Márcio_MX 09/10/2012Inverno do mundo, alvorecer dos nossos temposSegundo livro da trilogia O Século.
Ken Follett consegue nos colocar em uma máquina do tempo. Viajamos para o período da segunda guerra mundial. Suas descrições de personagens históricos e o detalhamento dos fatos que ocorreram na época são tão verossímeis que ao ler o livro nos sentimos espectadores em tempo real, testemunhas que não podem interagir com os personagens (apesar de muitas vezes, querermos lutar ardentemente ao lado dos justos ou dar conselhos para os que são observados). Follett mescla brilhantemente a ficção com a realidade, fruto de sua experiência, principalmente em livros consagrados de espionagem e guerra como O buraco da agulha e A chave de Rebeca.
Aproveitando o período mais instigante da humanidade, onde os homens foram submetidos a importantes decisões, a situações dificílimas e a mudanças radicais em nossa sociedade, o autor traz uma completa amostragem de seres humanos com todas as suas variações de caráter e personalidade. Ele expõe todos os sentimentos que somos capazes, que vão do amor verdadeiro ao extremo ódio e da luta por uma sociedade mais justa usando qualquer sacrifício para obtê-la, até as mais vergonhosas e humilhantes violências físicas e psicológicas praticadas para se atingir o poder e a riqueza.
Aqui temos a oportunidade de matar as saudades de muitos personagens de Queda de gigantes e conhecer seus herdeiros, responsáveis pela continuidade da saga de suas respectivas famílias que apesar de distanciadas geograficamente entre Estados Unidos e Europa, são ligadas em vários pontos pelo destino gerado na mente criativa do escritor.
A leitura é obrigatória e acredite que as 880 páginas que a princípio parecem ser um grande número, no final se tornam insuficientes para tamanho prazer que o livro traz.
O Inverno do mundo é o verão da alma de Ken Follett