Os deixados para trás

Os deixados para trás Tom Perrotta




Resenhas - Os deixados para trás


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Eric Rocha - Ersiro 18/01/2015

A Realidade de The Leftovers
Acho justo começar falando que ganhei o livro pela Cortesia do Skoob, até porque nos Termos e Regras do sorteio diz da importância da resenha do livro ganho para a Editora, no caso a Intrínseca, e para os leitores saberem sua opinião. Antes de tudo, escrevo esta resenha especialmente para os leitores, pois duvido que a Intrínseca vá ler isto já que ela parece ser tão “foda-se o que eles acham, só quero vender”.

Antes de começar a ler a resenha, recomendo que dê uma lida na sinopse para não ficar “boiando”. E não, a resenha não tem spoilers comprometedores! :)

KÓMON RUÍDÊRS (COME ON READERS).
Ao saber que tinha ganhado o livro fiquei tão feliz, pois sou daqueles que nunca ganham nada em sorteios. Mas essa felicidade durou pouco, porque olhei para a capa e: “que capa estranha. Já não gostei do livro.” (É, não gostei muito da nova capa, mas as anteriores são muito bonitas). Sim, sou muito pré-conceituoso com livros e julgo sim eles por suas respectivas capas. E aqui estou eu, mais um leitor que acabou de levar um sermão da velha e bendita frase: Não julgue um livro pela capa. No início o livro não me prendera por nada, apenas tinha me chamado a atenção por Perrotta fazer seus personagens agir de forma tão real e humana, e também pela frase inicial na primeira aba do livro: “O que você faria se o Arrebatamento acontecesse e você fosse deixado para trás?”.

PERSONAGEM LEVA À MORAL
Confesso que dei uma pausa necessária para tomar a coragem e voltar a lê-lo. Retomei a leitura e a forma como os personagens eram tão reais foi me chamando cada vez mais a atenção. Era como se eu os conhecesse, como se fossem meus vizinhos, com os mesmos pensamentos que temos, desculpa que damos, ações que tomamos, fazendo coisas que nós fazemos.
Devo dizer que os humanos não tem nada de tão interessante em suas vidas rotineiras, é sempre a mesma monotonia. Mas aos poucos comecei a entender que essa coisa “sem graça” que faz parte da rotina do ser humano refletia diretamente no livro. Foi aí que comecei a entender o que Perrotta queria mostrar para o leitor, onde basicamente se resume em um trecho do livro: "Kevin já vira aquele processo antes: não importava o que acontecesse no mundo — guerras genocidas, catástrofes naturais, crimes indescritíveis, o que fosse —, mais cedo ou mais tarde as pessoas se cansavam de pensar no assunto. O tempo passava, as estações mudavam, as pessoas se recolhiam a suas vidas particulares, voltavam o rosto para o sol".

COMENTÁRIOS NEGATIVOS À THE LEFTOVERS
Se buscar opiniões de outros sobre o livro e também sobre a série adaptada, você vai encontrar, digamos, 80% de comentários negativos ou neutros. As pessoas alegam que é uma história sem graça, sem emoção, sem nenhum ponto onde possam se agarrar para poderem desfrutar da leitura, assim como os personagens são desinteressantes. A meu ver o que acontece é que esperavam algo contagiante, mas não viram isso, quiseram olhar com olhos de quem procura algo que tenha clímax em potencial. Como disse, Perrotta quis mostrar que mesmo que um desastre abale a vida dos humanos, uma hora ou outra ele sempre se verá automaticamente voltando à sua vida monótona. O que é verdade. No final de tudo, isso já acontece, concordam? E queria lhes perguntar: A sua rotina é divertida, cativante, interessante? Não né? Claro que não, vamos ser sinceros! Mas é nisso onde o autor acerta: ele passa toda essa chatice para a estória e personagens, de uma forma excepcional, com um realismo impressionante. Agora respondam: Se o autor colocasse ações de tirar o fôlego, tudo isso que ele quer passar para o leitor ficaria claro? Claro que não. Seria só mais um livro empolgante.

E OS FANÁTICOS?
Você deve estar se perguntando: Se o autor retrata os humanos tão bem, então por que o Eric só mencionou aqueles que continuam suas vidas, tentando se esquecer de tudo o que aconteceu?
Caro amigo leitor, tem sim aqueles que ficam um tanto quanto perturbados com a Partida Repentina e por não aguentarem mais conviver com aquilo, terem perdido o sentido da vida e com medo do futuro, acabam decidindo entrar numa seita (os Remanescentes Culpados) onde se faz um voto de silêncio e aguardam até um suposto segundo Arrebatamento que está por vir. Também tem os que começam a seguir um sujeito de caráter duvidoso que se intitula como um profeta que cura as dores das pessoas com um abraço.

ONDE O AUTOR ACERTOU:
- Escreveu em terceira pessoa, o que deu a chance de focar não só em um personagem, mas sim em principalmente cinco deles, mostrando características, personalidades distintas e complexas;
- É um livro imprevisível, você não sabe o que vai acontecer e quando pensa que sabe, isso não acontece e aconteceu aquilo que você não imaginava, mas aí Perrotta desmonta aquilo e monta outra coisa diferente e quando você pensa que agora vai estar certo, ele coloca uma conclusão diferente. Meio complicado, eu sei, mas é esse o interessante, você olhar para o desfecho e “mas como não pensei nisso para este personagem?”;
- Personagens que retratam os verdadeiros humanos: confusos, complexos, imperfeitos e que tomam atitudes inesperadas.

