Profissões para mulheres e outros artigos feministas

Profissões para mulheres e outros artigos feministas Virginia Woolf




Resenhas - Profissões para mulheres e outros artigos feministas


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Mari 30/05/2018

?Pois a degradação de ser escravo só se equipara à degradação de ser senhor.?
Virginia Woolf
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?O livro de hoje é o ?Profissões pra mulheres e outros artigos feministas?, vou citar um pedacinho da descrição que o livro tem pois achei perfeita:
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?Profissões para mulheres e outros artigos feministas reúne sete ensaios da autoria nos quais ela questiona a visão tradicional da mulher como ?anjo do lar? e expõe as dificuldades da inserção feminina no mundo profissional e intelectual da época.?
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?Se você quer ler o livro, prepare-se pra passar raiva em alguns momentos. Você vai se deparar com homens escrevendo e disseminando a ideia de que mulheres são intelectualmente inferiores aos homens, mas prepare-se também pra soltar fogos como eu soltei com cada carta-resposta da Virginia, uma mulher que obviamente tinha a visão social bem além do tempo em que vivia. Virginia é extremamente crítica o tempo todo, vem batendo de frente com os ideais da época em relação a mulher.
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?Pois Falcão Afável admite que sempre existiram mulheres com capacidade de segunda ou terceira categoria. Por que, a não ser que estivessem forçosamente proibidas, não expressaram esses talentos na literatura, na música ou na pintura??

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?Gente, só leiam. O livro é pequeno, rápido, de fácil leitura. E é uma leitura necessária. Eu acho que todo mundo tinha que ler. Atendeu e até superou minhas expectativas, eu super recomendo de verdade. A gente às vezes não tem muita noção de como as mulheres sofriam e ainda sofrem, o tamanho da opressão vivida. Só leiam.
Minha nota é a máxima ??????????
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Pri Cabral 12/07/2018

Autora com incrível capacidade de síntese
Eis uma boa pedida para quem quer ler Virgínia Woolf, mas não sabe por onde começar. Eu vou te dar as 3 principais razões para que você, caro leitor, leia esses riquíssimos ensaios da autora.


1° Concisão : O livro é bem fininho, mas nem por isso é superficial, tampouco supérfluo. Os artigos foram muito bem organizados e, apesar de a autora dialogar com momentos de diferentes períodos históricos, ela faz isso de maneira brilhante porque o leitor iniciante não se sentirá "perdido", já que os recortes históricos que estão dispostos no textos, são de fácil compreensão. Basta a rápida busca na internet e pronto.


2° Argumentos : Ao se opor às ideias machistas dos autores Arnold Bennet, Mr Orlo Williams e Robert Burns, Virgínia "coloca as cartas na mesa" e, mostra quase que empiricamente, como tais ideias eram totalmente equivocadas, através do levantamento de dados históricos e a forma com as quais esses dados históricos influenciaram nas dificuldades da inserção feminina no mundo social e intelectual da época.


3° Análise comparativa : Diante dos dados históricos que a autora traz, nos deparamos também com uma análise não só histórica, mas também comparativa, explicando as causas e apontando soluções.


Espero que esses 3 motivos tenham aguçado a sua curiosidade. Boa leitura!
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estante.da.gabi 05/02/2019

Profissões para mulheres e outros artigos feministas 💪
⚡️Nesta primeira resenha de 2019 trago um livro de não-ficção de Virginia Woolf, que é um compilado de 7 artigos escritos com o intuito de retratar, de alguma forma, a luta da mulher pelos seus direitos.

⚡️É curto, porém o li com calma, pois os assuntos são bem densos. Percebi, que por mais que a mulher tenha conquistado um espaço cada vez maior dentro da sociedade, muitas questões morais da época em que Woolf escreveu esses artigos (1905 a 1941) ainda se encontram presentes na atualidade. Isso me fez perceber que vivemos numa sociedade em que muitas questões se encontram enraizadas de tal forma que é preciso anos para arrancarmos cada raiz dela. Até quando nós, mulheres, vamos ter de continuar lutando, sofrendo e resistindo para conseguirmos o mínimo de reconhecimento, senão a tão sonhada igualdade?

