Realidades adaptadas

Realidades adaptadas Philip K. Dick




Resenhas - Realidades Adaptadas


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Regis 25/04/2023

Contos inventivos e inspirações para grandes sucessos
Esse foi meu primeiro contato com a obra escrita de Philip K. Dick e uma ótima forma de conhecer parte do universo do autor. Já havia acompanhado as adaptações para o cinema, gostado muito de algumas e achado outras bem curiosas.
Todos os contos desse livro foram escritos na década de 50, acho que essa foi uma década muito criativa para K. Dick e deu origem a vários contos que seriam adaptados com sucesso para o cinema.

O livro foi prazeroso de ler, tirando alguns problemas de machismo e misoginia perceptíveis (o que é comumente encontrado em vários livros de ficção científica), as histórias são muito imersivas, com mundos bem descritos e personagens que adorei acompanhar.
No decorrer das histórias percebe-se um questionamento recorrente sobre: Quem realmente é humano? O que caracteriza um ser humano? Dúvida essa que o próprio autor reforça em suas notas no final do livro, mostrando insegurança até quanto a sua própria humanidade.
Philip K. Dick é criativo inteligente e muito perspicaz ao escrever e suas histórias são recheadas de elementos que poderiam dar origem a séries com conteúdos abundantes.
Pretendo ler seus romances e mergulhar um pouco mais em suas ideias para formular uma opinião mais abrangente sobre seus livros mas os contos foram um ótimo aperitivo para essa fã de ficção científica. Recomendo o livro para quem quer começar a ler o autor.
CPF1964 25/04/2023minha estante
Mais uma resenha impecável, Regis. Infelizmente não curto este tipo de livro.


CPF1964 25/04/2023minha estante
?????


CPF1964 25/04/2023minha estante
Não sou bom em escrever... Prefiro números...???


Regis 25/04/2023minha estante
Obrigada, Cassius! ?
Eu adoro ficção científica.


CPF1964 25/04/2023minha estante
Preciso ser mais eclético... Não leio Ficção Científica e nem Fantasia....


Léo 25/04/2023minha estante
Ótima resenha, Régis. ?
Acho que você vai gostar de Blade Runner. Rsrs


Léo 25/04/2023minha estante
Tenta ler algum dia algum conto do Asimov, Cassius. Recomendo A última pergunta. ??


CPF1964 25/04/2023minha estante
Eu conheço mas ainda não li. Muito obrigado pela dica. Eu assisti as 2 versões de Blade Runner no cinema.


CPF1964 25/04/2023minha estante
Obrigado, Léo.


HenryClerval 25/04/2023minha estante
Sua resenha está maravilhosa e os comentários sobre os contos foram ótimos, Régis. ?


Regis 25/04/2023minha estante
Eu gosto de todos os gêneros, Cassius. Eu realmente adoro ler qualquer tipo de livro.
Acho que isso ajuda muito a não ter ressaca literária. Sempre posso mudar de gêneros quando um está cansando.


Regis 25/04/2023minha estante
Obrigada, Léo. ?
Também acho.


Regis 25/04/2023minha estante
Valeu, Leandro! ???


CPF1964 25/04/2023minha estante
Você está correta, Régis. Também já fui assim. Atualmente com 58 anos alguns tipos de leitura já não fazem tão sentido como no passado. Um processo seletivo talvez. Eu admiro bastante suas leituras e opiniões.


Regis 25/04/2023minha estante
Te entendo, Cassius. Tenho alguns amigos que dizem que com o tempo deixamos de ler de tudo e filtramos mais.
E obrigada por sempre dizer coisas tão legais. ?




Gustavo | @guh_santtoos 27/05/2021

Superestimado!
Realidades Adaptadas conta com 7 contos do Philip K. Dick! Pra quem não sabe, Philip K. Dick ou PKD é um dos maiores nomes da literatura, com uma forte influência na Ficção Científica, tendo a maioria dos seus livros já adaptados para o cinema. E nesse livro a editora Aleph reuniu 7 contos que já ganharam adaptações... Sendo os mais famosos: Minority Report, O Vingador do Futuro e Screamers.

Como não achei nenhum livro mais interessante que esse do autor, então decidi começar por ele. Mas não foi lá essa grande coisa não. A maioria dos contos são legais, com idéias boas, mas não são memoráveis, pelo menos pra mim não foram.

Acabei gostando apenas de três contos, então vamos a eles;


« Segunda Variedade »

Esse inspirou o filme ?Screamers - Assassinos Cibernéticos? sim, chegou com esse título aqui no Brasil (?)

Uma tecnologia de destruição é desenvolvida como arma de guerra, mas os seus projetistas esquecem que, em algum momento, máquinas inteligentes podem se virar contra seus criadores. Hendricks, um major americano, é enviado para uma base inimiga para responder à proposta trazida por um mensageiro. No caminho encontra Daniel, um garotinho de aproximadamente 10 anos de idade, mas ao longo do caminho Hendricks descobre que Daniel não é o que aparenta ser.

O autor discute muito sobre os avanços tecnológicos e a substituição do humano pelo maquinário no conto. Apesar de ter um desfecho meio previsível, eu gostei de como a estória chegou nesse desfecho.


« O Relatório Minoritário »

Esse conto inspirou o filme ?Minority Report - A Nova Lei? estrelado por Tom Cruise (Missão: Impossível, Top Gun) e dirigido por ninguém menos que Steven Spielberg (Jurassic Park, Indiana Jones) e que acabou arrecando mais de 350 milhões de dólares nas bilheterias. Está disponível na Netflix para quem quiser assistir.

Você já imaginou um futuro em que as pessoas são detidas antes mesmo de cometerem algum crime? Essa é a idéia central do conto, e isso gera um monte de dilemas morais. As pessoas presas nunca cometeram crime algum e, teoricamente, não poderiam estar sob cárcere apenas baseado em uma visão do futuro que pode não se concretizar. E assim o novo protagonista corre contra o tempo para tentar provar sua inocência.

