Sueli 18/05/2014
Dr. House Apaixonado
Não existe nada mais agradável para um leitor compulsivo que descobrir novos autores - para ele, claro - já que dessa forma a possibilidade de prosseguir em seu vício fica cada vez mais garantida.
Contudo, mesmo tendo participado de campanhas pela publicação dos livros de Eloisa James no Brasil, eu ainda não a conhecia.
Gente, o que é essa escritora??? Fala sério, ela é demais!
Sabe, eu comecei a ler “Milagre de Amor” sem grandes expectativas, pois desde que descobri esse gênero literário e, no posterior descontrole da minha compulsão pelos novos livros, percebi que nossas editoras estavam paulatinamente deixando de publicar os romances das minhas autoras favoritas...
Eu amo romances históricos, mas infelizmente não encontro novas publicações de Julie Garwood, de Amanda Quick/Jayne Ann Krentz, Judith McNaught, entre outros. E, qual não foi a minha alegria quando comecei a ler “Milagre de Amor” e perceber que Eloisa James escreve com a mesma alegria e inteligência, compondo a sua trama e estruturando os seus personagens, com o mesmo entusiasmo das autoras que amo.
Desde os seus primeiros capítulos “Milagre de Amor” me deixou absolutamente fascinada, mesmo quando Linnet está passando por grandes dificuldades, com sua honra definitivamente posta na lama e sem poder contar com apoio e solidariedade de sua própria família, mesmo assim todo o inferno vivido por Linnet é permeado por um verniz de humor e deboche responsáveis pelas minhas melhores gargalhadas dos últimos livros que li.
As propostas feitas pelos familiares de Linnet para resolverem os seus problemas são tão absurdas e descabidas que é impossível, para a nossa querida protagonista, sequer pensar em colocá-las em ação, porém são deliciosamente divertidas para todos nós. Claro que do ponto de vista do leitor. Da mocinha? Nunca!
Eloisa James brinca ao nos mostrar como a honra de uma mulher absolutamente imaculada é frágil frente a uma sociedade hipócrita e arbitrária, somada à inveja dos pobres de espírito. Mas, depois de muitos absurdos, Linnet é enviada para conhecer Piers, um conde que possui a fama de ser um Monstro, que ela, com muita esperança, imagina poder encantar e conseguir um casamento que a fará afastar-se desse universo cruel e recheado de falsidade.
Mesmo que Piers esteja pronto para rejeitá-la o fato de ela ser mais bonita que o sol e a lua faz estremecer a sua determinação inicial, mas o que o coloca a nocaute é o seu espírito, inteligência e bondade.
Apesar de tudo contribuir favoravelmente para o encontro de eles dois, o fato de Linnet ter sido trazida pelo duque Windebank, o pai que Piers jamais perdoou, impede que nosso protagonista aceite o amor, já que ser infeliz é a forma que Piers encontrou para punir o duque.
Portanto, leitores, é uma história simples, fluida e adorável, mas que nos traz, mais uma vez, a lição de que no inventário das coisas vividas, o nosso passado não pode influenciar negativamente a possibilidade da presente felicidade. Um livro que fala sobre perdão e aceitação das imperfeições físicas e humanas.
Durante toda a leitura do livro, eu não deixei de imaginar o Piers como o Dr. House. A mesma personalidade, a mesma genialidade, o humor de cão, e, claro, o mesmo defeito físico e a sua inseparável bengala, e adorei, na “Nota Histórica”, quando James agradece e elogia os editores da série televisiva de tanto sucesso.
Eu comprei meu exemplar através da Livraria Cultura, que felizmente importa alguns dos livros não publicados no Brasil, e desta vez, o meu livro chegou em perfeitas condições, algo que está se tornando cada dia mais difícil, devido às novas embalagens da Cultura.
E, seria uma pena, caso o meu livro chagasse com problemas, já que a edição da Editora Quinta Essência, está maravilhosa. Com uma capa belíssima e com uma revisão, se não perfeita, pelo menos bem razoável.
Uma leitura imperdível!