Rub.88 08/08/2021Tuberculose, Álcool e PoesiaO livro Edgar Allan Poe: O Mago do Terror escrito pela paulistana Jeanette Rozsas tem uma pegada infantojuvenil para contar a trágica trajetória do autor norte-americano hoje tido como uns dos maiores, mas na época extremamente incompreendido e talvez injustiçado.
Desde criança a vida de Eddie foi sofrida. O pai sumiu no mundo quando ele era ainda um bebê e a mãe morreu um pouco depois de tuberculose. Foi separado dos outros dois irmãos e adotado, mais nunca no papel, por um casal até com recursos. O novo pai, cara frio e comerciante avido, levava a família para outros países em busca de melhores oportunidades financeiras. E com isso Eddie teve a primeira infância atravessado de lá pra cá o oceano para Escócia, Inglaterra e de volta aos Estados Unidos da América. Teve uma educação de qualidade e acesso a muita literatura. Chegou a ingressar em West Poin, graduada academia militar, mas ficou por pouco tempo. Eddie era um tipo nervoso, agitado, falatrão e de temperamento imprevisível. As brigas com o pai pseudo-adotivo marcaram toda a sua vida, como um eterno desafio a autoridade do dinheiro. Ele era muito apegado as mulheres da família. A mãe realmente adotiva e do coração, a tia, a sogra e a jovem, jovem mesmo, jovemmmmmmmmm esposa, Virginia. A vida como poeta não dava renda fixa, então trabalhou fazendo de tudo em jornais e revistas da época. Quase sempre por salário de fome e sendo explorado no seu talento e prolífico poder de escrever sobre vários assuntos. Mas Eddie era chega numa garrafa. Chegado demais. As dúvidas se ele era realmente um cachaceiro de pavio curto existem, mas são poucas. Tinha dividas de jogo, contava vantagens, perdia emprego por bobagens, fazia confusão na rua e sumia durante dias. Isso são sinais de um pinguço categorizado. Seus escritos não alcançavam a fama que ele queria. Era crítico feroz de outras literaturas vigentes, e isso tem um pé na falta de aceitação geral do seu próprio material. Despeito e orgulho lhe rendeu desafetos e foi fácil espalhar a fama de encrenqueiro bebum. Morreu pobre, doido de álcool e chamando por alguém que ninguém conhecia. Depois da sua morte a obra ficou na penumbra da literatura norte-americana até receber traduções de outro grande autor contemporâneo Charles Baudelaire. Em vida o sucesso foi pouco, alguns flashes de atenção de admiradores e de pessoas que simpatizavam com aquele sujeito idiossincrático e de roupas escuras.