Cadu 18/08/2013
Virginia Woolf, nascida em janeiro de 1882, é uma popular escritora e editora britânica. Dentre as suas obras se destacam "Mrs Dalloway" (1925) e "Passeio ao Farol" (1927). Feminista declarada, Woolf escrevia diversas criticas literárias em jornais de grande circulação, espalhando, dessa forma, o seu ideal considerado sonhador para a época.
Nesse contexto, surgiu o livro que será resenhado hoje: "Profissões para mulheres e outros artigos feministas". O livro, divido em sete partes, consiste de ensaios de Virginia sobre feminismo, ora em discursos, ora em resenhas. Em certo capítulo, é interessante que Woolf discute com outro editor, um cara que defende, em uma resenha, que mulheres são inferiores ao homem. Com sua ótima argumentação e fundamentação teórica, Virginia convence-o, finalmente, a não difundir mais o machismo. (Ela é demais!)
Demorei um pouco para resenhar essa obra porque precisei pensar nela. Diferente da maioria dos livros que eu li, essa obra não é uma história nem uma biografia. São discursos e resenhas da autora. E, de certa forma, é preciso um tempinho para assimilar tudo que foi dito nos ensaios.
Virginia fala sobre os temas escolhidos de uma maneira um tanto peculiar. Em vez de inserir diretamente a opinião e dissertar sobre ela, Woolf reproduz os argumentos machistas para depois derrubá-los. É engraçado que, um por um, os argumentos vão caindo por terra e, para terminar, a escritora sai da argumentação com um ar de tarefa cumprida. Impressionante.
Há partes do livro em que eu não sei se eu senti uma pontada de ironia, uma exclamação de ajuda ou uma simples coincidência. Como assim? Durante o texto, uma parte chamou minha atenção em especial: "Eu preferiria morrer afogada a escrever um prefácio para um livro" (Ou algo do tipo). O problema nisso é que Virginia Woolf suicidou-se, em 1941, afogando-se. E esse livro foi publicado em 1931. Será que ela já planejava o suicídio? Será que é uma informação irônica para "ficar para o futuro"? Ou será uma simples coincidência?
"Pois, embora sensatamente os homens se permitam grande liberdade em tais assuntos, duvido que percebam ou consigam controlar o extremo rigor com que condenam a mesma liberdade nas mulheres." (Citação retirada da obra)
Depois de me perder em pensamentos sobre a obra, eu recomendo-a fortemente. Fiquei com vontade de ler mais livros de Virignia Woolf depois de ler esse e já tenho um em vista: "Passeio ao Farol". Aguardem. Em breve voltarei com mais Virginia.
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