Com toda certeza esse é o melhor conto do livro, com reviravoltas mirabolantes e confusas, PKD consegue finalizar o conto de uma forma bem satisfatória.


« O Homem Dourado »

Esse ganhou uma adaptação, chamado: O Vidente. E quem está por trás do projeto é o ator Nicolas Cage (A Outra Face e Kick Ass) e está disponível no Prime Vídeo.

Na história um agente do governo tem a missão de rastrear mutantes e esterilizá-los ou até mesmo matá-los, pois teoricamente eles são uma ameaça aos humanos. E Cris é o tal Homem Dourado, que consegue não apenas ver o futuro mas também seduzir mulheres com seu aspecto dourado.

Alguns leitores de quadrinhos dos X-Men vão encontrar alguns singularidades aqui. Novamente o conto lida sobre a evolução humana, que acaba sendo mal incompreendida pela humanidade. Por que o homem tem uma resistência tão grande em aceitar uma nova espécie? PDK deixa o leitor com essa pergunta na cabeça, para que nós refletimos a respeito.

Enfim, essas foram as notas para os contos:

Lembramos para você a Preço de Atacado: 3,5?

Segunda Variedade: 4?

Impostor: 4?

O Relatório Minoritário: 4,5?

O Pagamento: 3,5?

O Homem Dourado: 4,5?

Equipe de Ajuste: 3,5?
Wagner Fernandes 27/05/2021minha estante
Philip K. Dick tinha ótimas ideias, mas sua narrativa é entediante. O homem do Castelo alto, Androides sonham com ovelhas elétricas?, O labirinto da morte... Chatos! Chatos! Decepcionantes. Maçantes.
Já as adaptações são excelentes. Blade Runner que o diga.


Gustavo | @guh_santtoos 27/05/2021minha estante
Tenho muita curiosidade em ler O Homem do Castelo alto... Mas agora vou abaixar minhas expectativas.


Wagner Fernandes 27/05/2021minha estante
Estou vendo a série. Mil vezes melhor que o livro.
O livro é curtinho, mas sofri pra terminar.




RodrigoRdeCarvalho 22/04/2020

Distopias Filosóficas
Os contos são magníficos, muitos deles bem diferente dos filmes que neles se inspiraram. O tema da natureza humana talvez seja o fio condutor de todas estas distopias, bem como o conflito de certa definição de ser humano como ser de liberdade e uma sociedade e constante conflito com essa liberdade. Para um professor de Filosofia como eu, ou qualquer entusiasta das ciências humanas, este livro é um prato cheio para refletir e trabalhar filosofia política e ética.
gabriella.malta 22/04/2020minha estante
Também estou achando sensacional!!! Quero ler tudo dele, o que mais você recomenda?


RodrigoRdeCarvalho 22/04/2020minha estante
Foi meu primeiro, tb quero ler tudo. Eu e minha namorada estamos lendo o "homem do castelo alto" juntos, mas não estamos gostando muito, achamos a série muito boa e o livro tem decepcionado. Talvez seja por termos visto a série primeiro. De todo modo não diminuiu meu desejo de ler outros livros. Recomendo muito a série de mesmo nome que se encontra no Amazon Prime.


gabriella.malta 23/04/2020minha estante
Já assisti a série e depois li o livro, não gostei muito quando li também, mas depois de passado um tempo comecei a gostar. O problema é que a proposta do livro é totalmente diferente, na série eles lutam contra o nazismo, no livro senti que o objetivo é simplesmente apresentar uma realidade alternativa, ele levanta o questionamento de como seria nossa mente se a história tivesse sido diferente, até que ponto tudo que acreditamos e defendemos hoje não é contaminado pela mídia ?americanizada?, depois de ler algumas entrevistas com o autor passei a apreciar bem mais a obra. Ele não costuma escrever sobre mocinhos e vilões.




Rafaela Prata 09/08/2022

Amei demais! A mente desse autor era muito pra frente, sendo que esses contos foram escritos na década de 50. É muita viagem porém muito maravilhoso.
Brujo 09/08/2022minha estante
PKD é um dos meus escritores favoritos!


Rafaela Prata 09/08/2022minha estante
Gostei muito, e será que somos robôs numa realidade virtual?


Brujo 09/08/2022minha estante
Hehe.... Será ? O PKD acreditava que sim...




Diego Rodrigues 31/08/2021

Desconfie e questione, sempre!
Livro lido com o @grupodeleituraentrenos

Philip K. Dick foi um prolífico escritor de ficção científica nascido em 1928, na cidade de Chicago, Illinois. Em sua vasta obra é comum nos depararmos com temas como realidades alternativas, futuros distópicos, experiências transcendentais, filosofia, política e teologia. Em vida, o autor infelizmente não conseguiu colher os frutos de seu trabalho. A maior parte de sua carreira se resumiu a publicações de baixo custo em pequenas editoras, as dificuldades financeiras e os problemas pessoais o perseguiram até seus últimos dias. Vítima de um AVC, PKD veio a falecer em 1982, às vésperas da estreia de "Blade Runner" nos cinemas, aclamada adaptação de seu romance "Andróides Sonham Com Ovelhas Elétricas?", com a qual o próprio autor esteve envolvido. O filme não apenas se tornou um clássico como inaugurou uma série de adaptações "dickianas" que surgiriam nos próximos anos e que fariam de PKD um um dos autores mais adaptados e, consequentemente, populares do gênero.

"Realidades Adaptadas", como o próprio título sugere, explora esse lado "televisivo" do autor e reúne sete contos que foram adaptados para as telonas. Aqui nós vamos conhecer obras que estão por trás de alguns sucessos de bilheteria como "O Vingador do Futuro" (1990), "Minority Report" (2002) e "O Pagamento" (2003). A maioria dos contos foi escrita e publicada pela primeira vez em revistas de ficção científica no início dos anos 50 e reflete bem o sentimento da época, quando a humanidade ainda tentava lidar com os horrores deixados na esteira da Segunda Guerra Mundial ao mesmo tempo em que via se acentuar as tensões da Guerra Fria. Isso fica bem nítido no conto "Segunda Variedade", meu favorito, no qual a Terra foi devastada por uma guerra nuclear e a humanidade quase se extinguiu, sendo substituída por uma tecnologia fora de controle.

