Aione 01/09/2015A Casa das Marés é o segundo romance de Jojo Moyes, publicado originalmente em 2003 e trazido ao Brasil pela editora Bertrand Brasil em 2007, sendo, agora, republicado com uma nova capa.
O livro é dividido em três partes. Na primeira, que corresponde aproximadamente às primeiras 200 páginas, a história se passa em meados dos anos 50 na cidade de Merham, na qual imperam rígidas regras sociais. Aqui somos apresentados à Lottie e Celia, jovens que cresceram juntas após a família da segunda ter, de certa forma, adotado Lottie durante a Segunda Guerra Mundial. Quando uma excêntrica família de artistas se muda para Arcádia, mansão de Merham, as duas garotas criam uma proximidade com os recém chegados capaz de desencadear uma série de acontecimentos para suas vidas. Na segunda e terceira partes da obra, somos transportados ao início do século 21, no qual Daisy, uma decoradora de interiores londrina, após ser abandonada pelo marido, é contratada para restaurar Arcádia, retornando, assim, ao cenário original da trama.
A narrativa de A Casa das Marés se dá sempre em terceira pessoa, porém alternando a visão dos fatos de acordo com diversos personagens que vão surgindo ao longo do enredo. Assim, é possível tanto ter uma visão mais ampla dos acontecimentos da história quanto pode-se compreender melhor as emoções e pensamentos de muitas das figuras que aparecem nela.
Como em Em busca de abrigo, minha leitura mais recente de um dos trabalhos de Jojo Moyes, demorei um pouco a me envolver, de fato, com o livro. Contudo, após ultrapassar as 100 primeiras páginas, mergulhei no cenário descrito e imergi por completo em todos os acontecimentos, ansiando por seus desenrolares. Dessa maneira, consegui me envolver muito mais com os personagens e situações aqui do que com o primeiro livro da autora. É inegável a habilidade de Moyes ao realizar as descrições contidas na trama, possibilitando ao leitor não apenas enxergar as cenas narradas como também compreender as emoções e atitudes dos personagens apresentados.
Ainda, o fato da história se iniciar no passado e, depois, ser transportada ao presente, além de instigar a curiosidade, nascida da necessidade de compreender o desenrolar dos fatos gerados na década de 50, possibilitou, igualmente, que outros eventos, de outras personagens, também fossem narrados, tornando a obra em si mais completa.
Dessa maneira, A Casa das Marés, ao falar de amores, perdas, encontros e desencontros, traz um retrato sobre o que é a vida e os sabores e dissabores de vivê-la. A ação do tempo no enredo foi seu perfeito ingrediente: ao mesmo tempo em que é capaz de intensificar emoções, permite que ações e escolhas sejam reavaliadas, e ressalta o que realmente vale a pena em nossas jornadas. Uma leitura deliciosa e recomendada aos românticos de plantão!
site:
http://minhavidaliteraria.com.br/2015/09/01/resenha-a-casa-das-mares-jojo-moyes/