Resenhas - Vida conjugal

Lucas1429 27/09/2021

Eu só entendi a genialidade do livro quando deixei uma risada escapar pela primeira vez
Uma dica que eu queria ter recebido quando começava a ler esse livro era de não levá-lo muito a sério. Só me toquei do seu tom zombeteiro quando relaxei e percebi que o livro queria mesmo era me fazer rir um pouquinho enquanto fazia suas críticas. Em determinado capítulo no meio do texto se dá a entender até que tudo que estamos lendo não passa das histórias escritas na oficina de escrita que a personagem principal frequenta.
Por isso relaxe um pouco antes de pegar nesse livro, juro que vai valer a pena. Você vai sorrir e refletir bastante.

Marker 22/03/2020

Chique, rápido, trágico e cômico em partes não exatamente iguais.

Leila de Carvalho e Gonçalves 13/07/2018

Você Acredita No Casamento?
Sérgio Pitol é um dos mais renomados nomes da literatura mexicana em atividade. Vencedor do Prêmio Cervantes em 2005, "Vida Conjugal" revela-se um boa oportunidade para conhecê-lo. Em apenas cem páginas, o livro é uma tragicomédia, recendendo ironia, sobre um casamento mal sucedido.

Sua suspeitíssima narradora é a esposa, Maria Magdalena Cascorro ou Jacqueline Cascorrô, nome que adotou para esconder sua origem humilde. Em seu relato, ela revela o que quer, deixando o leitor só com uma parte da história cuja fidelidade, em sã consciência, ninguém ousaria defender.

Casada com um 'self made man" do ramo de turismo, Nicolás Lobato é um homem dedicado ao trabalho e as amantes. Para Jacqueline só resta afogar seu tédio, frequentando cursos de arte e literatura para uma elite endinheirada, o que lhe proporciona uma leve camada de verniz.

No entanto, seu real interesse é encontrar um príncipe encantado que ajude a assassinar o marido para que juntos possam desfrutar da imensa fortuna, mas o que ela não imagina é para onde seus sonhos irão levá-la...

Iza 17/10/2012

O que quer esta mulher?
Jackeline: um casamento sem sentido pra ela, amores extra-conjugais fracassados, com um interesse duvidoso pelas artes, filosofia, cultura em geral. Uma falta de vínculos com família de origem. O que ela quer, deseja realmente? E esta compulsão a querer matar o marido a cada vez que encontra um cúmplice num amante? Qual o sentido real da vida desta mulher ? Terá sido autêntica e sincera consigo mesmo em algum momento de sua vida??

Fabiana 18/09/2012

Cuidado com aquilo que desejas...
É o tipo de livro que você lê em uma tacada só (na verdade li em menos de 24 horas). A fina ironia e sarcasmo do texto de Pitol dão um tom bem interessante à narrativa. Em meio a um texto leve e aparentemente despretensioso, há uma crítica mordaz a que ponto chega o ser humano para alcançar suas ambições e esconder as suas misérias. Gostei bastante da tensão sádico-masoquista entre a protagonista e seu marido presentes do início ao fim. Gostei tanto da complexidade da personagem principal que mesmo em meio a tantas dissimulações cheguei a torcer por ela em vários momentos de sua trajetória. Diversão e boas reflexões garantidas!

kalebe 26/06/2012

Ah, a classe média ...
Para continuar o texto acesse O Espanador :http://www.espanadores.blogspot.com.br/2012/05/vida-conjugal-sergio-pitol.html

(...)
E me impressiona muito a força dessas poucas páginas, de um autor mexicano tão importante, mas quase desconhecido para o público aqui do nosso país (mesmo adorando a nossa querida língua portuguesa, acho um pesar não falar o mesmo idioma do resto da nossa América Latina), mas vencedor do prêmio Cervantes em 2005 pelo conjunto da obra: Sergio Pitol.

Em Vida Conjugal, somos apresentados a um casal aparentemente comum e com grandes ambições. María Magdalena, ou melhor, Jaqueline Cascorro (ela abandona o nome como uma pequena amostra em deixar todo o seu passado humilde pra trás) se casa com o jovem Nicolás Lobato, que conhece ainda na faculdade, cheio de sonhos e esperanças.

Mas essa ambição faz o casal ascender socialmente de uma forma rápida e inacreditável. Nicolás se dedica à carreira no ramo hoteleiro, Jaqueline tenta preencher o vazio de sua vida com cursos de arte e se encher de 'cultura'.
(...)

Aguinaldo 03/08/2011

vida conjugal
Nunca havia lido nada de Sergio Pitol, mexicano de seus quase oitenta anos, ganhador do prêmio Cervantes de 2005. Encontrei este "Vida conjugal" em um balaio de um sebo paulista e o li com autêntico prazer. É um romance curto, onde somos apresentados às atribulações do relacionamento de um casal mexicano durante a segunda metade do século passado. Esse casal, Jaqueline Cascorro e Nicolás Lobato, experimentam ascensão e queda, períodos de riqueza, viagens e serenidade com outros mais sombrios e humilhantes, vivem a dor das traições e o lenitivo dos reencontros. A ironia e o humor preenchem este romance do começo ao fim. Aprendemos um tanto sobre a vida íntima do equivalente à classe média do México, mas não encontramos em "Vida conjugal" reflexões sobre o cenário político ou econômico mexicano, demonstrando que não é necessário em um romance explicitar engajamentos políticos, ideologias e outras escravidões mentais (como muito se vê na produção brasileira dos últimos tempos). É um romance ligeiro e movimentado, talvez um tanto esquemático demais, já que depois de duas reviravoltas ficamos adestrados completamente aos truques utilizados por Pitol no trato de seus personagens. De qualquer forma gostei muito deste sujeito e da trama criada por ele. Romance honesto. Quem sabe quando um outro livro dele cairá em minhas mãos? Logo veremos. [início 28/07/2011 - fim 31/07/2011]
"Vida conjugal", Sergio Pitol, tradução de Bernardo Ajzenberg, São Paulo: editora Companhia das Letras, 1a. edição (2009), brochura 14x21 cm, 107 págs. ISBN: 978-85-359-1427-6 [edição original: La vida conyugal (Mexico: editorial Anagrama), 1991]

Celso 10/10/2009

Excelente!

É um desses livros para se ler com calma. Muita calma. A história é simples, apesar de ter um final muito divertido ou irônico, como preferir. Vale a pena ler pela qualidade literária.

Do mexicano Sergio Pitol, considerado um dos maiores autores em língua espanhola da atualidade, a conta a história atribulada de Jacqueline Cascorro e Nicolás Lobato. De origem modesta, dedicam-se, cada qual a seu modo, a buscar alternativas capazes de transformar em passado o cotidiano medíocre em que vivem na Cidade do México. Além do repúdio ao fracasso, compartilham uma segunda obsessão: a infidelidade. Certamente por prazer, mas, no caso de Jacqueline, com um objetivo a mais: a eliminação física do marido. Da reunião dessas duas necessidades permanentes - ascensão socioeconômica e adultério -, Sergio Pitol extrai uma trama de tonalidade paródica recheada de suspense, ironia e humor.

Perfeito para quem busca boa leitura.