O autor constantemente coloca pessoas comuns em situações inusitadas, por exemplo, um homem que vendeu dois anos de sua vida em troca de um saco de bugigangas e teve a memória apagada ("O Pagamento") ou um funcionário que um dia chega atrasado no escritório e descobre que todo o prédio e seus colegas de trabalho viraram estátuas de pó (Equipe de Ajuste). Premissas absurdas que deixam o leitor perplexo e o levam, de uma forma divertida, a refletir sobre assuntos importantes. O tempo, a realidade, o livre-arbítrio e a relação entre o homem e a máquina, esses são apenas alguns dos temas pelos quais PKD passeia ao longo dessa coletânea. Mas talvez o mais pertinente deles seja a busca pela resposta à questão: "o que nos torna humanos?" Aliás, não só aqui mas também em seus romances, parece que essa era uma questão para a qual PKD estava sempre buscando uma resposta.

PKD nunca decepciona e mais uma vez fui arrebatado! Com uma escrita concisa, seus contos são certeiros e impactantes, o que faz de "Realidades Adaptadas" uma ótima porta de entrada para quem busca dar os primeiros passos na ficção científica ou no universo "dickiano". Desconfie e questione, sempre! "Realidade é aquilo que, quando se deixa de acreditar em sua existência, não desaparece".

site: https://discolivro.blogspot.com/
kaloskagathos 05/09/2021minha estante
Todos fomos arrebatados!!!! Valeu pela leitura, sócio. ?


Diego Rodrigues 05/09/2021minha estante
Ótima LC! Todo mundo saiu desconfiando da própria sombra




Bruno 19/12/2023

Contos criativos, mas...
Nas Notas do Autor, ao final do livro, Philip K. Dick fala sobre sua reflexão sobre o que é humano e questiona sua própria humanidade. Esse vai ser o tema de muitos contos do livro. 

Philip K. Dick tem uma imaginação muito boa para criar histórias que nos prendem. Os contos são muito criativos e a escrita é fluída fazendo a gente acabar o conto sem nem reparar as páginas virando.

O ponto negativo fica por conta do machismo escancarado em quase todas as histórias. Personagens femininas só estão nos contos em posições de subalternas e, muitas vezes, servindo só para mostrar defeitos humanos.

Outra coisa que não me agradou muito foi o desenvolvimento dos personagens, com exceção do primeiro conto, Lembramos para você a preço de atacado. Em um dos contos, o personagem se mostra um tanto paranoico, inclusive com sua esposa, sem que fossemos apresentados a qualquer motivo do personagem agir de tal modo. Por que ele desconfiava da esposa? Por que parecia odiá-la? Isso faz com quem a gente se prenda mais a história, sem se importar muito com os protagonistas.

Foi meu primeiro contato com as obras de Philip K. Dick, irei ler outras obras, fora os contos, para poder falar melhor sobre o autor e toda sua inventividade e a questão com o machismo, se for o caso.
Henrique Sanches 19/12/2023minha estante
Belíssima resenha, Bruno... parabéns


Bruno 19/12/2023minha estante
Obrigado, Henrique!




Disotelo 14/11/2021

PK Dick, o Profeta
Parte 1: Sobre o Autor
Difícil pensar em P.K.Dick sem pensar em Nietzsche, os dois morreram antes do sucesso, se viam quase como profetas, perderam a linha no fim da carreira, tinham insights brilhantes mas não conseguiram alcançar todo o potencial desses insights em uma obra consistente e influenciaram a posteridade.
Nietzsche precedeu a posmodernidade, que talvez esteja, agora, alcançando o seu ápice, PK Dick precedeu uma tendência que pode ainda não ter sido nomeada, por hora, eu chamaria de pós-gnose, como se em PK Dick a gnose dos esotéricos se encontrasse com a sensação de suspeita e absurdo de alguns escritores como Kafka e Camus, em PK Dick o absurdo transcende o mundo concreto para se encontrar com a metafísica.
Talvez eu esteja falando bobagem, acho que é possível uma outra abordagem, partindo de um pressuposto da história da religião, toda mudança tecnológica oferece uma possibilidade de mudança religiosa, exemplo, a difusão da metalurgia trouxe consigo o conceito de pureza, que passou a ser muito importante na cultura judaico-cristã, talvez a percepção desse conceito já existisse no subconsciente de muitas pessoas, mas só com a metalurgia surge um modelo concreto, no qual essa percepção pode se escorar para ser devidamente racionalizada e comunicada.
Conceitos como inteligência artificial, robótica e realidade virtual estão, aos poucos, transformando a nossa percepção coletiva, a princípio esses conceitos circulavam no nicho da ficção-científica, mas desde Matrix esses conceitos estão invadindo a cultura popular, essa tendência tende a prosseguir em frente, as religiões populares precisarão se adaptar a elas.
Se olhamos, por exemplo, para os jovens militantes políticos veremos uma série de militantes da nova direita que usam o termo "red pill", pra definir pessoas que seriam realmente capazes de se desvencilhar da ilusão do sistema, a mesma tendência gnóstica pode ser percebida em movimentos marxistas, não é coincidência que um dos canais de maior sucesso nesse segmento seja nomeado como "Saindo do Matrix".
Quanto mais as pessoas aprendem a lidar com sistemas virtuais, mais elas desconfiam de um possível sistema a reger o mundo, as instituições oficiais, as referências culturais, a elite política, os bilionários, a mídia, todos estão sendo alvejados pela desconfiança dos internautas...
É claro que essa tendência não é totalmente nova, vemos fortes vestígios dela nas ideias de ilusão da tradição védica, no mito da caverna de Platão e na lenda do sábio chinês que sonhou que era uma borboleta ... Mas é, possivelmente, em PK Dick que a sensação de virtualidade do mundo explode como uma desconfiança irrestrita e sincera, dissociada das estruturas de poder religiosa ou política, é nele que essa desconfiança passa a usar, como metáfora, as novas possibilidade tecnológicas vislumbradas após a explosão científica do século XIX.


