Os deixados para trás

Os deixados para trás Tom Perrotta




Resenhas - Os deixados para trás


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Eric Rocha - Ersiro 18/01/2015

A Realidade de The Leftovers
Acho justo começar falando que ganhei o livro pela Cortesia do Skoob, até porque nos Termos e Regras do sorteio diz da importância da resenha do livro ganho para a Editora, no caso a Intrínseca, e para os leitores saberem sua opinião. Antes de tudo, escrevo esta resenha especialmente para os leitores, pois duvido que a Intrínseca vá ler isto já que ela parece ser tão “foda-se o que eles acham, só quero vender”.

Antes de começar a ler a resenha, recomendo que dê uma lida na sinopse para não ficar “boiando”. E não, a resenha não tem spoilers comprometedores! :)

KÓMON RUÍDÊRS (COME ON READERS).
Ao saber que tinha ganhado o livro fiquei tão feliz, pois sou daqueles que nunca ganham nada em sorteios. Mas essa felicidade durou pouco, porque olhei para a capa e: “que capa estranha. Já não gostei do livro.” (É, não gostei muito da nova capa, mas as anteriores são muito bonitas). Sim, sou muito pré-conceituoso com livros e julgo sim eles por suas respectivas capas. E aqui estou eu, mais um leitor que acabou de levar um sermão da velha e bendita frase: Não julgue um livro pela capa. No início o livro não me prendera por nada, apenas tinha me chamado a atenção por Perrotta fazer seus personagens agir de forma tão real e humana, e também pela frase inicial na primeira aba do livro: “O que você faria se o Arrebatamento acontecesse e você fosse deixado para trás?”.

PERSONAGEM LEVA À MORAL
Confesso que dei uma pausa necessária para tomar a coragem e voltar a lê-lo. Retomei a leitura e a forma como os personagens eram tão reais foi me chamando cada vez mais a atenção. Era como se eu os conhecesse, como se fossem meus vizinhos, com os mesmos pensamentos que temos, desculpa que damos, ações que tomamos, fazendo coisas que nós fazemos.
Devo dizer que os humanos não tem nada de tão interessante em suas vidas rotineiras, é sempre a mesma monotonia. Mas aos poucos comecei a entender que essa coisa “sem graça” que faz parte da rotina do ser humano refletia diretamente no livro. Foi aí que comecei a entender o que Perrotta queria mostrar para o leitor, onde basicamente se resume em um trecho do livro: "Kevin já vira aquele processo antes: não importava o que acontecesse no mundo — guerras genocidas, catástrofes naturais, crimes indescritíveis, o que fosse —, mais cedo ou mais tarde as pessoas se cansavam de pensar no assunto. O tempo passava, as estações mudavam, as pessoas se recolhiam a suas vidas particulares, voltavam o rosto para o sol".

COMENTÁRIOS NEGATIVOS À THE LEFTOVERS
Se buscar opiniões de outros sobre o livro e também sobre a série adaptada, você vai encontrar, digamos, 80% de comentários negativos ou neutros. As pessoas alegam que é uma história sem graça, sem emoção, sem nenhum ponto onde possam se agarrar para poderem desfrutar da leitura, assim como os personagens são desinteressantes. A meu ver o que acontece é que esperavam algo contagiante, mas não viram isso, quiseram olhar com olhos de quem procura algo que tenha clímax em potencial. Como disse, Perrotta quis mostrar que mesmo que um desastre abale a vida dos humanos, uma hora ou outra ele sempre se verá automaticamente voltando à sua vida monótona. O que é verdade. No final de tudo, isso já acontece, concordam? E queria lhes perguntar: A sua rotina é divertida, cativante, interessante? Não né? Claro que não, vamos ser sinceros! Mas é nisso onde o autor acerta: ele passa toda essa chatice para a estória e personagens, de uma forma excepcional, com um realismo impressionante. Agora respondam: Se o autor colocasse ações de tirar o fôlego, tudo isso que ele quer passar para o leitor ficaria claro? Claro que não. Seria só mais um livro empolgante.

E OS FANÁTICOS?
Você deve estar se perguntando: Se o autor retrata os humanos tão bem, então por que o Eric só mencionou aqueles que continuam suas vidas, tentando se esquecer de tudo o que aconteceu?
Caro amigo leitor, tem sim aqueles que ficam um tanto quanto perturbados com a Partida Repentina e por não aguentarem mais conviver com aquilo, terem perdido o sentido da vida e com medo do futuro, acabam decidindo entrar numa seita (os Remanescentes Culpados) onde se faz um voto de silêncio e aguardam até um suposto segundo Arrebatamento que está por vir. Também tem os que começam a seguir um sujeito de caráter duvidoso que se intitula como um profeta que cura as dores das pessoas com um abraço.

ONDE O AUTOR ACERTOU:
- Escreveu em terceira pessoa, o que deu a chance de focar não só em um personagem, mas sim em principalmente cinco deles, mostrando características, personalidades distintas e complexas;
- É um livro imprevisível, você não sabe o que vai acontecer e quando pensa que sabe, isso não acontece e aconteceu aquilo que você não imaginava, mas aí Perrotta desmonta aquilo e monta outra coisa diferente e quando você pensa que agora vai estar certo, ele coloca uma conclusão diferente. Meio complicado, eu sei, mas é esse o interessante, você olhar para o desfecho e “mas como não pensei nisso para este personagem?”;
- Personagens que retratam os verdadeiros humanos: confusos, complexos, imperfeitos e que tomam atitudes inesperadas.

ONDE ELE ERROU:
- Não consegui identificar uma possível explicação para a Partida Repentina, o que acabei concluindo que foi realmente o Arrebatamento descrito na Bíblia. Não é exatamente um erro, talvez seja apenas algo que eu não tenha conseguido discernir. Talvez.

CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Uma coisa que não poderia deixar de mencionar é a ótima tradução de Rubens Figueiredo.
A fonte é pequena, e não foi isso que me descontentou, mas sim que as linhas eram muito longas o que tornou a leitura um pouco cansativa e incômoda. Quando menos esperava, lá estava eu lendo o ebook para dar um tempinho na diagramação do livro físico.
Não recomendo o livro para qualquer um. Por falta de ação na história, o recomendo aos leitores com paciência, ou até mesmo aqueles que querem dar um tempinho nos últimos livros agitados que têm lido. Porque se não é abandono na certa!
Enfim, caso vá ler, espero que vá com cuidado para não se decepcionar, esperando que vá ler algo que o envolva com muita ação e emoção. É uma leitura calma, sem grandes “up’s”, que nos leva a refletir sobre como lidamos com as perdas e com o amor.
Boa leitura!
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SINOPSE:
O 14 de Outubro foi o dia em que os cidadãos de Mapleton se viram confusos por ocorrer o que se chama de Partida Repentina, onde indivíduos aleatórios simplesmente desapareceram de um momento para o outro. Tudo se leva a crer que possa ter sido o suposto Arrebatamento. Os que ficaram, os deixados para trás, tentam reconstruir suas vidas e trazer a sensação de que nada aconteceu de fato.
Raquel 18/01/2015minha estante
Adorei a resenha! To louca pra ler o livro.


Eric Rocha - Ersiro 18/01/2015minha estante
Muchas gracias Raquel! E leia sim o livro caso esteja disposta para ele, é muito bom! C:


Adrian 18/01/2015minha estante
Ótima resenha! ^^ Eu terminei de ler esses dias, assisti a série ao mesmo tempo também. Foi uma história bem monótona, mesmo assim, não consegui largar o livro. Tom Perrota conseguiu me conquistar =P


Eric Rocha - Ersiro 18/01/2015minha estante
Valeu Adrian! Depois de entender melhor o livro, comecei a ser persuadido e Perrotta também me conquistou! AUAHUAHAUH! Estou curioso para ver como é a série adaptada, espero que não fuja muito do livro e se fugir que seja para melhorar a estória! :D


Adrian 18/01/2015minha estante
A série é muito boa, há algumas diferenças do livro (sempre tem em adaptações). Se não me engano, eles pretendem fazer mais uma temporada com roteiro original, é, acho que é isso =)


