Desde o final do ano passado eu sabia que a Novo Conceito ia lançar esse livro e por isso quando ele veio na lista de lançamentos de julho, fiquei curiosa. Finalmente ia saber o porquê de tanto burburinho. No final das contas achei o livro um bocado estranho e contraditório apesar de ter gostado da forma que a autora desenvolveu os personagens e alguns temas. Não é um livro que vai ficar na memória, mas que com certeza tem seus méritos.
Brooke é filha de pais separados, morou em New Jersey até o final do segundo ano quando descobriu que seu amor platônico, Scott Abrams estava se mudando para Nova York. Sem pensar duas vezes ela decidi morar com seu pai. Ela quer ter a chance de contar a Scott como se sente, mesmo que para isso tenha que mudar de cidade. Ela sempre sonhou com Nova York, mas nunca imaginou que chegaria lá seguindo um rapaz. Essa é a premissa central do livro. Além disso, o livro trata da relutância de Brooke em aceitar o que ela é. Brooke possui QI muito acima do normal. Tem capacidade de tirar as melhores notas do colégio inteiro, mas passou toda a vida escolar sendo medíocre como forma de protesto aos métodos de ensino. Por causa de sua genialidade ela logo chama a atenção na nova escolha e se torna monitora de John, um garoto de sua idade que sempre teve problema com as ideais escritas. A partir daí a história se desenvolve alternando bons e maus momentos.
Com um tom leve e despreocupado a autora conduz a narrativa alternando as tramas. Brooke-John, Brooke-Scott. Achei uma pena gastar a maior parte do livro com o romance imaginário de Brooke. Uma garota que muda de cidade para ir atrás de um rapaz baseado em um sentimento que ela imagina ser correspondida. Algumas cenas e alguns pensamentos de Brooke me incomodaram profundamente porque, acredito que a maioria das pessoas vai concordar comigo, aquilo é comportamento de perseguidores. É obsessivo. Uma pena que ela só percebe muitas destas coisas nos capítulos finais. A parte boa da história é como a mudança de cenário faz a personagem crescer. Com descrições belas e precisas de West Village a autora conquista o leitor. É impossível não se deixar levar por aquele clima urbano de Nova York e impossível não sonhar com os prédios, as lojas, e os parques. Brooke amadurece ao longo do livro e parte das mudanças que ela sofre dá uma nova perspectiva ao livro. É como se tivessem escolhido o assunto errado para colocar na sinopse ou ainda como se houvesse dois livros em um.
John é um personagem fantástico, que renovava o ânimo toda vez que o chato do Scott aparecia. Não quero fala muito porque é um livro curto e se for descrever cada uma das atitudes que julguei estupidez de Brooke vou acabar entregando o livro inteiro. John e Brooke tiveram diálogos ótimos e cada uma das cenas entre os dois valeram pela parte estranha do livro. A personagem é boa de um jeito único. A visão distorcida que ela tem de algumas coisas pode ser justificada pela separação dos pais, mas não sei. É uma personagem com um potencial tão alto e que fica a impressão de que não foi toda explorada. O final agradou na medida para um romance jovem e o livro deixa aquela sensação de movimento, que nos faz pensar para onde nossas vidas estão indo.
Leitura rápida, ora agradável, ora irritante pela cegueira da protagonista. Passa uma mensagem boa e cumpre bem a missão de entreter o leitor. A edição (...)
Termine de ler o último parágrafo em: http://www.cultivandoaleitura.com/2012/08/resenha-bem-mais-perto.html