Réquiem: sonhos proibidos

Réquiem: sonhos proibidos Petê Rissatti




Resenhas - Réquiem: sonhos proibidos


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Soraya Felix 27/06/2012

Um livro acima das expectativas
O livro de Petê é fluido, absorvente e como, a meu ver, todo romance deve ser: - impossível de largar sua leitura até o fim.
Tradutor da difícil e complexa língua alemã, e como tradutor de obras ele acaba sendo co-autor de cada uma delas, aprendeu muito bem as lições de nossos mestres alemães. Então você encontra parágrafos longos demais para a língua portuguesa, mas extremamente adequados ao tom da história. Seus personagens são densos, pesados muito próximos dos que já encontrei em Franz Kafka (O Processo) e um pouco de Dostoiévski (Ivan me lembrou de Aliocha). Não que ele seja igual a eles, não, mas há algo deles no livro.
À primeira vista a obra me pareceu cíclica, como alguns sonhos que nos atormentam em noites agitadas, mas não. Se bem observado, Petê Rissatti construiu Réquiem de forma espiral ascendente, que o leitor poderá perceber claramente no último capítulo, nos pequenos detalhes do cotidiano-máquina de Ivan. Sinceramente espero por uma continuação da história.
A trama é simples. O mundo é controlado por lideres malucos que resolvem proibir as pessoas de sonhar e as dopam com uma droga chamada RÉQUIEM. Ivan, nosso protagonista, é um funcionário público pacato e totalmente adequado as regras ditatoriais do governo. Um dia, e isso acontece no inicio do livro, ele se esquece de comprar um novo estoque de Réquiem e acaba sonhando. Depois deste sonho, a vida de Ivan se transforma e ele vai descobrindo fatos e sentimentos sobre si mesmo que desconhecia.
Quem o ajuda nesta jornada são os Sonhadores, um grupo revolucionário que deseja, em resumo, devolver o bem mais caro que possuímos: - a liberdade. Não dá para detalhar muito a trama sob o risco de publicar spoilers.
Agora a experiência de leitura foi fantástica, já que lendo Réquiem, Petê me fez lembrar de livros que fazem parte da minha lista de “os melhores”. Quando descobri que a história toda girava em torno da droga Réquiem, ficou impossível não ser remetida ao SOMA, do fantástico “Admirável Mundo Novo, Aldoux Huxley”. Os cinco lideres, esses fanáticos dominadores me levaram novamente ao mundo de “1984, de George Orwell”; No entanto, o que mais encantou foi a aproximação com o mundo distópico de “Fahrenheit 451, de Ray Bradbury”, e isso não foi espantoso já que Réquiem inicialmente era um conto de uma publicação que referenciava esta obra.
Agora talvez alguém se pergunte o porquê do mundo dos sonhos ser proibido? Sonhar é um dos atos mais livres, mais pessoais e incontroláveis que o ser humano é capaz de produzir. Há um senso comum que afirma que o pensamento não pode ser controlado. Eu discordo. Há formas de controlar. Mas os sonhos, aquilo que acontece conosco quando colocamos a cabeça no travesseiro e fechamos os olhos, eles são independentes e ricos, e dizem muito sobre nós. Controlá-los significaria nos transformar em zumbis, em seres teleguiados.
O final é surpreendente. Petê Rissatti conseguiu nos tirar do lugar comum, mas também conseguiu uma pequena ponta de – Por quê ele fez isso com Ivan? – Depois fica claro que o final não poderia ser outro, talvez por que o próprio livro seja o anti-réquiem do leitor.
O que mais eu posso dizer sobre ele? Que foi um dos melhores livros que li este ano e que o autor tem um futuro brilhante pela frente e um dos motivos é que a literatura de Petê é universal, o que significa que sua obra faria sucesso traduzida para o inglês ou alemão, não deixando nada a dever para os autores atuais dessas línguas.
Eu repito a proposta que gosto de fazer a meus leitores:
- Leiam de depois me escrevam. No meu caso Réquiem já está na lista de releituras.

Veja resenha completa em: http://prosamagica.blogspot.com
Petê Rissatti 27/06/2012minha estante
O autor agradece imensamente a resenha tão bacana.




spoiler visualizar
Antonio Cícero 29/12/2012minha estante
Ótimo livro... Vale a pena conferir...


Antonio Cícero 29/12/2012minha estante
Ótimo livro... Vale a pena conferir...




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