A Idade dos Milagres

A Idade dos Milagres Karen Thompson Walker




Resenhas - A Idade dos Milagres


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Carolina165 30/11/2017

Muito bom
A história se passa no momento em que a rotação da Terra começa a desacelerar, tornando os dias e noites mais longos; e afetando não só o campo magnético da Terra, como também as marés, o clima, e o sistema biológico dos seres vivos.
De início o dia passa a ter alguns minutos a mais, depois horas, até que chega um momento em que um dia passa a ter a duração de semanas.Com isso, o planeta perde a proteção contra a radiação solar fazendo com que as pessoas tenham que se refugiar da luz do sol, animais e plantas começam a morrer, e há a escassez de alimentos e energia elétrica, visto que as plantações começam a perecer devido aos grandes períodos sem luz e a necessidade de usar estufas e luz artificial para cultivar as plantações. Enfim, tudo vai caminhando para o caos total, porém ainda assim prosseguimos a leitura com a esperança de alguma melhora.
A narrativa é feita em primeira pessoa pela protagonista Julia, que conta como tudo aconteceu. Ela tinha apenas 12 anos, e além de lidar com os problemas da desaceleração também tinha que lidar com os problemas típicos da sua idade: a escola, os amigos, as decepções, etc. Ao final do livro ela já tem 23 anos e ficamos imaginando como foi viver mais de 10 anos naquele caos que a desaceleração causou.

"Era esse o momento que vivíamos: talentos começavam a emergir, pontos fracos se revelavam, descobríamos que tipo de pessoas seríamos. Alguns seriam bonitos, outros engraçados, outros ainda tímidos. [...] Os gordinhos provavelmente seriam sempre gordinhos. Os amados seriam amados por toda a vida, eu achava. E temia que o mesmo acontecesse com os solitários. Talvez a solidão estivesse impressa nos meus genes e, depois de adormecida durante anos, entrasse agora em plena floração.
[...] Em dias escuros como aquele, as janelas da biblioteca pareciam iluminadas como um aquário, seus habitantes em exposição para que todas as demais crianças os vissem: ali estavam os peixes mais exóticos, os solitários, os mal-amados, os esquisitos". Pág. 155, 156.

Em alguns momentos achei a leitura cansativa, porém ao terminar, percebi que fui tocada pela história bem mais do que imaginava. Não pude evitar de sentir um aperto no peito por tudo que a protagonista passou. Afinal é uma história triste, e apesar de eu sentir a necessidade de alguns esclarecimentos sobre certos pontos, achei o livro muito bom, reflexivo e original.
Vale dizer que a editora caprichou na capa, que além de bonita ainda brilha no escuro.
Bryan.Caratti 19/09/2020minha estante
Adoro suas resenhas


Carolina165 20/09/2020minha estante
Fico muito feliz de saber isso Bryan!! ?????


Bryan.Caratti 20/09/2020minha estante
??????




k4mix 03/08/2023

ATÉ QUE VALEU
Gostei do livro. But, achei um pouco cansativo citar o tempo todo como era os dias. Não achei que foi um romance, a traição me surpreendeu, mas também deixou muito vago o final, tipo ??? O que aconteceu com a professora? A história com a Hanna ??
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Elidia 02/08/2012

Sublime... delicado e viciante!
O romance de estréia de Karen Thompson Walker é também o livro estréia da parceria do Bookeando com a editora Companhia das Letras.E com muita alegria recebi a prova antecipada deste romance com cenário apocalíptico, e o li em um dia. Venha conhecer as percepções de Julia, uma garota de 11 anos, na idade dos milagres, que sofre com as transformações da adolescência, enquanto o mundo passa por uma tragédia.

E se os dias ficassem mais longos?

