Hannah Green 07/04/2024
Até que enfim ela cresceu.
Eu costumo dizer que o primeiro livro sempre é o melhor, porque, se ele não fosse excepcionalmente bom, eu não teria razões para dispensar tempo lendo a continuação, mas Pollyanna Moça definitivamente é melhor que Pollyanna. Confesso que toda essa ingenuidade dela estava começando a me irritar, sei que os tempos são outros, e naquela época as crianças conheciam muito pouco da vida, eram privadas de muitas informações, mas gente, tava demais!
Fiquei feliz quando ela começou a ver o mundo como ele é, a ver pobreza, a tristeza e a fome tão de perto, a gente precisa conhecer o mundo como ele realmente é, e não como ele é na nossa bolhinha. Fiquei mais feliz ainda quando ela começou a ter uma visão racional sobre tais questões, uma leitura Coming of Age que não parou no tempo, e apesar do espaço-tempo completamente diferentes do agora, ainda considero uma história atual, pelo menos no que diz respeito ao cerne da história.
De certa forma, você se apega à Pollyanna, e ver ela cresce é prazeroso, dá um orgulho como se fosse uma criança nossa. Não apenas ela, mas o Dr. Chilton e tia Polly, que mereciam um final muito mais feliz do que tiveram.
Mas o que mais me agradou nessa segunda parte da história, foram os novos personagens. Mesmo dando nome ao título, Pollyanna fica hm pouco em segundo plano em diversas partes, e a verdadeira história foi sobre o "Jamie desaparecido", e a solução dada no fim é beeem problemática, e beira ali um capacitismo velado, compreensível para a época que foi escrito, mas que deve ser problematizado nos dias de hoje.
Por fim, a nota só não foi 5 Estrelas, por uma razão: gente, onde foi parar Mamis e Jerry? Simplesmente desaparecem, não é dado um fim, nem citados, parece que foram esquecidos ao longo da escrita do livro.