ONDE ELE ERROU:
- Não consegui identificar uma possível explicação para a Partida Repentina, o que acabei concluindo que foi realmente o Arrebatamento descrito na Bíblia. Não é exatamente um erro, talvez seja apenas algo que eu não tenha conseguido discernir. Talvez.

CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Uma coisa que não poderia deixar de mencionar é a ótima tradução de Rubens Figueiredo.
A fonte é pequena, e não foi isso que me descontentou, mas sim que as linhas eram muito longas o que tornou a leitura um pouco cansativa e incômoda. Quando menos esperava, lá estava eu lendo o ebook para dar um tempinho na diagramação do livro físico.
Não recomendo o livro para qualquer um. Por falta de ação na história, o recomendo aos leitores com paciência, ou até mesmo aqueles que querem dar um tempinho nos últimos livros agitados que têm lido. Porque se não é abandono na certa!
Enfim, caso vá ler, espero que vá com cuidado para não se decepcionar, esperando que vá ler algo que o envolva com muita ação e emoção. É uma leitura calma, sem grandes “up’s”, que nos leva a refletir sobre como lidamos com as perdas e com o amor.
Boa leitura!
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SINOPSE:
O 14 de Outubro foi o dia em que os cidadãos de Mapleton se viram confusos por ocorrer o que se chama de Partida Repentina, onde indivíduos aleatórios simplesmente desapareceram de um momento para o outro. Tudo se leva a crer que possa ter sido o suposto Arrebatamento. Os que ficaram, os deixados para trás, tentam reconstruir suas vidas e trazer a sensação de que nada aconteceu de fato.
Raquel 18/01/2015minha estante
Adorei a resenha! To louca pra ler o livro.


Eric Rocha - Ersiro 18/01/2015minha estante
Muchas gracias Raquel! E leia sim o livro caso esteja disposta para ele, é muito bom! C:


Adrian 18/01/2015minha estante
Ótima resenha! ^^ Eu terminei de ler esses dias, assisti a série ao mesmo tempo também. Foi uma história bem monótona, mesmo assim, não consegui largar o livro. Tom Perrota conseguiu me conquistar =P


Eric Rocha - Ersiro 18/01/2015minha estante
Valeu Adrian! Depois de entender melhor o livro, comecei a ser persuadido e Perrotta também me conquistou! AUAHUAHAUH! Estou curioso para ver como é a série adaptada, espero que não fuja muito do livro e se fugir que seja para melhorar a estória! :D


Adrian 18/01/2015minha estante
A série é muito boa, há algumas diferenças do livro (sempre tem em adaptações). Se não me engano, eles pretendem fazer mais uma temporada com roteiro original, é, acho que é isso =)


Matheus 27/04/2017minha estante
Li o livro há uns 3 ou 4 anos atrás - ou em 2013 ou em 2014, mas seguramente em um destes dois anos - e digo que concordo quase que totalmente com tudo o que você escreveu. Achei um livro intrigante, gostei da forma como a Partida Repentina fez aparecer o que havia de pior em tantas pessoas naquela cidade, achei interessante a forma como a partida de certo indivíduo despertava sentimentos fortes em outros que tinham pouco ou nada convivido com a pessoa - ou que talvez até não gostassem dela (será?) - e que de repente se pegavam sonhando com o/a desaparecido/a, pensando nele/a o tempo todo, etc. Tom Perrota acertou em cheio ao incluir uma seita religiosa entre uma das várias consequências nefastas da Partida Repentina - afinal, é disso que as seitas religiosas (sobretudo as cristãs e as muçulmanas) se nutrem e é com isso que atraem adeptos: do choque frente ao inesperado, do medo frente ao desconhecido, da incerteza quanto ao que virá. O livro, inclusive, me fez pensar no que eu teria feito, caso a Partida Repentina tivesse ocorrido e eu tivesse permanecido: eu me jogaria numa espiral louca de festas e sexo superficial, como a Jill? Tornar-me-ia seguidor de algum guru curandeiro de um culto estilo Nova Era, como fez o Tom? Tentaria tocar a vida o mais normal possível, como Kevin? Tentaria recomeçar do zero, como a Nora? Entraria para uma seita sinistra, como a Laurie? O que eu faria? Uma leitura boa e com profundidade psicológica, literatura americana de boa qualidade. Eu recomendo.


Eric Rocha - Ersiro 05/05/2017minha estante
Sim, Matheus, li o livro faz mais de dois anos e acredito que com a constante mudança e adquirição de conhecimento que se adicionam às nossas vidas, pela questões psicológicas envolvidas no livro, eu teria um melhor aprofundamento e aproveitamento caso o relesse (pensando agora, pode ser que eu o releia). Como você gostou de The leftovers, recomendo Só a terra permanece, de George R. Stewart! Abraços!


Douglas Brilhante 09/11/2022minha estante
Excelente!




naniedias 25/08/2012

Os Deixados para Trás, de Tom Perrota
O dia 14 de Outubro ficaria marcado para sempre. Nesse fatídico dia, várias pessoas simplesmente desapareceram. Em um segundo estavam vivendo normalmente - vendo fotos, assistindo tv, praticando esportes - e no segundo seguinte tinham sumido.
Mesmo aqueles que estavam por perto dos que sumiram não têm muito a dizer. Não há nenhuma explicação definitiva, embora muitos acreditem que tenha sido o Arrebatamento divino. Teoria debatida por outros, já que as pessoas levadas nem sempre eram cidadãos exemplares. Não há uma ligação aparente entre essas pessoas, nem mesmo características que as diferenciem daqueles que ficaram.
Entretanto, não há o que fazer. A não ser seguir em frente.

