Mari 08/09/2013Em Outrolugar | Sem Querer me Intrometer Li Em Outrolugar há alguns meses e desde então fiquei pensando se deveria resenhar a obra aqui, ou não. Minha dúvida quanto a realizar a resenha se deu devido ao fato de eu ter me decepcionado um pouco com o livro.
Em Outrolugar, como vocês puderam perceber pela sinopse, apresenta uma estória realmente inovadora, porém, acredito que foi mal desenvolvida, tornando a leitura bastante previsível.
Elizabeth Marie Hall, era como qualquer garota normal de 15 anos. Apaixonada por aulas de biologia, sua família (incluindo seu irmãozinho super simpático, Alvy) e sua cachorrinha Lucy. Tudo ia bem. Liz estava prestes a completar 16 anos e tudo ia mudar (caso não saibam, nos Estados Unidos os jovens podem dirigir a partir dos dezesseis, e esse era um grande sonho de Liz). Até que um dia, em um acidente, Liz foi atropelada e morreu.
Após sua morte, Liz (ou melhor, sua alma) muda-se para Outrolugar, um lugar onde as almas das pessoas mortas aguardam até que possam retornar à Terra, reencarnando. A personagem principal passará 15 anos em Outrolugar (o mesmo tempo que viveu) e ao invés de envelhecer, ficará cada vez mais jovem.
Ao chegar em sua nova morada, Liz tem a chance de conhecer sua avó Elizabeth (sim, elas são xarás!), que morreu muitos anos antes. Betty já está estabelecida em Outrolugar, então se torna responsável por situar Liz em sua nova "vida". Porém, é evidente que Liz não está aceitando muito bem esse negócio de "morrer"! Então, o livro, no início, se foca em mostrar a superação de Liz, que passa várias e várias horas observando sua família e amigos na Terra (por meio dos observatórios de Outrolugar) e planejando sua fuga para tentar se comunicar com seus entes queridos (tornando-se, dessa forma, um fantasma).
Com o passar do tempo, Liz começa a se entregar a Outrolugar. Lá ela faz novas amizades, aproxima-se de sua vó (única família que lhe resta), descobre novos talentos (que só eram possíveis naquela dimensão) e até entrega-se à um novo amor, com Owen, que assim como Liz apresenta dificuldades para se desligar de sua ex-vida na Terra.
Juntos, eles são realmente muito cativantes. O grande problema de toda a trama, é que sabemos desde o início como será o fim: virar um bebê e retornar a Terra. E até chegarmos nesse fim, cuja proposta é mesmo ser previsível, não acontecem grandes emoções.
Em Outrolugar conta a estória da vida após a morte de Elizabeth em terceira pessoa. A narrativa é bem leve, o que facilita muito a leitura. No livro há momentos engraçados e tristes, mas nunca intensos, o que não causa muito gosto na leitura.
Na minha opinião, a ideia que Gabrielle Zevin teve de criar todo esse universo fantástico é simplesmente genial, porém, gostaria de vê-la ser bem mais explorada do que de fato foi.
Mas, mesmo com um pouco de decepção, Em Outrolugar valeu a pena por causa da mensagem fabulosa de esperança diante da morte, de consolo e de aceitação que transmite.
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