O Sentido de um Fim

O Sentido de um Fim Julian Barnes




Resenhas - O Sentido de um Fim


209 encontrados | exibindo 61 a 76
5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 |


Aline T.K.M. | @aline_tkm 09/10/2013

“a pequenez da vida que a arte exagera”
O inteligente (talvez até demais) Adrian havia dito na aula do Velho Joe Hunt que “precisamos conhecer a história do historiador a fim de entender a versão que é colocada diante de nós”. O já sessentão Tony lembra essas palavras à medida que refaz um delicado quebra-cabeças de sua juventude nos anos 60. A memória é uma aliada, mas nem sempre.


De acordo com o que permite a lembrança, ou a lembrança da sensação vivida na época dos acontecimentos, Tony nos molda os amigos, a complicada relação com Veronica – caracterizada pela frustração sexual e pelo sentimento de humilhação perante a família da garota, de classe social mais elevada –, o impacto causado pela morte precoce de um colega de classe – Robson, cuja namorada estava grávida, se suicidara. A amizade com Adrian Finn, um garoto meio filósofo, para quem quase tudo era “filosoficamente autoevidente”.

A constatação da passagem para a idade adulta, ao passo que as ilusões e as aventuras não são mais que flores murchas, tendo perdido cor e vivacidade antes mesmo de que ele pudesse se dar conta. No lugar das convicções e sonhos, apenas “a pequenez da vida que a arte exagera”; a pacatez de uma vida que, afinal, nem é tudo aquilo que a pintam.

Anthony, ou Tony, descobre certos sentimentos ao longo da vida, como, por exemplo, o ácido remorso. Que vem como que embutido numa herança esquisita de 500 libras e um documento – o diário de seu amigo Adrian Finn.

O sentido de um fim fala sobre sentimentos, sobre o passado (num momento em que o futuro já não importa tanto), sobre a vida e a tentativa de compreender as coisas. Fala também sobre o tempo, que “primeiro nos prende e depois nos confunde”, segundo Tony, e que passa cada vez mais depressa.

O que é História? Seria a mentira dos vitoriosos, ou uma forma de o derrotado se autoiludir? Certamente, Finn terá uma resposta melhor para essa longa especulação que permeia as 160 páginas do livro.

LEIA PORQUE...
Além de ter dado a Julian Barnes o prêmio Man Booker de 2011, O sentido de um fim é uma leitura reflexiva por essência. Talvez um tanto pessimista, mas diria que ganha status de obrigatória na vida de um ser humano.

DA EXPERIÊNCIA...
E Barnes me surpreende pela segunda vez este ano!

FEZ PENSAR EM...
“Você pode dizer, Mas não eram os anos 1960? Sim, mas só para algumas pessoas, só em certas partes do país.”


site: http://livrolab.blogspot.com
comentários(0)comente



Deborah 18/07/2014

Inesgotável
Um livro muito interessante, daqueles que você sente que poderia reler e fazer novas reflexões.. Sobre a memória e o sentido - o fim deve se referir a vida mesmo, tudo o que nos aconteceu/ acontece. Recomendo a leitura e o autor, que escreve de uma forma muito simples, direta - e sensível.
comentários(0)comente



Rodrigo 29/03/2021

Um livro sobre a construção social das memórias
Nós atribuímos sentido às coisas a partir de nossa perspectiva, de nosso conhecimento, de nossas vivências e experiências.

Narrado em primeira pessoa, o protagonista da história busca dar sentido ao seu passado, a partir de suas memórias. Nessa tarefa, a memória do narrador é que vai (re)construindo o seu passado, em meio aos fatos nunca esclarecidos. O livro, portanto, é construído em torno das incertezas da história pessoal do narrador, o que concede à narrativa uma aura de mistério que se mantém mesmo após a última página.

Um livro inteligente e que vale a pena ser lido. Pretendo relê-lo talvez daqui uns 20 anos, acredito que a obra poderá ser ainda melhor aproveitada com a sabedoria que (às vezes) chega com a idade.
comentários(0)comente



Débora 07/08/2021

Um final chocante
A leitura de O sentido de um fim foi bem rápida, fluida e prendeu minha atenção em muitos momentos.

Apesar de ter muitas passagens filosóficas, coisa que não me atrai de forma alguma, foi uma boa leitura e cheia de mistérios.

A personagem Verônica, apesar dos males que passou, é insuportável e eu não aguentava mais ouvir a mesma frase saindo da boca dela o tempo todo que ela interagia com o narrador.

O final foi o que fiz tudo valer a pena, apesar de não garantir uma boa nota para minha experiência. Chocante, não esperava por aquilo de forma alguma.

O livro fala muito sobre memória, possui alguns pontos que te fazem refletir e foi o que mais gostei no geral.

Enfim, poderia ter sido melhor. Vejo muitos elogiando esse livro, talvez eu que não estava preparada para ele, mas eu esperava mais.
comentários(0)comente



Gisa 06/06/2021

Na primeira parte Tony é um homem de meia idade que nos conta fragmentos de sua história de vida, conforme vai se lembrando dela.

Na segunda parte do livro Tony é confrontado com algumas provas materiais (uma carta escrita há muito tempo e trechos do diário de seu amigo suicida) e percebe que talvez a memória que ele tem do próprio passado e de si mesmo não são assim tão fidedignas.