Em um sábado aparentemente comum, na Califórnia, Júlia e sua família acordam e descobrem, com o resto do mundo, que a velocidade de rotação da Terra está diminuindo. Os dias e as noites vão ficando mais longos, fazendo com que a gravidade seja afetada e o meio ambiente entre em colapso. Pássaros desorientados caem mortos do céu, centenas de baleias encalham na praia, as marés saem de controle. Ao mesmo tempo que luta para sobreviver às mudanças e se adaptar à nova normalidade, Júlia tem que lidar com os problemas da adolescência e os desastres do cotidiano. Com uma prosa econômica e prazerosa e a sabedoria emocional de uma contadora de histórias nata, Karen Thompson Walker criou uma narradora singular em Júlia, uma garota forte e perspicaz. Entre as tradições do romance de formação e do filme catástrofe, A Idade dos Milagres é uma obra visionária que discute a capacidade de adaptação do homem, traçando um retrato comovente da vida familiar em um mundo gravemente alterado.

O começo do livro é angustiante, já que o tema que a autora escolheu retratar é muito próximo dos eventos naturais a terra pode sofrerEm dezembro de 2004, um poderoso tsumani ocorreu no oceano Índico, e quase 200 mil pessoas morreram por causa dele.Naquele dia a rotação da terra sofreu uma pequena alteração, tornando-se uma fração de segundo mais rápida.Eu realmente me vi em um cenário onde com tanta inteligência, os humanos não tivessem uma resposta, de como a sociedade responderia as medidas governamentais e a escassez de alimentos.

Na narrativa de Julia, somos telespectadores do inicio da catástrofe, quando os dias começam a ficar maiores, chegam a mais de 48 horas,e não se diferenciam mais de noites, algumas noites são claras, alguns dias são noites, assim o mundo entra em colapso, natureza, humanos e sociedade. A verdade é que encarei o apocalipse como cenário da adolescência de Julia.

Aconteceu na escuridão: faróis em varredura, portas de carro fechando depressa, luzes vermelhas piscando silenciosamente no fim da rua.

A escrita de Karen Thompson Walker é específica e tem contexto cientifico que formam o cenário das descobertas de Julia, a leitura se torna viciante pela delicadeza em como a adolescente encara e narra os acontecimentos do cotidiano, como as amizades, o primeiro amor e muitas frustrações familiares e sociais. O amor platônico dela é Seth Moreno, um garoto misterioso que também possui conflitos internos, fiquei horas imaginando como seria o cheiro de sabão dele que agrada tanto nossa protagonista.

Seth foi o último a subir no ônibus.Deu um sorriso amarelo quando passou por mim, a caminho, como de costume, das fileiras do fundo. O que vi no rosto dele, quando cruzou comigo, dava mais medo do que a expressão de Daryl pouco antes. Nos olhos escuros de Seth e e seus lábios grossos, apertados, vi alguma coisa diferente, algo pior, vi pena.

A Idade dos Milagres é uma história de amadurecimento, onde uma adolescente começa a se dar conta de como a vida funciona, como a mentira pode se tornar um grande feito, como o primeiro amor pode acontecer e como as amizades podem acabar de um dia para o outro,onde o apocalipse é o fator de mudança, adaptação e descobertas.

A cada decepção de Julia, eu me emocionava, ela é uma protagonista fácil de se apegar já que ao decorrer do livro, vemos ela amadurecer, sofrer perdas irreparáveis, e o inicio do sofrimento dado pela mudança de gravidade, falta de alimentos, água em uma sociedade desnorteada.Só não sei realmente qual motivo da minha tristeza no final do livro, se foi por ele ter acabado, ou pelo final propriamente dito.

Um livro memorável, que você não vai querer parar de ler Se você gostou da resenha, A Idade dos Milagres chega dia 11 de agosto em todas livrarias!
V 10/02/2013minha estante
Gostei da sua resenha. O sentimento de tristeza foi mútuo ao terminar de ler o livro e também não saberia dizer se é por ter encerrado a leitura ou pela forma como a história termina - talvez ambos. Só posso confirmar que é um romace incrível.


