A esquerda que não teme dizer seu nome

A esquerda que não teme dizer seu nome Vladimir Safatle




Resenhas - A esquerda que não teme dizer seu nome


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Lista de Livros 25/06/2020

Lista de Livros: A esquerda que não teme dizer seu nome – Vladimir Safatle
Parte I:

“De fato, nenhuma pessoa sensata poderia ser contrária à meritocracia e à recompensa pelo empreendedorismo. No entanto, tais valores apenas encobrem o pior cinismo quando não vêm associados à luta contra a desigualdade de oportunidades e condições. A diversidade de talentos é, muitas vezes, a capa que se usa para acobertar que a diversidade de riquezas é um problema que quebra a possibilidade de desenvolvimento individual por mérito.”
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“A esquerda deve meditar um pouco sobre esta afirmação de Warren Buffet, um dos homens mais ricos do mundo: “É verdade que há uma guerra de classes, mas é a minha classe que está fazendo a guerra e ganhando”.”
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Parte II:

“Por mais óbvio que isso possa parecer, o homem é este ser dividido que, por um lado, é sujeito de um desejo de ruptura, de reconfiguração de sua forma de vida e, por outro, precisa de geladeiras cheias.

Anular as geladeiras, ou seja, instaurar a política no solo de uma cruzada contra o “serviço dos bens”, dizer que a república não tem necessidades e simplesmente ignorar o peso dos sistemas particulares de interesse só vai nos fazer perder as condições de realizar nosso desejo de reconfiguração do campo do político e de nossas formas de vida.

Afirmar que o indivíduo não é a medida de todas as coisas não significa afirmar que ele não é medida de coisa alguma. Esse é um erro comum que encontramos em certa tradição da esquerda. Até porque vale a pena lembrar que o indivíduo nunca é apenas o indivíduo. Em certos momentos, ele é o ponto de reflexão a partir do qual a vida social se volta contra si mesma. Nesses casos, o sofrimento do individual serve para mostrar os impasses de um conceito abstrato de universal, pois desvela o ponto cego de processos que justificam sua violência servindo-se da perspectiva onisciente da realização da história. O indivíduo sabe que a violência da justificação é a maneira mais segura de tais processos não se realizarem.

Talvez este seja o verdadeiro sentido de uma afirmação capital de Lênin: “Comunismo é: todo o poder aos sovietes, mais a eletrificação de todo o país”. Seria o caso de acrescentar a seguinte ideia: com a eletrificação de todo o país, ou seja, com o reconhecimento da necessidade dos indivíduos, é possível que a população acredite nos sovietes; sem isso, os sovietes virarão palavra morta, pois não existe socialismo na miséria. Na miséria, existe apenas miséria.”
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Erick 15/08/2012minha estante
Pela resenha, o livro parece ser bem interessante. Isso que ele fala das "questões inegociáveis" me parece fundamental, visto que os partidos possuem um projeto ideológico utópico, mas quando chegam ao poder, percebem que as mudanças são irrealizáveis.
Da mesma forma, educação de qualidade e universal é inegociável, superar as desigualdades socail e cultural é inegociável, democratizar as comunicações e a tecnologia é inegociável, mas muitos partidos da dita esquerda esquecem essa agenda para se enquadrar na democracia parlamentar burguesa. Legal a exposição do Vladimir de analisar todo esse panorama.


Luara 15/08/2012minha estante
É um intelectual de esquerda que apesar de novo, é muito bom. Indico além desse livro um outro livro de uma pensadora contemporânea francesa, chamada Viviante Forrester, o livro se chama:"Uma estranha ditadura", o livro foi traduzido pelo Vladimir Safatle.


Luana Ribeiro 16/08/2012minha estante
gostei lu e vou procura esse livro minha amiga tava falando dele!!!


F Fernández 22/08/2012minha estante
A esquerda brasileira é bem lenta, a europeia ao menos entendeu o papel do mercado e da análise marxista no século XX. Já pensou usar Opus Dei de Agostinho para explicar a modernidade? Descabível. A esquerda precisa compreender a sociedade de consumo, porque ela se torna consumista, porque ela aceita o consumismo, qual o valor da existência sem um norte para o entendimento de seus atos. Qual o valor do vigor e da força no âmbito do desejo humano moderno.

Outro ponto é , o estado racionalizado. O sistema de governo racionalizado, assim como o governo e o próprio mote democrático e o internacionalismo. Compreender o espaço geográfico de forma diversa, compreender o meio moral de outro modo, criando uma divisão do que é aplicável e qual se atenta para tal.




Joana Baraúna 09/07/2013

Blá blá blá
Coito interrompido da esquerda infantiloide que Safatle representa.
Luis.Fernando 14/07/2015minha estante
Seria mais útil se você desenvolvesse seu comentário para que ele possa ser considerado uma resenha. Desse jeito, é só uma manifestação de posição política.


Thiago 24/09/2017minha estante
Ela lê livros do Danilo Gentilli e dá 4 estrelas pra eles. O que mais se poderia esperar?


Vitor922 24/04/2018minha estante
Exato, Joana!


@mirnato30nov 14/12/2019minha estante
Xinga quem não consegue descrever/resenhar sequer o que leu. Chama-se analfabetismo funcional. Uma pena!




Marche 09/07/2016

A esquerda que tem vergonha dos nomes atuais
Denso, principalmente para quem não está habituado à política e é um bebê em crescimento vertiginoso, que é o caso do nosso povo (eu).
Traz posições da esquerda original, que não tem vergonha de dizer o nome, mas tem vergonha dos nomes que dizem ser esquerda, tanto que nem os cita muito no livro.
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Luísa 05/01/2020

Leitura necessária a quem se vê em processo de politização
A esquerda que não teme dizer seu nome é um livro que busca resgatar a que deve se propor uma esquerda que se diz revolucionária e que tem como projeto a construção de uma nova sociedade. É um livro curto, mas com ideias e conceitos fundamentais do que é a esquerda, do que ela deve ser e de que ela deve se afastar.