⚡️Woolf descreve o quão desafiador é para uma mulher ser escritora e praticar qualquer outra profissão que seja majoritariamente masculina. Ela conta que, para isso, primeiramente era necessário destruir o “Anjo do Lar”, que “era nunca ter opinião ou vontade própria, e preferia sempre concordar com opiniões e vontades dos outros“. Esse processo é complexo, porque envolve fatores internos dela. Só que também havia aquilo que vinha de fora, o “extremo convencionalismo do outro sexo”. Ou seja, mulheres não poderiam escrever sobre certos assuntos, porque não seria conveniente para esta falar sobre eles.

⚡️Se fosse possível, eu falaria mais sobre esses artigos e principalmente sobre aquele em que Woolf escreve uma carta-resposta muito espetacular a Falcão Afável, que defende a seguinte ideia exposta num livro: “as mulheres são inferiores aos homens em capacidade intelectual, sobretudo naquele tipo de capacidade que se chama criativa”. Embora seja de 1920, esse debate ”estúpido” ainda acontece hoje, e por mais que nós respondamos assim como Woolf, com dados concretos, estudos e fatos, aqueles que insistem em se sentirem superiores, para não admitirem o erro, sempre o terminam como Falcão Afável: “Se a liberdade e a educação das mulheres são dificultadas pela expressão de minhas opiniões, não discutirei mais”

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Camis 24/04/2019

Irretocável!
Virginia Woolf segue sendo uma de minhas autoras favoritas. Nesse pequeno livro com alguns ensaios e cartas deixa claro que ela era mesmo muito inteligente e visionári.
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juliabarros 10/06/2019

03 motivos porque “Profissões para mulheres e outros artigos feministas” é um livro enorme (mesmo só tendo 100 páginas): ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
1 - Virginia Woolf era uma mulher a frente de seu tempo. Em “Profissões para mulheres…” são reunidos alguns ensaios publicados entre 1905 e 1941 onde ela expõe, de maneira belíssima, sobre as dificuldades de ser mulher e querer fazer algo além de cuidar da casa e ser mãe. No primeiro texto, intitulado “Profissões para mulheres”, lido pela autora para a Sociedade Nacional de Auxílio às Mulheres em 1931, ela disserta sobre a necessidade das escritoras de lutar, muitas vezes até a “morte’, com algo chamado Anjo do Lar e também sobre como sua criatividade e imaginação fora algumas vezes “bloqueadas pelo convencionalismo do outro sexo”.
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2 - Pra mim, o melhor do livro é o ensaio “A posição intelectual das mulheres”. Em 1920, um autor sob o pseudônimo de Falcão Afável publicou uma resenha do livro de ensaios “Nossas mulheres: capítulos sobre a discórdia entre os sexos” de Arnold Bennett (claro, um homem falando sobre as mulheres, afinal, porque não, né?). A resenha contém altas doses de machismo e reprodução de frases que perpetuam estereótipos pejorativos em relação às mulheres como “as mulheres são inferiores aos homens em capacidade intelectual...” Woolf escreve uma carta onde explica incisivamente como o Falcão Afável e Bennett estão equivocados em seus discursos utilizando fatos históricos e escritoras memoráveis. Depois de mais réplicas, o escritor encerra a discussão aceitando o argumento de Woolf que se a expressão de suas opiniões era um dos empecilhos a evolução das mulheres, ele não discutiria mais.
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3 - Em muitos momentos do livro, eu me senti lendo uma autora contemporânea falando sobre os dias de hoje. Louco e também triste porque percebi como a situação das mulheres melhorou sim, mas nem tanto. Ainda sofremos com machismo em diferentes profissões, com a pressão da maternidade e outros estereótipos. “Profissões para mulheres...” é, portanto, um livro enorme e necessário. Mostra para nós mulheres que a nossa luta vem de muito tempo e que não podemos parar.
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Julia Dutra @abibliotecadebabel 03/04/2020

Eu amo uma mulher
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Sil 29/01/2020

Resenha de @kzmirobooks
Estamos em 2020 e ainda existem debates sobre profissões para mulheres, mercado de trabalho em geral e, claro, igualdade de salário entre os gêneros. Imagina esses debates no inicio do século XX? Pois bem, é isso mesmo que temos nesses artigos de Virginia Woolf. Esta foi a minha primeira experiencia com a autora e já amei muito a forma como ela se expressa: tão sutil, tão honesta e ainda assim com uma certa raiva dentro de si por viver em um mundo injusto para as mulheres.

