Isabella Rodrigues 16/01/2018
Certo,vamos por partes...
Primeiro,uma dúvida que está me rondando a cabeça desde que terminei esse livro: é possível fazer 92 marcações em um livro e não gostar da história? (É...pois sim...me fiz passar por esse pequeno papel e esse foi o resultado)
Segundo,vamos logo ao que interessa por aqui e por que estou me sentindo tão dividida.
Antes de tudo,vou admitir que esse é o primeiro livro que leio que aborda esse ponto. E ele me incomodou mesmo com o papel que isso apresenta na história e como ele afeta Elena,nossa protagonista da vez.
Mesmo diante das explicações que nos são dadas,da exposição da situação e entendendo o que levou a ele,ainda com tudo isso ele não deixou de me cutucar de forma desagradável. Fiquei na velha frase 'entendo o seu ponto apesar de não concordar com suas atitudes'.
Em contra partida,temos as reflexões,que sinceramente,são maravilhosas,reais e verdadeiras. Acho difícil não se sentir mergulhado e tocado por algumas ou até mesmo muitas delas.Realmente não foi a toa que ao final da leitura me surpreendi com a quantidade de pontos marcados ao longo das páginas.
Talvez outro ponto que me fez ir até a página final foi a escrita do autor,embora até nela tenha uma certa ressalva. Enquanto lemos os escritos do diário de Elena a narrativa é ótima,sendo fácil se deixar levar por ela. Por outro lado,estando fora dessas páginas,a narrativa me pareceu um pouco vaga em certos momentos.
Não sei se dessa forma ele procurou ressaltar a diferença entre a parte em que a personagem se lembra do que passou ou o que ela está fazendo no momento e a parte em que tomou tempo para registar essa ação e esses pensamentos,em que geralmente se para por um instante para se fazer isso com calma. (Falando em calma,nem tenho certeza se me fiz entender bem explicando essa diferença)
Pessoalmente,é estranho não gostar da história de um livro mas gostar dos pensamentos que estão inseridos nela. Não sabia que isso era possível,mas pelo jeito...É possível até demais.