Resenhas - Pergunte ao Pó

Heloísa Delfino 27/03/2024

GENIAL.
Não vou encher linguiça aqui, apenas pontuar que é um dos melhores livros da minha vida e um dos melhores que vou ler em toda minha existência
ri, chorei, fiquei com raiva, me surpreendi, amei e odiei.
simplesmente um livro completo de todas as formas.

Arturo Bandini preenche e traz a tona sentimentos e sensações já esquecidas, traz reflexões, traz questionamentos e incendeia tudo e todos com esse ódio, com esse canalhismo, com esse pudor, com tudo. não sei nem o que tô falando aqui.

GENIAL GENIAL GENIAL
tô até desnorteada depois dessa leitura

Wolpim 26/02/2024

Ok, gostei do ambiente noir, mas detestei o protagonista.
Arturo Bandini é um trouxa, orgulhoso, paranóico, bundão e é o puro suco do homem dos anos 40/50 americano. John Fante cria uma atmosfera noir excelente. Leitura que foi ficando difícil do meio pra frente, devido às atitudes imbecis do mesmo. Podem argumentar que foi ?paixão?, mas diria que foi mais falta de amor próprio mesmo.

Vitor Hugo 29/01/2024

ARTURO BANDINI, O GRANDE ESCRITOR

Pergunte ao Pó foi publicado em 1939 e é a obra mais conhecida do escritor norte-americano JOHN FANTE.

Por meio de uma escrita econômica, ágil e divertida, acompanhamos as peripécias do aspirante a escritor Arturo Bandini, claramente um alter ego do autor. Bandini, assim como o autor, nasceu no Colorado, mas ainda jovem se mudou para Los Angeles, em busca da realização profissional como escritor.

Enquanto luta para destravar a criatividade, Bandini passa as suas em LA, morando em um hotel, na companhia de hóspedes excêntricos (o vizinho de quarto, Hellfrick, lembrou-me Heckles, de Friends). Sempre às voltas com a falta de dinheiro, dependendo das remessas de alguns dólares de sua mãe, acaba por conhecer e se apaixonar por Camilla Lopez, uma garçonete de origem mexicana, dando início a uma relação tortuosa.

O livro traz um painel da vida na "Cidade dos Anjos" durante a Grande Depressão que marcou a década de 1930 nos EUA, quando muitas pessoas deixaram suas cidades de origens em vários estados americanos rumo à busca de oportunidades na Califórnia (assim como descrito, embora em um enfoque bem diferente, em As Vinhas da Ira, de John Steinbeck).

Aliás, a cidade de Los Angeles, sua relação com o deserto, suas ruas, seus edifícios, seus tipos variados vagando pela área central, é igualmente uma personagem de destaque da obra.

Como consta do prefácio de Charles Bukowski, quase que a obra de Fante permaneceu desconhecida do grande público, o que seria uma lástima, na medida em que o mundo perderia a prosa do grande escritor Arturo Bandini.