Parte 2: Realidades Adaptadas
Aqui temos sete contos que deram origem a filmes, todos são bons, todos geram questionamentos em relação a identidade, memória, realidade, tempo... Um problema é que PK Dick foi escritor de revistas baratas, chamadas de Pulp, por muito tempo, fiquei com a impressão de que ele traz alguns vícios destas revistas, como péssimas personagens femininas e um lugar comum do prisioneiro que foge das autoridades para provar a sua inocência, que se repete em metade destas histórias, mesmo assim, valem a pena.
Lembramos Para Você a Preço de Atacado: Esse conto inspirou o filme Vingador do Futuro, o tema são os implantes de memória, pena que o final dele seja um pouco abrupto.
Segunda Variedade: Aqui PK Dick entra no tema dos robôs e identidade, esse conto foi adaptado como um filme malsucedido chamado Screamers, mas podemos pensar que esse conto precedeu também a franquia Exterminador do Futuro, por causa da questão da rebelião das máquinas. Esse conto é a melhor coisa que eu li do PK Dick, não pq parta de uma boa premissa, mas pq, além disso e diferentemente de muitos outros escritos do autor, a premissa foi muito bem executada, o autor acertou na mão, o enredo é muito assertivo e envolvente e o final foi bastante sagaz. Torço por uma nova adaptação que seja digna desse conto.
Impostor: Conto adaptado com o mesmo título, a premissa é a mesma de Eu Robô do Asimov só que com uma dose maior de pessimismo.
O Relatório Minoritário: esse inspirou o famoso filme protagonizado pelo Tom Cruise, com o mesmo título, o enredo não funciona tão bem até certo ponto, mas o final é brilhante, com uma conclusão impecável sobre a falibilidade da precognição.
O Pagamento: Adaptado com o mesmo título. O interessante deste conto é como o presente pode ser violentamente ressignifcado quando se conhece o futuro.
O Homem Dourado, adaptado como O Vidente: O pior conto do livro, é um pouco misógino, um pouco cafona, o poder do personagem não fica muito claro, mas o conto se salva pela ótima premissa, a premissa central que move o universo mutante da Marvel já estava toda aqui.
Equipe de Ajuste, adaptado como Agentes do Destino: A premissa aqui é que o destino precisa ser ajustado por uma inteligência alheia a ele, para que a vida humana não mergulhe no caos, nesse caso eu prefiro o filme, nele a ideia é muito mais bem desenvolvida, o conto é mais curto, não vai tão longe.



site: https://www.facebook.com/diego.sotelo.982
Cleane 15/11/2021minha estante
Me convenceu.. vai ser minha FC de 2022.


Disotelo 16/11/2021minha estante
Não é todo dia que eu faço uma resenha tão elogiosa, heuheu.




Che 09/10/2017

PARANOICO VISIONÁRIO
No "esquenta" para ver o novo longa-metragem do "Blade Runner" - o que farei dentro de mais alguns dias - passei este ano conferindo documentários e escritos sobre os androides de Ridley Scott em 1982. Um desses escritos, como não poderia deixar de ser, foi o próprio romance que inspirou o filme, "Androides Sonham com Ovelhas Elétricas?", de autoria do bicho-grilo noiado, porém indiscutivelmente visionário e atualíssimo no contexto atual, que atendia por Philip Kindred Dick.

Minha impressão do livro que originou Blade Runner, sendo franco, não foi a melhor possível. O romance é bom, mas tem significativas diferenças na comparação com o filme - quase sempre, por incrível que pareça, com diferença claramente a favor do roteiro adaptado, mais ousado filosoficamente que o livro e sem muita bobagem presente no material original, como as referências à religião 'mercerista' e as esposas de Batty e Deckard.

Decidi então ler outra publicação relacionada a Dick, dessa vez uma coletânea de todos os contos que (até 2012) foram adaptados para a sétima arte, dispostos em ordem cronológica de lançamento dos filmes. Dos sete contos que viraram filmes, já tinha assistido cinco adaptações. Minha favorita entre elas é justamente "O Vingador do Futuro" da versão Paul Verhoeven, cujo conto "Lembramos Para Você a Preço de Atacado" abre a coletânea. Tive uma impressão parecida com a de quando li "Androides Sonham com Ovelhas Elétricas?": uma narrativa claramente inferior ao roteiro do filme, sem muitas das ótimas ideias que estavam no longa-metragem (principalmente a disputa política com os mutantes e mega-empresários) e focada estritamente na dúvida se o personagem tinha ou não sonhado com a viagem para Marte.

Já me preparava para ler um volume de qualidade satisfatória, mas sem nada de genial, quando fui surpreendido pelo conto seguinte, o melhor do livro. "Segunda Variedade" é ficção-científica da melhor qualidade, tem uma duração razoavelmente grande (umas 50 páginas) e prende a atenção com temas que, notamos, serão a tônica da obra de Dick desde os anos 1950: paranoia, dúvida sobre o outro ser ou não humano, medo da tecnologia assumindo ares humanoides e das hecatombes nucleares bem ao gosto da Guerra Fria, com o 'plus' de que aqui o território arrasado foi o estadunidense. O final é de arrepiar.

Seguem outros contos de qualidade que varia entre bom ("Equipe de Ajuste", "O Pagamento") a genial ("Relatório Minoritário", que baseou o filme de Spielberg, é sensacional, mais angustiante que a adaptação pra cinema e quase tão bom quanto "Segunda Variedade"). O saldo final ótimo e, francamente, melhor que o romance que culminou no primeiro longa-metragem adaptado de Dick, o qual ele infelizmente não teve tempo de ver lançado por questão de poucos meses. Achei particularmente curioso como "O Homem Dourado" antecipa em vários anos uma temática que depois caminharia para o pop com a ascensão dos "X-Men" nos quadrinhos: a mutação de 'Homo sapiens' em outras espécies que não saberíamos definir se são evoluções ou degenerações nossas, se devem causar medo ou fascínio.