V 10/02/2013minha estante
Gostei da sua resenha. O sentimento de tristeza foi mútuo ao terminar de ler o livro e também não saberia dizer se é por ter encerrado a leitura ou pela forma como a história termina - talvez ambos. Só posso confirmar que é um romace incrível!


Ana Claudia Car 05/11/2014minha estante
Um livro realmente maravilhoso sem mais...
OBS. e a ressaca literária pós livro...




Beatriz Kath 14/01/2024

A Idade dos Milagres
"Era visível que o professor tentava não nos assustar, mas nós, crianças, não sentíamos o medo que deveríamos estar sentindo. Éramos novos demais para ter medo, estávamos imersos demais em nossos próprios mundos em miniatura, convencidos demais de nossa própria permanência."

Quando comecei esse livro, eu tinha algumas expectativas e suposições, mas em nenhum momento eu previ o quão assustada ficaria com o que iria encontrar.

Vejo esse livro como um tipo de exercício filosófico que tenta imaginar como seria a nossa realidade se algo mudasse. Por exemplo, "e se a lua desaparecesse...?", "e se todos os adultos sumissem...?", "e se as leis parassem de valer durante um dia inteiro...?"

Então, a partir da questão: "e se a Terra começasse a girar mais devagar…?" e do ponto de vista de uma menina de 11 anos, esse livro tenta imaginar quais seriam as possíveis consequências e implicações dessa mudança nos mais variados aspectos da vida humana - e da vida em geral no planeta Terra.

Porém, a parte assustadora é que eu não achei essa "realidade alternativa" tão diferente da nossa. Principalmente considerando as questões de mudanças climáticas que já vem acontecendo.

Acho fascinante - e também completamente aterrorizante - pensar em como todas as formas de vida que existem no nosso planeta se afetam mutuamente, de forma que uma única mudança - por mais insignificante que possa parecer a princípio - como o aumento das temperaturas em 1ºC ou 2ºC, ou a redução da quantidade de indivíduos de uma espécie de mosquitos, já consegue impactar todo o resto do sistema de maneiras que podem chegar a ser catastróficas e irreversíveis.

Enfim, achei uma leitura interessante, com algumas boas reflexões.

"Muita coisa que parece inofensiva à luz do dia se torna imponente no escuro. E a gente acaba se perguntando: o que mais não seria apenas um truque de luz?"
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teteu's bookshelf 21/01/2023

Não pensei que choraria com esse livro
Juro que eu estava pronto para detonar esse livro aqui na resenha mas, eu não consigo. Ele prometeu muito, mas mesmo não entregando tudo, a construção do mundo me ganhou, eu consegui sentir medo, aflição, dor e tristeza! Aqui o romance me conquistou, acho que pelo fato da amizade e cumplicidade ser o fator principal. Do capítulo 30 até o último, 34, senti um faca entrando bem devagarinho no meu coração. Foi no capítulo 33 que meus olhos encheram de lágrimas e eu não queria aceitar o que estava acontecendo e só quando chego na última página, do último capítulo, no último parágrafo e por fim a última frase, eu desabo! Queria ter alguém pra chorar aqui comigo, ainda não consigo parar de pensar nessa bendita frase e o que ela simboliza! ????????
teteu's bookshelf 21/01/2023minha estante
Faz uma hora que terminei o livro e ainda não parei de chorar VTNC ?




Yasmin 18/08/2012

Marcante, belo, tocante e inquietante

Desde que vi o nome desse livro na lista de lançamentos da Companhia das Letras no começo do ano fiquei curiosa e procurei a sinopse no Goodreads. Estava ansiosa para o lançamento e quando o vi no meio dos lançamentos da Paralela na Bienal fiquei muito feliz. É distópico sem ser, é o tipo de romance desastre que se bem construído renderia uma história fascinante. 216 páginas depois posso dizer que Karen Thompson Walker foi genial. Ela construiu uma história única, desconstruindo tudo o que é caro para nós e narrado de uma forma tão magistral que é difícil acreditar que esse é seu livro de estreia.