Algumas das ideias trazidas pelo autor são bastante ousadas a meu ver, como a da equação da indiferença, mas que, feita uma reflexão mais aprofundada, tendem a fazer sentido. Sua explicação sobre soberania popular é muito acertada e pertinente, apesar de exigir maior esforço do leitor para compreensão, assim como os momentos em que o autor se dedica a considerações filosóficas, com as quais ainda tenho muito pouca afinidade.

De maneira geral, não é um livro simples e fácil de ler considerando pessoas que não têm qualquer contato com o debate político, mas, para aqueles que já se veem inseridos nessas discussões, mesmo que ainda de forma incipiente, recomendo fortemente a leitura, para que, já no começo de sua politização, o leitor tenha em mente o projeto político da esquerda e conceitos fundamentais.
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Lorena 09/11/2020

A esquerda que não teme dizer seu nome
Uma leitura rápida e importante para situar posicionamentos da esquerda mais radicalizada, apresentando questões básicas e centrais em perspectiva ampla.
A proposta não é apresentar conteúdos de forma densa, aprofundada, por isso o autor parte de outro patamar de discussão. Quem está menos familiarizado ao debate pode não compreender alguns conceitos apresentados, embora seja perfeitamente possível acompanhar o raciocínio. Além do mais, pode até mesmo ser um aquecimento para leituras mais densas.
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DsávioEngHaw 17/08/2015

Excelente Livro
Um excelente livro para se começar um estudo sobre a conjuntura atual da esquerda. Viver ou morrer? Livro conciso com indicações de pensamentos e caminhos a seguir. Recomendo. Voltarei a ler em breve.
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flaviamagris 21/06/2023

Pra esquerda radical carregar no bolso.
Safatle compilou três fundamentos da esquerda que seus membros nunca podem abandonar: a defesa radical do igualitarismo, a soberania popular e o direito à resistência.
Achei uma ideia muito boa do autor. O livro é como se fosse mesmo um manual para que, nós de esquerda, nunca nos esqueçamos qual sentido nossa luta deve tomar e como devemos fazer.
Apesar do livro ser breve e não se aprofundar nos assuntos (nem é esse o objetivo), é necessário um prévio conhecimento do leitor sobre o pensamento de esquerda, já que, em alguns assuntos, um conhecimento baseado no senso comum pode gerar más interpretações sobre as ideias do autor.
Talvez eu me contradiga aqui; mas eu, que comecei a me aprofundar na esquerda radical a pouco tempo e tenho um conhecimento ainda muito superficial, consegui ter muito proveito do livro. É pro iniciante ao avançado, uma vez que, como um manual de bolso, deve ser relido muitas vezes ao longo da vida.
A linguagem não é tão difícil, o que retarda mais a leitura é a complexidade dos assuntos que o autor aborda. É um livro pra ler com calma e paciência pra pensar.
Recomendo demais!!!
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Brunov 11/01/2023

Brabo
Sob o contexto de um esquerda que só sabe pensar a governabilidade numa perspectiva liberal, Safatle propõe a pensar em alguma ruptura radical e dá pistas para esse processo através de distinções importantes como a diferença entre justiça e direito, bem como o papel do indivíduo como referência dos sofrimentos.

Em dado momento, achei um pouco cômico como, sem esse contexto de ser pela esquerda, poderiam ser retirados trechos para superficialmente justificar os atos bolsonaristas de invasão ao Congresso que aconteceram pouco antes dessa leitura e, sua postura contra identitarismo ainda encontra paralelo na atitude reacionária, bem como a crítica de não saber governar aos social democratas, mas para tudo isso os motivos são diferentes e estão bem claros.
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Jess.Carmo 24/02/2024

A esquerda perdeu a sua gramática
Para o autor, "a política é, em seu fundamento, a decisão a respeito do que será visto como inegociável" (p. 15). Nesse sentido, a esquerda abriu mão de seus valores inegociáveis, a saber, a defesa radical do igualitarismo, pela “luta contra a desigualdade social e econômica" (p. 21).

Não se trata, entretanto, de diminuir a importância de lutas de grupos minoritários, como faz uma parte do marxismo vulgar, mas reconhecer que essas pautas estão submetidas à luta social e econômica. As lutas desses grupos só mostram que a verdadeira universalidade nunca existiu.

Para o autor, a esquerda deve ser indiferente às diferenças, isso porque "a organização discursiva do campo social das diferenças é sempre solidária à exclusão de elementos que não poderão ser representados por esse campo" (p. 29), ou seja, essa organização discursiva tem como pressuposto a minha identidade e coloca em questão até que ponto esse outro diferente de mim é aceitável ou não, é perigoso ou não. Se esse diferente não compartilha dos mesmos valores do Ocidente, o que há é a exclusão desses grupos. Dessa forma, a verdadeira política de esquerda deve ser indiferente a qualquer exigência identitária e simplesmente aceitar todas as diferenças. Acho que o Estado genocida de Israel deixa claro as consequências de uma política que tem como carro chefe uma política identitária.

Todo esse ponto da diferença é importante para que o autor possa apontar para a morte do campo da esquerda. A esquerda perdeu a sua gramática. Perdeu a capacidade de pensar a igualdade radical e a soberania popular. Não é à toa que raramente escutamos nos movimentos de esquerda falarem coisas como autogestão da classe trabalhadora.


site: https://www.instagram.com/carmojess/
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