Thaisdv 28/01/2024
Surpreendente
O jeito Harvard de ser feliz escrito por Shawn Achor, foi um livro que me surpreendeu, devido a riqueza de seu conteúdo. Frequentemente nos questionamos em relação ao que é ser feliz, e o que podemos fazer para aumentar a nossa felicidade, e com isso, percebemos que nosso cérebro possui um melhor funcionamento quando apresenta uma atitude positiva, desta forma, somos mais inteligentes, mais motivados e consequentemente conseguiremos ter mais sucesso. Porque a felicidade leva ao sucesso e as realizações e não ao contrário como sempre pensamos.
Após muitos estudos, dentro da psicologia positiva, o autor concluiu que o que leva algumas pessoas a terem sucesso podem ser resumidos em sete princípios.
1° Princípio - O benefício da felicidade: A felicidade é o centro e o sucesso é o que gira em torno dela. Certo, mas como as emoções positivas são capazes de extrair o nosso melhor? Estas emoções inundam o nosso cérebro com dopamina e serotonina, que não apenas nos fazem nos sentirmos bem como sintoniza os centros de aprendizado do cérebro em patamares mais elevados, ajudando a organizar as informações, nos permite criar e sustentar mais conexões neurais, o que nos possibilita pensar com mais rapidez e criatividade, sendo mais hábeis em análises complexas e na resolução de problemas. As emoções positivas proporcionam um antídoto para a ansiedade e o estresse físico. Seguindo este princípio podemos estar contribuindo para buscar objetivos de vida que façam sentido, identificar oportunidades, cultivar uma postura otimista e de gratidão e manter relacionamentos sociais e de valor.
2° Princípio - O ponto de apoio e a alavanca: podemos mudar a forma que processamos e reagimos ao mundo, não é uma questão de mentir para nós mesmos que não existem problemas, mas sim, ajustar o nosso cérebro para que ele enxergue maneiras de nos elevar acima destas circunstâncias. Fazendo uma analogia com uma alavanca percebemos que nosso potencial pode ser maximizado de duas formas: 1 - o comprimento da alavanca, ou seja, quanto poder e potencial acreditamos ter e 2 - a posição do nosso ponto de apoio, sendo a atitude com a qual geramos o poder de mudar. O enorme poder das crenças resulta do fato de elas determinarem os nossos esforços e nossas ações.
3° Princípio - O efeito tetris: os jogos repetidos, como o tetris, ligam nosso cérebro em um processo chamado “imagem residual cognitiva”, pois nossa visão fica presa nesses padrões fazendo com que enxerguemos involuntariamente esses blocos aonde quer que olhamos. E uma pessoa em efeito tetris é aquela que é incapaz de romper um padrão de pensamento ou comportamento, que muitas vezes pode ser negativo. Essas pessoas naturalmente não estão tentando ser difíceis ou irritadas, o cérebro delas, apenas, destaca encontrar elementos negativos no ambiente e consequentemente, identificam motivos de aborrecimento, contrariedade e estresse, pois o cérebro dessas pessoas está treinado em reconhecer esses padrões.
4° Princípio - Encontre oportunidade na adversidade: nós tomamos as melhores decisões quando pensamos com clareza e criatividade, o problema é que quando estamos estressados ou em crise, nós deixamos de ver o caminho mais importante de todos que é o que nos leva encontrar oportunidade nas adversidades. Nem todas as coisas acontecem para o melhor, mas nós podemos obter o melhor de tudo o que acontece. E assim, quanto antes nos encararmos as dificuldades, estaremos mais preparados para lidar com os obstáculos que inevitavelmente estarão ao longo de nosso caminho. Uma maneira de encontrar as oportunidades em um caminho adverso é praticar o modelo ABCD, que em portugues é: Adversidade, crença, consequência e contestação. A adversidade é um evento que não temos como mudar, a crença é a nossa reação ao evento, podendo levar a uma consequência negativa e assim a contestação diz respeito a nos convencer de que nossa crença não passa de uma crença e não um fato e depois desafiá-la.
5° Princípio - O círculo do Zorro: este conceito é uma poderosa metáfora de como podemos atingir nossas metas mais ambiciosas no trabalho, carreira e na vida pessoal, que se resume em concentrar nossos esforços em pequenas metas exequíveis, recuperando o sentido que estamos no controle. Para dominar o ciclo da auto consciência é importante identificar os aspectos da situação que você pode controlar e os que não pode. E assim lançamos nossas metas, de forma moderada, nem tão fáceis a ponto de não termos que nos esforçar e nem tão difíceis a ponto de nos desanimar e desistir.
6° Princípio - A regra dos 20 segundos: “o conhecimento é apenas uma parte da batalha”. Para sermos excelentes não podemos simplesmente pensar, precisamos agir. Segundo William James, nós somos meros apanhadores de hábitos, pois conseguimos realizar grande parte de nossas atividades de forma automatizada. E para criar esses hábitos, precisamos de “pitadas diárias de empenho”, devido ao fato de que os hábitos se formam porque o nosso cérebro efetivamente muda em resposta a repetição.
Sabendo que somos apanhadores de hábitos, cada vez que pegamos o caminho de menor resistência, sucumbimos a mudar de direção, ou seja, somos intensamente atraídos pelas coisas fáceis e práticas que é incrivelmente difícil dominar essa inércia. A chamada “energia de ativação” é a fagulha inicial necessária para catalisar uma reação. Quanta energia, tanto física quanto mental, é necessária para as pessoas superarem a inércia e darem início a um hábito positivo? Caso contrário, seguiremos pelo caminho de menor resistência. Sabendo disso, quando colocamos o comportamento desejado no caminho de menor resistência, ou seja, reduzimos a 20 segundos o tempo necessário para a energia de ativação entrar em cena aumentando a nossa capacidade de dar início a mudança positiva.
7° Princípio - Investimento social: este princípio nos diz respeito a quando nos depararmos com alguma ameaça ou problema inesperado, a única maneira de nos salvar é nos agarrar às pessoas ao nosso redor. Alguns estudiosos concluíram que precisamos de relacionamentos sociais para prosperar, pois assim multiplicamos nossos recursos emocionais, intelectuais e físicos, podendo nos recuperar mais rapidamente de contratempos. Quanto formamos um vínculo social positivo, a oxitocina, um hormônio indutor do prazer, é liberada na nossa corrente sanguínea, reduzindo imediatamente a ansiedade e melhorando nossa concentração e foco. Cada conexão social também reforça nosso sistema cardiovascular, neuroendócrino e imunológico, de forma que, quanto mais conexões formamos com o tempo, melhor é o funcionamento do nosso corpo.
As conexões sociais levam a um comportamento reforçado de aprendizagem, que significa que, quanto mais as pessoas se sentem conectadas com outras, mais se empenham em descobrir maneiras de melhorar a própria eficiência e conjunto de habilidades.
Ao termos conhecimento destes princípios, percebemos que sim, é possível encontrarmos a felicidade, não da forma trivial que geralmente somos levados a acreditar, mas que nossos hábitos e comportamentos positivos nos façam trilhar um caminho leve, objetivo e feliz, e que nos sintamos gratos, todos os dias pelas pequenas vitórias em nossa jornada.
site: https://comunidade.reservatoriodedopamina.com.br/c/resenha-de-livros/o-jeito-harvard-de-ser-feliz