O que eu achei do livro:
Acho que ninguém gosta quando um livro não consegue ser bacana. Eu, ao menos, detesto quando não gosto de um livro. Mas infelizmente foi o que aconteceu com Os Deixados para Trás.
A narrativa de Tom Perrota é bastante gostosa - simples e ágil, uma leitura fluidia. A ausência de um único protagonista também me agradou muito - acompanhamos vários personagens, que estão conectados de alguma forma e cujas vidas foram inevitavelmente modificadas depois do 14 de Outubro. Entretanto, esses mesmos personagens não conseguem ser interessantes. Tinham tudo para ser marcantes: são diferentes, foram atingidos de formas distintas pelo evento... mas, ainda assim, são apagados. Simplesmente estão ali. Além disso, o enredo também não encanta.
O autor se preocupa apenas em contar a vida desses poucos personagens, mas em momento algum diz claramente o que aconteceu no restante do mundo. Por conta de um único personagem que não se encontra morando na cidade de Mapleton (embora seja muito próximo dos demais) temos a certeza de que o Arrebatamento não aconteceu apenas nessa cidade, mas, possivelmente, no mundo todo. Digo possivelmente porque isso não fica claro. O autor não explora o que tal acontecimento causou no mundo inteiro. E por mais que as pessoas tenham que continuar com as suas vidas após algum tempo do acidente, eu realmente acho que o mundo contemporâneo deveria carregar não apenas cicatrizes pessoais (que, essas sim, são bem exploradas no livro), mas marcas coletivas - mudanças no cotidiano e na maneira de viver. Sabemos que muitas pessoas em Mapleton sumiram - de donas de casas e crianças a jogadores de softbal, mas e fora da cidade? Será que algum líder governamental poderoso sumiu? Alguma liderança religiosa? Talvez cientistas renomados que estavam a frente de pesquisas essenciais? Não há menção a isso. Eu fiquei o tempo todo pensando em todas essas ramificações de um evento desse nível e, por isso, a história de Tom Perrotta me pareceu insignificante. Fiquei pensando nas guerras, na fome, em devastações que a estupidez humana teria feito depois de um evento que teria mudado o mundo. O escritor não entra em detalhes - mostra apenas alguns leves fragmentos de situações caóticas, mas é muito pouco frente ao que eu gostaria de encontrar, frente ao que, em meu íntimo, eu tenho certeza de que o ser humano faria..
Eu sei que o título do livro é Os Deixados para Trás e já esperava que fosse uma história sobre aqueles que continuaram e não sobre aqueles que foram - mas mesmo assim eu ainda aguardava encontrar ao menos alguma coisa sobre aqueles que foram levados. Isso não acontece. Não leia o livro com grandes expectativas.
Talvez eu esteja muito exigente com minhas leituras nesses últimos dias, talvez esses livros tenham mesmo sido fracos. De qualquer forma, essa é apenas a minha opinião e há muitos, felizmente, que com ela não concordam.

PS: Uma coisa que achei super legal no livro foram as capas. Isso mesmo, no plural! São duas capas diferentes: a rosa com um sapato masculino (clique aqui para vê-la) e a azul com um sapato feminino. Particularmente eu gostei mais da azul, por isso ela foi minha escolhida, mas achei as duas bem bonitas.
Achei super bacana a inversão de cores com a representação dos sapatos. O azul é considerado uma cor masculina, assim como o rosa é considerado uma cor feminina; o sapato de salto representa um calçado feminino e o sapato social um calçado masculino. A mistura desses elementos na capa ficou muito bacana.

PS2: Encontrei uma palavra no livro que me causou certo estranhamento: "extática". Eu nunca havia me deparado com essa palavra e como estática se encaixava no contexto, fiquei bastante curiosa. Como sempre faço quando há alguma dúvida referente à ortografia e significado, eu pedi ajuda ao dicionário. E ele me ajudou muito. Segundo o dicionário Priberam:
- Estático: imóvel, sem mover, parado (como estátua);
- Extático: enlevado em êxtase, arrebatado, absorto.
E assim eu aprendi mais uma palavra. Fiquei estática, ou melhor extática com essa descoberta!

PS3: Existe uma série, que já ficou várias vezes em promoção no Submarino, cujo título é bem parecido com o desse livro: Deixados para Trás, de Jerry B. Jenkins e Tim LaHaye. Eu não li essa série, portanto não posso comparar as duas histórias. Muitas pessoas me falaram que essa série é maravilhosa e eu fiquei verdadeiramente curiosa para saber se eu também iria gostar, já que o livro de Tom Perrotta não conseguiu me conquistar.

PS4: Segundo livro que eu leio com tradução de Rubens Figueiredo. Gostei bastante do trabalho desse cara e espero encontrar outros livros traduzidos por ele.

Nota: 4
Dificuldade de Leitura: 6


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gabi_tosi 16/09/2012minha estante
ótima resenha! Vou conferir o livro pq fiquei curiosa, mas vou sem expectativas! Continue com as boas resenhas!


naniedias 17/09/2012minha estante
Gabi, talvez por ir com as expectativas baixas você goste do livro mais do que eu ^^
Boa leitura!


Monique 23/11/2012minha estante
Ao contrário de você, eu adorei o livro, mas compreendi o que fez você não gostar da leitura. A questão é que eu achei que o autor trabalhou MUITO bem com os sentimentos humanos (o individuo) em frente a perdas - eu fiquei pasma com a habilidade do autor em transcrever sensações, sentimentos, etc. Acho que o objetivo era mesmo explorar esse lado - como cada um lida com essa dor de diversas maneiras. Achei bem "humano" o livro, sabe? Mas entendi, e é verdade, agora que você falou, também fiquei um pouco curiosa em saber o que teria acontecido com o restante do planeta! Mas, como eu disse, acho que o ponto era explorar o indivíduo mesmo!
Beijo, gostei da resenha :)


Daniele 21/07/2014minha estante
Olá, gostei bastante da resenha, pensava em ler, impulsionada pela série que está passando na HBO, mas após ler, acredito que também não irei gostar.

