Priscilla 11/10/2012Blog Entre Fatos e Livros- http://fatoselivros.blogspot.com.brRose é uma mulher de vida pacata, mãe de duas meninas, esposa dedicada. Mas nem sempre sua vida foi tranquila, ao contrário, ela foi negligenciada desde muito jovem e a única pessoa que esteve a seu lado foi a amiga de infância, Polly. Rose se sente muito grata por essa amizade, que a amparou em momentos difíceis.
Por isso, apesar da oposição do marido, Gareth, assim que Rose descobre que Polly ficou viúva na Grécia, a convida para passar um tempo em sua casa, com seus filhos. Ao contrário da anfitriã, Polly é como um furacão. Uma ex- rockstar com alma de artista, sensível, sensual, intensa e vingativa.
À medida que os dias passam, a hóspede se torna cada vez mais enigmática, observadora e arredia com todos, enquanto seus filhos se integram perfeitamente a rotina da casa. Não tarda até que coisas estranhas e perigosas comecem a acontecer. Será paranóia ou há alguma verdade, que se verifique a influência de Polly em cada problema, desde sua bebezinha enjerir tranquilizantes e ficar à beira da morte, até desacordos conjugais com Gareth? É possível que alguém tão querido haja deliberadamente para prejudicar sua vida?
Quem acompanha o blog sabe que esse é o tipo de livro que me desperta interesse. Bastou ler a sinopse para eu me convencer de que PRECISAVA ler imediatamente cada uma das 464 páginas. E, para felicidade geral da nação, não me arrependo.
"Cuco" pode enganar os desavisados, em suas primeiras páginas, quando a história narra mais a rotina tranquila da vida de Rose. Mas não se engane, as coisas esquentam muito à medida que as folhas passam e o livro se revela um irresistível triller visceral.
Uma das coisas mais interessantes de se observar foi como a autora transformou um tema que em geral é tratado de forma tão terna, para um assunto obscuro. Eu amei ler sobre amizade sob um prisma diferente.
O único ponto fraco da narrativa foi o enfoque, muitas vezes desnecessário, do cotidiano das personagens. Mas não chega a ser um defeito, pois quando as coisas esquentam tudo vira material para o leitor refletir sobre a história.
Com esse livro eu experimentei uma sensação diferente: Quando estava chegando no final, eu fiquei com medo, muito medo de virar a página e ler o que viria em seguida. Eu não tive medo do livro acabar, meu medo foi pela história realmente. Ponto para Julia Crouch, por conseguir despertar emoções inéditas em mim, mesmo depois de tantos e tantos livros lidos.
Eu recomendo o livro para os fortes. Àqueles que gostem de histórias intensas, que absorvem a energia do leitor e não nos deixa descansar até que a cheguemos ao último ponto final.
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