Quando a Rocco lançou não conhecia o livro e não fazia ideia que Zevin estava trabalhando em uma trilogia distópica. Porém foi com grata surpresa que descobri uma sinopse bastante interessante. 384 Páginas depois posso dizer que a história criada por Gabrielle Zevin tem algo extremamente possível e assustador. O que a vontade de manter o controle a qualquer custo pode levar os governantes a fazer diante de uma crise.
O mundo em 2083 mudou drasticamente devido a crises de combustível, água e diversas outras crises naturais que assolaram e ainda assolam o mundo. Os governantes de muitos países desesperados e despreparados tomaram medidas drásticas e muitos deles caíram dando lugar a homens sedentos por controle. Algumas das proibições eram desnecessárias e absurdas. Nem todos os países tomaram. Nova York não é mais a mesma, perigosa e desoladora. Anya é filha do ex chefão da Balanchine Chocolate, morto quando ela ainda era nova. Sua mãe também foi assassinada. A avó que cuidava deles está morrendo, entrevada na cama, portanto a tarefa de cuidar do irmão mais velho com problemas e da irmã recai sobre ela. A vida de Anya muda drasticamente quando ao mesmo tempo conhece Win, filho do novo promotor da cidade, seu irmão Leo por má influência do bastardo do chefão decidira ir trabalhar como faz tudo no clube dos Balanchine e seu ex-namorado é envenenado por um chocolate dado por ela mesma.
É a partir dessa premissa que a trama se desenvolve. Anya sabe que Jack, o bastardo que influenciou seu irmão está por trás dos chocolates envenenados. Foi ele que lhe entregou a caixa como presente. Para piorar ainda tem que lidar com o pai de Win, o novo promotor não quer nem pensar no filho namorando uma Balanchine. Traição, segredos e mentiras, em uma sequência inesperada de acontecimentos. A narrativa em primeira pessoa deu ao livro um ritmo próprio muito agradável e intimista. Acompanhar uma personagem como Anya é sempre um prazer. Ela teve uma vida tão dura, mas ainda é uma garota. Anya tenta viver sempre de acordo com as frases que ouvia do pai. E os comentários que às vezes soltava por fora da história eram ótimos.
Gabrielle Zevin conseguiu apresentar uma distopia muito diferente de todas as outras que já li. É a história de uma garota, mas uma história triste. O cenário é o catalisador da história. O absurdo que virou o mundo. A ambientação ficou no ponto certo, boas descrições e um assustador alarme que dispara quando penso que nos dias atuais não estamos longe de viver crises mundiais diferentes das que levou o mundo no livro a aquele ponto. Crise de combustível? Crise de água? Crise climática? Grandes cidades com a população a beira do colapso, grandes governos sem rumo e homens com ideias duvidosas ascendendo ao poder? Vai dizer que você não consegue com um pouco de pessimismo misturado a realismo imaginar um cenário desses? Não gosto de imaginar no que aconteceria se tantas crises se abatessem sobre o mundo.
Os personagens lidam cada um ao seu modo com o mundo, Anya mesmo sendo jovem percebe um pouco da disparidade de algumas situações. Dentre os secundários achei muito interessantes os advogados de Anya. O velho Dr. Kipling, que cuida de Anya e seus irmãos desde que o pai morreu, e Simon Green seu novo ajudante. Win ainda é um mistério, quem ele realmente é por trás de tudo que mostrou. Espero ansiosa para saber o que vem depois daquele final desolador...
Leitura rápida, agradável, que prende o leitor pelos personagens e pela trama. Para aqueles que não gostam de distopias por apresentarem mundos extremamente diferentes esse é ideal. Gabrielle Zevin faz um exercício de dedução e trás um futuro para o mundo que conhecemos. Países e todo o resto. A edição da Rocco está ...
Termine o parágrafo em: http://www.cultivandoaleitura.com/2013/01/resenha-todas-as-coisas-que-eu-ja-fiz.html
Trilogia Birthright - Gabrielle Zevin
1- Todas As Coisas Que Eu Já Fiz
2- Because It Is My Blood
3- Sem Título Ainda