Quanto ao livro Deixados Para Trás, (Left Behind) eu já li e posso dizer que a trama é justamente o contrário. Narrativa bem empolgante e com uma proporção mundial. Não é atoa que é um sucesso e que rendeu 16 livros, 3 adaptações para filme (que foram descontinuados por causa do interesse de estúdios maiores) e rendeu também um filme que acredito deve estrear esse ano ainda, com nicolas cage como um dos principais.


L.A. Tecau 06/08/2014minha estante
EU também esperava bem mais do livro. O tema prometia mais, eu imaginava uma narrativa bombástica do 14 de outubro, mas fiquei na vontade. Um livro morno, bem morno.


Paulo 31/10/2014minha estante
Eu não esperava nada além do que o livro foi! Vale a pena ler, a história é bastante interessante e eu imaginei mesmo todos aqueles conflitos caso o 14 de outubro fosse acontecer. A gente fica na vontade pra saber o que aconteceu com os desaparecidos, mas como ela colocou bem, a história é sobre os qhe ficaram e não os que se foram. Fica alguns casos em abertos, mas fico imaginando i que aconteceu a todo tempo! Vale a pena




AndyinhA 08/03/2013

Trecho de resenha do blog MON PETIT POISON

Amei a sinopse e estava em uma vibe que era de distopia. E como leio um pouco de tudo, não me importei em ser um adulto, mas o que realmente me fez desistir praticamente desde as primeiras foi a narrativa do autor, ela consiste em uma mistura de pregação com explicações da visão dele sobre o apocalipse. Nada contra a nenhuma religião, mas quando alguém tenta me converter ou acha que eu não sou capaz de entender o que o texto/ideia está querendo passar corre o grande risco do livro/filme/série ser abandonado.

A narrativa é chata! Simples assim. Não consegui me agarrar e afeiçoar por nenhum personagem. E olha que os capítulos são curtos (média de 2/3 páginas), mas a mistura da narrativa entediante e as explicações bíblicas de modo a querer que todos se sintam pecadores não rolou comigo. E aos poucos se já não estava curtindo o livro, ao virar as páginas quase começava a odiá-lo.

Para saber mais, acesse: http://www.monpetitpoison.com/2012/11/poison-books-os-deixados-para-tras-tom.html
Tatah 09/07/2014minha estante
acho que você comentou no livro errado... o que você leu deve ser esse: http://www.skoob.com.br/livro/350-deixados-para-tras-01-deixados-para
o livro do tom perrota é diferente exatamente porque NÃO trata de religiões.


AndyinhA 09/07/2014minha estante
Oi Tatah_, li o livro certo.
Pode ser que para você não tenha tido o tom de religião e respeito a sua opinião, mas logo no início do livro o autor menciona essa questão de ser deixado para trás ligado ao Apocalipse (não seria religião isso?)


Ana 14/09/2014minha estante
Uma coisa é certa: que livro mortalmente CHATO!


AndyinhA 14/09/2014minha estante
Ana, me perguntei como uma ideia original poderia ser tão chata quanto foi este livro =/




João 27/12/2016

"O Arrebatamento"
"The Leftovers" é um livro para quem se interessa em avaliar as atitudes do ser humano em sociedade e como as relações sociais são afetadas por eventos corriqueiros ou extraordinários. Um desses eventos - de cunho extraordinário - é o pano de fundo da história: 2% da população mundial simplesmente desaparece sem deixar qualquer vestígio. A partir disso, o autor narra a vida de algumas pessoas que ficaram para trás na cidade de Mapleton, Estados Unidos.

É de se imaginar que algo assim alteraria bruscamente a sociedade. Seitas e determinados grupos surgiram após o Evento, conhecido como Partida Repentina por uns e Arrebatamento por outros. É interessante notar como as pessoas perdem um parafuso após um acontecimento semelhante ao descrito na Bíblia cair sobre o mundo. O autor trabalha muito bem com as angústias das personagens e retrata como o ser humano é frágil emocionalmente - eu diria covarde também.

Não acontece muita ação ao longo da história. No começo, os capítulos são dedicados a personagens específicas e, no decorrer da narrativa, personagens que aparentemente estavam isoladas, acabam se cruzando de alguma forma. A condução das ações dessa forma foi bem positiva. Portanto, não se preocupe se você não se localizar muito bem nos primeiros capítulos. Tudo fará sentido depois.

Fiquei intrigado com algumas personagens e fiquei morrendo de raiva de outras. [SPOILER ALERT] Queria dar um soco na Christine. Essa pirralha encheu o saco do momento em que apareceu na história até quando não se falou mais dela. Foi mais uma fanática religiosa que se entregou a um dito messias e quebrou a cara, ficando sem rumo - além de egoísta e sem graça [SPOILER ENDED].

Sem dúvida, o ponto mais interessante da história estava nos Remanescentes Culpados, uma espécie de grupo que se organizou após a Partida Repentina, com suas ideologias e dogmas. É um grupo assustador também e, ao longo da história, o leitor começa a perceber por quê.

