Jow 30/09/2010O que pensar sobre Hannibal Lecter?"O garotinho Hannibal morreu em 1945 lá na neve, tentando salvar a sua irmã. Seu coração morreu com Mischa. O que ele é agora? Ainda não existe uma palavra para isto. Por falta de uma palavra melhor, o chamaremos de monstro." Inspetor Popil(pag. 302)
Ao ler "Hannibal: A Origem do mal" me fiz a seguinte pergunta: Se eu tivesse passado pelo mesmo trauma psicológico de Hannibal, como eu estaria nesse momento?
Hannibal sofreu injustamente, e se transformou nesse psicopata tão temido graças aos seus traumas de infância, e seu desejo demoniaco de vingança. Não julgo o que ele se tornou, mas o que ele se tornaria sem as mazelas da guerra. Hannibal, morreu para o mundo para ressuscitar em forma de besta na história. Ele se tornou o monstro que os homens em guerra cultivaram. Só que com um grandioso diferencial: Ele matava por vingança, por sede de lembrança, e por que não, por amor.
Hannibal vivia em amor, e sempre a guerra lhe trouxe a dor e o desespero. Ficar mudo depois de um trauma foi o modo que ele viu para guardar apenas para si, o odio que sentia. Mas também, foi uma forma de preservar a sua genialidade, o seu carater forte. E ele cresceu amando, e sempre algo o impelia ao lado obscuro, as escolhas dificeis, ao imperdoável.
Terminar esse livro me fez pensar no quanto o ser humano é decadente, fraco, desesperado. Hannibal era tudo isso mesmo sendo um gênio. Hannibal perdeu tudo, quando perdeu a familia, quando não viu na vida sentido algum, quando viu sua irmã ser devorada e não mais conseguiu ver Deus, quando amou uma mulher, que mesmo o amando não resistiu conviver com o que ele havia se tornado.
Hannibal é a figura que mostra o homem contemporâneo. Um mascarado, que pode até ter boas intenções. Mas, que carrega máculas, mágoas e desesperos, que os levam a atos absurdos.
É um livro sensacional! E o desejo de ler a série é imenso.