Virginia 23/12/2022
Melhorou um pouco...
Cidade das almas perdidas é o quinto e o penúltimo livro da saga Os instrumentos mortais, dando continuidade ao novo arco iniciado em Cidade dos anjos caídos.
Lilith colocou um feitiço que liga Jace a Sebastian e vice-versa. Ou seja, não se pode ferir um sem ferir o outro. Entretanto, a Clave declarou os dois rapazes como traidores e emitiu uma ordem para os matar. Claro que para isso seria preciso encontrá-los. Clary, Simon, Alec, Maguns e Isabelle tentam de tudo para encontrar uma forma de quebrar o vínculo que une Jace e Sebastian, sem que isso mate o primeiro.
"Portanto, não se pode jamais perder a esperança, hatikva, porque se mantiver a esperança viva, se manterá vivo."
Ok, pronto eu admito, neste livro a Clary tornou-se numa personagem completamente diferente. Foram precisos cinco livros para ela começar a agir como uma Caçadora de Sombras. Mas pronto, mais vale tarde do que nunca. Realmente, gostei de a ver mais senhora de si com um propósito muito claro: aproximar-se de Jace (e, por conseguinte, de Sebastian) e tentar encontrar buracos na sua ligação. Com este grupo de personagens, a autora explora como as mentiras se podem tornar verdades e como as verdades se podem tornar mentiras. Consegui perceber as dúvidas de Clary porque eu própria também estava a ser levada pelas falinhas mansas de Sebastian e pelas suas ações desconcertantes. Com Sebastian, nada parece ser aquilo que é e isso cria dúvidas, que acabam por se acumular num efeito bola de neve.
Outro ponto que me deixou muito feliz foi o facto de neste livro todas as personagens terem o seu momento para brilhar. Simon com os seus problemas familiares, Alec e Magnus que atravessam uma crise na sua relação onde o peso do passado começa a ditar as coisas, Isabelle lidando com os seus sentimentos. Até mesmo Maia e Jordan e a sua reaproximação.
"Sei que não somos grande coisa em comparação a você, mas não matamos nossos amigos. Tentamos salvá-los. Se o Céu não quisesse assim, jamais deveríamos ter recebido a capacidade de amar."
A narrativa desenrola-se a um ritmo pausado, nunca se tornando enfadonho ou lento. Cassandra Clare consegue interligar todas as tramas, formando uma única história coesa com todos os seus núcleos de personagens.
Cidade das almas perdidas restaurou (mais ou menos) a minha fé nesta saga. Esperemos que o próximo mantenha o mesmo nível de qualidade.