Glaucia 07/02/2013O livro foi escrito de forma inteligente, filosófica e com uma argumentação convincente e bem elaboradaEssa é uma obra literária formada por um conjunto de texto livres, que não formam uma história continua. Ou seja, os textos são independentes e permitem que o leitor leia cada capítulo em seu próprio ritmo. Essa é a grande vantagem do livro, pois ele permite a leitura fluída, em momentos esporádicos, e não obriga o leitor a uma degustação rápida e nem a voltar ao capítulo anterior para não perder o fio da meada. Você pode ler um capítulo hoje e outro depois de um mês, que em nada influenciará a dinâmica do livro, como ocorre com a maioria.
Cada texto deve ser lido e refletido com calma, para que o leitor tire a sua própria conclusão, através de uma análise reflexiva. Não adianta ler sem parar para analisar o ponto de vista do autor e tentar chegar à própria opinião.
“Compreender e aceitar o outro é tarefa que jamais concluirei integralmente. Mas é também um poderoso exercício que me distancia do tédio. Além de amansar e adestrar o ser que reside em mim, cujos impulsos instintivos ainda insistem em me comandar.” Pág. 124 Capítulo Tédio e insatisfação.
Ao mesmo tempo em que o livro assume uma postura de autoajuda, possui um aspecto filosófico; onde o autor aplica os seus conhecimentos e pontos de vistas nas suas argumentações. Ele usa alguns exemplos práticos e mostra o que viu da vida. Nem sempre o leitor concordará com o ponto de vista exposto pelo autor. Mas em outros momentos, passagens do texto servirão de insight para ocasiões específicas de dificuldade, ajudando o leitor como se fosse um conselheiro. É nesse ponto que o livro assume o papel de autoajuda.
“A culpa tem estreitas relações com o autoflagelo, com a penitência, que possui diversas faces, inclusive a mais medíocre de todas, a do suicídio.
A culpa só alveja as pessoas de consciência sensível, pessoas com grande capacidade de discernimento, e detentora do exímio do bom senso.
O mau-caráter não se avalia, portanto não vivencia esse sentimento e, caso o experimente, a ele não se aprisiona, devido à sua baixeza moral.” Pág. 73 Capítulo Culpa.
Outro ponto que deve ser destacado é o fato de o autor usar assuntos variados. Seus textos não se resumem a uma única temática. O autor consegue fazer uma mistura, buscando inspiração no dia-a-dia e na vivência do ser humano. Em cada texto existe uma mensagem subliminar, que faz o leitor tentar entender essência do discurso em questão. Alguns textos eu achei fáceis, outros tive um pouco de dificuldade em uma primeira leitura. Nem sempre concordei com a conclusão do autor. Acho que se ele usasse um só tema e tentasse discuti-los em capítulos não daria muito certo. No final sai no lucrando com os questionamentos.
Esse é um bom livro, o qual pode chamar de “conselheiro”, e é leitura recomendada para qualquer momento. Perspicácia é aquele tipo de livro que você carrega na bolsa, para quando estiver esperando em uma fila, ponto de ônibus, consultório médico ou qualquer situação em que necessite passar o tempo refletindo.
O livro foi escrito de forma inteligente, filosófica e com uma argumentação convincente e bem elaborada. Ele está recomendado!!
“Toda conduta gera alguns frutos. Portanto se conseguíssemos evitar os comportamentos ruins, nas mais variadas facetas, evitaríamos diversas consequências danosas provenientes dessas ações.
Aquilo que chamamos de “inevitável” é o que devemos evitar.” Pág. 166 - Capítulo Inevitável
Resenha será publicada no Mix Literário
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