Matheus 27/04/2017minha estante
Li o livro há uns 3 ou 4 anos atrás - ou em 2013 ou em 2014, mas seguramente em um destes dois anos - e digo que concordo quase que totalmente com tudo o que você escreveu. Achei um livro intrigante, gostei da forma como a Partida Repentina fez aparecer o que havia de pior em tantas pessoas naquela cidade, achei interessante a forma como a partida de certo indivíduo despertava sentimentos fortes em outros que tinham pouco ou nada convivido com a pessoa - ou que talvez até não gostassem dela (será?) - e que de repente se pegavam sonhando com o/a desaparecido/a, pensando nele/a o tempo todo, etc. Tom Perrota acertou em cheio ao incluir uma seita religiosa entre uma das várias consequências nefastas da Partida Repentina - afinal, é disso que as seitas religiosas (sobretudo as cristãs e as muçulmanas) se nutrem e é com isso que atraem adeptos: do choque frente ao inesperado, do medo frente ao desconhecido, da incerteza quanto ao que virá. O livro, inclusive, me fez pensar no que eu teria feito, caso a Partida Repentina tivesse ocorrido e eu tivesse permanecido: eu me jogaria numa espiral louca de festas e sexo superficial, como a Jill? Tornar-me-ia seguidor de algum guru curandeiro de um culto estilo Nova Era, como fez o Tom? Tentaria tocar a vida o mais normal possível, como Kevin? Tentaria recomeçar do zero, como a Nora? Entraria para uma seita sinistra, como a Laurie? O que eu faria? Uma leitura boa e com profundidade psicológica, literatura americana de boa qualidade. Eu recomendo.


Eric Rocha - Ersiro 05/05/2017minha estante
Sim, Matheus, li o livro faz mais de dois anos e acredito que com a constante mudança e adquirição de conhecimento que se adicionam às nossas vidas, pela questões psicológicas envolvidas no livro, eu teria um melhor aprofundamento e aproveitamento caso o relesse (pensando agora, pode ser que eu o releia). Como você gostou de The leftovers, recomendo Só a terra permanece, de George R. Stewart! Abraços!


Douglas Brilhante 09/11/2022minha estante
Excelente!




naniedias 25/08/2012

Os Deixados para Trás, de Tom Perrota
O dia 14 de Outubro ficaria marcado para sempre. Nesse fatídico dia, várias pessoas simplesmente desapareceram. Em um segundo estavam vivendo normalmente - vendo fotos, assistindo tv, praticando esportes - e no segundo seguinte tinham sumido.
Mesmo aqueles que estavam por perto dos que sumiram não têm muito a dizer. Não há nenhuma explicação definitiva, embora muitos acreditem que tenha sido o Arrebatamento divino. Teoria debatida por outros, já que as pessoas levadas nem sempre eram cidadãos exemplares. Não há uma ligação aparente entre essas pessoas, nem mesmo características que as diferenciem daqueles que ficaram.
Entretanto, não há o que fazer. A não ser seguir em frente.

O que eu achei do livro:
Acho que ninguém gosta quando um livro não consegue ser bacana. Eu, ao menos, detesto quando não gosto de um livro. Mas infelizmente foi o que aconteceu com Os Deixados para Trás.
A narrativa de Tom Perrota é bastante gostosa - simples e ágil, uma leitura fluidia. A ausência de um único protagonista também me agradou muito - acompanhamos vários personagens, que estão conectados de alguma forma e cujas vidas foram inevitavelmente modificadas depois do 14 de Outubro. Entretanto, esses mesmos personagens não conseguem ser interessantes. Tinham tudo para ser marcantes: são diferentes, foram atingidos de formas distintas pelo evento... mas, ainda assim, são apagados. Simplesmente estão ali. Além disso, o enredo também não encanta.
O autor se preocupa apenas em contar a vida desses poucos personagens, mas em momento algum diz claramente o que aconteceu no restante do mundo. Por conta de um único personagem que não se encontra morando na cidade de Mapleton (embora seja muito próximo dos demais) temos a certeza de que o Arrebatamento não aconteceu apenas nessa cidade, mas, possivelmente, no mundo todo. Digo possivelmente porque isso não fica claro. O autor não explora o que tal acontecimento causou no mundo inteiro. E por mais que as pessoas tenham que continuar com as suas vidas após algum tempo do acidente, eu realmente acho que o mundo contemporâneo deveria carregar não apenas cicatrizes pessoais (que, essas sim, são bem exploradas no livro), mas marcas coletivas - mudanças no cotidiano e na maneira de viver. Sabemos que muitas pessoas em Mapleton sumiram - de donas de casas e crianças a jogadores de softbal, mas e fora da cidade? Será que algum líder governamental poderoso sumiu? Alguma liderança religiosa? Talvez cientistas renomados que estavam a frente de pesquisas essenciais? Não há menção a isso. Eu fiquei o tempo todo pensando em todas essas ramificações de um evento desse nível e, por isso, a história de Tom Perrotta me pareceu insignificante. Fiquei pensando nas guerras, na fome, em devastações que a estupidez humana teria feito depois de um evento que teria mudado o mundo. O escritor não entra em detalhes - mostra apenas alguns leves fragmentos de situações caóticas, mas é muito pouco frente ao que eu gostaria de encontrar, frente ao que, em meu íntimo, eu tenho certeza de que o ser humano faria..
Eu sei que o título do livro é Os Deixados para Trás e já esperava que fosse uma história sobre aqueles que continuaram e não sobre aqueles que foram - mas mesmo assim eu ainda aguardava encontrar ao menos alguma coisa sobre aqueles que foram levados. Isso não acontece. Não leia o livro com grandes expectativas.
Talvez eu esteja muito exigente com minhas leituras nesses últimos dias, talvez esses livros tenham mesmo sido fracos. De qualquer forma, essa é apenas a minha opinião e há muitos, felizmente, que com ela não concordam.

PS: Uma coisa que achei super legal no livro foram as capas. Isso mesmo, no plural! São duas capas diferentes: a rosa com um sapato masculino (clique aqui para vê-la) e a azul com um sapato feminino. Particularmente eu gostei mais da azul, por isso ela foi minha escolhida, mas achei as duas bem bonitas.
Achei super bacana a inversão de cores com a representação dos sapatos. O azul é considerado uma cor masculina, assim como o rosa é considerado uma cor feminina; o sapato de salto representa um calçado feminino e o sapato social um calçado masculino. A mistura desses elementos na capa ficou muito bacana.

PS2: Encontrei uma palavra no livro que me causou certo estranhamento: "extática". Eu nunca havia me deparado com essa palavra e como estática se encaixava no contexto, fiquei bastante curiosa. Como sempre faço quando há alguma dúvida referente à ortografia e significado, eu pedi ajuda ao dicionário. E ele me ajudou muito. Segundo o dicionário Priberam:
- Estático: imóvel, sem mover, parado (como estátua);
- Extático: enlevado em êxtase, arrebatado, absorto.
E assim eu aprendi mais uma palavra. Fiquei estática, ou melhor extática com essa descoberta!

PS3: Existe uma série, que já ficou várias vezes em promoção no Submarino, cujo título é bem parecido com o desse livro: Deixados para Trás, de Jerry B. Jenkins e Tim LaHaye. Eu não li essa série, portanto não posso comparar as duas histórias. Muitas pessoas me falaram que essa série é maravilhosa e eu fiquei verdadeiramente curiosa para saber se eu também iria gostar, já que o livro de Tom Perrotta não conseguiu me conquistar.

PS4: Segundo livro que eu leio com tradução de Rubens Figueiredo. Gostei bastante do trabalho desse cara e espero encontrar outros livros traduzidos por ele.

Nota: 4
Dificuldade de Leitura: 6


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gabi_tosi 16/09/2012minha estante
ótima resenha! Vou conferir o livro pq fiquei curiosa, mas vou sem expectativas! Continue com as boas resenhas!


naniedias 17/09/2012minha estante
Gabi, talvez por ir com as expectativas baixas você goste do livro mais do que eu ^^
Boa leitura!


Monique 23/11/2012minha estante
Ao contrário de você, eu adorei o livro, mas compreendi o que fez você não gostar da leitura. A questão é que eu achei que o autor trabalhou MUITO bem com os sentimentos humanos (o individuo) em frente a perdas - eu fiquei pasma com a habilidade do autor em transcrever sensações, sentimentos, etc. Acho que o objetivo era mesmo explorar esse lado - como cada um lida com essa dor de diversas maneiras. Achei bem "humano" o livro, sabe? Mas entendi, e é verdade, agora que você falou, também fiquei um pouco curiosa em saber o que teria acontecido com o restante do planeta! Mas, como eu disse, acho que o ponto era explorar o indivíduo mesmo!
Beijo, gostei da resenha :)


Daniele 21/07/2014minha estante
Olá, gostei bastante da resenha, pensava em ler, impulsionada pela série que está passando na HBO, mas após ler, acredito que também não irei gostar.

Quanto ao livro Deixados Para Trás, (Left Behind) eu já li e posso dizer que a trama é justamente o contrário. Narrativa bem empolgante e com uma proporção mundial. Não é atoa que é um sucesso e que rendeu 16 livros, 3 adaptações para filme (que foram descontinuados por causa do interesse de estúdios maiores) e rendeu também um filme que acredito deve estrear esse ano ainda, com nicolas cage como um dos principais.


L.A. Tecau 06/08/2014minha estante
EU também esperava bem mais do livro. O tema prometia mais, eu imaginava uma narrativa bombástica do 14 de outubro, mas fiquei na vontade. Um livro morno, bem morno.


Paulo 31/10/2014minha estante
Eu não esperava nada além do que o livro foi! Vale a pena ler, a história é bastante interessante e eu imaginei mesmo todos aqueles conflitos caso o 14 de outubro fosse acontecer. A gente fica na vontade pra saber o que aconteceu com os desaparecidos, mas como ela colocou bem, a história é sobre os qhe ficaram e não os que se foram. Fica alguns casos em abertos, mas fico imaginando i que aconteceu a todo tempo! Vale a pena




dionisocastro 07/08/2022

Minhas aulas presenciais haviam acabado de voltar. A pandemia estava amenizada e a maior parte das atividades presenciais estavam como antes de tudo. Mas tudo tinha mudado. Foi com esse sentimento que assisti a série homônima que foi inspirada pelo livro. Parecia que a haviam previsto que algo assim fosse acontecer, os paralelos são intermináveis.

Depois de assistir à primeira temporada da série, que achei excelente, resolvi ler o livro que foi o material base. Após ler, vi que esse foi um dos cada vez mais raros casos em que a adaptação conseguiu fazer muito melhor que o inicial. Viram o potencial mal aproveitado que a história tinha e conseguiram deixar bem melhor.

Entre os pontos positivos ressalto o seu foco no dia a dia dos personagens. Não precisa ter explicações ou uma história fantástica, é um livro sobre luto e que o retrata muito bem, com suas diferentes manifestações. Acredito que uma das melhores escolhas foi a de selecionar uma família que não havia perdido nenhum membro, mas que ainda assim sofre o luto e, de certa forma, perdeu tudo.

Não achei um livro ruim, por mais que tenha ficado cansativo para mim em alguns pontos. Gosto do desenvolvimento de diversos personagens e acredito que algumas das ideias presentes aqui sejam geniais. Infelizmente a comparação pesou muito para mim, então, pensando no que esse livro poderia ter sido, acredito que deixa muito a desejar.
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sagonTHX 07/09/2012

LIVRINHO CHATO!!!
Eta livrinho chato!!!!! E não vou perder tempo fazendo aquele resenhão para dizer o que penso dele e alugar o seu tempo, que é mais precioso do que ler sobre essa chatice.

O que gostei no livro: A CAPA, muito legal, dupla ou não, é muito boa e, lamentavelmente, não para a leitura; a boa tradução do Rubens Figueiredo, e a sinópse(enganadora) que faz você comprar o livro;

O que não gostei no livro: se eu dissesse TUDO (exceto o acima mencionado) vocês não iriam acreditar em mim, né? Pois é... o livro é chato, chato demais e chega a doer de tanta chatice.

É um dos livros mais monótonos que já li até agora. É cansativo a ponto fazer calo no cérebro.

Não encontrei um ÚNICO personagem que pudesse salvar a leitura até o final. Aliás, o livro não tem suspense, não tem ação, não tem mortes, não tem muita coisa. O que tem de sobra é dramalhão, do tipo que se vê em seriados de quinta na TV paga.

É um seriado impresso, com personagens chatos, uma história sem graça e carente de grandes acontecimentos, ou ARREBATAMENTO.

Acredito que Deixados para trás Tim LaHaye e Jerry B. Jenkins (apesar de ainda não ter lido a série) seja muito, mas muito (ou infinitamente) melhor!

A história, em si, é uma espécie de trauma pós 11 de setembro norte-americano, uma referência sutil e implicita do autor àquele evento, transposto para o (invisível) Arrebatamento e a tentativa dos moradores de Mapleton de seguir em frente. Uma crônica norte-americana do cotidiano norte-americano para norte-americanos.

Não recomendo, exceto se você é fã daqueles seriados xaroposos da TV (eu adoro seriados, mas escolho bem os que quero assistir).





Rita Nunes 05/05/2013minha estante
Oi, só queria dizer que eu li o livro de Tim LaHaye e Jerry B. Jenkins e é muito chato! Na verdade, é uma pregação, não recomendo!


Sha 06/05/2013minha estante
Eu li os primeiros de Deixados para trás e gostei muito. Mas esse livro pelo jeito é fraco...


Rafael Reis 22/08/2014minha estante
Eu li tb o do Jerry Jenkins e ambos tem sentidos diferentes. A série de livros quer tratar a perspectiva bíblica do arrebatamento e Perrotta só usa o arrebatamento como evento para mostrar personagens lidando com um evento traumático.




Gabriel 11/02/2023

Os diversos ângulos do Luto
O livro - que originou a série da HBO e cobre a primeira temporada - descreve uma espécie de "arrebatamento" em que algumas pessoas (2% da população segundo a série - não me lembro se no livro é dado um número exato ) desaparecem sem mais sem menos.

Seguimos os diversos pontos de vista da família Garvey (que não perdeu nenhum membro) e da personagem Nora Durst (que paralelamente, perdeu todos os seus).

Somos apresentados aos ângulos do Luto em suas diversas formas, ou estágios (Negação, Barganha, Revolta, Resignação...), cada um descrito por um personagem - e muitas vezes simultâneamente.

Não espere qualquer tipo de explicação de porque as pessoas sumiram (o objetivo do livro a meu ver não é esse, e grande parte das pessoas que não gostou me parece que não entendeu isso) ou um plot twist Hollywoodiano (não me entenda mal, existe uma climax no fim do livro, que não é WOW mas não é ruim, é agridoce)

Aliás o livro inteiro é assim, agridoce, o agridoce das sobras, de quem ficou para trás.
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Ricc 12/01/2021

Luto: 1) sentimento de tristeza profunda pela morte de alguém; 2) originado por outras causas; amargura, desgosto.

*

O súbito desaparecimento de 2% da população ficou conhecido como A Partida Repentina de 14 de Outubro. Anualmente, é realizado um evento em memória daqueles que partiram num piscar de olhos. Filhos, cônjuges, familiares e amigos foram misteriosamente levados, deixando em luto aqueles que ficaram. Alguns, se apoiam em religiões, outros em fraternidades e comunidades. Uns se afogam em vícios, paixões e sexo. Muitos se afundam em depressão e angústia. De alguma forma, todos foram afetados.

*** CONTÉM SPOILERS ***

RESUMO:

Laurie tem uma linda família. Kevin Garvey é um marido exemplar, Jill é uma das melhores alunas do colégio e Tom está cursando faculdade em outra cidade. Ela não perdeu ninguém (exceto pela amiga de Jill), mas após a Partida, entra em um processo conflituoso com sua verdade e consigo mesma. Sua busca pessoal a leva se aliar aos Remanescentes Culpados (RCs), um grupo de "vigilantes" vestidos de branco, que cumprem um voto de silêncio, fumam pra emanar sua fé e seguem pessoas pelas ruas, causando constrangimento aos seguidos.

Kevin e Jill sofrem com a escolha de Laurie e precisam lidar com o fato de terem sido deixados para trás, mesmo não tendo perdido alguém no 14 de Outubro. Aimee, amiga de Jill, vai morar com eles após Laurie se integrar aos RCs.

Tom, do outro lado do país, se alia uma fraternidade liderada pelo Santo Wayne, um profeta que alega ter o dom de "carregar a dor dos outros". Posteriormente, o religioso é acusado de poligamia, abusos e outros delitos, deixando Christine - uma de suas mulheres/amantes - grávida de uma criança prometida (uma espécie de Salvador). Tom e Christine se aproximam e ele torna-se o "protetor" dela.

Nora Durst, que perdeu o marido e filho no 14 de Outubro, é considerada um símbolo do evento em Mapleton. Ela passa seus dias vendo Bob Esponja (que a remete ao filho) e afundada em tristeza desde a Partida. Depois de um tempo, Nora descobre segredos de seu marido por meio de um amigo que mensalmente realiza publicações sobre os desaparecidos e isso mancha a imagem que ela tinha dele. Assim, ela tenta reconstruir sua vida.

*

Kevin torna-se prefeito e, mais tarde, se envolve com Nora, porém, as coisas não acontecem conforme o desejado.
Jill vai mal nos estudos, passa a beber e usar drogas.
Laurie vira mentora de Meg e ambas se tornam amigas nos RCs.
Tom e Christine embarcam numa road trip para proteger o bebê enquanto o processo judicial de Santo Wayne acontece.

Nora busca encontrar seu caminho, modificando sua aparência e decide partir, não sem antes se despedir de Kevin.
Kevin se deprime após ser deixado por Nora e receber o pedido de divórcio das mãos de Laurie.
Jill cogita entrar para os RCs mas desiste da ideia.
Meg se mata, tornando mártir para os RCs e Laurie sofre com sua perda.
Christine dá a luz a uma menina após ser surpreendida com a prisão do Santo Wayne, que acabara se entregando.
Tom deixa a criança na porta de casa e parte rumo às estrada. Nora encontra a bebê, que parece finalmente trazer um novo sentido a sua vida, e apresenta às Kevin.

***

O cerne de "Os Deixados para Trás" aponta para as diferentes formas pessoais de encarar o luto e seu doloroso processo. Ressignificar pessoas e locais, lembranças e memórias, buscando encontrar respostas ou meios de se confortar diante da perda ou do desconhecido.

Minimalista, denso, nu e cru, nos apresentando o labirinto da psiquê humana diante da tragédia. Personagens complexos e "perdidos" que tentam seguir a vida após o evento, enfrentando aos traumas sofridos. Todos são sobreviventes.

O tom de mistério e angústia utilizado na escrita é essencial para a ambientação da trama. É possível sentir a carga emocional ao ler e isso foi fascinante! Em alguns momentos, me senti tão imerso que me perguntei o que eu faria no lugar de cada um deles. Perrota foi muito perspicaz aqui!

"Os Deixados para Trás" não se preocupa em solucionar o mistério do desaparecimento. Simplesmente isso. É o que é, sem mais! Mais um acerto (ou pra alguns, o grande erro e motivo de decepção). Não é uma história sobre aqueles que se foram. É uma história sobre aqueles que
ficaram. Esse é o ponto. E é justamente isso que torna o livro tão único e profundo.

Outro destaque é a abordagem religiosa em todo o contexto. Pode soar simplista para alguns, mas traz importantes reflexões e questionamentos como "em quê realmente acreditar?", "por que acreditar?", "em quem acreditar?", "o que buscar?", "o que fundamenta a fé?". Além disso, apresentar o conceito de charlatanismo foi bastante interessante e atual. Algo presente na sociedade e influencia massas, manipulando multidões. No caso da trama, até mesmo abusos sexuais foram cometidos por um religioso.

Não é um livro para mentes fechadas. Não é um livro para religiosos. Não é um livro para quem quer soluções diretas e imediatas. É um livro para refletir. É um livro para se deliciar e expandir conceitos. É um livro pra quem tem empatia.

NÃO RECOMENDADO PARA AMADORES!

Obrigado por essa obra perfeita, Tom Perrota! Simplesmente excepcional!

***

- Pé Descalço 1: o livro tão bom quanto a série The Leftovers, produzida pela HBO. A série se aprofunda um pouco mais e possui três temporadas. Fica a dica!

- Pé Descalço 2: eu sempre previ uma possível tensão sexual entre Aimee e Kevin. Fui o único?

- Pé Descalço 3: respeito os processos da Laurie, mas é às vezes é complicado defendê-la por certas atitudes.

- Pé Descalço 4: o "sacrifício" de Meg foi chocante e triste. Ela apenas queria sentir alívio de sua dor e a ideia de se tornar mártir foi o caminho que ela encontrou pra isso. RIP Meg!

- Pé Descalço 5: o final foi um tanto subjetivo e eu simplesmente amei isso! Nora parece ter encontrado uma motivação pra viver. Kevin pode ter encontrado uma parceira pra vida. E Jill, pode ter uma família unida novamente. Tom e Christine são seres de alma livre e gosto de pensar que eles viveriam numa road trip sem fim (risos)
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Renato 08/02/2020

O que deixamos para trás?
Quando eu assisti à The Leftovers achei a série extremamente profunda e com uma mensagem impactante. As três temporadas. Agora, terminado de ler o livro que deu origem, o impacto da mensagem talvez é até maior!

Deixamos tantas coisas e pessoas para trás - amigos, amores, família, momentos, sorrisos, choros, arrependimentos... E deixamos para trás das mais diversas formas, seja entrando para um culto, abandonado toda uma vida, seja matando, em todos os sentidos, uma pessoa muito especial. Isso aconteceu com todos os personagens principais e secundários da história.

É doloroso deixar para trás. É doloroso abandonar. Gera custos e eles muitas vezes são irreversíveis e mais altos do que realmente supomos... A saudade é aquilo que fica, envolta nessas dores excruciantes.

Como diz na parte focada em Kevin: algumas pessoas importantes, mesmo que continuem sendo importantes, acabam se tornando notas de rodapé.

Uma mensagem dolorosa, brutal, extremamente triste, porém muito realista.
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Thiarles 31/10/2020

Evitem
O ponto positivo desse livro é que ele acompanha diversos personagem e mostra de várias perspetivas diferentes a reação a uma tragédia. Agora todo mundo ali precisava de terapia e acompanhamento psiquiátrico, algo que foi desacreditado no livro, então todos ficam se culpando e autoflagelando por um evento que ninguém teve participação ativa, fora o determinismo que faz com que os personagens não mudem e nem achem que possam mudar depois desse trauma. A parte religiosa é extremamente chata, só ficando nas seitas bizarras que apareceram, e não numa possível congregação de ajuda mútua a superar esse trauma. Enfim, um péssimo livro, muito mal escrito e com descrições bem sem motivo ao longo da história.
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Renan 17/01/2023

A vida retratada na sua forma mais ordinária.
Li esse livro porque achei a resenha interessante. Na época nem sabia da adaptação da HBO. Bem, o livro retrata o ponto de vista de vários personagens que foram deixados para trás depois de um grande arrebatamento (não lembro se usam essa palavra no livro). Basicamente é isso. Não existem grandes reviravoltas ou uma super trama de suspense. Não existe sequer um personagem interessado em descobrir pra onde uma porcentagem da humanidade foi. Eles simplesmente continuam vivendo, tentando ignorar que tudo aquilo aconteceu. Apesar de transarem, beberem, amarem, se matarem ou mudarem completamente o visual, a ordinariedade de suas rotinas sempre os lembram de sua mediocridade como humanos.

E é por isso que esse livro é tão bom.
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Reichertrar 12/05/2022

Como seguir em frente quando se é deixado para trás.
Um livro sobre um grande luto coletivo. Pessoas vulneráveis tentando seguir em frente e encontrar respostas, os que ficaram pra trás são arrebatados por como fanatismo, depressão, vicios, poder, etc... O autor nos deixa sem resposta tal qual seus protagonistas. É um livro bom mas não consegui me conectar a nenhum personagem.
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Ícaro 29/07/2013

Profundamente vazio
Quem já leu algum livro de Tom Perrotta sabe que uma das suas características é narrar o cotidiano de alguns personagens aparentemente comuns.

Foi assim em A professora de abstinência e se repete novamente em Deixados para trás. Dessa vez explorando o sentimento de perda, o autor entrega uma história maravilhosamente escrita, mas sem picos em sua curva dramática. É comum se deparar com páginas sobre uma reunião de prefeitura, por exemplo. Fato que pouco interfere no enredo e que acaba cansando...

Não é um livro ruim. Longe disso. Mas acredito que será mais bem explorado na TV, com a série produzida pela HBO
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Caco 02/08/2020

The Leftovers
No início precisei separar o livro da série (uma das melhores que já assisti) para poder mergulhar no universo do livro.

Um livro que me fez refletir sobre a vida, sobre o distanciamento social que vivemos e que nos impede de estarmos em contato com aqueles que significam muito para nós. Sobre as perdas vivemos no caminho e que precisamos continuar seguindo.
O livro me apresentou esta perspectiva: quem realmente foi deixado para trás?

Uma leitura que, assim como a série, gostaria que houvessem outros volumes que expandissem ainda mais este universo.
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Beca 31/01/2021

Apenas não
Tinha tanta coisa pra explorar com a temática interessante que trouxe do arrebatamento, mas preferiu se ater as descrições maçantes e chatas do dia a dia pra dizer que o ser humano supera tudo. Porém? Não leria novamente.
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