Superinteressante Nº 171 (Dezembro de 2001)

Superinteressante Nº 171 (Dezembro de 2001) Revista com diversas matérias



Resenhas - Superinteressante 171 (Dezembro 2001)


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z..... 30/11/2020

Dezembro de 2001
São comuns reportagens sobre espiritualidade e expectativas positivas nas capas de fim de ano, vendo-se nessa edição uma das exceções, com temática polêmica que estava em evidência no contexto pós 11 de Setembro.
"Bandido bom é bandido morto?", expressão geralmente de uso afirmativo no meio popular, transformou-se em questionamento sobre a aplicação de pena capital pelo Estado, com considerações pró e contra,
A argumentação trouxe aspectos exatamente como também partilhava, de que a pena capital ao longo da história esteve presente em diferentes sociedades, sem resultados eficazes como se justificava na proposta, prevalecendo situação de barbárie onde justiça é confundida com vingança. Na adoção da medida na atualidade (em termos oficiais) é como se houvesse retrocesso, vivendo-se da mesma maneira como a milhares de anos.
Outra questão ressaltada é a suscetibilidade à injustiças, potencial em sociedades como a nossa, onde existe racismo estrutural e manobras interesseiras nas leis.
Foi citado o Código de Hamurabi (olho por olho, dente por dente) e a Bíblia foi incluída nessa visão, mas esqueceram de observar que, no Antigo Testamento, havia também a possibilidade de escape da morte em certas situações, diante do estabelecimento das chamadas cidades refúgio, onde os criminosos deveriam permanecer sem se ausentar, pois o descumprimento implicaria na pena capital outorgada a qualquer vingador do sangue que encontrasse o criminoso fora da cidade.
Para os que são favoráveis, um dos argumentos é que, embora saibam que a pena de morte não reduza a violência, vai porém dar fim a possibilidade de violência do condenado.
Essa questão não separo da visão espiritual, onde Jesus salvou do apedrejamento uma mulher e veio para dar oportunidade de nova vida a todos.
É o suficiente para não ser favorável a pena de morte para ninguém.

A edição tem notas correlacionadas a conflitos pelo mundo, possibilidades de guerra, tecnologias bélicas, serviços de espionagem, terrorismo, mas destaco ainda a reportagem com a história do Prémio Nobel (tem injustiças e ironias, como o que foi ressaltado pela revista em outra edição, sobre pessoas que em algum momento foram ou apoiaram o terrorismo e, tempos depois, receberam o Nobel da Paz contra lutas que ajudaram a acirrar no passado).

Outra legal foi a reportagem "É a mãe!", com a etimologia de alguns termos ofensivos.
Vou registrar "idiota" e "otário", que tem origens inusitadas...
'Idiota' teria sido usado pelo estadista Péricles no século 4 a,C com conotação de pessoa essencialmente preocupada com os interesses pessoais e negligente às questões coletivas. Seria um interesseiro avesso à responsabilidade democrática. Ao longo dos séculos passou a ser associada a falta de entendimento, alienação e desajuste com a realidade.
'Otário' vem do nome científico da família dos lobos e leões marinhos, que pela natureza característica são associados a algo lerdo e vagaroso, passando a designar também debilidade mental,
Me divirto nesses estudos...

Leitura no contexto da pandemia em Macapá.
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