renata 06/01/2024

Arturo Bandini
?Esqueci-me de tanto, Camilla! o vento levou, Rosas dispersas, rosas desenfreadas na multidão, Dançando, para esquecer os pálidos lírios perdidos;
Mas eu estava desolado e tomado de uma velha paixão, Sim, o tempo todo, pois a dança era longa;
Fui fiel a ti, Camilla, à minha maneira.?
?Pergunte ao pó? é um tesouro literário, um livro indispensável que tornou-se o meu preferido. Iniciei a leitura por indicação de minha mãe e acabei sendo surpreendida por uma das histórias mais marcantes e sentimentais já escritas.
Arturo Bandini, protagonista da obra e alter ego de Fante, é um jovem ítalo-americano que, após ter seu primeiro conto publicado, passa a viver em Los Angeles buscando tornar-se o fabuloso escritor que acredita ser. Assim, em meio a sonhos e fracassos, falta de dinheiro e uma escassez criativa, Bandini, procurando vivências que te darão a inspiração necessária para seu próximo trabalho, acaba conhecendo Camilla Lopez, uma garçonete com quem estabelece um conturbado relacionamento. A partir desse momento, um romance redigido sem exageros de forma intensa, inesquecível, complexa e dolorosa é traçado com tamanha potência capaz de destruir muitas noites de sono daqueles que o lerem.
A escrita de John é extraordinária. A forma como aborda a angústia, o existencialismo, a complexidade humana e o cotidiano de imigrantes em um país tão preconceituoso como o Estados Unidos é de uma maestria fora do comum. Fante é o tipo de autor que coloca em palavras o inteligível, e Arturo, por mais repulsivo que seja em alguns momentos da narrativa, assemelha-se a cada um de nós, que alternamos entre a bondade e a maldade, a mentira e a verdade.
Tive muita vontade de ler ?O cachorrinho riu?, conto que o protagonista tanto se orgulha de ter escrito. Desprezei e me compadeci com Arturo e Camilla. Tive meu coração partido e acredito que o último capítulo reverberá para sempre dentro de mim.
Essa é uma leitura obrigatória que merece um espaço especial em sua estante. John Fante é atemporal e brilhante, e suas obras pedem por mais reconhecimento.

Jean M 02/11/2023

Sem sombra de dúvidas uma das minhas melhores leituras de 2023.

Arturo Bandini o último romântico da terra ( ironia )

Rodolpho.Gonzalez 22/10/2023

A+
Diferenciado. A página parece pingar a raiva do protagonista, a paixão dele. A página grita. Personagem humano, complexo de inferioridade ricamente descrito.

Tá em outro nivel.

Sensacional!!

Aline Parreira 29/06/2023

Arturo Bandini é um personagem que nos deixa com sentimentos diversos e contraditórios: gostamos ou odiamos? Sentimos pena ou raiva?
A escrita é interessante.

Jordão. 24/04/2023

Bom
Um jovem escritor morando em Los Angeles da década de 1930, passando dificuldades financeiras; conhece uma garçonete latina e se apaixona por ela; enquanto vai melhorando financeiramente encara desventuras no romance com a moça.

Alan Vidal 09/03/2023

Repetições profundas em meio à poesia visceral
É uma obra que apresenta altos e baixos em termos de narrativa e desenvolvimento de personagens. Apesar de possuir momentos brilhantes e reflexões profundas sobre a vida, a solidão e a busca pelo sentido da existência, o livro também apresenta algumas partes arrastadas e desnecessariamente repetitivas. No entanto, a escrita poética e visceral de John Fante consegue cativar o leitor e criar uma atmosfera única que torna a leitura interessante e envolvente.

Carolina Del Puppo 26/02/2023

Bukowski estava certo sobre John Fante
Muito gostosa a leitura, eu acabei aprendendo muito sobre o processo de escrita com este livro, achei sensacional.

Milena.Berbel 24/02/2023

Arturo Bandini foi o personagem mais irritante da literatura com que me deparei até agora. Só não me irritou mais do que Camilla Lopez (mas não irei falar dela, acho que não a compreendi e vou aceitar isso).
No entanto, isso não necessariamente é um ponto negativo. Pior mesmo é encontrar personagens "insípidos", como todos os de "Acima de tudo, Heather", por exemplo (de longe, o livro mais chato que já li na vida).
Enfim, ele me inspirou um misto de curiosidade e repulsa, de benevolência e impaciência.
Impulsivo, inconsequente, imaturo, inseguro, arrogante. Tudo isso de uma forma irritante, mas instigante.
Não foi uma leitura que me prendeu do início ao fim, em alguns momentos eu senti que algo me escapava, como se uma grande verdade estivesse sendo contada de uma maneira absurda demais, mas o tempo todo ela me atiçou a continuar. Me senti provocada. Eu quis parar mas não parei.
E bem no finalzinho, Arturo Bandini quase me fisgou. Mas já era tarde.

Luiz.Carlos 24/02/2023

Estilo narrativo interessante, reflexões profundas sobre o homem, o amor e a solidão. Arturo Bandini é muito chato e toma péssimas decisões o tempo todo. Não soube acolher o amor.

Magda.Marilise 03/02/2023

Pergunte ao pó
Concluída a leitura do "Pergunte ao Pó", livro autobiografico de John Fante. Faz parte da lista dos "30 livros para ler antes dos 30" e depois de finalizar, eu entendi porque.

Esse livro nos conta a história de Arturo Bandini, um jovem que como a maioria dos outros jovens, acha que merece muito mais do que tem. Ele é pobre, vive em Los Angeles e aspira ser um escritor de sucesso. Só que o sucesso não vem tão rápido como ele imagina, fazendo com que ele passe por muitas e péssimas em uma cidade onde ele não tem ninguém. Nesse meio tempo, ele conhece Camila, uma garçonete linda por quem ele desenvolve interesse mesmo sem saber direito o que fazer para conquistar uma mulher. Sério, ele faz tudo errado.

Para mim, fez todo sentido esse livro estar nessa lista. Pessoas (como eu) que estão beirando os 30 que são "jovens demais para serem velhos e velhos demais para serem jovens" passam por todas essas angústias, essa arrogância de se sentirem especiais, a frustração de não conseguirem a estabilidade que "deveriam" ter, o coração partido por um amor não correspondido...

Todos nós temos o desejo de sermos grandes e acreditamos demais que somos especiais, os mais inteligentes, os mais sensíveis e artísticos do mundo e a realidade não acompanha essa nossa fantasia.

Essa obra é um relato de uma vida difícil, apreendida a duras penas mas que deixa a lição: o sucesso não vem sem esforço e que tudo tem o tempo certo para acontecer.

Sandrinha 24/01/2023

Arturo Bandini
Pergunte ao pó, livro de John Fante. Nascido em Denver no Colorado. Publicado em 1939.
Não lera nada de John Fante antes. Gostei muito do livro! A maneira que John escreve é dinâmica e objetiva. Conta sua história de vida, retratada em Arturo Bandini o protagonista da trama.
Saiu do Colorado em busca de sucesso como escritor e foi para Los Angeles, Califórnia. Deparando-se com a triste realidade, sem dinheiro passa fome e vive à beira da miséria. Sofreu preconceito por ser filho de imigrantes.
Em Los Angeles, vive frustrações, alegrias e desilusões amorosas. O que realmente sente por Camilla? Amor, ódio, desprezo?

Gabs. A 13/01/2023

Então, Senhor Pó?
Seria tão fácil vir aqui e acabar com a raça de Arturo Bandini - O famoso escritor.
Não, seria desnecessário.
Um excêntrico e frágil homenzinho, isso é o que ele realmente é.
Arturo já se auto sabota sem a necessidade do auxílio de outrem.

Gasta demais, se humilha demais.
O pobre diabo neurótico.

Mas me compadeço de Arturo Bandini, como não o faria?
Ele representa muitos de nós, com sua jovial insegurança, seu pseudo conhecimento da vida e seu terrível medo de mulheres - Tão naturais que chegam a despertar uma acalentadora ternura.

Arturo é um espécime Italo-americano do meio oeste Colorado, que por muito azar é pobre (mas às vezes parece se esquecer disso) com a sonhadora ilusão de que o mundo lhe pertence, e quando isso não é possível, ele esperneia e chora até conseguir pegar no sono.

Camilla é a outra metade do livro.
Complicada até o último fio de cabelo, não a consegui compreender como personagem.

Uma certeza: Esses dois não deveriam ter se conhecido nunca.
Uma bela relação tóxica para ambos os lados.

John Fante consegue dialogar aos semelhantes de Arturo Bandini, com todas as imperfeições paranóicas e diabólicas - Meio homem, meio besta.

Ansiosa em conhecer outras obras do autor.

Pergunte ao pó e ele o dirá: O livro tem uma trajetória deliciosa de se percorrer, mas o capítulo final deixa um péssimo gosto de café amargo na boca - completamente sem açúcar.


Pensamentos com Willie, até agora. ?