Entendendo Filosofia

Entendendo Filosofia Dave Robinson
Judy Groves




Resenhas - Entendendo Filosofia


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Euclides 13/10/2013

Entendendo a filosofia - como poderia ser melhor.
Poderia ser um bom guia introdutório, mas o autor fez simplificações demais sobre alguns autores, a começar pelos antigos. Além disso, adota uma posição nitidamente parcial ao dar como certo alguns elementos da filosofia e como equivocado outros. Com relação aos pensadores da Igreja, por exemplo, há um total preconceito com relação a eles, tratando-os de forma estereotipada e caricata.
Apesar de algumas partes bem inspiradas, no geral não recomendo, nem como livro de introdução, nem como base de consulta. No todo, não faz jus a outros livros da mesma coleção, como os de psicologia, por exemplo. Mas quem ainda quiser ler alguma parte bem aproveitável, pode comprá-lo e ler a partir da página 100, aproximadamente.
As ilustrações são excelentes. Há um gráfico interessante ao final do livro - uma espécie de evolução cronológica da filosofia.

O início até que é bom, como podemos verificar à página três, na introdução, onde o autor coloca "questões" que a filosofia procura responder, tais como:

-Qual é a natureza da realidade? O que vem a ser efetivamente a existência humana, o que são os seres humanos?
-Podemos ter certeza efetiva a respeito de alguma coisa?
-O que é a verdade? O que é significado?
(...)

Entre outras questões muito interessantes, como "somos realmente livres para decidir o que somos e o que fazemos?" , "o conhecimento científico é melhor dos que os outros", "qual a relação entre a linguagem humana e a verdade?"

Quem se basear nesta introdução para comprar o livro vai se arrepender, pois ele não responde de forma satisfatória às questões propostas, pelos motivos já expostos na chamada desta resenha, seja uma delas, a versão simplificadora e de senso comum (demais) a respeito dos filósofos. Um livro de filosofia cheio de clichês, é o que temos ao final - não é possível ter uma boa ideia a respeito dos autores filosóficos. É bem verdade que o livro começa a ficar bem melhor no final, especialmente quando debate as questões da linguagem e quando trabalha os autores pós-modernos. A parte das origens da Filosofia Moderna, à página 54, também está boa e bem explicada.

Vejamos algumas "deturpações":
A chegada do cristianismo - p.41 e segs. Simplifica demais os argumentos teológicos, reduzindo-os à questão do poder da Igreja. Afirma também que a Igreja "reprimia ativamente qualquer ideia ou visão de mundo independente". Isso não é verdade, pois a repressão às ideias não veio como a chegada do cristianismo, mas sim com a Reforma Católica, já na modernidade. Além disso, o que se denomina por "monopólio" nada mais foi do que o exercício de um saber em que somente alguns estavam preparados para isso, tal como os membros da Igreja. É bem verdade também que a Igreja, a partir de fins da Idade Média e início da Modernidade, requisita a exclusividade sobre o saber, pois está em jogo a questão da Verdade. Não se impediu com isso que se desenvolvesse um pensamento autônomo, independente - e mesmo dentro Igreja. Não se impediu também que a própria Igreja fosse combatida e atacada. Portanto, houve uma tentativa de monopólio, sim, inclusive jurisdicionado pela própria Igreja, mas nunca foi totalmente exercido, nem tampouco totalmente obedecido. Ademais, como eu já disse, houve pensamento independente dentro da própria Igreja, tal como Marsílio de Pádua, para ficar apenas em um exemplo.

O primitivo estado de inocência de Rousseau - p. 71. Aqui está um bom exemplo de total desinformação a respeito do filósofo. O autor afirma que Rousseau pregava uma volta ao primitivismo e à natureza. Onde Rousseau escreveu isso? Essa "volta à natureza" foi explorada depois pelo romantismo, como afirma corretamente o autor, mas Rousseau nunca disse isso assim. O que Rousseau afirma em seus escritos é que isso seria bom, mas não é mais possível. A civilização torna o homem "mau", ao passo que nas sociedades primitivas o homem é "bom". Portanto, o homem não é essencialmente "mau", sendo possível torná-lo melhor com a educação - uma visão que seria mais tarde aproveitada pelos revolucionários franceses.

Pragmatismo - p.107. Faz uma avaliação elogiosa demais à essa corrente filosófica, ao afirmar que ela seria a filosofia norte-americana libertária mais importe e autêntica. Mas, libertária em relação a quê? ao Estado?ao indivíduo? ao poder econômico? ou à metafísica? Parece que mais em relação a esta última, mas o autor poderia ter deixado isso mais claro.

Sobre Noam Chomsky - p. 104. Não é verdade que Chomsky se coloca somente contra o governo e as agências estatais. Ele o faz também com relação à mídia e às grandes corporações privadas, que por sua vez influenciam e exercem seu poder sobre a mídia. O autor parece não ter lido nada sobre Chomsky, nem ter acompanhado sua luta política.

Teoria da falsificação. Sobre a tradução deste termo - p. 150. Afora alguns termos que nos parecem "esquisitos", há um que realmente peca, apresentado na página 150: "falsificação". A teoria de Popper não é a da falsificação, mas a da refutação. Ocorre que dentro da teoria da refutação, temos o que denominamos de "doutrina do falseamento". Veja: falseamento, não falsificação. Os termos em filosofia (não só nela) têm que ser preciso, pois expressam conceitos. Além da tradução ser imperfeita, a explicação da teoria filosófica, própria do autor (Robinson), também é confusa. Nesta mesma página menciona a psicanálise freudiana como "pseudociência". O que seria uma pseudociência para o autor? Uma quase ciência? Uma ciência em que não é possível apresentar provas materiais ou que não possui método científico? Isso seria suficiente para algumas teorias receberem a alcunha de "pseudociência"?







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DarkEden 13/10/2022

Esperava mais
O livro, apesar de citar a maior parte dos grandes filósofos, suas teorias e pensamentos, ele deixa a desejar em uma questão de conteúdo. Na tentativa de resumir as teorias desses pensadores acabou que a leitura se tornou fraca e muito rápida em questões que deveriam ser mais exploradas. Vale lembra que essa foi minha experiência lendo. Não conseguir assimilar as explicações de uma forma correta, sendo complexo para mim. Em algumas partes eu só queria que o livro acabasse pois não estava me interessando mesmo eu gostando de filosofia. Entendo Filosofia, não falou sobre pensadoras mulheres, o que acredito ter sido um erro. As ilustrações estão muito boas e bem feitas.
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