De cara levamos a uma reflexão sobre o que é uma profissão para mulher. Eu digo isso pois pensando na sociedade da época em que os artigos foram escritos, de fato, quais eram as profissões femininas? Mal existia a profissão "secretária" ou "professora" que foi muito popular após os anos 50. Então a autora explica algo óbvio: o porque de as mulheres terem tido um certo sucesso como autoras ao invés de outras profissões. E sendo bem feminista falando isso a culpa é do patriarcado. Virginia explica que a única coisa que as mulheres tinham em mãos, pelo menos as que eram alfabetizadas, era papel e caneta. Um material barato que os homens não se importariam de gastar com mulheres.

O livro em si são resenhas literárias de livros escritos por homens que, de algum jeito ou de outro, falam mal sobre as mulheres e suas rotinas. Há um artigo sobre um autor/livro que acha que pode escrever melhor sobre a rotina de uma mulher do que a própria mulher e Virginia logo critica dizendo que não há maneira de isso ser possível, até porque as autoras mais famosas de épocas anteriores a ela fizeram sucesso escrevendo sobre a rotina feminina em suas obras pois era aquilo que elas viviam em sociedade. Isso me fez pensar sobre como em muitos romances de época (os de verdade) e até filmes que podem ou não ter sido adaptados mostram mulheres em rotinas tediosas em uma salinha de costura, sabe? Como poderia uma mulher escrever sobre o mundo sendo que ela mal poderia sair de sua própria casa?

Em outro texto há passagens incríveis sobre a impossibilidade da mulher ser algo mais quando não é lhes dada a oportunidade. Nem tudo nesse mundo é meritocracia e como uma mulher poderia colocar em pratica sua inteligencia se não tinha o direito de estudar da mesma forma que seus irmãos? O mais incrível para mim nesses momentos é ela refutando a ideia de que não existiam mulheres brilhantes na época e/ou mulheres que não fez nada notável/digno de atenção falando exatamente que não há como saber se não existiam simplesmente porque essas mulheres podem ter perdido a oportunidade de ser notável por causa de um casamento, pela impossibilidade de estudar.

Me pergunto muito como Virginia Woolf se sentiria vivendo em 2020. Sobre o que ela falaria a respeito desse assunto nos dias atuais? Eu tenho certeza que ela me obrigaria a refletir sobre algo que eu não pensei ainda, mas será que ela teria um pouco de orgulho do que conquistamos? Gosto de acreditar que sim, já que agora tem muitas mulheres notáveis em basicamente todos os ramos profissionais conhecidos e essa realidade está mudando mais e mais.

site: https://www.instagram.com/kzmirobooks/
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Elaine | @naneverso 07/02/2020

Um falcão nada afável (ainda bem)
"Pois, na hora em que pus a caneta no papel, percebi que não dá para fazer nem mesmo uma resenha sem ter opinião própria, sem dizer o que a gente pensa ser verdade nas relações humanas, na moral, no sexo."

Dizer que 'Profissões para mulheres e outros artigos feministas' é uma obra magnífica é um eufemismo.

No livro, Virginia Woolf escancara as dificuldades de ser mulher na primeira metade do século XX usando palavras precisas, diretas e com um certo tom de humor e ironia. Ao longo de sete ensaios, a autora nos leva a pensar sobre o papel da mulher em diferentes classes sociais, sobre a necessidade dos homens de quererem provar que são melhores simplesmente por terem órgãos reprodutores do lado de fora e não do lado de dentro, e, assustadoramente, nos faz ver que a sociedade mudou muito pouco nos últimos cem anos.

Recomendo a todos, mas especialmente àqueles que ainda pensam como os Falcões Afáveis da vida e acham que existe alguma diferença intelectual entre mulheres e homens.

site: https://instagram.com/naneandherbooks
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Cristiane190 07/02/2020

Um baú do tesouro
Ler essa coleção de textos foi a melhor forma de começar 2020. Virgínia argumenta com maestria e domínio de conhecimento sobre os pontos que defende.
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Miriam172 09/02/2020

Muito bom
Ela escreveu há cem anos, mas parece que foi ontem.
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Patty 17/02/2020

Muito interessante!
Recomendo a leitura dessa obra.
A leitura flui otimamente bem, a escrita da autora é instigante e nos convida a entender melhor a importância do feminismo desde àquela época até os dias atuais.
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Lí­lian 12/03/2020