Não é uma leitura que prende muito, a não ser nos últimos capítulos, mas achei interessante avaliar cada personagem. O fanatismo religioso ou espiritual é uma discussão bem abordada neste livro, bem como o vazio existencial. Vale a pena conferir.
Gabriel 22/01/2023minha estante
Não sabia que tinha livro! Quero ler pra ontem :D


João 15/02/2023minha estante
É mto bom! Achei interessante as discussões trazidas


Gabriel 15/02/2023minha estante
Ja terminei haha gostei :)


João 15/02/2023minha estante
???




sagonTHX 07/09/2012

LIVRINHO CHATO!!!
Eta livrinho chato!!!!! E não vou perder tempo fazendo aquele resenhão para dizer o que penso dele e alugar o seu tempo, que é mais precioso do que ler sobre essa chatice.

O que gostei no livro: A CAPA, muito legal, dupla ou não, é muito boa e, lamentavelmente, não para a leitura; a boa tradução do Rubens Figueiredo, e a sinópse(enganadora) que faz você comprar o livro;

O que não gostei no livro: se eu dissesse TUDO (exceto o acima mencionado) vocês não iriam acreditar em mim, né? Pois é... o livro é chato, chato demais e chega a doer de tanta chatice.

É um dos livros mais monótonos que já li até agora. É cansativo a ponto fazer calo no cérebro.

Não encontrei um ÚNICO personagem que pudesse salvar a leitura até o final. Aliás, o livro não tem suspense, não tem ação, não tem mortes, não tem muita coisa. O que tem de sobra é dramalhão, do tipo que se vê em seriados de quinta na TV paga.

É um seriado impresso, com personagens chatos, uma história sem graça e carente de grandes acontecimentos, ou ARREBATAMENTO.

Acredito que Deixados para trás Tim LaHaye e Jerry B. Jenkins (apesar de ainda não ter lido a série) seja muito, mas muito (ou infinitamente) melhor!

A história, em si, é uma espécie de trauma pós 11 de setembro norte-americano, uma referência sutil e implicita do autor àquele evento, transposto para o (invisível) Arrebatamento e a tentativa dos moradores de Mapleton de seguir em frente. Uma crônica norte-americana do cotidiano norte-americano para norte-americanos.

Não recomendo, exceto se você é fã daqueles seriados xaroposos da TV (eu adoro seriados, mas escolho bem os que quero assistir).





Rita Nunes 05/05/2013minha estante
Oi, só queria dizer que eu li o livro de Tim LaHaye e Jerry B. Jenkins e é muito chato! Na verdade, é uma pregação, não recomendo!


Sha 06/05/2013minha estante
Eu li os primeiros de Deixados para trás e gostei muito. Mas esse livro pelo jeito é fraco...


Rafael Reis 22/08/2014minha estante
Eu li tb o do Jerry Jenkins e ambos tem sentidos diferentes. A série de livros quer tratar a perspectiva bíblica do arrebatamento e Perrotta só usa o arrebatamento como evento para mostrar personagens lidando com um evento traumático.




Jônatas 30/05/2017

"The Leftovers" é uma narrativa que imergi na vida de diversos cidadãos de Mapleton, mas com destaque a família Garvey. O trauma que todos esses personagens têm em comum é chamado de "Partida Repentina", um evento acontecido há três anos, onde uma grande parcela da população simplesmente desapareceu no ar. Muitos podem chamam de arrebatamento, outros não conseguem nem definir.

Somos apresentados a família Garvey, uma família de classe média que está se destruindo. Kevin Garvey se tornou o prefeito da cidade. Laurie Garvey, cansada da futilidade do mundo, do sentimento de não pertencimento, se junta a um culto denominado "Remanescentes Culpados". Tom Garvey, o filho, se une a um homem que se autodenomina Santo Wayne, e agora viaja pelo país cuidando de uma moça, que supostamente leva em seu ventre o Salvador. Por fim, Jill Garvey, a filha, sofre com a falta da mãe e tenta seguir a vida.

Nora Durst é uma das personagens mais interessantes desta história já que toda a sua família desapareceu no dia 14 de outubro. A vida dela é um grande luto. Nora tenta sobreviver e refazer a sua vida, até que tudo vira de cabeça pra baixo, quando Kevin Garvey entra em sua vida.

Meg Abbot é uma discípula de Laurie nos Remanescentes Culpados, a relação entre elas é intensa e traz à matriarca da família Garvey aquele sentimento de amor e amizade o qual ela havia renunciado a muito tempo.

A premissa deste livro é espetacular desde a primeira linha. A experiência, porém, pode ser frustrante para alguns, afinal, pra quem gosta de mistério solucionados, o livro têm muito poucas respostas. Pra quem gosta de ação: Ela é quase inexistente. Pra quem gosta de narrativa lineares e com tudo muito coeso: os lapsos de tempo podem gerar estranheza. Contudo, o livro é fluído em sua narrativa. É impossível não se envolver com a trama, com as histórias, com a vontade de saber mais. O final do livro dá um gosto de "quero mais" já que termina no momento crucial da história.

A estrutura da narrativa é diferenciada, já que podemos considerar ser quase crônicas ou contos daquela situação. Eles são conectados, obviamente, porém é fácil escolher um capítulo e degustá-lo de forma avulsa. Existem capítulos incríveis de ser ler, tocantes, reflexivos.

O problema deste livro, talvez, esteja parcialmente na sua estrutura, pois muitos personagens acabam não tendo muito desenvolvimento ao longo do livro, muitas vezes desaparecendo da história. E outros personagens, apesar do destaque deles, possuem pequenas lacunas no seu desenvolvimento por conta dos lapsos de tempo.

O que seriam esses lapsos de tempo? Basicamente, uma situação é apresentada, contudo o leitor, em alguns casos, só ver as consequências daquela situação no capítulo seguinte que se passa alguns dias ou meses depois. Isso é interessante, mas algumas vezes gera estranheza e até falta de empatia por alguns personagens.

Por outro lado, a reflexão que esses capítulos, que a história em geral promove, possui uma força emocional muito intensa. Não é fácil escrever uma história sobre luto, perda e sentimento de deslocamento e isso ser fluído e ao mesmo tempo impactante. Uma personagem desse livro, que pra muitos pode não ser nada, é, talvez, uma das personagens que mais esteja próxima do real, do existente, do palpável. Aimee é uma amiga de Jill, que está passando um tempo na casa deles. Esse período de tempo permite a construção de uma amizade forte entre ela e Kevin. Quando você ver a relação que eles constroem de apoio, de cumplicidade, mesmo que com um teor sexual refreado, é bonito de ler, é interessante. A despedida dessa personagem é a mais emocionante, na minha opinião.

Essas reflexões em torno das relações humanas que envolvem perda, luto e recomeço pode ser feito com inúmeros personagens, em situações diversas. Um dos momentos mais tensos e sangrentos desse livro envolve justamente o sacrifício de algo que você ama muito. Você já parou pra pensar o quanto é difícil abrir mão de coisas materiais que são muito valiosas pra você, ainda que sejam fúteis? Agora, pense, você abriria mão de pessoas que ama com a finalidade de se encontrar? Você abriria mão de sua vida para fazer as pessoas lembrarem das perdas?

O que vale mais na sua vida? Como recomeçar uma vida, quando tudo o que você amava se esvai da sua mão?

Muitos dizem que este é um livro de recomeços, porém acredito que este é um livro de perdas constantes. Todos os personagens perdem coisas consideradas valiosas ao longo de todo o livro: fé, amor, amizade, dinheiro. Há momentos de vitórias, de recomeços, mas quando isso finalmente acontece, o livro acaba. Você nunca saberá o que aconteceu. Isso é incrível, ainda que frustrante.

A experiência que eu tive com esse livro se resume a refletir sobre as nossas relações com mundo, com as pessoas, com as coisas. Verificar o quanto podemos estar quebrados e sem vida, presos a inverdades. Além de perceber o peso e a dificuldade de tomar decisões na vida. Se possível, faça um favor a sua alma e leia "The Leftovers".
Lucas @_olucascosta 03/06/2017minha estante
Sim! Sim! Sim!


Lucas @_olucascosta 03/06/2017minha estante
Excelente!




Nay Albrich 22/01/2017

Não é para Cristãos
Pelo título do livro esperava que fosse tratar do Arrebatamento Biblico de forma diferenciada. Se trata de uma visão totalmente distorcida da Bíblia. Realmente não recomendo para Cristãos ou para aqueles que acham que a história é como eu pensava, em um contexto cristão. Não acrescentou nada em minha vida.
PY3LTK - Twitter @py3ltk 13/11/2018minha estante
Bom saber...


maucsjr 01/05/2019minha estante
Em nenhum lugar do livro tá escrito que seguiria um contexto cristão, já começou lendo errado.




MarcosQz 02/01/2013

Os Deixados Para Trás ou os Ignorados Por Deus
A história se passa em Mapleton, uma cidadezinha pacata que é abalada após o Grande Arrebatamento, fato ocorrido em 14 de outubro no mundo todo. Pessoas estão correndo, jantando, vendo TV ou brincando com seus filho quando de repente elas desaparecem, do nada. O acontecimento recebeu o nome de Grande Arrebatamento por se tratar de um arrebatamento inexplicável de várias pessoas, onde quem ficou para trás nada sabe, para onde elas foram, o que aconteceu a elas e nem mesmo onde estão.
Alguns fanáticos por religião e até mesmo loucos acreditam que o arrebatamento foi um chamado de Deus, onde se inicia o Juízo Final, outros, mais centrados e com os pés no chão não sabem nem mesmo no que acreditar. Depois do 14 de outubro surgem no mundo todo novas religiões e sociedades como os Remanescentes Culpados, grupo que se veste apenas de branco, andam em duplas, vivem num condomínio isolado, não falam nada com ninguém e fumam cigarros, pois assim eles propagam sua fé em Deus e esperam pelo novo chamado de Deus.
O livro não é sobre uma busca por respostas em relação ao Grande Arrebatamento, mas é um história sobre a continuação da vida de quem ficou para trás, como Kevin, que se tornou prefeito da cidade, vive uma crise com sua filha e que foi abandonado por sua mulher que se alistou aos Remanescentes Culpados. Seu filho Tom, foi embora também, largou a faculdade e entrou para uma ceita religiosa, que no final se descobre ser uma grande farsa, cheia de mentiras e de segredos podres.
Temos também Nora, uma mulher que perdeu os dois filhos e o marido que a traia no arrebatamento e vive uma crise na sua vida, sem gosto e vontades para nada, neste mesmo tempo temos um reverendo louco que deixou a igreja para se vingar e revelar os maiores podres de quem ficou para trás também, segundo ele, esquecidos por Deus.
O livro não deixa nada claro e nem diz se foi mesmo algo causado por Deus, não há explicação, é um suspense que nos deixando pensando sobre o que aconteceu realmente e onde estão as pessoas que sumiram.
O final do livro não surpreende e nem encanta, termina de uma foram que deixa muito a desejar, nada chocante, nada medonho nem interessante, simplesmente termina com a ideia de uma suposta continuação, que nem existe. É um livro parado, mas é como um soco no estomago, mostrando uma catástrofe que nem imaginamos que possa algum dia acontecer, mas que de certa forma é chocante.


