Bi Sagen 02/10/2020Assassina? Cúmplice? Inocente? Quem é Grace? E qual seu papel no assassinato de Thomas e Nancy? Ela perdeu a memória? Ela tinha distúrbios mentais? O que aconteceu?
Em 1843, diversas reportagens foram feitas, e a opinião pública fervia. Dois empregados foram flagrados com os pertences de seus patrões assassinados. O que chamou atenção na história foi que um dos suspeitos era a jovem Grace, uma garota de dezesseis anos, que deu várias versões diferentes da história, e alegou perda de memória. Ela evitou a forca, mas foi presa. Nunca chegaram a conclusão nenhuma.
Margareth Atwood pesquisou os fatos dessa história verídica, e a partir disso criou esse livro ficcional, acrescentando personagens e fatos.
A história tem dois narradores: Grace - que já está no oitavo ano de sua pena, e que continua sendo um objeto de curiosidade de todos, especialmente por seu temperamento tranquilo e consistente; e o médico Simon Jordan, um rapaz que decidiu juntar fortuna através de um tratamento psiquiátrico diferente, e para ganhar nome quer estudar o caso de Grace.
Os dois conversam na casa do diretor da prisão, porque era lá que ela trabalhava durante o dia. E nesses encontros, ela conta sobre seu passado, enquanto ele tenta entender o que ocorreu. Ao longo da história vemos mais sobre o doutor e seus dilemas pessoais, e como isso interfere no que está acontecendo.
A primeira vez que comecei a leitura eu acabei parando, porque a história era muita lenta. Mas depois eu recomecei, e foi a melhor coisa que poderia ter feito. Porque é uma baita experiência de leitura!
Mais do que pensar sobre a culpa ou a inocência de Grace. Nessa história vemos uma mulher que sempre sofreu muito e que precisava fazer o que fosse possível para sobreviver.
Outro ponto interessante é que não há narradores confiáveis a história. Nunca sabemos até que ponto Grace fala a verdade. E tudo que o médico relata tem a ver com seus próprios julgamentos.
Eu amei o livro! A forma com que a autora conseguiu conectar as provas reais com o que ela quis inventar na ficção. A construção de personagens reais e cheios de falhas. O modo com que tudo parece o interligado. Leiam!