Julia tem 12 anos e era uma garota como outra qualquer. Tinha uma melhor amiga e jogava futebol. Foi em uma tarde de jogo que a notícia começou a se espalhar pelos canais de televisão, internet e jornais. A rotação do planeta terra estava diminuindo de velocidade. O planeta estava desacelerando e ninguém sabia por quê. O dia ganhava minutos. Os cientistas estavam como loucos atrás de respostas. O que causou e se ia continuar. Nos dias que se seguiram a notícia todo o mundo estava em pânico, os mercados eram drenados, religiosos falavam em fim dos tempos. A primeira mudança foi a gravidade que estava ficando mais forte, pássaros eram puxados para o chão, as marés estavam mudando. Muitos estavam fugindo e a pergunta que Julia se fazia era para onde. Afinal não adiantava mudar de estado. A mãe de Julia mudou. Estava com o medo estampado na cara. Seu pai parecia calmo e seguiu trabalhando. Os dias iam passando e os minutos logo se tornaram horas. Os relógios estavam obsoletos. O dia passou há ter 25 horas, depois 28 horas, em pouco mais de um mês já eram 48 horas, e só ia aumentando. Vieram às noites brancas para aqueles que ainda seguiam às 24 horas independentes do céu claro ou escuro. O nascer e o pôr do sol estavam cada vez mais distantes. Semanas no claro, semanas no escuro. E Julia ia vivendo.

É essa a premissa genial que dá início a uma narrativa reflexiva e uma trama linear que desenvolve um cenário desolador. Um cenário que mexe com o leitor. Terminei o livro sentindo um amor que jamais imaginei que ia sentir pelo nosso planeta. Só de pensar naquele cenário se tornando realidade meu estômago gela. Instinto de sobrevivência? Pensar que tudo pode simplesmente começar a parar e ir morrendo. O fim de um planeta. Seria possível? O pior é que sim. Já é fato que a rotação do nosso planeta está diminuindo. Claro que em um ritmo muito lento, 2,3 milissegundos por século, mas ainda assim é preocupante. E se essa diminuição for aumentando? Daqui, sei lá, 200 anos o cenário do livro pode se tornar realidade.

É apavorante e ao mesmo tempo emocionante pensar nisso. Contraditório, mas é verdade. Imagina viver em um planeta assim? Plantações ficando impossíveis, frutas, animais e tudo isso virando passado. É fascinante e muito, muito triste. A humanidade pode não ser grandes coisas, cheia de erros e defeitos, mas somos criaturas estranhas, inteligentes, que lutam mesmo quando o fim é certo. Imagine isso tudo apagado? Um simples planeta, vazio, morto, uma mera pegada na areia, um eco. É assustador. Existem teorias que aconteceu algo assim com marte e olha o que tem lá hoje em dia. Será esse o destino da terra?

A narrativa da autora assume um tom poético, melancólico, sem a intenção de parecer científico e muito menos um alerta. É um relato humano do fim de um planeta. A sensação ao ler é como se fosse um diário encontrado abandonado depois de muitos anos. Julia é uma garota que presenciou o mundo mudar, mas ainda tem sentimentos adolescentes. Através do seu olhar, simples, ágil e triste uma história surpreendente se revela. É uma mistura única de sentimentos que muda quem lê. Um livro que vai ficar na minha cabeça por muito tempo. Em cada nascer e pôr do sol. Mas do que uma forma de acordar o ser humano é uma história que mostra como a vida é efêmera. Podemos prever furacões, podemos ver as geleiras derreterem e a camada de ozônio se deteriorando, mas ainda assim existem muitas coisas que nem os mais brilhantes físicos podem prever. Somos uma pulga no universo. Prontos para sermos expelidos tão rápido como surgimos.