Literatura 07/02/2013

A difícil arte do recomeço
Curiosamente, comecei a ler Os deixados para trás na semana do 21 de dezembro de 2012, data na qual, de acordo com interpretações literais do calendário Maia, seríamos arrebatados por um cataclismo e o mundo como conhecemos não seria mais o mesmo.

É exatamente disso que trata o livro de Tom Perrotta. Um evento sem precedentes alcança a pequena cidade de Mapleton, Estados Unidos, e os seus efeitos naquele pequeno local são o mote para a narrativa de um universo após um evento sobrenatural, chamado de Arrebatamento (que até agora consome minha curiosidade), tendo em Kevin Garvey, novo prefeito da cidade, o personagem no qual gira todo o sistema narrativo e como antagonista uma seita chamada de Pés Descalços. A cidade inteira tenta se recompor do evento, sem deixar, é claro, de homenagear os arrebatados. É nesse clima que se dá o grande clímax da obra, já que a seita não suporta essas homenagens.

Destaco aqui uma parte do texto com uma excelente analogia à tentativa de seguir adiante com a vida depois de uma tragédia:

Na Califórnia, afirmava-se com frequência que os Pés Descalços, com o tempo, endureciam a pele e ficavam “tão bons quanto sapatos”, mas em Boston ninguém acreditava naquilo. Pelo menos não no meio do inverno. A sola dos pés ficava que nem couro após alguns meses, isso era verdade, mas os dedos nunca se habituavam ao frio. E não importava o que a pessoa vestisse – se os pés congelassem, o restante do corpo padecia. (página 236)

Veja resenha completa no site:
http://goo.gl/h1QRz
Victor 23/04/2014minha estante
Eu só queria corrigir um erro: a seita antagônica na verdade são os Remanescentes Culpados.




Beatriz 08/03/2017

Deixados para trás... Assim como essa leitura
Foi difícil terminar. A escrita de Perrota não flui, não contagia.
Várias pontas soltas durante a leitura. Excesso de informações irrelevantes e falta do que seria essencial.
É um desafio em forma dè livro. Leia se tiver paciência.
Newton_Lopez 26/07/2017minha estante
Odiei o livro




Ícaro 29/07/2013

Profundamente vazio
Quem já leu algum livro de Tom Perrotta sabe que uma das suas características é narrar o cotidiano de alguns personagens aparentemente comuns.

Foi assim em A professora de abstinência e se repete novamente em Deixados para trás. Dessa vez explorando o sentimento de perda, o autor entrega uma história maravilhosamente escrita, mas sem picos em sua curva dramática. É comum se deparar com páginas sobre uma reunião de prefeitura, por exemplo. Fato que pouco interfere no enredo e que acaba cansando...

Não é um livro ruim. Longe disso. Mas acredito que será mais bem explorado na TV, com a série produzida pela HBO
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.Igor 02/04/2024

E se - de repente, sem nenhuma explicação - algumas pessoas simplesmente desaparecessem? Alguém pensaria em Arrebatamento? Alguns se descontrolariam? Outros continuariam, um passo de cada vez, como faziam antes do mundo virar de cabeça para baixo?

É isso que os perplexos moradores de Mapleton, que perderam vizinhos, amigos e companheiros no evento conhecido como Partida Repentina de 14 de Outubro, precisam descobrir. Porque as coisas não são mais as mesmas desde o ocorrido, sejam elas casamentos, amizades ou até mesmo o relacionamento entre pais e filhos.

Kevin Garvey, eleito recentemente o novo prefeito da cidade, quer acelerar o processo de cura, trazendo um sentimento de esperanças renovadas e propósito para sua comunidade traumatizada. A família de Kevin desmoronou com a Partida: sua esposa, Laurie, o deixou para se juntar aos Remanescentes Culpados, um culto cujos membros fazem voto de silêncio. Seu filho, Tom, também partiu. Abandonou a faculdade para seguir um profeta duvidoso chamado Santo Wayne. Apenas a filha adolescente de Kevin, Jill, ficou, e ela não é mais a estudante exemplar que costumava ser. Kevin quer ajudá-la, mas está ocupado com o desenrolar de seu relacionamento com Nora Durst, uma mulher que perdeu toda a família no 14 de Outubro e ainda está se esforçando ao máximo para seguir adiante e recomeçar a vida.

Falar de "The Leftovers" é um tanto complexo; não há um grande conflito, mistérios misteriosos, fantasias fantásticas ou algo do tipo. É apenas um relato da vida das pessoas afetadas por esse acontecimento inexplicável, especialmente sob a ótica da família Garvey, uma das poucas famílias de Mapleton que não perderam nenhum membro. Mas aí é que está a beleza sutil desse livro, na forma em que retrata o dia a dia dessas pessoas tentando entender o que aconteceu, cada uma da sua forma.

Quem vê Kevin Garvey, pode pensar que ele não se importa nem um pouco com o que aconteceu. Todo dia acorda bem cedo para correr e se exercitar, está sempre sorridente e um tanto leniente quando se trata de sua filha, mas é exatamente o contrário. Kevin acorda todo dia sem saber o que fazer, especialmente quando toda sua família, ainda que presente, está se desfazendo a cada instante que passa. Mas diferente de muitos na cidade, ele tem esperança, não em esquecer o que aconteceu, mas em retomar a vida de alguma forma. Laurie, esposa de Kevin, tem um arco semelhante, mas com diferenças marcantes. Os motivos que a levaram a entrar no culto dos Remanescentes Culpados são tão fascinantes quanto o culto é perturbador, ainda que, de certa forma, compreensíveis. Tom e Jill vivem situações tão complexas quanto a dos pais, mas, assim como falar mais alguma coisa sobre os Remanescentes Culpados, abordar seus dramas aqui seria um desserviço com essa obra fantástica.

É um livro sobre relações humanas incrivelmente "humano". Sobre pessoas que, apesar de tudo o que as cercam, lutam para sustentar sua crença no próprio futuro... Está bem longe de ser uma leitura fácil, mas vale a pena.
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Rafael Reis 22/08/2014

Um drama com os pés no chão
Comprei o livro há um ano. Tinha feito uma única tentativa de iniciar a leitura há alguns meses, mas falhei, não me interessei. Depois que a série "Leftovers" iniciou, algumas personagens me chamaram a atenção, então resolvi dar uma segunda chance e consegui ler de uma vez.

O evento retratado na obra é uma resposta clara a uma história com perspectiva diferente da série de livros Left Behind – Deixados para trás. Tom Perrotta traz o acontecimento semelhante ao narrado na Bíblia, onde num piscar de olhos muitas pessoas desaparecem, arrebatamento. Porém ele discorda logo da teoria bíblica por meio de um personagem cristão que investiga a vida dos que se foram, descobrindo que eles não se encaixavam no perfil daqueles que seriam levados segundo as Sagradas Escrituras.

A partir desse ponto o autor não se apega a teoria sobre a partida repentina e concentra suas páginas naqueles que ficaram. Assim inicia um drama que não cai naqueles clichês de surtos absurdos e grandes distúrbios de personalidade justificados por um evento traumático. Acredito que todo leitor espera exatamente isso, mas Perrota abandona histórias horripilantes e com pés no chão traz um drama que o leitor realmente acredita que pode acontecer. Problemas normais que eu e você poderíamos enfrentar se sofrêssemos um trauma parecido. Gostei bastante dessa aproximação com o nosso mundo, uma história tangível que parece acontecer com pessoas do meu círculo social.

As personagens são o grande atrativo da história, praticamente todas são cativantes e os ambientes diversos levam uma mobilidade interessante para a trama, enriquecendo a análise de pessoas diferentes lidando com o trauma. Um dos melhores aspectos da leitura é de que não existe enrolação, dessa forma a experiência com a história segue um ritmo tranqüilo e confortável. Os capítulos são bem organizados, alguns voltados exclusivamente para uma personagem e outros que contam sobre várias personagens num curto espaço de tempo. O livro é dividido em 5 partes e cada uma delas conta sobre eventos ocorridos no mesmo período.

Não trata de uma grande ideia ou algo imperdível, mas o desenrolar das histórias são interessantes, a diversidade dos núcleos de personagens não deixam a leitura cair na chatice. Posso classificá-lo como um drama moderado, sem grandes sequências de tirar o fôlego, algo mais real e sensível. Atualmente a série Leftovers está no ar (1x08) e não tenho como deixar de comentá-la em relação ao livro, uma vez que fui estimulado por ela. Os produtores conseguiram pegar a base do livro, a personalidade das personagens e expandiram os fatos, principalmente o drama, adicionaram uma dosagem maior de tensão e eventos ruins. Estou gostando bastante da série e espero que tenha um futuro digno.
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Psychobooks 09/02/2015

Enredo

No dia 14 de outubro, centenas de pessoas desapareceram da cidade de Mapleton, nos Estados Unidos, sem deixar rastros. Sem saber o que causou tal fenômeno, as pessoas que ficaram - os deixados para trás - tentam agora seguir suas vidas e lidar com a perda repentina das pessoas que amavam.

Desenvolvimento do enredo e Narrativa

Durante o livro acompanhamos Kevin Garvey, o prefeito de Mapleton, que, mesmo não tendo perdido ninguém no dia 14 de outubro, viu sua família desabar: sua mulher Laurie se juntou a um culto, seu filho Tom foi seduzido pelas promessas de cura do charlatão Santo Wayne e sua filha Jill abandonou a vida regrada que levava. Além disso, ele de repente se vê envolvido com Nora Durst, que perdeu o marido e os dois filhos pequenos e não consegue deixar esse trauma para trás.
A narrativa é feita em terceira pessoa e alterna os pontos de vista dos personagens citados acima. Ao longo da leitura temos a sensação de que não acontece nada - este não é um livro de ação, e sim de reflexão sobre como o ser humano lida com o amor e a perda.

Personagens

Como não temos ação, os sentimentos e pensamentos dos personagens são amplamente explorados. A multiplicidade de pontos de vista enriquece muito a narrativa, pois vemos como cada um lida de forma diferente com o mesmo problema. Pela escrita o autor consegue transmitir perfeitamente a sensação de desolamento e desesperança que acomete as pessoas que ficaram para trás, ao mesmo tempo em que elas tentam buscar, em si mesmas e nos outros, o menor grão que seja de fé em alguma coisa para seguir em frente.

Conclusão

No geral gostei da leitura, mas esperava gostar mais. Apesar de a escrita conseguir passar para o leitor a dimensão dos sentimentos dos personagens, não me senti muito conectada a eles. Vale lembrar, mais uma vez, que esse é um livro essencialmente reflexivo e de ritmo mais lento, perfeito para quando a gente se sente um pouco saturado por narrativas mais frenéticas.

"Era como se o mundo inteiro tivesse feito uma pausa para respirar fundo e criar forças a fim de enfrentar o que quer que fosse acontecer depois."
Página 51

site: http://www.psychobooks.com.br/2014/09/resenha-the-leftovers.html
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