spoiler visualizarNa.ribas 01/10/2021
Carta para Visconde de Taunay
Caro, Visconde de Taunay
Estou escrevendo esta carta para comentar sobre sua obra de 1872, Inocência.
É uma leitura realmente agradável, e que de certa forma, me prendeu de uma maneira calma e paciente.
A personagem Inocência era surpreendente, a calma e leveza que ela abrange, parecia planar no ar, não era à toa que estava caracterizada como “mulher anjo”, que significa aquela cheia de virtudes, casta, que se aproxima, em muito, ao divino.
Falando na mesma, o primeiro encontro de Cirino com Inocência foi de certo modo tranquilo, o equilíbrio que esta cena possui é admirável e fez sentir-me confortável, um amor à primeira vista perfeitamente encaixado na história.
É perceptível a maneira que Cirino sofreu para esconder seus sentimentos de Pereira, e a relação de Pereira com Nocência em parte não era de ser muito agradável. Era um amor de pai e filha, mas o modo com que Pereira se dirigia as mulheres e até mesmo a sua filha era rude, acredito que ele não desejara nunca algum mal a filha, mas não podemos obrigar alguém a fazer o que não tem vontade.
Um dos atos que me deixou em real choque, foi certamente a morte de Cirino, sua ida foi tão rápida, que a tristeza de sua morte me atingiu como uma bala. Foi de fato sem piedade os atos de Manecão, um coração frio como aquele era de dar medo, e mesmo com o perdão de Cirino que estava à beira da morte, ele foi se embora como que deixara cair uma gota d’agua no chão, foi um ato de estrema crueldade.
Contudo, o final me deixou um pouco contente, pois a forma que Meyer homenageou a doce Nocência com a borboleta que achara no mato da roça foi realmente lindo, a ideia de dar o nome de Inocência a uma borboleta no começo me pareceu um tanto estranha, mas quando finalizei a leitura foi deveras emocionante.
É certo que eu gostaria de esquecer tudo que tenho conhecimento sobre sua obra, somente para relê-la, mas como não é possível realizar isto no momento, sigo meu rumo com mais uma história grandiosa em minha mente.
Com Carinho e Gratidão
Ana Júlia Ribas F.