spoiler visualizarTorrone0 14/04/2024
Cassandra perdeu a mão.
Os inícios e os finais de todos os livros dessa saga sempre parecem o mesmo, sempre as mesmas palavras e as mesmas situações. Neste quinto livro, a história parece nada mais estar se prolongando, uma vez que é criado cada vez mais vilões e mais motivos para os mocinhos brigarem, mesmo que o terceiro livro tenha sido uma ótima obra para finalizar esse trabalho de Cassandra Clare.
O quinto livro foi, de fato, melhor que o anterior, acredito que é impossível ser pior do que o quarto livro, mas ainda não li o sexto, vai que Cassandra me surpreenda. Nesse livro, vemos a evolução de diversos personagens, principalmente de Simon, o que nos mostra o desenvolvimento mais lindo e maduro. Conseguimos acompanhar a olho nu a perca da inocência adolescente que Simon tinha, mas sem que ele perca os gostos e as vontades de quando ele era humano, até porque ele ainda é adolescente. Vemos que ele ainda é o Simon, engraçado e um ótimo amigo, mas com responsabilidades grandes e uma dor enorme no peito pela rejeição de parte de sua família. O jeito que ele lida com as coisas também é de dar inveja, simplesmente um dos maiores personagens dessa saga, absolutamente não tenho nada a reclamar dele.
Em contrapartida, Clary, a protagonista, é a que mais demonstra decadência em maturidade. Clary parece irreconhecível no quinto livro em comparação ao primeiro, não tem mais os mesmos hobbies, gostos, e não se preocupa com as pessoas ao seu redor como se preocupava antes, exceto Jace. Clary nesse livro demonstra um egoísmo absoluto, quando ficou semanas presa com Sebastian e Jace no apartamento, sequer pensou em sua mãe ou seus amigos, se eles estariam preocupados ou não, até quando perdeu o anel que mantinha contato com Simon não demonstrou muita preocupação além do desespero momentâneo que durou uma página, de resto, só pensava e respirava Jace, e poderia até ser romântico isso, se não fosse por ela ter apenas quinze anos e todos os seus amigos estarem desesperados com o paradeiro dela. Jocelyn nesse livro também parece bem ausente, a filha de quinze anos dela some com um psicopata e ela não se desespera? Clary nesse livro não é nada mais que uma protagonista chata e egoísta, que só pensa no cônjuge e todos tem que fazer suas vontades. Uma das piores cenas para mim foi quando ela denunciou Jace a Sebastian, a maneira que Jace confiou nela e como ela foi agressiva nisso, senti vontade de chorar nessa cena pois senti que Jace foi violado, suas vontades foram violadas, o controle sobre o próprio corpo e ações foram tirados dele pela pessoa que ele mais confiava no mundo.
Esses dois personagens foram dois pontos que eu precisava muito falar. No geral, achei horrível a obsessão de incesto que a Cassandra tem, Sebastian não convenceu como vilão e ele tentar abusar da própria irmã me pareceu pesado demais para uma saga que evita até demonstrar relações sexuais consentidas entre os casais mais queridinhos. A cena da Amatis foi a que mais doeu, saber sobre tudo o que ela passou e agora estar passando aquilo por culpa da Clary (que se tivesse deixado o Jace se entregar teria salvo diversas vidas). Jordan e Maia simplesmente não convencem como casal, toda a construção nos outros livros do medo e nojo que a Maia tinha no Jordan, que até os leitores ficaram receosos com ele, foi por água baixo em um único livro. A Equipe do Bem era a única parte boa do livro, a única parte que me fazia sorrir, Izzy também está tendo um desenvolvimento incrível. Magnus e Alec em seu final foi muito triste, mas foi plausível a briga deles e muito maduro da parte de Magnus, muito forte ele falando que não queria ser mais o "Feiticeiro de Estimação" dos caçadores de sombra, porque no final todos nós sentíamos que para os soberbos dos caçadores ele era, de fato, só um pet.
No geral, um livro péssimo, Cassandra perdeu a mão, não sei quando irei ler o sexto livro porque simplesmente não aguento mais a Clary.