Marlana.Kiewel 10/04/2020
A casinha azul
Você leu Jane Eyre? Eu não! Ora, ora leia estão, você me dirá. Mas, se és um/a leitor/a de fato, saberás que não é bem assim. Sim, eu li O morro dos ventos uivantes, da irmã da Charlotte, Emily. Se o lestes, sabes o quão pode ser bela uma história de amor, de amizade, não é Heleninha ? Lembro muito bem que a sua mãe não cansou de lê-lo e só por isso tenho saudades dela, mesmo tendo-a visto uma ou duas vezes em finais de noite a meias portas. Ela me lembra o livro, sempre foi a minha referência das personagens, dos belos e misteriosos morros uivantes, bem como dos traiçoeiros pantanos de Yorkshire que a Emily descreveu, deviam ser perigosos mesmo, pois até eu, que nunca fui la, os trago na memória. Admirei sua mãe por isso e nunca tive a oportunidade de dizer isso a ela, é a parte triste da história de um livro fora da história (se é que entendes).
Neste final de tarde de domingo, Dia Internacional do reconhecimento da luta das mulheres pelos seus direitos, que quero homenagear a minha mãe guerreira, a sua, a delas, as belas personagens e donas dos livros em aberto. Tudo isso também porque Jane Eyre é lida por Cíntia, a mocinha de A casinha azul e a vozinha aqui ainda não o leu. Que frustração!
A casinha azul é um carinho de livro para a nossa alma, feito por Sandra Comino, escritora portenha . É um livro bonito por dentro e por fora. Gostei de ler as suas orelhas. Um livro simples porém de uma riqueza humana poucas vezes experimentadas por mim e só tem uma grosa de páginas. Uma!
Então, se você estiver desocupada, cansada de tanto watts e facebook, leia A casinha azul, lá dentro você descobrirá uma pilha de outros tantos títulos atemporais. O mesmo acontece com A louça da casa de Rosa Montero, mas esta já é uma outra narrativa.