Dâmares Dias 23/03/2018
Uma força medonha - o último e melhor
"Uma força medonha" é o terceiro livro da Trilogia Cósmica, escrita por C S Lewis e, na minha opinião, o melhor deles...
Mesmo quem não leu "Além do Planeta Silencioso" e "Perelandra" pode ler esse livro; porque apesar da história ser sequencial, não é preciso ter lido as duas primeiras para entender bem essa...
Após o Dr Ranson realizar duas viagens interplanetárias, uma para Malacandra (em Além do Planeta Silencioso) e outra para Perelandra (livro de mesmo nome), sua próxima batalha, vivida em "Uma força Medonha", acontece em seu próprio planeta.
Há uma grande diferença desse livro para os dois primeiros: sem espaçonaves e planetas distantes, sem descrições longas de lugares e seres estranhos, sem diálogos ou aprendizagem de vocabulário de outra lingua (mais presente em Além do Planeta Silencioso)... Em "Uma força medonha", C S Lewis faz com que o leitor viaje pelo conhecido: pelos corredores de uma faculdade, pelos altos e baixos de um casamento, pelas ruazinhas de um povoado inglês... Tudo isso com uma boa dose de fantasia... Imagine minha surpresa ao encontrar o mago Merlin como personagem de peso nesse livro?
No prefácio do livro, encontramos uma fala do próprio autor que afirma: "Chamei este livro de conto de fadas na esperança de que aqueles que não gostam de fantasia não sejam persuadidos a continuar sua leitura, pelos dois primeiros capítulos, para depois virem queixar-se decepcionados." Acredito que isso foi dito pelo autor porque o livro incia-se como uma história "normal": uma esposa entediada que tem pesadelos, a reunião de um faculdade pra vender um terreno... Só beeeem depois, lá pela metade de suas 500 e poucas páginas, encontramos a figura conhecida do Dr Ranson.
Basicamente toda a narrativa se divide em dois cenários: os fatos vividos por Jane, a esposa, que busca ajuda para entender o porquê de ter tantos sonhos que parecem reais; e os que se passam com Mark, o marido, que tenta se adaptar ao novo emprego no Instituto INEC, no qual ele não sabe bem qual a sua função...
Além de tratar das questões sobre batalha espiritual que nos rodeia, Lewis chama atenção (de forma espetacular) para o "jugo desigual"... E quando a guerra começa dentro do nosso próprio lar? Com aqueles com quem temos de ser uma só carne segundo a Bíblia?
A narrativa do livro tem mais ação que os dois primeiros, e os diálogos são mais fáceis de acompanhar. Por outro lado, há algumas partes do livro em que não ficou claro pra mim o que o autor queria dizer com aquilo...
Fora esse pequeno porém, o livro é ótimo e recomendo. Terminei a leitura com gosto de quero mais... Pois depois desse volume só temos "A torre negra" (que ainda não li), mas que é um esboço do que seria a continuação das aventuras de Ranson...