A Sociedade Aberta e Seus Inimigos

A Sociedade Aberta e Seus Inimigos Karl Popper




Resenhas - A Sociedade Aberta e Seus Inimigos


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Filino 06/05/2016

Continuação da crítica devastadora a "medalhões" da filosofia
No segundo volume, Popper continua a dirigir verdadeiros petardos contra figurões do pensamento filosófico. No volume I, Platão não foi poupado, mas é de se ressaltar que a despeito da profunda discordância com o pensamento político do mestre grego, Popper ainda nutre alguma admiração por ele.

Não é o que ocorre com Hegel, no segundo volume. A crítica é muito mais severa e ácida - e em várias passagens o filósofo austríaco utiliza o mesmo tom depreciativo que já fora utilizado por Schopenhauer (citado diversas vezes nesse contexto) e Kierkegaard. Não apenas a filosofia política de Hegel é severamente fustigada por Popper, também o próprio Hegel não é poupado. Tida como algo indecifrável porque, em verdade, nada tinha a dizer, a reflexão hegeliana não apenas seria algo de ininteligível, mas sobretudo extremamente oportunista (porque caiu como uma luva para a situação política daquela região) e perigosa (uma vez que a partir dela é possível extrair as linhas totalitárias que caracterizariam a reflexão política posterior).

Marx, por outro lado, recebe tratamento um pouco diverso, mais leve (ainda que também tenha o seu pensamento político deveras criticado). Popper enxerga nele uma legítima preocupação com as condições dos trabalhadores da sua época, bem como os novos enfoques dados pelo filósofo acerca da influência das condições materiais sobre os vários aspectos de uma sociedade. No entanto, o "messianismo" e a "profecia" característicos da reflexão de Marx, segundo Popper, não se sustentariam e nada teriam de científico, como teimariam os marxistas.

Tal como o primeiro volume, o segundo prossegue num estilo extremamente agradável e de fácil apreensão por parte do leitor, ainda que ele não tenha familiaridade com o pensamento dos autores tratados no livro. Também acompanham extensas notas ao fim do texto (que, tal como no primeiro volume, não comprometem o entendimento da obra, caso se decida não lê-las), bem como alguns adendos.

Ressalte-se, por fim, que também nesse volume o autor trata de conhecimento científico e de sua célebre teoria da falseabilidade, igualmente de modo bastante didático.

Uma obra imperdível!
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