O quanto você reinventa sua própria história quando está contando para alguém? Que partes do seu passado você omite/floreia ou apaga quando está contando para alguém e especialmente quando não há ninguém capaz de te confrontar com provas, afinal não estavam presentes na época dos fatos?
comentários(0)comente



(n)Ana 13/04/2015

Deprimente
Uma crise de meia idade em 160 páginas. Fez-me quase acreditar que para lá caminhamos todos nós, o que pode muito bem ser verdade, mas não será um sujeito tosco como Tony Webster que me convencerá disso.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



LaAs183 29/06/2020

Uma história que mostra como diferentes pontos de vistas transformam fatos e percepções.
comentários(0)comente



gui almeida 10/05/2021

Excelente, agradabilíssimo, viciante, vc só entende tudo na última página, com um tapa desconcertante.
comentários(0)comente



paloma 04/04/2021

Livro espetacular
Um livro envolvente e profundo sobre memória e as possibilidades narrativas da história. Vencedor do Man Booker Prize de 2011, tem escrita elegante e fluida, além de contar com a concisão e o humor tipicamente ingleses. Narrado em primeira pessoa, somos apresentados a Tony Webster, um personagem cativante, cujos relatos, no entanto, vão se mostrando pouco confiáveis. A história se passa em Londres e arredores, entre os anos 1960 e 2000. Tem uma trama muito bem construída, que vamos desvendando a conta gotas, como em um romance policial, com pistas dadas pelo próprio narrador e um pequeno acesso a documentos factuais, às vezes incompletos e descontextualizados. Somos instigados a ler como um leitor arqueólogo/historiador, decifrando diálogos e montando um quebra cabeça para tentar compreender um passado remoto, porém, com consequências reais para o presente. Julian Barnes nos faz refletir sobre a distância entre a realidade e a interpretação que dela fazemos. Cada um com sua versão da mesma história. Terminamos confusos e certos que lemos uma obra prima.
Sheila 17/05/2021minha estante
Eu amei esse tbm. Fiquei dias pensando...




PuddingPop 23/01/2017

Você não entendeu nada!
“Você ainda não entendeu. Você nunca entendeu e jamais entenderá. Então pare de tentar. ”
Quem nunca ficou tentando juntar os lapsos de memória, parcas reminiscências, fragmentos de passado, para tentar entender os fatos do presente?
Julian Barnes nos leva a uma viagem no túnel do tempo, mas não é ficção cientifica, é busca interno, pessoal, pelas incertezas de nossas memórias. Uma tentativa de reconstrução, juntando as teias do passado.
O autor trabalhou magistralmente a narrativa, de modo que temos realmente a sensação de estar dentro das reminiscências de Anthony (Tony), o protagonista e narrador do livro: ele vai soltando aos poucos os fragmentos até o final surpreendente.
O texto é curto, mas sempre intenso, e vai te levar a raciocinar sobre suas próprias escolhas, os caminhos que você toma na vida e principalmente imaginar o que teria acontecido se você tivesse optado por outros caminhos.
Detalhe: Barnes é britânico (tenho uma queda por autores da querida ilha) e ganhou o “Man Booker Prize” por esse livro.
Agradeço aqui a por essa indicação e pelas ótimas dicas de leitura que sempre tem passado.
“...quando você tem vinte anos, mesmo que você se sinta confuso e incerto a respeito dos seus objetivos, você tem um forte senso do que é a vida, e do que você é na vida, e pode vir a ser. Mais tarde...mais tarde há mais incerteza, mais sobreposição, mais retrocesso, mais falsas lembranças. Na juventude, conseguimos nos lembrar de toda nossa curta vida. Mais tarde, a memória vira uma caixa feita de retalhos e remendos. É um pouco como a caixa preta que os aviões carregam para registrar o que aconteceu num desastre. Se nada der errado, a fita apaga sozinha. ”


site: https://www.instagram.com/puddingpop69/
comentários(0)comente



spoiler visualizar
Sandra :-) 23/07/2019minha estante
Para o diário a gente até consegue especular um motivo, mesmo sem muito sentido, mas e as 500 libras? Por que foi deixada no testamento? Achei muita enrolação também :(




spoiler visualizar
Andre_Sch 05/06/2021minha estante
[spoiler] Rafa vou compartilhar com você o meu entendimento sobre o dinheiro, pelo que eu entendi a Sarah Ford falou que ele poderia achar estranho, mas era como um "pedido de desculpa" pelo que a família dela fez com ele - isso está na p. 73. Porém, a Advogada pediu para ele (Tony) mandar detalhes bancários para depositar o dinheiro, e depois Tony recebe um email da Veronica: "dinheiro sujo de sangue?". E no desenrolar a gente descobre tudo o que foi Tony na vida dessas pessoas. Termino pensando que será que Tony teria coragem agora de receber esse dinheiro? De mandar para a advogada os detalhes bancários. [/spoiler]




bia 27/03/2021

O livro foi indicado por uma amiga, e é bom, só não é o que eu gosto de ler. Mas é muito bem escrito, me identifiquei muito com o personagem narrador, apenas achei a história um pouco arrastada. Gostei do final mas não muito kkkkkkk um livro mas nada demais.
comentários(0)comente



209 encontrados | exibindo 61 a 76
5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR