Tonio Kroeger / A Morte em Veneza

Tonio Kroeger / A Morte em Veneza Thomas Mann




Resenhas - Tonio Kroeger e A Morte Em Veneza


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Antonio.Junior 16/08/2021

Uma Ode A Beleza Em Seu Mais Legítimo Significado
São dois títulos que compõe este volume. É comum encontrarmos no mercado edições que venham com essas duas novelas, pois ambas estão intimamente relacionadas nos temas que alí serão trabalhados.

A primeira delas é Tônio Kroeger, obra autobiográfica, esta da juventude literária do autor. Relata a história do protagonista, Tônio Kroeger, que dá nome a narrativa, e seus dilemas com relação a sua posição de burguês e artista na sociedade. Embora não seja uma narrativa impressionante é um livro indispensável para os entusiastas da obra do Mann, aqui encontraremos (em uma forma ainda bruta) a maioria dos temas que seriam desenvolvidos magistralmente nas obras de maturidade do autor; o papel do artista na sociedade, o ideal de beleza, a decadência da burguesia, a doença como criatividade, conflitos sexuais, entre outros. Tônio Kroeger fica então como sua obra-base.

A outra novela, A Morte em Veneza, obra esta já da maturidade do autor, nos apresentará ao decadente Aschenbach, um escritor renomado, viajará a Veneza a procura de inspiração (também motivado a postegar de seu trivial trabalho). Lá encontra o jovem polonês Tadzio, por quem Aschenbach nutrirá uma paixão. (O homoerotico embora evidente a início, na obra tem papel secundário). Abismado e obcecado pela beleza do jovem, que encarna os mais puros ideais da estética clássica, Aschenbach refletirá sobre o verdadeiro significado de beleza e a real função do artista como contribuinte para a sociedade. Enquanto em seu íntimo enfrentará o combate entre o Apolíneo e o Dionisíaco. Combate este que pode vir a ser fatal.
Não há outra palavra para definir essa novela além de bela. A beleza do jovem Tadzio parece que é contagiante. As descrições do autor, assim como as constantes reflexões de Aschenbach são extremamente filosóficas e instigantes. Essa novela é uma ode a beleza em seu mais legítimo significado. Amantes do belo, este é um texto que vocês definitivamente tem de ler. Thomas Mann, um incrível escritor, não deixa nunca de me surpreender.
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Fabio Shiva 04/03/2012

Sempre dá um gostinho especial ler um clássico!
A leitura, quer gostemos ou não do livro, traz sempre um sabor de vitória, de realização. Toda vez que leio um clássico sinto isso.

Pois então. Se eu fosse falar tudo o que a leitura dessas duas obras me proporcionou, em termos de reflexões e aprendizado, teria que escrever outro tanto de páginas de quantas li... cheguei a sentir até a vontade de escrever um livro só para contestar a visão do autor a respeito de arte e espiritualidade (por espantoso que possa parecer), mas dou a tarefa mais que cumprida pelo igualmente alemão e igualmente aclamado Hermann Hesse...

Sobre essa questão, digo apenas que noto em Thomas Mann uma certa visão de mundo comum a outros autores europeus do início do século XX. Depois que Nietzsche proclamou pelos quatro ventos a morte de Deus, devia ser considerado ingenuidade ou até mau gosto aventar sequer a possibilidade de Sua existência... daí tantas mentes privilegiadas dessa época se debaterem como peixes numa rede, tentando a todo custo montar um quadro coerente de sua angústia existencial quando a mais importante peça está faltando... o Oceano!

É preciso dizer também que esse é um livro que exige muitos requisitos do leitor. Primeiro de tudo, ter uma cabeça aberta. Logo de cara, impõe-se a questão sexual (ou homossexual), presente em intensidades diferentes tanto em “Tonio Kroeger” quanto em “A Morte em Veneza”. É preciso ter uma visão isenta, pois tanto o homofóbico quanto o excessivamente simpatizante correm o risco de passar do ponto...

Foi muito feliz a ideia de juntar os dois textos em um único volume, pois há uma continuidade temática e cronológica: Tonio Kroger é o retrato do artista quando jovem, e é o artista diante da morte em Veneza...

Muito bem escrito, admiravelmente escrito, esplêndida literatura! Mas em termos de visão de mundo, Hesse enxergou muito mais belo!

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Comunidade Resenhas Literárias

Aproveito para convidar todos a conhecerem a comunidade Resenhas Literárias, um espaço agradável para troca de ideias e experiências sobre livros:
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Nicoli.Rodrigues 06/08/2021minha estante
Qual livro do Hesse vc se refere ou indica em especial?


Fabio Shiva 06/08/2021minha estante
Oi Nicoli! Gratidão por seu comentário! Indico começar a leitura de Hesse por "Viagem ao Oriente", seguida por "Demian" e "O Lobo da Estepe". Sobre a questão específica da espiritualidade, "Sidarta" é belíssimo (sem ser religioso de forma alguma). E considero a obra-prima de Hesse (sugiro que leia depois de ter lido outros dele) "O Jogo das Contas de Vidro".

Agradeço também por seu comentário ter me permitido reler essa resenha, que escrevi há bem mais de 4 anos (que foi quando postei no Skoob). Hoje certamente teria escrito de outro modo.


Nicoli.Rodrigues 06/08/2021minha estante
Obg pela resposta. Sempre bom falar de livros e quanto mais o tempo passa, eles nos parecem diferentes, porque o tempo transforma. Abraço.