Recomendado pra quem não conhece os filmes e mais ainda pra quem já os conhece e vai poder comparar os resultados, já que os roteiros tiveram que criar muita coisa original a partir dos universos brevemente descritos por Dick. Agora vou atrás dos filmes que ainda não vi - "Screamers" e "Impostor" - pra ver se o resultado ficou satisfatório. E a curiosidade para "Blade Runner 2049", claro, só vai crescendo...

Lembramos para você a preço de atacado - ★ ★ ★ ½

Segunda variedade - ★ ★ ★ ★ ★

Impostor - ★ ★ ★ ★

O relatório minoritário - ★ ★ ★ ★ ½

O pagamento - ★ ★ ★ ½

O homem dourado - ★ ★ ★ ★

Equipe de ajuste - ★ ★ ★ ½

NOTA GERAL DA COLETÂNEA: ★ ★ ★ ★
ruannsr 09/02/2018minha estante
Achei Segunda Variedade previsível. Meu preferido foi O Pagamento.


Rodrigo 17/05/2021minha estante
São mídias diferentes colega,o que funciona bem em uma pode não funcionar na outra,é lógico que quem ama o filme do Scott (me incluo nessa) acostumado a ação e toda parafernália audiovisual vai se desapontar um pouco,o livro é mais lento e totalmente focado em questões filosóficas como identidade natureza da realidade,o que nos distingue como humanos de outras criaturas etc,enfim pra mim ambos clássicos e cada um com seus méritos




Antonio Luiz 19/09/2012

O escritor de ficção científica mais amado por Hollywood
Philip K. Dick ou PKD, como abreviam seus admiradores é, de longe, o autor de ficção científica mais adaptado para a tela. São, até agora, 14 produções baseadas em 11 obras (incluindo uma refilmagem, uma versão para tevê e uma sequência) e cinco projetos em andamento. Mas por que razão, exatamente? Embora muitos críticos e colegas o considerem um dos melhores, é muito menos popular entre os fãs do gênero que o Aldous Huxley de Admirável Mundo Novo, ao George Orwell de 1984, ao Frank Herbert de Duna, ao Isaac Asimov de Eu, Robô ou mesmo ao Douglas Adams de O Mochileiro das Galáxias.

Em 13 de setembro, a lista das 100 obras de ficção científica e fantasia mais vendidas da Amazon só continha uma de PKD: o conto Total Recall. Mesmo com a segunda superprodução nele inspirado em cartaz e custando apenas US$ 1,88 em e-book, estava em 81º lugar. Quando PKD é lembrado em alguma enquete ou lista amadora de melhores obras, é quase certo que o seja por um filme derivado de seu trabalho e não pelo próprio texto.

Para o leitor médio de ficção científica, é um autor difícil, por misturar realidades alteradas e engenhocas para mimetizar pessoas e impressões sensoriais com tramas complexas, de temas múltiplos e pouco óbvios e um estilo elíptico e de deliberada ambiguidade, num gênero que mais frequentemente peca por redundância e por excessos de explicação e doutrinação. Escreveu um leitor num fórum de internet: Os Três Estigmas de Palmer Eldrich me deixou com aquela sensação típica de estou boiando no meio do Pacífico e não sei para que lado fica a costa mais próxima (...)suspeito que, às vezes, o PKD dava uma de roteirista maldito de Lost e criava desfechava mistérios apenas pelo prazer de confundir os leitores.

Mas se tivesse sido essa a característica que seduziu Hollywood, é curiosa a frequência com que suas tramas foram simplificadas e diluídas em esquemas mais tradicionais de histórias de ação e amor. A antologia "Realidades Adaptadas" ao reunir sete dos contos de PKD que inspiraram o cinema, permite entrever o verdadeiro espírito da obra do escritor em suas fases iniciais e menos herméticas e entender por que o cinema a julga tão atraente, mesmo que retenha pouco ou nada de suas reais intenções. É uma leitura interessante tanto para o apreciador de ficção científica quanto para o cinéfilo.

O primeiro conto é Lembramos para você a preço de atacado, base dos dois filmes "Total Recall" ("O Vingador do Futuro", nas versões brasileiras). No conto de 1966, o protagonista, cuja vida é rotineira e sem emoções, tenta comprar a lembrança de ter viajado a Marte como agente secreto, mas com isso desperta outras lembranças, verdadeiras. Sem sair da Terra, luta com a empresa e o governo por sua verdadeira história e identidade. Ao fim se rende, tenta resolver o problema implantando outro pacote de lembranças e tem outra surpresa.

No filme de 1990, dirigido por Paul Verhoeven, a semelhança com o conto se esgota nos primeiros minutos e em seguida o herói vai fisicamente a Marte e se envolve numa aventura com mutantes, tecnologia alienígena, terraformação instantânea e um caso de amor, sem qualquer relação com a trama original. Já o filme de 2012, dirigido por Len Wiseman, nada mais tem a ver com Marte. Em vez disso, ao tentar comprar uma memória supostamente falsa, o protagonista se envolve no confronto político entre as duas potências que restaram numa Terra devastada e mais uma vez, numa história de amor.

O conto original nada tinha de romântico. O protagonista é casado, mas a relação com a esposa antipática e reclamona e que ao que tudo indica, na verdade é uma agente do governo designada para vigiá-lo é difícil, ela se recusa a apoiá-lo e o abandona no meio da história. A única outra mulher, recepcionista da empresa que vende sonhos, não tem nenhum envolvimento com o herói apesar de andar nua da cintura para cima e com seios pintados, segundo a moda nesse futuro imaginado por PKD.

Aliás, é uma constante: em algum momento de cada um dos sete contos desta antologia, a principal personagem feminina de alguma maneira trai a confiança do protagonista masculino ou não é o que ele pensava que era. Talvez isso reflita as dificuldades pessoais do autor com as mulheres (casou-se cinco vezes), mas nos textos aparece como um elemento de um tema mais amplo: a ambiguidade tanto realidade objetiva quanto da condição humana subjetiva e a insegurança dos protagonistas a seu respeito. É uma fascinante exploração literária, que varia de divertida à comovente, das próprias dúvidas de PKD, que foi diagnosticado como esquizofrênico na adolescência (embora outros especialistas o tenham considerado são, mais tarde), usava drogas e tinha estranhas visões e fantasias. Outra constante é que, em todos os casos, o papel da mulher foi drasticamente modificado nas versões cinematográficas.

O segundo conto, Segunda variedade, de 1953, deu origem ao filme "Screamers Assassinos Cibernéticos", dirigido por Christian Duguay e lançado em 1995. Em ambos os casos, trata-se de robôs assassinos que se disfarçam como humanos e confundem os protagonistas. Uma das diferenças entre o conto e o filme que mais saltam à vista é o cenário uma guerra total entre EUA e URSS no primeiro, uma guerra entre mineiros e seus empregadores numa colônia em outro planeta no segundo. Outra, mais uma vez, é o tema romântico, inexistente no primeiro.
Impostor, de 1953, inspirou o filme do mesmo nome, de 2002, dirigido por Gary Fleder. Em ambos os casos, o protagonista é um homem que enfrenta a suspeita de não ser ele mesmo e sim um robô criado por alienígenas para destruir um centro de pesquisa terrestre como homem-bomba. O filme é mais rico de personagens e peripécias que o conto curto que o inspirou, mas a história seria fundamentalmente a mesma, não fosse o fato de que no conto o personagem principal está sozinho em sua tentativa de provar que é humano, enquanto no filme tem o apoio de sua mulher e de um refugiado de um bombardeio alienígena (inexistente na trama original). Vale notar que o tema do protagonista em dúvida sobre ser ou não um robô reaparece na versão do diretor de Blade Runner (lançada em 1992, com ligeiras modificações no filme de 1982), apesar de estar ausente do romance de PKD que o inspirou, Andróides Sonham Com Carneiros Elétricos?, de 1968.

O relatório minoritário, de 1956, foi obviamente a inspiração para o filme "Minority Report A Nova Lei, de 2002", dirigido por Steven Spielberg. No conto e no filme, mutantes prescientes, usados para prever e impedir crimes graves e deter seus autores potenciais, apontam o chefe da polícia e protagonista como futuro assassino, criando problemas legais, políticos e lógicos, pois se alguém conhece o próprio futuro é levado a transformá-lo. Desta vez, o filme não só acrescenta personagens e incidentes, como vira de ponta-cabeça a trama política e o ponto de vista moral da história original. No conto, o homem a ser assassinado é uma importante figura política e militar que luta pelo poder, no filme é um pobre coitado. No conto, o antagonista quer desacreditar o sistema preventivo e o herói luta para preservá-lo, enquanto no filme acontece exatamente o contrário.

Vem em seguida O pagamento, de 1953, fundamento do filme homônimo de 2003 (em inglês, "Paycheck"), dirigido por John Woo. O conto e o filme têm o mesmo tema: depois de trabalhar por anos para uma empresa misteriosa, um engenheiro tem sua memória apagada e é informado de que abrira mão do pagamento em dinheiro em troca de um envelope com um punhado de objetos sem valor. Embora concebida décadas antes de existirem videogames, a trama lembra curiosamente certos jogos em que o herói tem que descobrir qual a utilidade dos objetos que encontra pelo caminho. O tema central não é, porém, uma caça ao tesouro e sim o esforço do protagonista para descobrir quem ele foi, o que fez e por que diabos pediu para si mesmo esse estranho pagamento. Secundariamente, há uma trama política que opõe a empresa e seus segredos a um governo autoritário. No filme, o número de objetos passa de sete para 20 e outra vez a trama política é invertida e o herói troca de lado. Em vez de uma empresa libertária que conspira contra um governo opressivo, é uma empresa subversiva e perigosa cujas ações podem levar a uma guerra mundial contra um governo simpático.

O homem dourado, de 1954, sugeriu o filme "O Vidente" ("Next"), dirigido por Lee Tamahori e lançado em 2007. Dos contos desta coletânea, este foi o mais descaracterizado pelas telas. No texto de PKD, o personagem do título é uma besta loura inspirada de forma um tanto satírica na Genealogia da Moral de Friedrich Nietzsche. Trata-se de um mutante com a aparência de um homem-leão dourado que não tem inteligência consciente, mas sim um físico formidavelmente ágil e atraente às mulheres e um instinto fabuloso, que lhe permite prever e driblar qualquer ataque tentado contra ele, sendo por isso caçado por agentes que temem que ele se reproduza e leve a espécie humana à extinção com sua aptidão superior para a sobrevivência. No filme, a criatura sobre-humana converte-se num mágico de palco e jogador profissional, humano, demasiado humano, exceto pela capacidade de premonição, pela qual o FBI quer capturá-lo e usar sua habilidade no combate a um plano terrorista.

O último conto, Equipe de Ajuste, de 1954, serviu de matéria-prima a "Os Agentes do Destino" ("The Adjustment Bureau"), filme de 2011 dirigido por George Nolfi. Ao contrário dos demais desta coletânea, afasta-se da ficção científica e tem o caráter de fantasia teológico-religiosa. Por distração dos agentes divinos encarregados de fazê-lo chegar ao trabalho na hora certa para ser incluído em um ajuste planejado dos rumos da história, o protagonista, que tem um casamento e um emprego rotineiros, se atrasa e vê seu escritório e seus colegas de trabalho se desfazerem no nada para que a realidade fosse ajustada. No filme, o ajuste perde o caráter mágico e divino para se tornar interferência de uma organização misteriosa nos rumos da história e o protagonista, um político solteiro, se apaixona por uma jovem a caminho do novo emprego e a proibição pelos agentes de procurar a moça se torna o motor da trama.

Depois de se ler os sete contos e compará-los com os oito filmes que inspiraram, vê-se como foi escassa a fidelidade à obra do escritor. Muitas vezes, pouco das principais intenções do autor absolutamente nada, no caso de O Vidente foram preservadas na adaptação, na maioria dos casos as tramas foram banalizadas, personagens falhos e fracos transformados em heróis de ação e romance e em alguns casos, os pontos de vista políticos e éticos do autor foram invertidos sem a menor cerimônia. Por que, então, o usaram? A resposta, provavelmente, é que os e se... de PKD, as fantásticas hipóteses filosóficas (disfarçadas de científicas ou religiosas) com as quais cria um ponto de divergência da realidade quotidiana e a abre à especulação, são suficientemente instigantes em si mesmas para sustentar um filme, mesmo que roteirista e diretor tenham ideias completamente diferentes de como explorá-las.

Ao ler os contos originais, o leitor frequentemente se diverte com o contraste entre a originalidade e arrojo de algumas das fantasias futuristas e detalhes obviamente datados dos anos 1950 e 1960 cartões perfurados e casamentos à moda antiga, por exemplo ou convenções visivelmente antiquadas sobre o futuro, como o uso de foguetes em viagens intermunicipais. Mas como as hipóteses filosóficas centrais das histórias de PKD quase sempre se referem à natureza da realidade e da condição humana, o resto sempre pode ser atualizado sem muito esforço de imaginação. Ao contrário de outros autores de ficção científica, cujas obras, fundadas na especulação sobre o progresso tecnológico e preocupações sociais e políticas típicas de suas épocas, se tornaram datadas em suas preocupações mais essenciais mesmo quando foram mais arrojadas e prescientes em outros aspectos.
Karol Vale 13/07/2015minha estante
Resenha excelente! Acabei de ler o livro e achei a análise muitíssimo apropriada, tanto do livro quanto dos filmes.




Renner 17/08/2022

Um universo de questões existenciais
PKD nunca decepciona. Com sua sede e curiosidade por questões existenciais e de cunho sociólogico, imerso num universo a mercê da guerra fria, traz experiências em seus contos que são no mínimo, perturbadoras (de uma forma boa). Esta coletanea de contos ( que reune aqueles que foram adaptados para o audivisual) é excelente, mas acaba vendendo bem pelos motivos errados ( ou talvez pelos contos). Muita gente chega ate aqui por minority report e vingador do futuro, adaptações mais conhecidas e aclamadas. Mas é nos outros contos que reisde a melhor das experiências: segunda variedade, o pagamento, o homem dourado e impostor são contos de excelência, por toda a construção e pelos seus temas centrais. Por fim, o livro encerra com breves notas do autor, muito valiosas para compelementar o entendimento desta edição maravilhosa
Isis243 17/08/2022minha estante
Obrigada ? acabei de saber que eram contos. E que estão numa coletânea realmente inspiradora. Você me deixou curiosa !




Kamilla 12/06/2023

Contos incríveis
Essa coletânea de contos traz títulos incríveis que foram adaptados para o cinema (alguns não fazem jus aos contos rs). Philip K Dick é um dos grandes autores de ficção científica e suas histórias são eletrizantes e fazem eu me ficar obcecada na leitura.
Muitas resenhas apontam o sexismo nos contos e, de fato, quase todos os contos possuem um teor machista bem grande (acredito que Agentes do Destino e O Homem Dourado são os piores nesse quesito). Infelizmente é uma característica comum de escritores de sci-fi, principalmente dos mais antigos: em sua grande maioria são um produto da sua época.

No mais a leitura é intrigante e recomendo para todos que gostam desse gênero de leitura.
baby targaryen 12/06/2023minha estante
PKD é um gênio




Mariana 23/01/2023

Livros escritos por homens para homens, onde mulheres são meros objetos decorativos na narrativa.
Apesar de gostar da premissa de alguns contos, o sexismo impregnado na escrita me deu asco. E, infelizmente, essa não é uma característica apenas desse autor de ficção científica.
Qnat 23/02/2023minha estante
é verdade, tem aquele conto dos caras na guerra, e haviam três modelos de "robos".
Eu tinha CERTEZA que o terceiro seria uma "mulher bonita inocente".

Lembra muito aquelas séries antigas de ficção científica, tipo Star Trek.
Chega a ser bem chato, mas é coisa da época, e os EUA sempre foram conservadores.

Provavelmente daqui 100 anos vão ler nossos textos, falando de "casamento", "trabalho presencial", e oturas coisas e vão pensar que nosso mundo de hoje é um absurdo também.




Davenir - Diário de Anarres 03/11/2021

Mais grandioso nas páginas que nos filmes!
"Realidades Adaptadas" é uma coletânea de contos de Philip K. Dick que reúne apenas contos que foram adaptados ao cinema. Apesar de o livro ser também uma bela lista de indicações de filmes, podemos ver um padrão na forma como as obras do autor são exploradas pelos roteiristas. O humor e a ironia de Dick são lixados em favor de um aspecto sério, como se todos os mundos do autor fossem distopias. Quem ler os contos, já conhecendo os filmes pode se surpreender com essas facetas e, quem sabe, procurar algum de seus romances.

Lembramos para você por atacado (We Can Remember It for You Wholesale): Conto que serviu de inspiração para o filme Vingador do Futuro, que começa apresentando Douglas Quail, um "assalariado de merda" que não tem o tamanho de Schwarzenegger mas deseja ir a Marte. Então, recorre a Rekordações para receber um implante de memória de como teria sido a viagem. Após complicações no procedimento a estória segue um rumo diferente do filme. O conto aborda o que restaria de nossa identidade se pudéssemos manipular as nossas lembranças e experiências de vida. Publicado também na coletânea Vingador do Futuro, coletânea Minority Report e coletânea Máquina Preservadora vol I, com o título Recordações Por Atacado.

Segunda Variedade (The second variery): Se passa em um mundo devastado pela guerra entre EUA e URSS. As tropas soviéticas, após tomarem os Estados Unidos, são praticamente dizimados por robôs chamados "garras", inicialmente controladas pelos estadunidenses. A estória começa quando um soldado russo vai até uma base americana entregar uma mensagem e Hendricks vai até a base russa investigar. As "garras" que parecem drones, logo, tomam formas mais avançadas, explorando e destruindo a humanidade nos soldados. Tudo isso narrado de forma crua, mostrando toda a miséria da guerra, sem nenhum traço de bom humor - como é comum em outros do autor. Também publicado na coletânea Minority Report.

Impostor (Impostor) é a primeira estória do autor sobre o tema "Eu sou humano?". Nela temos Spence Olham, que trabalha num Projeto (indeterminado, relacionado a corrida armamentista) e passa a ser perseguido pelo seu amigo policial que o acusa de ser um robô espião de uma raça alienígena que teria feito uma cópia perfeita da memória do verdadeiro Spence Olham. O que chama a atenção não é apenas a dúvida "sou humano ou não" mas a capacidade de transferir memórias para um robô e este adquirir todas as características. É o transhumanismo abordado décadas antes (1953) do movimento Cyberpunk (anos 1980)! Também publicado na coletânea Minority Report.

O relatório minoritário (Minority Report): Conta a estória de John Anderton comissário da polícia pré-crime, uma instituição policial que utiliza "precogs", mutantes capazes de prever o futuro. Tal qual o filme, os policiais prendem os assassinos antes de cometerem um crime e a trama começa quando o nome de Anderton é apontado como um assassino. A estória envolve a existência da própria polícia, contudo, o faz por caminhos diferentes do filme. O conto tem personagens menos "maquiados" que no filme. Anderton é gordo e careca (nada parecido com Tom Cruise, em 2002) e os precogs tem aspecto medonho. A crueza do conto está nos personagens e não na ambientação (enquanto o filme transferiu isso para a ambientação e contratou atores bonitos). É um ótimo conto. Também publicado na coletânea Minority Report.

O pagamento (Paycheck): Conta a história de Jennings que começa indo a empresa pela qual trabalhou por dois anos para receber o seu pagamento. Pelo contrato, Jennings teve a memória apagada para evitar espionagem industrial. Contudo ao receber os esperados 50mil créditos, recebe uma sacola com sete objetos sem valor e nenhum significado aparente. Desmemoriado e duro, Jennings descobre que nos dois anos que foram apagados de sua memória, uma ditadura foi implantada e o governo passa a persegui-lo por causa dos seus segredos. Agora Jennings tem apenas sete bugigangas para encontrar a verdade. O conto tem uma ação inteligente, eletrizante e, ao mesmo tempo, desenvolve um mistério que aumenta a cada vez que Jennings encontra uma utilidade para um daqueles objetos e apesar de querermos ir para o final o quanto antes para descobrir, o grande atrativo do conto é o desenvolvimento da trama.

O homem dourado (The Golden Man): Em uma sociedade onde mutantes são uma ameaça a humanidade, um investigador da ACD encontra um tipo de mutante que é capaz de prever o futuro, tornando impossível capturá-lo. Apesar de adorar o filme, em comparação com o conto, foi uma adaptação medíocre. Ainda que o poder do protagonista seja melhor explorado no filme, o conto traz uma reflexão sobre a dádiva que os poderes representam, não necessariamente são benéficas. A clarividência do protagonista acompanha um comportamento que o impede de ver o tempo como uma pessoa normal e o impede de estabelecer relações sociais. Seria bacana que o tema de superpoderes tivesse esse cuidado com as deficiências que os acompanham.

Equipe de ajuste (Ajustment Team): O humor e a ironia já são muito presentes nos contos do autor. Aqui ele é especialmente sagaz e cômico. Ed acorda para tomar seu café pela manhã e se vê envolvido no fracasso de uma missão de vital importância atribuída a um cachorro pelo Escriturário. Ed acaba passando por uma experiência que o fez enxergar uma distorção da realidade. A agência onde o Escriturario trabalha é obrigada a intervir, enquanto Ed tenta assimilar o choque pelo que viu.

site: http://wilburdcontos.blogspot.com/2021/11/resenha-207-realidades-adaptadas-philip.html
Eduardo Rockwell 03/03/2022minha estante
Ai como é bom encontrar um fã de PKD por aqui! Ksksks do tipo que conhece até os outros livros onde os contos também estão presente... Rsrsrs pena que tem uns que são bem caros ou então não se encontra novo, mas estou na luta!




Ade 19/04/2020

Tipo BLACKMIRROR...
Cada conto desse livro tem, além da temática futuristica envolvendo a humanidade, o tempo e as máquinas, reflexões profundas sobre o ser humano. A profunda questão que norteou a vida é obra de PKD: Sou humano? O que é ser humano? O que torna alguém humano?
Fora tudo isso, foi muito bom ver os textos originais que levaram às adaptações do cinema e perceber como, nos originais, as histórias tinham um ar um tanto mais sombrio, o que me fez lembrar das reflexões que fazia ao assistir a série BLACKMIRROR!
Rodrigo 17/05/2021minha estante
Na verdade Black Mirror é "tipo" PKD e não o contrário




Oscar 26/04/2017

Realidades adaptadas
Contos com mais de 60 anos mas ainda completamente modernos, sem a componente tecnológica de hoje. Contos excelentes, assuntos novos com suas adaptações para o cinema, que aproveitou as ideias, não necessariamente a história toda.
daniel.queirozt 27/04/2017minha estante
Fico muito feliz que tenha gostado. Um excelente livro e muito atual. Mostra que a genialidade do autor ultrapassa a barreira do tempo. Que venham os próximos livros por indicação minha (kkkkkk)e resenhas... um abração!




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