Gláucia 04/01/2017
A Solteirona - Honoré de Balzac
Publicado em 1836, faz parte de uma série denominada As Rivalidades, juntamente com O Gabinete das Antiguidades, o próximo a ser lido por mim.
A trama se passa em Alençon, cidade provinciana e gira em torno da srta. Cormon, moça de cerca de 42 anos e a solteira mais cobiçada da cidade por ser a mais rica. Passou sua juventude dispensando vários candidatos a marido por três principais motivos: estavam mais interessados em seu dinheiro, eram pouco católicos ou não eram monarquistas ( a França vivia um momento delicado). Mas agora a natureza grita, o relógio biológico está soando o alarme e ela decide enfim se casar. Será então disputada pelas duas rivalidades: o cavaleiro Valois, monarquista e Du Bousquier, republicano às escondidas. De forma velada e bem menos ostensiva temos também o tímido poeta Atanásio, muitos anos mais jovem que a moça e o mais desinteressado pelos dotes monetários.
O enredo se desenvolve em torno dessa disputa e o mais interessante é a forma como a sociedade tacanha da província se envolve, recheando o livro de fofocas, ninharias, intrigas e picuinhas. Balzac pretendia fazer um retrato fisiológico da mulher solteira da época. O livro tem passagens que divertem pelo absurdo da situação em que a pobre celibatária se coloca a fim de arrumar um marido. Fiquei morrendo de pena na maior parte das vezes.