Fabio Shiva 07/08/2021minha estante
Verdade, Nicoli! Atualmente, por exemplo, mesmo estou lendo "Angústa" do Graciliano Ramos, que tentei ler há alguns anos e achei muito chato... e agora estou amando!


Nicoli.Rodrigues 07/08/2021minha estante
Está na minha lista. Quero ler ainda este ano. Aos poucos vou adentrando e me familiarizando com a literatura brasileira. Estou, no momento lendo O Ateneu.


Fabio Shiva 07/08/2021minha estante
Ah, que maravilha, Nicoli! Depois me diga o que achou de "O Ateneu", esse não li ainda. Do Graciliano comecei lendo, aos 14 anos, suas "Memórias do Cárcere", um dos meus livros favoritos! Reli recentemente, e amei!




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Lasse_ 25/08/2021

Uma ode à beleza em seu retrógrado e burguês significado
Estas duas obras, sempre lançadas em conjunto, possuem um motor idêntico. Os protagonistas são, de fato, clones, com as mesmas divagações, ascendência e personalidade. São também o maior problema das duas obras. "Você é um burguês em caminhos errados, Tônio Kroeguer. Um burguês errante", lhe informa - cirurgicamente - Lisavieta, chegando ao cerne da questão. É notável como ideais explorados pelo autor no resto de sua obra coalescem nesses protagonistas, que incorporam o vício de uma burguesia hoje morta, entregue ao ócio e amaldiçoada com uma sensibilidade particular na ausência da profundidade de espírito.

O primeiro volume se estrutura como nove capítulos que representam instantâneos na vida do protagonista Tônio. Somos apresentados à sua eterna busca pela beleza, num caminho circular que termina exatamente onde começa. A fragmentação da narrativa impede que o autor se aprofunde nos temas emergentes da narrativa, que apenas se repetem sem chegar a um destino, representando sempre o mesmo vício burguês e ocioso de perseguir a fumaça idealizada e ignorar um bônus concreto e gracioso por não se assemelhar aos seus delírios fantasmagóricos.

O segundo volume demonstra um forte refinamento no estilo. A forma contínua da narrativa intercala as descrições poéticas com as reflexões metafísicas do protagonista. Apesar de se entregar aos mesmos defeitos temáticos do primeiro volume, a Morte em Veneza ganha ao construir a história de forma que ela possa ser tomada como metáfora. Interpreto essa peça como sendo uma representação da vida frívola do poeta. A realidade nua e crua o desilude, o passaporte pra vida de flâneur o instiga, a beleza fantasmagórica o fascina e manipula, e o poeta tenta se equilibrar na corda bamba para não perceber e fazer evidente o próprio ridículo. A beleza se encarna aqui como o típico necro-ideal de séculos passados, românticos, a juventude, a pele alva, os cabelos louros e sedosos, um ideal eurocêntrico. A juventude inalcançável instiga o protagonista decrépito, que tenta se acreditar menos velho. E a sua busca desenfreada acaba no momento que o ideal enfrenta as vias de fato e há um instante de reconhecimento. Um instante fugaz de aniquilamento.
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Triz 17/02/2023

O contrário
Sempre ouvi falar de "A morte em Veneza" e mas nunca de "Tônio Kroeger", então comecei a ler esperando bem mais do primeiro. Me surpreendi por ter gostado mais da história do Tônio e até me identificado com ele em certos momentos.

A morte em Veneza em alguns pensamentos do personagem principal me fez pensar em Lolita, com a diferença que em nenhum momento ele tem contato direto com o garoto de sua obsessão. Achei a narrativa desse segundo bem mais arrastado do que a primeira história, então não sei bem se gostei ou não.
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Kah 27/04/2020

Médio
A leitura é um pouco cansativa no começo e, sinceramente, quase desisti. Mas depois que nos acostumamos com a escrita do autor é possível apreciar os personagens e suas contemplações de si e de seus respectivos ambientes.
Conhecendo um pouco sobre o autor também podemos notar vários toques autobiográficos em seus personagens.
Vale a leitura, mas exige uma certa disposição.
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DIÓGENES ARAÚJO 19/09/2013

Fujam desse livro
Sonolento demais
O autor é um dos grandes nomes da literatura, e gosto muito de literatura clássica, mas achei o livro é muito ruim.
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Lucas.Batista 26/01/2021

Fundametal
Assim como falei sobre A Morte em Veneza, Mann e a novela Tonio Krogger são absolutamente unânimes na literatura.
Mas para escrever algo na resenha, vou emprestar umas poucas palavras de Carpeux sobre a obra: Não é a obra prima de Mann, mas é a chave para a compreensão de todas as outras. É uma obras deliciosa.
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Victor Vale 11/05/2013

As obra são caracterizadas por protagonistas contemplativos, platônicos em seus amores e inseguros em seus poucos atos. Dá-se a entender que o personagens principais são fracos comparados a seus iguais, mais sensíveis e covardes. Uma excelente novela.
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FélixEdu 13/02/2016

Abandono compulsório
Tive de abandonar a leitura em razão do estado do livro, a edição é de 1971, o livro está guardado há muitos anos. Eu o abandonei, compulsoriamente, mas esta não foi uma escolha minha, fui acometido por uma tal CRISE ALÉRGICA. O retomarei o quanto antes, leitura satisfatória com narrativa fluente!
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