O misantropo

O misantropo Molière




Resenhas - O Misantropo


21 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


Cinara... 09/05/2021

Odeio os homens todos, e ela é total...
Uns por serem desonestos, maus, e safados;
Outros por complacência com os pecados,
Sem sentir pelo ódio vigoroso
Que o vício deve ter o que é virtuoso."

Voltaire disse "A obra-prima da alta comédia. " Aqui pra nós ele só disse isso por que não conheceu o Ariano Suassuna.
Não achei graça de nada, não me tirou nem um sorrisinho mequetrefe.
Achei bem sem graça.
Bem razoável.
re.aforiori 16/06/2021minha estante
?




Mauricio Gonçalves 21/08/2021

Fica a reflexão
A peça é muito divertida, as situações simples e a dinâmica entre os personagens é na medida correta para a obra e a mensagem. Os versos são fáceis de serem lidos e não possuem muito "peso" gramatical.
No início do livro há uma nota sobre a vida e obra do autor, nela é apontada a forma como Molière tende a ridicularizar ou exagerar as condutas ou crenças de seus personagens.
A reflexão que fica a partir dessa característica do autor, na obra, é o quanto nos deixamos moldar pela sociedade e quais os reflexos nas nossas vidas de nossas discordâncias dela.
Creio que hoje em dia seja mais fácil "abandonar" a sociedade, vivemos em grupos cada vez mais seletos de interesses e interações. É relativamente fácil abolir um comportamento que você discrimina ou reprime do seu meio social. Com isso conseguimos deixar parte da sociedade, mas sem abandoná-la. Na época em que foi escrito a sociedade tendia a ser mais engessada e homogênea, o que justifica o fervor do protagonista às suas opiniões.
O livro também nos questiona até que consequências estamos dispostos a chegar para nos mantermos firmes aos nossos comportamentos ou convicções. Será que a sociedade nos castiga por eles? Será que sermos mais flexíveis podem nos trazer mais tranquilidade? Ou esse sossego não sobrepõe o ego contrariado? Fica a reflexão.
comentários(0)comente



Vinícius 09/09/2020

Excelente!
Para mim, superou O Doente Imaginário e Don Juan de longe... Muito poético com rimas do início ao fim. Vale a pena ler.
comentários(0)comente



Dudu 25/11/2023

As aparências
Notar que a obra foi escrita em versos me surpreendeu bastante, já que ainda não estou habituado à leitura de peças de épocas tão variadas ainda. Fora essa, a outra em versos que li havia sido só a de Joaquim Manuel de Macedo, O Cego. Sendo a intenção de Molière criticar tipos de sua época, acredito que ele tenha conseguido isso com bastante êxito. Entre a desonestidade e a honestidade total e sem critérios, é interessante que ele não pende a balança apenas para um lado. Alceste pela honestidade total, Célimène e Arsinoé pelo disfarce das aparências, são os três representações vivas e que atraem o interesse do leitor sobre suas características e ações. Não saber ao certo a índole de Célimène, por exemplo, até mais ou menos o final (ainda que houvesse fortes indícios de quem ela realmente era) foi uma boa surpresa, porque não estava tudo entregue logo de cara. A trama é bastante original e me encantou ver também como o protagonista não romantizava a figura da mulher amada frente à defesa da tese oposta por Clitandre e Acaste. Enfim, diversos embates na trama, além deste, trazem grande divertimento e empolgação, como aquele a respeito do soneto de Oronte e a engraçadíssima conversa — nada falsa, por sinal — entre Célimène e Arsinoé. Entretanto, e aí já entra meu gosto pessoal, devo dizer que a 'rimaiada' e a versificação depois de um tempo ficam cansativas e, em determinados momentos, me perdi acerca do que estava ocorrendo exatamente. Fora isso, é uma ótima peça.
comentários(0)comente



Mariana 12/05/2021

O tipo de pessoa que fala a verdade, doa a quem doer. Perde o amigo, mas não perde a razão. Abomina a hipocrisia e preza pela honestidade acima de tudo, corta qualquer bajulação. ? Assim é Alceste, ou o misantropo, que se considera tão íntegro a ponto de acreditar que o restante do gênero humano é falso e causador de aversão.

Embora muitas vezes ele, de fato, esteja certo, esse homem rude e sem habilidades sociais perde pela inflexibilidade. No entanto, tem como ponto fraco justamente uma bela viúva manipuladora e traiçoeira, "coquete e maldizente", que o leva contra os próprios ideais, pois, segundo o próprio Alceste, "não é a razão que regula o amor".

