Resenhas - O Viúvo

Zanteo 20/11/2022

Me surpreendi, afinal.
Se não fosse trombar com ele no sebo, jamais teria visto esse livro na minha vida.

Achei curioso que o livro contém uma entrevista de Fernando Sabino, que diz que Oswaldo França Junior seria lembrado por sua obra, ao contrário de outros escritores (seja lá a quem ele se refere), mas eu particularmente jamais tinha ouvido falar nele. Pergunto-me o que houve para que fosse esquecido, talvez o fato dele ter escrito durante a ditadura e ter morrido um pouco depois dela acabar e não ter dado tempo de popularizar seus escritos.

Trata-se de um romance com narrativa em primeira pessoa, onde acompanhamos a trajetória de Pedro, que logo na primeira página temos notícia do falecimento de sua esposa.

A narrativa consiste em mostrar como Pedro, pai de dois filhos, Tania e Ronaldo, que possuem idade inferior a um ano, perde sua mulher, Darcy, que fora acometida por uma enfermidade, lida com o luto pela morte dela e com as dificuldades em criar dois bebês. Ele tem gênio forte e por vezes acaba sendo inconveniente.

Durante a história, houve momentos em que senti raiva e nojo por Pedro, em outros senti que ele era um bom pai e que estava melhorando como pessoa. Mas, confesso que ainda guardo um leve ranço.

O romance conta como personagens, além dos já citados: Teresa, empregada de Pedro; os sogros de Pedro, Sr e Sra Armando; seu funcionário (pelo que percebi uma espécie de gerente), Efigênio, e sua esposa; e Lúcia, mulher com quem Pedro possui um certo envolvimento.

No começo achei esquisito, no meio me interessei pela história e o final foi completamente inesperado!

Enfim, uma descoberta interessante. Recomendo a leitura!