Meu primeiro livro dessa escritora @virginiawoolf_ . Esse livro foi um presentão q ganhei da @andrezalanza @paginadentro , gratidão Dre ???. Esse livro é fantástico, o verdadeiro retrato da luta da mulher pelos nossos direitos. Fala das sufragistas e q escrita poderosa essa deusa tem. Amei, tenho outros livros dela e tô animadíssima por isso. Leiam e desfrutem de discursos poderosos contra machistas ansiosos e ávidos a nos manter diminuídas. Super indico.
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cco.isabella 26/03/2020

Temos que assassinar "O anjo do lar"!
É isso que Virgínia Woolf diz no primeiro artigo desse livro. "Profissões para mulheres e outros artigos feministas" tem um título autoexplicativo. Nele, temos contato com uma série de textos que Woolf escreveu em um mundo ainda mais machista que o atual - se é que isso é possível.

Sendo altamente sincera, o primeiro texto foi o que mais me agradou e trouxe reflexão! "O anjo do lar" é aquela entidade imaterial que faz com que as mulheres sejam, literalmente, belas, recatadas e do lar - mesmo que no fundo, não seja isso que queiram realmente.

Hoje, no dia da mulher, recomendo fortemente a leitura deste texto, pois "É muito mais difícil matar um fantasma do que uma realidade" (p. 13) e só tendo contato com escritos assim que conseguimos pensar sobre a vida que levamos e se desejamos continuar seguindo os mesmos padrões ocidentais milenares!

site: https://www.instagram.com/amorliterato/
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Etiene ~ @antologiapessoal 27/03/2020

Intelecto significa dominação, ainda que para dominar você precise diminuir o outro, fazendo-o crer que não há nada de fértil em suas opiniões. Essa trajetória de submissão foi própria das mulheres ao longo da História. E este é o ponto que Virgínia esmiúça nos ensaios desse breve, porém reverberante, livro.

É concreto o anseio da autora para que as mulheres não mais sejam símbolos reformadores - para não dizer excêntricos - de uma época e possam ser indivíduos, valorizados por suas próprias opiniões. Porém, se alguma precisou servir de símbolo para que as seguintes se tornassem indivíduos, saberemos então que sua jornada não terá sido em vão. Parafraseando Saramago, "as mulheres ressuscitam umas nas outras".

Estar sob um teto onde pudessem sentar e pensar, um teto diferente daquele de suas casas e longe de obrigações domésticas, concedeu poderes inimagináveis às mulheres do século XIX: ao conversar, ler ou escutar, conhecer outros pontos de vista e se inteirar dos assuntos políticos e sociais da sua época, lhes foi permitido também que remodelassem suas casas e suas vidas. Portanto, se "a escrita é tingida de vida", ler esses ensaios me mostra uma vida tingida de coragem. Os textos provam o quanto fomos subjugadas pelos homens exatamente por sermos mulheres, mas revelam em seguida o quanto fomos corajosas ao encará-los como iguais.
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Livros da Julie 28/03/2020

Um livro arrebatador!
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O livro é composto dos seguintes textos, escritos entre 1905 e 1941:

- Profissões para mulheres
- A nota feminina na literatura
- Mulheres romancistas
- A posição intelectual das mulheres
- Duas mulheres
- Memórias de uma União das Trabalhadoras
- Ellen Terry
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"Minha profissão é a literatura; e é a profissão que, tirando o palco, menos experiência oferece às mulheres"
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"Escrever era uma atividade respeitável e inofensiva. O riscar da caneta não perturbava a paz do lar. Não se retirava nada do orçamento familiar."
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"(...) foi por causa do preço baixo do papel que as mulheres deram certo como escritoras, antes de dar certo nas outras profissões."
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"(...) creio que é uma experiência muito comum entre as mulheres que escrevem - ficam bloqueadas pelo extremo convencionalismo do outro sexo."
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"(...) uma mulher (....) ainda tem muitos fantasmas a combater, muitos preconceitos a vencer."
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"E não será uma mulher o crítico adequado das mulheres?"
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"Teriam finalmente decidido a escrever porque desejavam retificar a opinião corrente sobre o sexo feminino, expressa em tantos volumes e por tantos séculos por autores do sexo masculino?"
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"(...) o público vai julgar se os padrões de pureza moral apresentados na obra correspondem aos que ele tem direito de esperar do nosso sexo."
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"A tentativa de acalmar ou, mais naturalmente, de ofender a opinião pública é um desperdício de energia e um pecado contra a arte."
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"(...) qualquer ênfase deliberada, seja por orgulho ou por vergonha, no sexo de um escritor é, além de irritante, supérflua."
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"Pois a degradação de ser escravo só se equipara à degradação de ser senhor."
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"(...) quase impossível convencer o mundo de que uma bela mulher obteve suas honras de maneira justa."
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"(...) uma jovem culta ou mesmo talentosa é o monstro mais intolerável de toda a criação."
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"E está certo gastar o dinheiro em chapéus e conduções em vez de livros instrutivos?"
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"Naturalmente a leitura levou à argumentação."
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"(...) o bem mais precioso que existe - uma sala onde podiam sentar e pensar, longe das panelas fervendo e das crianças chorando"
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Este foi o primeiro livro do projeto #Virginiando2020, promovido pela @naneandherbooks, e o primeiro que leio da autora. São resenhas literárias, discursos e ensaios que nos mostram a visão feminista de Virginia, sua forma de pensar não convencional e a perspicácia com que analisa o rumo da literatura, a situação da mulher e diferentes histórias de vida. São textos curtos, alguns irônicos, outros pungentes, que ensejam longas reflexões. Guardadas as devidas proporções, as observações feitas pela autora ainda podem ser aplicadas aos nossos tempos.

Inicialmente, Virginia fala sobre suas experiências profissionais e a facilidade de se dedicar à escrita e ter retorno financeiro, mas teve que se livrar dos pensamentos e do comportamento normalmente exigido de uma mulher à época para poder ter liberdade de expressão e opinião em suas resenhas e obras.

Ela ressalta a necessidade de se estudar não apenas a literatura, mas também a história social e a repressão doméstica e moral das mulheres para falar sobre as romancistas. Ela aborda o desestímulo familiar e as restrições educacionais, econômicas e profissionais impostas às mulheres. Desde muito, a mulher é exigida em tempo e energia como procriadora e mãe e o potencial feminino para atingir os mais altos níveis é limitado pela falta de acesso completo à educação e pela falta de liberdade e autonomia para dedicação ao aprimoramento de suas capacidades.

Ao longo do livro, Virginia contesta opiniões como "a mulher romancista está acabando com o romance como forma de arte", "as mulheres são intelectualmente inferiores aos homens, principalmente em capacidade criativa", "só há grandes poetas, romancistas, pintores, escultores, músicos, filósofos e cientistas homens" e "o menor intelecto cria um desejo instintivo de submissão". Citando renomadas autoras e personalidades femininas, a autora pontua que a tentativa de definição e conceituação da romancista é limitante e não deixa de ser uma forma de enquadramento. As obras de homens e mulheres diferem nas experiências e na descrição dos personagens, o que é um incentivo para que ambos os sexos sejam autores, pois isso enriquece o mundo literário e amplia os pontos de vista.

Virginia aproveita para enaltecer a determinação e o propósito das mulheres envolvidas na política e a importância dos temas e leis que eram debatidos (salário, impostos, jornada de trabalho, direito de voto, educação, divórcio). Ela afirma seu distanciamento dessas questões, por levar uma vida privilegiada, sem as agruras de uma mulher trabalhadora. Apesar disso, entende que 'operárias' e 'damas' são dois lados de uma mesma moeda, indissociáveis, não sendo cabível o preconceito ou o desprezo de um lado ou outro, mas sim a troca de experiências, a amizade.

Uma maior empatia com a classe trabalhadora só ocorre após a leitura de relatos de algumas de suas representantes, quando passa a ter maior noção da dura realidade de quem começa a trabalhar ainda na infância. Com senso de responsabilidade social, Virginia reporta a crueza e a beleza desses relatos, sabendo que trará ao conhecimento comum histórias de uma classe que não é a mesma de seus leitores. Ao mesmo tempo, se questiona sobre escolhas: devemos determinar nosso caminho ou seguir nossa natureza? É necessário que a mulher faça uma escolha ou ela pode ser uma, duas, toda e qualquer coisa, a qualquer tempo?

site: https://www.instagram.com/p/B-NJhhRDb2q/
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