Movido pela sinceridade sem limites, sobretudo consigo mesmo, o protagonista acaba encontrando uma solução, afinal, uma sociedade tão indigna não poderia ter a companhia de um homem como ele.

Vícios e virtudes se embaraçam nessa peça, composta em 5 atos contados por versos rimados, ora poéticos ora cômicos. Encenada pela primeira vez em 1666, é divertida, crítica e cheia de reflexões! Molière prova por que é considerado o maior dramaturgo francês.

Por fim, fica o conselho de Philinte - personagem que traz mais leveza e novas perspectivas sobre as duras condenações do misantropo -: que a gente "perdoe um pouco mais a natureza humana". Só assim é possível viver em sociedade, ainda que frustremos as nossas expectativas.

@23livros
comentários(0)comente



Paulo 28/06/2022

Gênio do teatro
Li este livro logo após “O Tartufo” e achei-o superior. Com tradução fluida e rimada de Bárbara Heliodora, a peça é dividida em 5 atos.
O misantropo Alceste é uma personagem quixotesca, de moral rígida, radical, que só fala a verdade e não respeita sequer as regras básicas de convivência social, por entendê-las hipócritas. Paradoxalmente, é apaixonado pela viúva rica Célimène, de caráter oposto ao seu, dissimulada e mentirosa, que se diverte recebendo e tapeando seus diversos pretendentes. Devido à grande incompatibilidade de gênios, Alceste termina sozinho e decide banir-se da sociedade para viver no deserto.
Em contraste, o relacionamento entre Philinte e Éliante termina com um final feliz. Philinte, amigo de Moliére, é o raisonneur, que acompanha a trama com suas observações justas e razoáveis: “sofra menos com a moda da semana, perdoe um pouco mais a natureza humana; vamos examiná-la com menos rigor, sejamos mais gentis até com o pecador”. É o representante da burguesia futura, que sabe se adaptar ao meio para prosperar. Éliante, a personagem mais sensata da peça, é prima de Célimène e aceita se casar com Philinte no final.
Em um dos vários diálogos geniais da peça, Alceste recusa-se a elogiar, apenas por conveniência, um péssimo soneto declamado por Oronte. Essa passagem ilustrou para mim o atual fetiche das pessoas em querer se entregar à vida intelectual, ainda que sem qualquer vocação, e a abundante e medíocre produção textual que daí advém. Segue: “Qual a necessidade que tem de rimar? Que raios o levam a querer publicar? Perdoa-se o mau livro apenas, pode crer, aos infelizes que publicam para viver. Creia-me, e resista enfim à tentação de revelar a todos tal ocupação; não chega a abandonar, manchando todo o resto, a fama que na corte tem de homem honesto, para receber da mão de um ávido editor a de homem risível e péssimo autor.”
Em outro brilhante diálogo, Cèlimène e Arsioné (uma fingida amiga) conversam sobre a reputação e fama de ambas perante a sociedade. É um diálogo ferino de acusações e ofensas mútuas, disfarçadas sob juras hipócritas de amizade … um primor.
Como já dizia Aristóteles, o homem é um animal político. Por meio do caráter inabalável de Alceste, Molière mostra na peça que a sinceridade incondicional impossibilita o convívio social e que as regras de trato social existem para permiter o funcionamento da sociedade. O êxito do casal Philinte e Éliante, que sabem como viver (“sofra menos com a moda da semana, perdoe um pouco mais a natureza humana; vamos examiná-la com menos rigor, sejamos mais gentis até com o pecador”), em oposição ao destino de Alceste, inadequado ao meio social, reforça a percepção de que é necessária pequena dose de hipocrisia para o convívio humano.
Não obstante, durante toda a narrativa, a pena de Molière desnuda com maestria as idiossincrasias da vida de aparências da sociedade francesa, marcada pela hipocrisia social e pela fatuidade. Alceste, por ser sincero, moral e correto, destoa do meio em que vive, arruma confusão com todos ao redor e é um sujeito difícil de lidar, mas deve-se reconhecer que ele apresenta algumas verdades que não deveriam ser ditas por incomodar os demais e perturbar a paz social.
Ao ler essa segunda peça, entendi porque Carpeaux disse ser Molière o maior comediógrafo de todos, comparando-o a Homero, objeto de admiração unânime.
comentários(0)comente



Bruno.Dellatorre 09/04/2020

Uma obra interessante
Foi meu primeiro contato com Molière, e já adianto ter sido uma experiência positiva. Gostei dos diálogos, todos tem uma dose humorística muito boa. Acho que talvez seja mais interessante encenar essa obra do que ler, embora a leitura também tenha sido prazerosa.
comentários(0)comente



alex 22/04/2021

O misantropo, de Molière (1666)
Minha primeira leitura do autor.