Leitura rápida, mas que exerce um ritmo próprio sobre quem lê. Podia ter lido de uma vez só, mas a história de Karen Thompson Walker é para ser degustada aos poucos. Ela fica com o leitor, impressa no pensamento para ser apreciada a longo prazo. A edição da Paralela está (...)

Termine o último parágrafo em: http://www.cultivandoaleitura.com/2012/08/resenha-idade-dos-milagres.html

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Amanda3321 18/05/2022

"Estivemos aqui..."
Digo com toda a certeza que esse livro é um dos melhores que já li. Terminei percebendo o quão tocada fiquei com a história e a vida da protagonista, que, de certa forma, foi bem triste. Recomendo demais!
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De Cara Nas Letras 16/03/2015

A idade dos milagres - Karen Thompson Walker
Julia é apenas uma pré-adolescente comum que está próximo de completar 12 anos. Como todos sabem, essa é a fase do desabrochamento e que coisas novas passam a acontecer com todas as crianças. É onde surge um maior amadurecimento da consciência, mudanças hormonais e corporais. Novos questionamentos e duvidas estão presente constantemente em cada dia, e consequente disso, novos sentimentos ficam a flor da pele.

Até aí tudo bem, não vemos nada demais, no entanto, numa manha de sábado, a mãe de Julia, que faz uma alarde para as coisas mais comuns do mundo, acaba chegando em casa eufórica e imediatamente liga o aparelho televisor. Por conhecer o temperamento da mãe, ninguém da atenção, até se ouvir as primeiras palavras que saem do aparelho anunciando que a rotação da terra está desacelerando, ou seja, os dias estão ficando mais longos.

A principio, todos, inclusive o seu avô, acham que é uma coisa passageira, só que ao decorrer do tempo, os dias passam a ficar cada vez mais lentos... 26, 30, 38, 40 horas e assim por diante. O mundo entra em colapso. A fauna e flora do planeta são afetados. A temperatura aumenta. Pessoas abastecem suas residencias com alimentos enlatados e outras acham que é o fim do mundo e viajam para outros lugares onde supostamente Jesus irá voltar.

As autoridades pedem que a população siga o relógio tradicional, mas há aqueles que não obedecem e seguem o horário natural do sol (acordados no claro, dormindo no escuro). Todos os horários se desorganizam, e as pessoas dessa nova divisão temem umas as outras.
E como já não bastasse as suas mudanças internas, é nesse novo mundo distópico cheio de mudanças que a Julia tem que aprender a viver.

É impossível largar A Idade dos Milagres, o livro é narrado em primeira pessoa sob a perspectiva da Julia. Ela que vai nos apresentando todas as mudanças que a terra vai sofrendo. O leitor vai ficando assustado com tantas tragedias e se questionando onde a história vai parar, porque tudo o que ela nos apresenta é tão real e ao mesmo tempo tão impensável que vai caminhando para algo sem solução.

Apesar de essa mudança na terra ser bem chamativa, por ser pelos olhos de uma garota, tudo converge para ela. Pessoas próximas que e de confiança vão se afastando, outras vão se aproximando, no entanto com segundas intenções, e há um conflito familiar que só ela tem conhecimento. Julia, como toda garota, também tem uma paixonite, e essa irá dá uma mudança na forma de vivenciar tudo ao seu redor.

A autora nesse seu primeiro livro não conseguiu me decepcionar. O livro é muito bem escrito, e ela consegue, em uma narrativa fluida, contar com maestria as mudanças climáticas que aqui são apresentadas, além de levantar questões atuais. Será que o ser humano conseguiria sobreviver a uma mudança desse porte? Ele iria se adaptar, ou teria que viver em um novo planeta?

site: www.decaranasletras.blogspot.com
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Gabriela 07/12/2012

Publicado em www.maisumcapitulo.com
Júlia é uma menina de 11 anos que joga futebol e mora na Califórnia. Também faz aulas de piano e tem uma melhor amiga chamada Hanna. Essa poderia ser uma estória comum, não fosse pelo acontecimento que surge já na primeira página do livro: a tal da desaceleração.

É assim que cientistas de todo o mundo chamam o fenômeno onde, sem explicação aparente, o planeta Terra começa a girar mais devagar, tornando assim os dias e as noites gradativamente mais longos. Primeiro um dia passa a ter 25 horas, depois 30, 36, 48...

Entretanto, a desaceleração pode até ser considerada como um segundo plano na estória. Se você espera encontrar no livro a explicação para o fenômeno, por exemplo, se decepcionará. A Idade dos Milagres é um livro sutil e delicado, que aborda os dramas adolescentes que todos um dia já passaram (ou passarão) inseridos em um cenário inesperado. Júlia precisa lidar com o primeiro amor, a amizade com a melhor amiga se desintegrando e problemas familiares em meio ao caos em que o planeta se encontra.

Uma coisa legal de observar é como a população se adapta a desaceleração. A população se divide entre aqueles que continuam seguindo o horário do relógio mesmo que o dia não tenha mais apenas 24 horas (eles vão dormir quando está na hora de dormir, mesmo que isso signifique que o sol ainda brilha lá fora) e entre aqueles que resolvem adaptar-se aos dias mais longos (seguindo assim o “tempo real”). Eles precisam adaptar-se a todas as situações, desde dias tão longos que o calor é insuportável até noites tão compridas e frias que passa a nevar na Califórnia em pleno verão.

Apesar de simplista, foi impossível para mim ler o livro sem sentir uma certa agonia. “E se fosse comigo? E se isso realmente acontecesse?”. Vamos acompanhando o “fim do mundo” junto com os personagens, nos perguntando “e agora? O que vai acontecer? Como eles vão sobreviver a isso?” a cada página virada. É o romance de estreia da autora Karen Thompson Walker e não poderia ter sido feito de maneira mais brilhante. É, acima de tudo, um livro que faz refletir e emociona, e meu favorito de 2012. Leitura mais que recomendada.

"Mais tarde, eu pensaria naqueles primeiros dias como o momento em que, como espécie, nos demos conta de que temíamos as coisas erradas: o buraco na camada de ozônio, o derretimento das calotas polares, o vírus do oeste do Nilo, a gripe suína e as abelhas assassinas. Mas acho que aquilo que preocupa mais nunca é o que acontece, no final das contas. As catástrofes reais são sempre diferentes - inimagináveis, desconhecidas, impossíveis de prever"
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Pam 14/12/2020

Atualizando minhas resenhas, ainda que tardiamente.
A Idade dos Milagres é uma distopia... A narrativa da protagonista é simples, mas muito expressiva. Eu não era apenas alguém de fora lendo acontecimentos de um mundo futuro e distopico... Me senti vivenciando aquela realidade descrita, ao lado de Julia. É muito envolvente, e nem consigo expressar como o final dessa história me deixou, mas se você ainda não leu esse livro, sugiro que inclua na sua lista de leitura. Vale a pena.
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Júlia Aun 03/10/2023

A Idade dos Milagres
Livro gostosíssimo de ler? fico me perguntando como agiríamos em uma situação dessas? só sei que eu fiquei esperando pelo momento feliz do livro e ele nunca veio ? caramba meu coração ta machucadinho agora
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Nedina 24/07/2014

isso não é uma resenha, é só um longo comentário provando que eu li o livro para validar minha participação no Desafio Literário Skoob 2014 mês de Julho.

O livro foi indicado e emprestado pela foufa Flávia (cuidado com ela, você não quer boiar no rio).

