Há pouco mais de um ano resolvi ler "Anna e O Beijo Francês". Na época li porque era um livro que ajudava a misturar mais os gêneros naquele começo de blog e foi com total surpresa que não só gostei da história como de vários outros detalhes. Um romance leve com personagens cativantes. Quando soube que a autora planejava mais dois livros que interligava os ambientes fiquei animada, afinal Stephanie Perkins tinha feito o que nenhum outro autor havia conseguido: conquistar-me com o puro e mais estrito romance jovem.
Dessa vez conhecemos Lola, ela está no último ano do ensino médio e tem dois pais protetores. Vive em São Francisco e namora Max, músico e mais velho do que ela. Os pais não aprovam Max, mas Lola faz o melhor que pode para tornar a situação agradável em todo café da manhã de domingo. Era mais um domingo comum quando Lola foi obrigada a levar a cachorra para passear. Sabia que os pais iriam encher Max de perguntas, mas não podia fazer nada. Não era surpresa para Lola ver a casa ao lado receber moradores. Desde que os donos se mudaram todo o tipo de pessoa já havia passado por lá. Apesar disso toda vez que Lola via um caminhão de mudanças sentia o mesmo frio na barriga. Não podia ser os Bell. Eles não voltariam nunca. Mas Lola perde o chão quando seu temor se confirma. Os Bell estão de volta. Calliope arrumou um novo treinador e Cricket entrou para a faculdade em Berkeley. Lola até tenta se convencer de que está e vai ficar tudo bem, mas velhos sentimentos e antigas mágoas retornam com força. Para piorar ela não está certa sobre Max, gosta dele, mas vendo Anna e St. Clair sabe que nem de longe seu namoro com Max é como deveria ser. Cricket está de volta, mais alto, mais bonito e com ele mudanças que vão abalar a vida de Lola.
A premissa é essa e a narrativa de Perkins segue tão harmoniosa, viva e leve quanto antes. Mais uma vez a autora investe em uma história visual, usando o ambiente e a caracterização dos personagens como pontos de apoio da trama. Lola é uma personagem singular, mas que consegue conquistar o leitor. Ela é improvável, mas não impossível. Stephanie Perkins desenvolveu uma trama sobre personalidade, auto descobrimento e escolhas. Os medos e as inseguranças de Lola e como tudo refletia no que ela mostrava as pessoas.
Lola é uma personagem visual, desde o modo como se veste até as suas ações. E isso pode não ser bem aceito por todos os leitores. A autora foi bastante corajosa, para não dizer audaz ao nos apresentar um ambiente que nem todos já tiveram contato e personagens que representam uma pequena parcela do mundo como a maioria conhece. Lola usa a roupa como forma de expressão. De perucas a maquiagens. Desde vestidos imitando o fogo a maquiagens estilo Cleópatra. Vai dizer que não é estranho? Mas aqui entra o bom senso do leitor, afinal só porque você não conhece e nem nunca viu alguém como Lola não quer dizer que não exista.
Cricket também é diferente, inventor e estudante de engenharia mecânica. Viveu a sombra da irmã gêmea, sempre seguindo a família de competição em competição. O maior problema não é a identificação o visual da protagonista e sim o modo como ela agiu, sendo injusta com coisas tão óbvias. Ouvi muitas pessoas comentarem que Lola usa figurinos bizarros e perucas para se esconder e até certo ponto concordo que Lola deixou claro em vários momentos isso, mas é complicado falar sobre isso porque a autora desenvolveu parte dessa questão e personalidade é personalidade, cada um enfrenta a vida com os recursos que têm.
Leitura rápida, que apresenta um cenário rico, um universo desconhecido de muitos. Stephanie Perkins é uma autora curiosa, que transporta parte da própria personalidade em seus livros. Seja com uma cinéfila em Paris ou uma futura designer que se expressa com as roupas a autora acertou na leveza do romance. A edição da (...)
Termine de ler em: http://www.cultivandoaleitura.com/2013/01/resenha-lola-e-o-garoto-da-casa-ao-lado.html