Simeia Silva 16/04/2014
O livro é uma prosa poética, e nessa prosa o autor nos presenteia com suas memórias de criança, cheias de alegria, sofrimentos, dores, fantasias e descobertas.
Na narrativa, os episódios e fatos marcantes nos são apresentados com um olhar de criança imerso em poesia.
Um dos episódios que achei mais marcantes, foi a entrada do menino Bartolomeu na escola, com intensidade e com extrema delicadeza, o autor retrata os conflitos vividos nesse momento:
" Ir para a escola, era abandonar as brincadeiras sob a sombra antiga da mangueira, era renunciar o debaixo da mesa resmungando mentiras com o silêncio, era não mais vistoriar o atrás da casa buscando novas surpresas e outros convites. Contrapondo-se a essas perdas, havia a vontade de desamarrar os nós, entrar em acordo com o desconhecido, abrir o caderno limpo e batizar as folhas com a sabedoria da professora, diminuir o tamanho do mistério, abrir portas para receber novas lições, destramelar as janelas e espiar mais longe. Tudo isso me encantava."
Recordações da família, afeto da convivência do dia a dia.
A escola que o ensina somar,dividir e multiplicar as suas lembranças através da escrita.
A professora, uma figura luminosa na vida do menino.
A doença que subtrai a vida de sua mãe a levando para sua memória.
Enfim, o livro é lindo, amei...
Super recomendo...
BJS
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