Sabe as distopias que falam que algo horroroso aconteceu e agora tem algo acontecendo, geralmente uma luta contra o governo? (ex: Jogos Vorazes, Feios, Divergente, etc). Então, A Idade dos Milagres é o que acontece DURANTE esse algo horroroso. E o que está acontecendo é que a Terra (o PLANETA) está parando de girar em torno de si mesmo. O movimento de rotação está diminuindo. E daí? Daí que os dias estão ficando mais longos e as noites também. Nada de dias de 24hrs. E daí? Daí que TODA a vida no planeta depende que essa rotação SEJA de 24hrs.

Assim, lemos o relato de Julia quando ela tinha 12 anos, a idade do 'milagre' para as crianças. Que é quando elas se desenvolvem, crescem 10 cm em uma noite e etc.

O livro é bom, angustiante, mas muito bom. Eu diria que me deu muito medo, mas conversando com a dona do livro eu vi que o certo é angustia. Eu sou engenheira eletrônica. Eu estaria no time 'vamos descobrir como sobreviver', mas ainda assim fiquei apavorada com a possibilidade. Em uma guerra você luta por um ideal, tenta vencer. Mas como lutar contra um planeta que se recusa a continuar girando?! =O

Leitura recomendada.
Flávia 28/07/2014minha estante
Que bom que gostou!!!!! Exatamente, eu me senti angustiada, sufocada por ter de presenciar de forma lenta, gradual, uma catástrofe e não poder fazer nada. Apenas tentar se adaptar, o que também estaria com os dias contados




Carol 14/03/2020

É uma distopia bem triste e singela.
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CooltureNews 13/11/2012

Publicada no www.CooltureNews.com.br
Olá senhores, como vão? Andei sumido por muitos ótimos motivos e alguns poucos não tão bons, mas estou de volta e ao longo das próximas semanas colocarei em dia tudo o que estou devendo.

Como notícia ruim, tenho a dizer que os problemas que ocasionaram meu sumiço também influenciam meu ritmo de leitura. Como notícia boa, tenho a dizer que as próximas três resenhas serão bastante positivas (dei sorte ou escolhi bem, não sei qual é o caso aqui).

Começaremos com um livro que eu resolvi definir como “se Anos Incríveis tivesse sido escrito por J. J. Abrams”. Caso o título da série e o nome do cidadão em questão sejam desconhecidos para você, PARE TUDO O QUE ESTÁ FAZENDO e preencha essa lacuna na sua vida. Estou falando aqui do livro “A Idade dos Milagres”, lançado pela Companhia das Letras. Minha citação a J. J. Abrams se justifica pelo fato da obra ter como fato gerador (ou incidente incitante, para os estudiosos de estruturas para tramas) a mudança na duração dos dias, um elemento de ficção científica que, em muitos momentos da trama, parece tratar-se apenas de um pano de fundo para contar a história da protagonista.

E, na minha humilde opinião, é nesse ponto que reside a beleza da narrativa.

“A Idade dos Milagres” é um drama adolescente (não leia isso de forma pejorativa) conduzido de uma forma tão deliciosa que, entregando minha idade na cara larga, me levou vinte anos de volta na minha vida. Cada sensação das personagens, cada desilusão, cada mudança de opinião e cada julgamento das atitudes das pessoas em volta da protagonista guia o leitor de forma magistral pelos problemas dessa fase da vida, potencializados pelo fato dos relógios deixarem de servir como base pra a vida social.

Dessa forma, o elemento estranho à vida comum de uma adolescente americana (a ficção científica já citada) serve como catalisador de sua visão de mundo, exacerbando seus conflitos internos e problemas típicos da idade. A obra nos pega pela mão e planta sementes de questionamentos sociais em nossa cabeça ao mesmo tempo em que mascara essa invasão mental com a sutileza de descobertas pelas quais todos nós, de uma forma ou de outra, passamos. Texto brilhante que, mesmo com algumas passagens e descrições desnecessárias, envolve o leitor e nos obriga a sorrir e torcer por aquela típica menina dos subúrbios americanos.

Se você procura por um livro sutil, atemporal e reflexivo, “A Idade dos Milagres” foi escrito para você.
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