Trata-se de uma peça teatral rimada e bem divertida (os diálogos finais entre Alceste e Oronte são magníficos), escrita no (complicado) século XVII.

(como ainda estou impactado pela leitura de "Grande Sertão: Veredas", confesso que li a peça com divertimento, mas sem grande apego ao seu significado histórico ou conteúdo artístico)
comentários(0)comente



Mama 17/01/2022

Livro interessante, mas um pouco chato
Dos livros que li de Molière esse foi o mais confuso e chato. Apesar das críticas sociais carácter da escrita do autor, eu muitas vezes me perdi na leitura.
comentários(0)comente



Sarah 18/09/2014

Um teatro atual
O misantropo é uma peça teatral de Molière (dramaturgo do teatro francês). Se trata sobre a vida de Alceste, um jovem, nobre, misantropo e apaixonado por Celimene.
Alceste quer ser sincero simplesmente em tudo, porém, critica os costumes da sociedade e sua falta de valores morais, em que a hipocrisia governa.
Celimene, porém, não é igual a Alceste e a peça se desenvolve sob esta perspectiva.
Muito bom, recomendo. Acredito que a principal reflexão é sobre a importância da sinceridade e se estamos preparados para recebê-la.

Artur 06/01/2015minha estante
É simplesmente sensacional. Adorei Molière.




Samuel Sander 05/12/2022

Muito bom
Nunca tinha lido uma peça mas gostei bastante da experiência, a história é interessante e os personagens por vezes tem falas despretensiosas que na verdade são repletas de reflexão. A linguagem não é tão simples como a que estamos acostumados mas nada que impeça a compreensão. Enfim, leitura curta e prazerosa!
comentários(0)comente



Valério 06/09/2017

Irresistível
Uma história deliciosa de se ler. O estilo é diferente, manteve um sorriso em meu rosto o tempo todo.
Alceste, um virtuoso e admirado apaixonado sofre nas garras de Celimene, por quem é apaixonado.
Contudo, em seu despudorado coquetismo, Célimene flerta com praticamente todos os homens.
O que, como se pode imaginar, desencadeará incontáveis situações.
Dizer mais que isso é tirar do leitor a delícia que foi a leitura.
Leitura, infelizmente, rápida. Mas substancial.
Aproveite.
comentários(0)comente



Procyon 07/04/2024

O misantropo ? comentário
?A nossa preferência sempre escolhe a alguém:
Quem gosta de todos não gosta de ninguém?. (p. 16)

Peça de 1666, O misantropo critica e satiriza a sociedade francesa do século XVII através da comédia, ridicularizando costumes, valores e hipocrisias através de Alceste, que confronta diversos personagens que incorporam tipologias sociais de sua época. A peça advém da influência doutra peça, do poeta Menandro, cuja obra também fazia uma estereotipificação da sociedade. Apesar do comportamento um tanto intragável e imaturo do protagonista, ele serve basicamente como um bom objeto de crítica às manobras e falsidades de pessoas que atuam na lógica do melindre e do cinismo a fim de ascensão e aceitação social e pertencimento de grupo (tanto no ambiente pessoal quanto corporativo). A peça em si não me cativou muito, porém é bastante claro uma aproximação crítica ao contexto contemporâneo, visto o acirramento das dinâmicas virtuais, mais especificamente as redes sociais, onde se imperam o ódio e a demonstração de virtude e bom-mocismo, uma espécie de amplitude virtual dos grandes salões e das festas promovidas pela ?alta? sociedade dos séculos passados (o que a torna, sem dúvida alguma, mais interessante, tendo em vista a habilidade com esses grandes autores franceses, como Moliére ou Balzac, tinham para descrever as usuras de seu tempo).

?Por Deus, como é covarde, indigno e condenável
Trair-se e ter a alma assim tão maleável.? (p. 14)

?Só encontro, em toda parte, vil bajulação,
Injustiça, mentira, calúnia e traição?. (p. 18)

?Para a sabedoria não ser condenável;
Razão perfeita evita radicalidade
E devemos ser sábios com sobriedade.? (p. 21)

?E é preciso olhar pra si mesma bem fundo,
Antes de se querer condenar todo o mundo?. (p. 75)

?Mas nada do que eu disse pode ser mudado:
Do que é perverso o mundo está tão recoberto,
Que me afastar dos homens pra mim é o certo.? (p. 104)
comentários(0)comente



21 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR