capazes de extinguir a humanidade e todos aqueles que se voltam contra as ordens divinas. O livro começa nos apresentando a história de Rafael, um anjo que desobedeceu e foi fadado a viver como um humano, morrendo e reencarnando, até que Deus decide perdoa-lo e convocá-lo para a batalha final. Nessa primeira história intitulada Selva de Concreto, Prisão Humana, encontrei uma narrativa bastante poética e sublime, o conto foi rápido e de fácil compreensão.
Em seguida, foi à vez de O Apocalipse Angelical, passado em 21 de Dezembro de 2012, mostrando a terrível batalha que levou a morte para os seres humanos. Nesse conto, que por passagem foi o maior do livro, temos bastante ação, lutas e carnificina. Eddy nos traz os anjos guerreiros e mostra um Deus cruel, confesso que fiquei um pouco insegura com a leitura, afinal fui criada a acreditar em um Deus amoroso e misericordioso, que perdoa seus filhos, se eles realmente forem sinceros. Não foi fácil ler O Apocalipse Angelical sem questionar o porquê de um Deus tão mesquinho e mau, mas em prol da literatura, deixei minha crença temporariamente de lado para aproveitar tudo que me era oferecido em O Anjo Poeta. Nesse segundo conto, narrado em terceira pessoa, temos como plano de fundo o Apocalipse e a luta dos Anjos em acabar com a raça humana, mas nem tudo sai como o planejado e dentre o lado humano, há o escolhido em acabar com toda a matança, aquele que irá abalar o Reino dos Céus. Novamente, a escrita peculiar do autor se torna ainda mais presente, no entanto, achei O Apocalipse Angelical um pouco monótono, mesmo com as várias batalhas impostas, essa foi à história que pouco apreciei, não pelo fato religioso, mas por não ter conseguido envolver-me os personagens e com o enredo.
Continuando com Detetive das Sombras, nessa história temos dois narradores e ambos são feitos em primeira pessoa, este conto foi o que mais gostei, pois senti um maior entrosamento com os personagens e autor se focou bastante em mostrar os sentimentos de ambos, o que achei muito envolvente. Detetive das Sombras conhecemos Eddy e Laís, dois caçadores de entidades sobrenaturais, que se amam em segredo, mas que por um acaso do destino acabaram se separado por muito tempo e quando se reencontram, percebem que aquele sentimento tão puro ainda arde seus corações. Nesse conto, como mencionei, o autor se focou bastante no amor, suas descrições foram ótimas e senti uma grande diferença desse para os outros contos, senti que o autor foi mais solto e maduro.
Por último, conhecemos O Anjo Poeta, um anjo que foi capaz de sacrificar sua vida celestial em prol de seus ideais, vivendo ao lado dos homens, amando e sofrendo como eles. Em sua vida humana, ele escreve os mais belos poemas, tornando-se um famoso autor. Sua nova vida estava perfeita, como escritor reconhecido e com a sua mulher amada ao seu lado. No entanto, seu destino é trágico... Por ordens superiores, os Anjos da Morte são mandos para ceifar a vida de sua amada e do filho que ela carregava no ventre, despertando assim, o ódio do bondoso anjo caído. O Anjo Poeta foi um conto curto, mas bem explorado pelo autor, com ótimas pegadas e bom desfecho.
Após os quatros contos, o restante do livro é composto dos mais variados poemas, todos eles incluem os Anjos, Nifelins e outros seres místicos. Os poemas de Eddy Khaos são bem estruturados e carregados de emoção. No entanto, eu preferia que tivesse mais contos para apreciar e me aventurar. Para concluir a resenha, posso dizer que O Anjo Poeta foi uma leitura diferente, uma experiência bastante produtiva, eu achei muito interessante essa composição de contos e prosas, pois ao ler os poemas no final, pude perceber que combinam com cada conto, dando maior profundidade a obra.
Quanto ao trabalho editorial, essa é a primeira vez que tenho contato com algum livro da Editora Literata e não tenho que reclamar. Não encontrei nenhum erro de revisão, a diagramação esta linda, as folhas são amareladas e a tipografia usada é bem destacada. Recomendo o livro para os leitores que apreciam contos rápidos e poemas.